epilepsia: aspectos cognitivos e sintomas - PUC

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Anais do XIX Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178
Anais do IV Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
23 e 24 de setembro de 2014
EPILEPSIA: ASPECTOS COGNITIVOS E SINTOMAS
DEPRESSIVOS E ANSIOSOS
Marina Nobrega Augusto
Faculdade de Medicina
Centro de Ciências da Vida
[email protected]
Resumo: Pacientes com epilepsia frequentemente apresentam problemas que afetem o seu
funcionamento cognitivo e transtornos psiquiátricos,
comprometendo a qualidade de vida (QV) desses
indivíduos. Objetivo: Avaliar aspectos da cognição e
a ocorrência sintomas depressivos e ansiosos em
pacientes com epilepsia. Materiais e métodos: Foram realizados em 30 pacientes: anamnese, EEG
digital; questionário Quality of life in epilepsy inventory-31 (QOLIE-31), Escalas de ansiedade (EAH) e
de depressão (EDH) de Hamilton; Interictal Dysphoric Disorder Inventory (IDDI), mini exame do estado
mental (MEEM), bateria cognitiva breve e questionário de queixa subjetiva de memória (MAC-Q). Resultados: A idade média de foi de 49,8 anos e a idade
média da primeira crise epiléptica (CE) foi de 22,1
anos. Foi observado o controle total das crises em
32,3% dos pacientes. O valor médio do escore total
do QOLIE-31 foi 65,7, do MAC-Q 24,2, do MEEM
22,5, da EAH 8,4, da EDH 8,6 e do IDDI 0,36. Discussão: Foi observado transtorno depressivo em
proporção elevada de casos e de ansiedade em
aproximadamente 20% dos casos. Esses valores
são semelhantes aos descritos na literatura. Não
houve diferença entre os escores do QOLIE-31 de
nossa casuística, com os valores da literatura. De
modo semelhante a estudos prévios observamos
que transtorno depressivo e de ansiedade, de modo
independente exercem efeitos adversos e apresentam forte impacto negativo na QV dos pacientes.
Perda subjetiva de memória foi observada em proporção elevada de casos. Foi observado que quanto
melhor a QV menor a queixa subjetiva de memória,
menor ocorrência de depressão e de ansiedade e
de IDD. Conclusão: A ocorrência de transtornos
depressivos e de ansiedade teve impacto negativo,
de modo significativo, na QV dos pacientes.
Palavras chave: Crises epilépticas, cognição, qualidade vida, sintomas depressivos e ansiosos.
Área do Conhecimento: Ciências da Saúde – Medicina – CNPq.
Glória M. A. S. Tedrus
Neuropsicofisiologia em cognição e epilepsia
Centro de Ciências da Vida
[email protected]
1. INTRODUÇÃO
Epilepsia é uma condição neurológica crônica caracterizada por crises epilépticas recorrentes. Os
pacientes com epilepsia apresentam maior chance
de apresentar alterações cognitivas [1,2]. Transtornos psiquiátricos estão entre os mais frequentes e
importantes comorbidades clínicas desses pacientes, com comprometendo da qualidade de vida (QV)
[1,3].
2. OBJETIVO
Avaliar aspectos da cognição e a ocorrência sintomas depressivos e ansiosos em pacientes com epilepsia.
3. CASUÍSTICA E PROCEDIMENTO
Foram incluídos 30 pacientes (50% do gênero feminino). Foram realizados: anamnese, EEG digital;
questionário Quality of life in epilepsy inventory-31
(QOLIE-31), Escalas de ansiedade (EAH) e de depressão de Hamilton (EDH); Interictal Dysphoric
Disorder Inventory (IDDI), mini exame do estado
mental (MEEM), bateria cognitiva breve e questionário de queixas subjetivas de memória (MAC-Q).
4. ANÁLISE DE DADOS
Foram relacionados os aspectos clínicos, aspectos
cognitivos com a ocorrência de comorbidades psiquiátricas, com testes estatísticos, com nível de
significância p< 0,05.
5. RESULTADOS
A idade média de foi de 49,8 anos e a idade média
da primeira crise epiléptica (CE) foi de 22,1 anos. o
tipo de crise mais prevalente foi a parcial complexa
(58,1%). Foi observado controle total das crises em
32,3% dos pacientes. No exame neurológico houve
predomínio da normalidade (77,4%) e no EEG foi
observado atividade de base normal em 26 pacientes, e atividade epileptiforme a direita em 10 e a
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esquerda em 14 casos. Epilepsia sintomática foi
observada em 51,6% dos casos e provavelmente
sintomática em 41,9% casos. O valor médio do escore total do QOLIE-31 foi 65,7, do MAC-Q foi 24,2,
do MEEM foi 22,5, da EAH foi 8,4, da EDH foi 8,6 e
do IDDI total foi 0,36. Foi observado depressão (leve, moderada e grave) em 17 casos e ansiedade
em 6 e distúrbio disforico interictal em 7 casos. Foi
observada de modo significativo maior ocorrência
de distúrbio disfórico interictal nos pacientes com
transtornos de ansiedade e de depressão. Não foram encontradas diferenças significativas entre o
grupo 1 (epilepsia provavelmente sintomática) e o
grupo 2 (sintomática) quando comparados os dados
sociodemograficos e nos valores dos testes aplicados.
6. DISCUSSÃO
Foi observado transtorno depressivo em proporção
elevada de casos e de ansiedade em aproximadamente 20% dos casos. Esses valores são semelhantes aos descritos na literatura [1,4,5]. Não houve diferença entre os escores do QOLIE-31 de nossa casuística, com os valores (médios) da literatura
[4,5]. De modo semelhante a estudos prévios observamos que transtorno depressivo e de ansiedade, de modo independente exercem efeitos adversos e apresentam forte impacto negativo na QV dos
pacientes [5,6]. Perda subjetiva de memória foi observada em proporção elevada de casos. Houve
correlação significativa negativa entre o escore total
no MEEM e do MAC-Q, sugerindo maior queixa
subjetiva de memória nos pacientes com mais baixos escores na avaliação cognitiva [5,6]. Foi observado que quanto melhor a QV menor a queixa subjetiva de memória, menor ocorrência de depressão
e de ansiedade e de IDD. Não observamos diferenças significativas no QOLIE-31, no MAC-Q, no
MEEM, na BCB, na EAH, na EDH, e no IDDI entre
as síndromes epilépticas estudadas.
REFERÊNCIAS
[1] Araujo Filho GM, Rosa VP, Caboclo LOSF, Sakamoto AC, Yacubian EMT. (2007) Prevalence
of psychiatric disorders in patients with mesial
temporal sclerosis. J Epilepsy Clin Neurophysiol
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p. 64-70.
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Reuber M. (2005) Anxiety in patients with epilepsy: systematic review and suggestions for
clinical management. Epilepsy Behav vol 7,
p.161-171.
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B, Sadock V. Comprehensive textbook of psychiatry. 7ª ed. Philadelphia: Lippincott Williams &
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[5] Boylan LS, Flint LA, Labovitz DL, Jackson SC,
Starner K, Devinsky O. (2004) Depression but
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treatment-resistant epilepsy. Neurology v. 62, p.
258-261.
[6] Tedrus GMAS, Fonseca LC, Carvalho RM.
(2013) Epilepsy and quality of life: sociodemographic and clinical aspects, and psychiatric co-morbidity. Arq Neuropsiquiatr v.71, p.385391.
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