PESQUISA ACADÊMICA Terminologias Químicas em Libras como Fundamentais no Processo de Aquisição de Conhecimentos em Aulas de Química para Alunos Surdos Rosani Kristine G. Paraíso¹ (PQ); Fernanda Grazielle A. S. Castro² (PQ); Jomara M. Fernandes¹ (PG) ¹Universidade Federal de Juiz de Fora ²Universidade Federal do Rio de Janeiro Palavras Chave: Surdez,Química, Aprendizado, Libras INTRODUÇÃO A Química possui uma linguagem característica distinta da linguagem comum. A ausência de sinais que corresponda à determinada terminologia química dificulta a interação do aluno surdo com o novo conhecimento que lhe está sendo apresentado. De um modo geral, para os surdos alfabetizados em Libras, não ter vocabulário costuma ser considerado um dos problemas centrais¹. Assim, não ter um vocabulário, interfere diretamente na construção de conhecimentos e negociação de sentidos dos conceitos científicos. Este fato contribui para tornar ainda mais difícil o processo de ensino-aprendizagem não só da química como de qualquer ciência². Defendemos que a criação de um novo sinal precisa acontecer junto a surdos e profissionais da área de conhecimento do sinal elaborado. É importante que esses sinais sejam devidamente divulgados para o uso de todos os interessados. Nota-se uma urgente necessidade de movimentos nesse sentido, a fim de que a fluência da língua não varie tanto, dificultando até mesmo a aprendizagem em diferentes regiões. Durante o desenvolvimento de estratégias de ensino que auxiliassem o aprendizado de conceitos sobre balanceamento de reações químicas e estequiometria a alunos surdos, alguns sinais em Libras foram propostos pelas autoras. Preocupando-nos com as questões acima expostas, a presente pesquisa objetiva reunir e divulgar junto ao simpósio alguns sinais em Libras de terminologias químicas já encontradas na literatura juntamente com os novos sinais elaborados para o auxílio do ensino dos conteúdos supracitados. METODOLOGIA III SMEQ / UFJF – 18, 19 e 20 de Setembro de 2015 PESQUISA ACADÊMICA Recorrendo ao processo metodológico da Análise Textual Discursiva, esta pesquisa foi desenvolvida através de uma revisão literária de dissertações, teses, artigos científicos, revistas e sites oficiais com conteúdos que relacionavam a química ao processo de criação de sinais em Libras. As terminologias químicas em Libras referentes aos conteúdos de balanceamento e estequiometria foram desenvolvidas e debatidas por um grupo da Universidade Federal de Juiz de Fora, no qual constavam surdos, professores de química e intérprete. O desenvolvimento do trabalho contou também com ricas contribuições de uma professora surda da Universidade Federal do Rio de Janeiro. RESULTADOS Do levantamento bibliográfico encontramos apenas um artigo², um trabalho de conclusão de curso3 e uma dissertação4 que se preocupavam em desenvolver e publicar alguns sinais em Libras referentes a terminologias químicas. Somando as diferentes terminologias divulgadas através desses trabalhos, temos um total de trinta e sete sinais específicos. Quanto às terminologias específicas desenvolvidas pelas autoras do presente resumo, são um total de oito sinais. Nosso intuito é divulgar estes sinais em encontros da área, através de páginas na internet como o blog e em publicações em revistas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Preocupamo-nos diante da comprovada escassez de terminologias específicas em Libras para química. Sabemos que a linguagem e a comunicação apropriada são fundamentais no processo de aquisição dos conhecimentos dos alunos surdos. Para que os mesmos tenham o acesso facilitado aos conteúdos químicos, destacamos que é necessário voltar todos os esforços possíveis na elaboração e divulgação de trabalhos com foco no desenvolvimento de terminologias científicas específicas em Libras. REFERÊNCIAS ¹BOTELHO, P. Linguagem e Letramento na educação dos surdos - Ideologias e práticas pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. ²SOUZA, S; SILVEIRA, H. E. Terminologias Químicas em Libras: A Utilização de Sinais na Aprendizagem de Alunos Surdos. Química Nova na Escola, 2011, p.37-46. ³GOMES, M. F. Estratégia Bilíngue (Português/Libras) para o Ensino do Tema Condutividade Elétrica. TCC, Instituto Federal de Santa Catarina, São José, 2014. 4 SALDANHA, J. C. O ensino de Química em Língua Brasileira de Sinais. Dissertação, UNIGRANRIO, Duque de Caxias, 2011. III SMEQ / UFJF – 18, 19 e 20 de Setembro de 2015