Marketing Bibliotecário - Repositório da Universidade de Lisboa

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Universidade de Lisboa
Faculdade de Letras
Plano de marketing aplicado ao CDI da Secretaria-Geral do MAMAOT
João Carlos Neto Coelho Sanches
Trabalho de Projecto
Mestrado em Ciências da Documentação e Informação
Biblioteconomia
2013
Universidade de Lisboa
Faculdade de Letras
Plano de marketing aplicado ao CDI da Secretaria-Geral do MAMAOT
João Carlos Neto Coelho Sanches
Trabalho de Projecto orientado
Pelo Professor Doutor Paulo Alberto e
Pelo Mestre Jorge Revez
Mestrado em Ciências da Documentação e Informação
2013
Agradecimentos
Este é um momento emotivo e importante nesta fase da minha vida.
As palavras correctas, são sempre difíceis de encontrar mas, de uma forma simples,
quero agradecer a quem sempre esteve presente na realização deste trabalho projecto.
Em particular quero agradecer:
Ao Professor Doutor Paulo Alberto, meu orientador, pelo apoio e interesse no
acompanhamento deste trabalho.
Ao meu co-orientador, Mestre Jorge Revez, por ter aceite o desafio de participar nesta
dissertação, pela sua partilha de conhecimentos e constante apoio. Sem a sua ajuda e
conhecimento, não teria sido realizado.
À minha mãe, pelo seu carinho, apoio e compreensão. À minha família em geral, que
sempre me apoiou nas minhas decisões.
À Chefe de Divisão, Drª Emília Correia, aos colaboradores da Divisão da
Documentação e Comunicação da Secretaria-Geral do MAMAOT, pelo apoio e
compreensão, disponibilidade e contribuição prestada nos momentos cruciais deste
trabalho de projecto.
A todos os meus amigos, colegas do mestrado, em especial ao António Carrilho, por
aturar todos os meus momentos de desespero, pelas suas palavras motivadoras e pela
revisão do texto.
Resumo
Este trabalho de projecto tem como objectivo fulcral apresentar uma proposta de plano
de marketing para os serviços do Centro de Documentação e Informação (CDI), da
Secretaria-Geral do MAMAOT, detalhando as ferramentas essenciais para a sua
elaboração. O referido plano tem como propósitos melhorar a qualidade dos serviços
prestados pelo CDI, dinamizá-lo e projectar a sua imagem no mercado da informação,
transformando-o assim num serviço de eleição, por parte dos utilizadores diversos que a
ele recorrem e pretendendo, igualmente, captar o público em geral. Foi levada a cabo
uma revisão da literatura na área do marketing; embora este aparentemente tenha pouco
que ver com os serviços prestados pelo CDI, a verdade é que se trata de uma ferramenta
actual, imprescindível para dotar as instituições e os serviços de competências e
qualidades que lhes permitam alcançar o êxito e conseguir uma posição de liderança
face à concorrência.
Palavras-chave: Marketing; Marketing de Serviços; Centro de Documentação; Plano
de Marketing
Abstract
This research project aims mainly to propose a marketing plan for the Centre of
Documentation and Information services (CDI) of the General Secretariat of
MAMAOT, presenting all the essential tools for its preparation. This plan aims to
improve the quality of the services provided by the CDI, to dinamize and project its
image into the information market, making of it a service of choice by a diversity of
users. Thus, this research project includes a review of the literature in marketing.
Although marketing seems to have little to do with the services provided by CDI, the
truth is that it is now a tool, indispensable to endow the institutions and services of skills
and qualities that enable them to achieve success and a leadership position in the face of
other competition.
Keywords: Marketing, Marketing of Services; Centre of Documentation; Marketing
Plan
ÍNDICE
Índice de figuras …………………………………………………….…………………. 1
Índice de quadros …………………………………………………………..……..……. 2
Lista de siglas ……………………………………………………………………..…… 3
Capítulo I – Introdução …………………………………………………………....…. 6
1.1 Enquadramento ………………………………………………………..……..…….. 6
1.2 Motivação e objectivo …………………………………………...…………..…….. 7
1.3 Metodologia ………………………………………………………………...……… 8
1.4 Estrutura da dissertação ……………………………………………………...…….. 8
Capítulo II – O plano de marketing como ferramenta na gestão dos
serviços sem fins lucrativos …………………………………………. 11
2.1 Introdução ………………………………………………………………………… 11
2.2 A ferramenta marketing ………………………………………………………..…. 13
2.2.1 Conceito de marketing …………………………………………...………. 13
2.3 O marketing nas organizações não lucrativas ……………….……………………. 15
2.3.1 A viragem das bibliotecas para o marketing ………………………...…… 20
2.3.2 O profissional bibliotecário e o marketing biblioteconómico …….……… 24
2.3.3 Porquê aplicar o marketing numa biblioteca? …………………….……… 26
2.3.4 Objectivo de um plano de marketing …………………………….………. 28
2.3.5 O plano de marketing numa biblioteca é garantia para o sucesso? ………. 29
2.4 Criar um plano de marketing, medidas a tomar …………………………..………. 31
2.5 O desafio de comercializar uma biblioteca num mundo digital ……………..…… 40
2.6 A aplicação do marketing em bibliotecas num período de crise económica ……... 42
2.6.1 O marketing, a biblioteca e a crise económica …………………………… 45
Capítulo III – Análise e diagnóstico ……………………..…………………………. 48
3.1 Introdução …………………………………………………………………...……. 48
3.2 Análise SWOT ……………………………………………………………………. 49
3.3 Conclusão da análise …………………………………………..…………………. 53
Capítulo IV – Caracterização do CDI ……………………...…………………...…. 55
4.1 Introdução …………………………………………………………………...……. 55
4.2 O Centro de Documentação e Informação …………..……………………………. 56
4.2.1 Evolução histórica ………………………………………………..………. 56
4.2.2 Missão ……………………………………………………………………. 59
4.2.3 Estrutura organizacional ………………………………….………………. 60
4.2.4 Instalações e colaboradores ………………………………………………. 61
4.2.5 Serviços prestados …………………………………………..……………. 63
4.2.6 Acervo documental e público-alvo ………………………………………. 64
4.2.7 Produtos e recursos electrónicos …………………………………………. 65
Capitulo V – O plano de marketing a aplicar ao CDI ……………..……………… 71
5.1 Introdução …………………………………………………………………...……. 71
5.2 Plano de marketing ………………………………………………………….……. 73
5.2.1 Sumário executivo ……………………………………………………..…. 73
5.2.2 Definição dos objectivos de marketing …………..………………………. 74
5.2.3 Análise ambiental ………………………………………………...………. 75
5.2.4. Segmentação do mercado ……………………………..…………………. 77
5.2.5 Posicionamento ……………………………………..……………………. 81
5.2.6 Marketing-mix ……………………………………………………………. 81
5.2.6.1 Produto e serviços ………………………………………..………. 81
5.2.6.2 Preço ……………………………………………………..………. 84
5.2.6.3 Distribuição ………………………………………..…..…………. 85
5.2.6.4. Promoção ………………………………………………..………. 85
5.2.6.5 Pessoas ………………………………………………….………. 90
5.2.6.6 Processos …………………………………………..……………. 91
5.2.7 Orçamento ………………………………………………………………. 91
5.2.8 Aplicação do plano ………………………………………………...……. 91
5.2.9 Avaliação e controlo ……………………………………………………. 92
5.2.10 Cronograma ……………………………………………………………. 92
Capítulo VI – Conclusão ……………………………………………………………. 94
Referências bibliográficas …………………………………………………………. 99
1. Bibliografia ……………………………………………….………………..………. 99
Anexos ………………………………………………………………………………. 105
Anexo I – Nova newsletter …………………………………………………………. 105
Anexo II – Agenda cultural ……………………………………………...…………. 105
Anexo III – Cronograma de aplicação do plano …………………………………..… 106
Índice de figuras
Figura 1 – Organograma da SG do MAMAOT ………………………………….....… 60
Figura 2 – DSSIC ………………………………………………………………......… 61
Figura 3 – Página web do MAOT ………………………………………..………...… 66
Figura 4 – Página web da SG do MAOT …………………………………………...… 67
Figura 5 – Catálogo digital em linha – pesquisa …………………………………...… 67
Figura 6 – Pesquisa por índice ……………………………………………………...… 68
Figura 7 – Pesquisa por arquivo ……………………………………………….…...… 68
Figura 8 – Página web da SG do MAMAOT ………………………………….…...… 69
-1-
Índice de quadros
Quadro 1 – Análise SWOT ………………………………………….……………...… 50
Quadro 2 – Segmentação do público-alvo ……………..…………………………...… 78
Quadro 3 – Segmentação comportamental ………………………………….……...… 79
Quadro 4 – Segmentação demográfica ……………………………………...……...… 80
Quadro 5 – Organização dos serviços biblioteconómicos …………….……………… 82
-2-
Lista de siglas
APA – Agência Portuguesa do Ambiente
BC – Biblioteca Central
BD – Biblioteca Digital
CAN – Comissão Nacional do Ambiente
CDI – Centro de Documentação e Informação
CDU – Classificação Décimal Universal
CLIP – Compatibilização das Linguagens de Indexação Portuguesas
DDC - Divisão da Documentação e Comunicação
DGA – Direcção-Geral do Ambiente
DGQA – Direcção-Geral da Qualidade do Ambiente
DSSIC – Direcção de Serviços de Sistemas de Informação e Comunicação
IA – Instituto do Ambiente
IPAMB – Instituto de Promoção Ambiental
MAMAOT – Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do
Território
MAOT – Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território
MD – Museu Digital
PREMAC – Plano de Redução e Melhoria da Administração Central
QUAR – Quadro de Avaliação e Responsabilização
SG – Secretaria-Geral
SIADAP – Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública
-3-
SWOT – Strength, Weaknesses, Opportunities, Threats
UNIMARC – Universal Marc Format
-4-
-5-
Capítulo I – Introdução
1.1.Enquadramento
Se bem que o papel da biblioteca continue a ser de recolha, organização e tratamento da
informação, de modo a torná-la disponível para o utilizador, no entanto, as novas
tecnologias provocaram uma alteração desse papel na sociedade actual; os serviços de
informação e documentação deparam-se com novos desafios e com um novo contexto, o
que origina a criação de novas funcionalidades.
A disseminação da World Wide Web permitiu a dispersão, a diversidade da informação
e a facilidade de acesso à mesma, o que inviabiliza a deslocação dos utilizadores à
biblioteca, com a consequente diminuição do número de leitores (Summey, 2004).
Circunstância agravante é de as bibliotecas públicas, centros de documentação e
bibliotecas de serviços públicos, terem vindo a ser objecto, por parte do governo
português, de uma política de extinção e fusão dos serviços biblioteconómicos. Causada
pela contenção da despesa, num contexto de crise económica, esta realidade levanta
questões sobre a importância da informação documental existente.
A necessidade de contenção de despesas não tem favorecido a manutenção dos acervos
e serviços existentes, não se apercebendo o público da necessidade da sua existência.
Desta acção resulta a inactividade da divulgação de informação e conhecimento por
parte dos serviços biblioteconómicos. Sacrificam-se acervos de qualidade, espaços de
riqueza histórica e encerram-se instituições e serviços que contribuíram para o
desenvolvimento, crescimento e civismo da sociedade.
A falta de um plano estratégico de marketing nas bibliotecas dos serviços públicos tem
contribuído para a extinção desses serviços. Em Portugal, a política de criação e
desenvolvimento de planos de marketing, é ainda uma área a explorar.
A sociedade da informação tem sofrido uma evolução a nível documental, tecnológico e
de gestão dos serviços. A preocupação em disponibilizar serviços e informação aos
utilizadores, tem sido uma constante. Embora tenha a sua origem no mundo
empresarial, a adopção de estratégias de marketing por parte de instituições sem fins
-6-
lucrativos, tem-se feito sentir. O marketing fornece instrumentos úteis à renovação do
papel dos serviços, ajuda a identificar os desafios e a realizar os ajustamentos
necessários que os serviços de informação necessitam fazer, de forma a melhorar os
seus desempenhos, capacidade de resposta e divulgação dos mesmos.
A adopção de tais ferramentas por parte das bibliotecas não é muito comum. Existe,
assim, a necessidade de aplicar estratégias que incrementem o relacionamento entre
bibliotecas e utilizadores, ajudem a detectar necessidades e criem produtos/serviços de
excelência que os possam satisfazer.
A definição e aplicação de um plano permitem ir ao encontro das necessidades e
proceder à implementação nas áreas que se pretendem melhorar, de forma organizada,
faseada e controlada, a fim de atingir os objectivos definidos, ultrapassando problemas
inesperados ou já previstos.
1.2. Motivação e objectivo
A motivação para a elaboração deste trabalho de projecto resulta do facto do Centro de
Documentação e Informação da Secretaria-Geral do Ministério da Agricultura, do Mar,
do Ambiente e do Ordenamento do Território, se encontrar actualmente numa situação
em que apenas os serviços mínimos são assegurados. Tal situação é o resultado da
política do encerramento das portas do CDI, devido à extinção e fusão dos Ministérios
da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, e do Ambiente e do
Ordenamento do Território. Por outro lado, verificaram-se, nos últimos anos, uma
diminuição do número de leitores e a uma fraca adesão na utilização dos serviços e
eventos realizados no CDI. Levantaram –se consequentemente questões práticas que
também contribuíram para a realização deste trabalho.
Perante esta realidade, questiona-se: poderá o trabalho educacional do CDI continuar a
ser feito? Como poderá projectar-se após o encerramento das suas portas? É viável a
aplicação de um projecto de marketing no CDI? Quais as ferramentas mais adequadas
para a sua reactivação, dinamização e divulgação?
Tendo em mente estas questões, é objectivo deste trabalho de projecto o
desenvolvimento de um plano de marketing para a dinamização e divulgação do CDI.
-7-
1.3. Metodologia
Para a realização do plano de marketing, foi empregue uma metodologia qualitativa e
análise documental, bem como a utilização de conhecimentos pessoais obtidos pelo
trabalho efectuado no serviço em causa, conversas e debate de ideias com os
colaboradores do serviço e em literatura relativa ao Marketing e Plano de Marketing,
aplicado a instituições sem fins lucrativos.
1.4. Estrutura da dissertação
Capítulo I – Introdução – é apresentado um enquadramento sobre o marketing e as
organizações sem fins lucrativos, face à actual conjuntura económica. São descritos a
motivação, objectivo e relevância do trabalho, o método aplicado e a estrutura da
dissertação.
Capítulo II – O plano de marketing como ferramenta na gestão dos Serviços sem fins
lucrativos – é apresentada a revisão da literatura, fundamentada em autores que se têm
debruçado sobre a temática do Marketing e do Marketing de Serviços. É explicada a
importância de um Plano de Marketing, a sua aplicação nos serviços biblioteconómicos
e seu desenvolvimento. Centra-se, de modos descritivo e explicativo, sobre a evolução
do marketing, sua importância e forma de actuar.
Capítulo III – Análise e diagnóstico – é apresentada a análise efectuada ao CDI através
da Análise SWOT.
Capítulo IV – Caracterização do CDI - o historial e caracterização do CDI é
apresentado, para um franco entendimento da importância deste serviço, assim como da
sua missão e da estrutura orgânica em que actualmente se encontra inserido.
No Capítulo V – O plano de marketing a aplicar ao CDI – são descritos os principais
passos a seguir para a elaboração do plano de marketing a aplicar ao CDI, de acordo
com uma estrutura que contempla dez aspectos fulcrais: sumário executivo, definição
dos objectivos de marketing, análise ambiental, segmentação do mercado,
-8-
posicionamento, Marketing-mix, orçamento, aplicação do plano, avaliação e controlo e
cronograma.
Capítulo VI – Conclusão – são feitas considerações finais sobre uma possível
implementação do plano de marketing no CDI, tendo em conta os constrangimentos
existentes. O actual plano de marketing foi elaborado especificamente para o CDI, mas
possibilitando uma eventual adaptação aos serviços da Biblioteca Central da SG do
MAMAOT.
-9-
- 10 -
Capítulo II – O plano de marketing como ferramenta na
gestão dos Serviços sem fins lucrativos
2.1. Introdução
Este capítulo debruça-se sobre a revisão da literatura do marketing e do marketing de
serviços, da sua evolução e consequente aplicação no sector público, em particular nas
bibliotecas públicas.
Ao longo do capítulo, abordam-se temas como a adesão das bibliotecas à utilização do
marketing, assim como a evolução e a aceitação por parte dos profissionais da
informação.
É de salientar que esta matéria vem sendo discutida há mais de um século, tendo sido já
abordada em 1896 por Lutie Steams (Kotler e Levy, 1969).
Mas foi na década de 90 do século passado, que o marketing surgiu como uma
possibilidade real e começou a ser aplicado no seio das próprias bibliotecas, com o
contributo de Kotler, através de várias publicações editadas por este autor (Renborg,
1997).
O marketing começou por ser aplicado em organizações com fins lucrativos mas,
devido ao seu êxito e benefício, o mesmo começou a ser adoptado por organizações sem
fins lucrativos. Dessas organizações destacam-se as bibliotecas públicas e os centros de
documentação, que prestam serviço a utilizadores internos, externos e à comunidade em
geral. O facto do serviço público no domínio da informação lidar com um bem em
constante produção, exige estratégias específicas no seu tratamento. Na prática, as
bibliotecas tomaram consciência de que a adopção do marketing nos seus serviços traria
uma panóplia de benefícios e que lhes permitiria atingir objectivos e cumprir a sua
missão. Através de um plano de marketing, a detecção de problemas, de situações de
risco e de oportunidades é mais fácil já que, de outra forma, esses dificilmente seriam
observáveis. No fundo, é o utilizador que beneficia com a aplicação desta ferramenta
nos serviços biblioteconómicos, uma vez que obtém melhores resultados na sua procura
de informação.
- 11 -
De seguida, aborda-se uma revisão da literatura sobre o conceito de marketing e o que
se entende por um plano de marketing, uma vez que o propósito principal deste trabalho
de projecto é a delineação de um plano adaptado ao Centro de Documentação e
Informação da SG do MAMAOT.
- 12 -
2.2. A ferramenta “Marketing”
2.2.1 Conceito de marketing
Marketing é uma ferramenta utilizada, na sua génese, por organizações com fins
lucrativos, mas que, actualmente, estende-se também às organizações sem fins
lucrativos. Relutantemente aceite pelos profissionais da informação e documentação,
aquando do seu aparecimento, transformou-se, hoje em dia, numa forma eficiente e
necessária de dinamização dos seus serviços.
O conceito é facilmente confundido com o termo “relações públicas” ou “promoção”.
Cada um tem uma definição própria, dependendo do contexto em que se insere.
Uma definição mais abrangente do termo, patente no mundo do marketing, segundo
Kotler (1969) e Levy (1969) “é a ferramenta da organização que se mantém em
constante contacto com o seu consumidor, lê as suas necessidades, desenvolve produtos
que os satisfaçam e constrói um programa de comunicação que expressa o propósito da
organização”.
Muitos têm sido os autores que, ao longo dos tempos, propuseram definições para a
disciplina do marketing. O seu conceito tem passado por uma evolução marcante ao
longo dos anos. A sua actividade tem sido vista, para além do seu relacionamento com o
desenvolvimento de produtos e serviços e a comunicação com o mercado, como a
expectativa de influenciar o comportamento deste. Existe um consenso geral de que
marketing é um processo pelo qual ocorrem trocas entre pessoas e grupos sociais.
(Oliveira, 1985).
Kotler e Bloom (1988) apresentam mais definições em que afirmam que:
“marketing é a análise, planeamento, implementação e controle de programas
cuidadosamente formulados que visam proporcionar trocas voluntárias de valores
ou utilidades de mercado-alvo, com o propósito de realizar objectivos
organizacionais. Confia fortemente no delinear da oferta da organização em
termos das necessidades e dos desejos do mercado alvo, e no uso eficaz de política
de preços, comunicações e distribuição, a fim de informar, motivar e prestar
serviços aos mercados”.
- 13 -
Complementando, e de acordo com Boyer (2001), “a noção de marketing baseia-se na
satisfação das necessidades dos consumidores. Uma empresa que adopte uma
abordagem de marketing deve analisar as necessidades dos seus clientes potenciais
antes de tomar as suas decisões comerciais”.
Sáez (2002) responde: “marketing é uma disciplina de gestão e também faz parte da
filosofia organizacional, reflectida nas atitudes e abordagens de todo o organismo”.
Analisando, podemos observar que, em primeiro lugar, marketing é visto como um
processo de gestão, pois envolve análise, planeamento, implementação e controle de
programas cuidadosamente formulados. Isto significa que não bastam acções isoladas,
pois é muito mais do que simplesmente vender. Implica perceber as expectativas,
necessidades e desejos do mercado que se pretende atender e, por isso, envolve a
criação de planos e programas num processo de gestão.
Esta definição menciona as trocas voluntárias de valores ou utilidades, onde a troca está
implícita na aplicação das suas técnicas e em que os benefícios são evidenciados para
gerar a troca voluntária entre quem necessita do produto e quem o oferece.
Mais recentemente e citando Pires (2002) “marketing consiste na gestão da relação que
qualquer organização tem com o mercado onde actua, no sentido de atingir objectivos
que persegue e satisfazer as necessidades do mercado”.
As definições apresentadas pelos muitos autores, no que diz respeito ao significado do
vocábulo “marketing”, ao longo dos anos, convergem todas no sentido de ser uma
actividade planeada, com o objectivo de satisfazer necessidades ou desejos do
consumidor, onde existe a coordenação das capacidades da organização com as
necessidades dos clientes. É, igualmente, uma área do conhecimento que diz respeito à
relação existente entre um negócio e o mercado. Citando Pinto (2007): “qualquer
organização que actue no mercado deve estar atenta às necessidades dos seus
utilizadores reais e dos seus utilizadores potenciais, ajustando-se a si e aos seus produtos
em função dessas necessidades de modo a assegurar a sua satisfação”.
A selecção de mercados-alvo é um outro aspecto que demonstra a necessidade de
direccionar esforços para os segmentos do mercado, os quais podem ser atendidos de
acordo com as condições de dimensão ou tamanho do mercado, assim como com a
missão da entidade que oferece o produto ou serviço.
- 14 -
Importa não esquecer que o marketing tem o propósito de realizar os objectivos
organizacionais, objectivos esses que devem estar bem definidos e claros, a fim de
ajudar a organização a sobreviver, por meio do atendimento eficaz do seu mercado.
Hughes (1978) apresenta uma definição menos abrangente, mas igualmente útil:
“marketing são as actividades que relacionam com sucesso uma organização com seu
meio ambiente”.
Em suma, é uma actividade que identifica as necessidades e desejos dos clientes de uma
organização (no caso das bibliotecas, os utilizadores), com base em estudos e
segmentação do mercado e determina qual o seu melhor alvo de mercado, os melhores
produtos, serviços e programas para servir esse mesmo mercado (Kotler, 1996; Pinto,
2007).
Marketing enquanto estratégia de comunicação utilizada nas bibliotecas, é a ferramenta
que dá a conhecer (através de sítios na internet, bookmarks, panfletos, símbolos
electrónicos, newsletters e folhetos) a existência das mesmas e dos seus serviços.
2.3. O marketing nas organizações não lucrativas
As técnicas de marketing foram adoptadas primeiramente pelas organizações lucrativas.
Contudo, nem sempre foi assim. Com as invenções emergentes que marcaram o final do
século XIX e o desenvolvimento contínuo associado aos progressos científicos, até
meados do século XX, as organizações viveram um período de economia de produção
— a chamada era da produção, em que o produto se vendia sozinho. Efectivamente, a
procura era superior à oferta, o que permitia o fácil escoamento dos produtos. O
resultado era a pouca importância atribuída ao cliente, ao ambiente e à concorrência e
uma maior orientação para a produção ao mínimo custo, sem a preocupação em como
vender.
Foi no período entre 1920 e 1950 que surgem a propaganda e as vendas criativas, para
atrair o cliente, pois acreditava-se que o consumidor era levado a comprar através de
propagandas persuasivas. As organizações e as empresas com fins lucrativos, esforçamse no sentido de vender, e aparecem os primeiros sinais de preocupação com a imagem
- 15 -
de marca perante o mercado. Para o efeito, recorre-se aos jornais, às paredes das cidades
e aos écrans de cinema. Surgem os reclames e os cartazes em que se empregavam
mensagens publicitárias para alertar os clientes. A tónica nestas mensagens centrava-se
sobretudo nas qualidades intrínsecas dos produtos (Reis, 2003; Pinto, 2007).
Com o desenvolvimento industrial, o aumento de produção e do número de produtos
disponíveis, os mercados começaram a não conseguir escoar os produtos. Com a
saturação dos mercados, as empresas procuraram técnicas e estratégias cada vez mais
sofisticadas para chamarem a atenção do cliente. É a partir da segunda metade do século
XX, a era do marketing, que as empresas se apercebem que o seu interesse deve centrarse nos clientes e nas suas necessidades – o mercado-alvo. O produto que as empresas
oferecem, passa a ser adaptado aos interesses do mercado. Surge o marketing voltado
para o consumidor em que, em vez de se empurrar para o cliente o que a empresa quer
produzir, o consumidor é que passa a definir o que as empresas devem produzir (Reis,
2003; Pinto, 2007).
Num campo de confronto com um ambiente complexo e em permanente alteração, as
empresas vêem-se postas perante o desafio de encontrarem um produto de sucesso. Uma
má decisão ou um recurso mal gerido, podem ser a destruição da empresa. É neste
preciso momento que o marketing actua como ferramenta para reduzir estes riscos e
enfrentar os desafios do mercado, de forma a permitir que a empresa seja mais rentável
e aumente as suas vendas ou serviços (Pinto, 2007).
Com a afirmação do sector dos serviços na economia das sociedades, a ferramenta que
estava associada com o mundo da produção de bens tangíveis, passou a ser aplicada
também nas organizações do sector dos serviços, surgindo, assim, a nova noção de
marketing de serviços (Pinto, 2007).
Podem os serviços ser comercializados, uma vez que são bens intangíveis?
Configura-se assim a questão da definição de "serviço" e são diversos os autores que o
fazem, como Bloom e Kotler. Mas Grönroos (1994) apresenta uma definição mais
abrangente:
“Um serviço é uma actividade ou uma série de actividades de natureza mais ou
menos intangível que, regra geral, ainda que não necessariamente, se geram na
interacção que se produz entre o cliente e os empregados de serviços e/ou os
- 16 -
recursos ou bens físicos e/ou os sistemas do fornecedor de serviços, que se
proporcionam como soluções para os problemas do cliente”.
Desta forma, é clara a diferença entre serviços e bens. Embora com características
diferentes, ambos são comercializáveis de forma diferenciada. Citando Domínguez
Sanjurjo (1996), as suas características são evidentes:
“Os produtos [bens tangíveis] já estão acabados e esperam para ser consumidos
pelos clientes assim que eles os adquiram. No caso dos serviços, os processos de
elaboração e consumo são simultâneos pois os serviços que a empresa oferece não
existem realmente até que se inicie o seu consumo”.
Pinto (2007) reforça a referência, afirmando:
“A intangibilidade dos serviços faz com que no seu consumo não exista
transferência da propriedade, ponto que caracteriza de forma fundamental os bens
tangíveis. Por outro lado, nos serviços existe uma simultaneidade entre a produção
e o consumo, enquanto que nos bens os processos de produção são prévios ao
consumo que o cliente irá efectuar”.
Desta forma, as técnicas de marketing passaram a ser adoptadas por organizações sem
fins lucrativos, ou seja, as bibliotecas e centros de documentação, instituições com
serviços e recursos que podem ser comercializados, como bens intangíveis. Ao
comercializarem esses bens a sua comunicação é desenvolvida e reforçada.
Nestas instituições, a definição dada pela Association of Research Libraries (1999) é
mais específica:
“Marketing é um processo organizado de planeamento e execução do conceito, do
custo, da promoção, da criação de ideias, dos produtos e serviços para criar
intercâmbios e satisfazer os objectivos individuais e organizacionais. O marketing
utiliza a informação demográfica e geográfica, e a informação psicológica e
comportamental. O marketing ainda realiza e cumpre a missão organizacional e,
como as relações públicas, convence e educa a consciência pública”.
Na verdade, comercializar os serviços biblioteconómicos é uma outra forma de
comunicar com os utilizadores acerca do que a biblioteca tem para oferecer à
comunidade. Embora o termo tenha uma conotação negativa para muitos profissionais
- 17 -
das bibliotecas, poucos são os que argumentam contra a necessidade de mostrar e
comunicar os serviços biblioteconómicos aos utilizadores da biblioteca (Duke e Tucker,
2007).
Quando se fala em marketing, este é comummente associado ao mundo dos negócios e,
de facto, as técnicas de marketing têm a sua génese na área das empresas que visam o
lucro, nas empresas produtoras de bens tangíveis e expandiram-se, posteriormente, às
empresas do sector dos serviços.
Não surpreende que as organizações sem fins lucrativos também possam beneficiar das
mesmas técnicas. Muitos outros autores referem como marco importante para essa
mudança de visão, o facto de Kotler e Levy terem afirmado, num artigo intitulado
Broadening the concept of marketing, publicado no Journal of Marketing (vol. 33, nº 1,
1969, p. 10-15), que o conceito de marketing deveria abranger também aquelas
instituições (Amaral, 1998; Pinto, 2007).
Como resposta sobre esta temática, em 1975, Kotler publicou a obra fundamental
Marketing for nonprofit organizations.
Na realidade, a aplicação deste processo às organizações não lucrativas gera bons
resultados, uma vez que este sector encontra-se mais evoluído, por ter ganho mais
maturidade e internacionalização. Este maior protagonismo das organizações sem fins
lucrativos alicerça-se no facto das mesmas se dedicarem a causas e áreas de actividade
fundamentais para a sociedade, nomeadamente fins sociais, culturais e artísticos. É certo
que, aplicar ou lançar uma biblioteca e seus serviços no campo do marketing não é fácil,
mas comercializar os seus produtos (recursos e serviços) é essencial, não obstante o tipo
de biblioteca. Cada organização sem fins lucrativos conhece bem os seus produtos, os
seus serviços e o que pode oferecer. Assim, o objectivo primário acaba por ser “educar”
o público e os utilizadores das bibliotecas, lembrá-los do valor que existe para oferecer
numa biblioteca, assim como relembrar aos bibliotecários o que existe dentro da sua
própria biblioteca e o que pode ser oferecido e “vendido” (Pinto, 2007; Marquez, 2011).
Verifica-se assim, que aquela técnica não é aplicável apenas às organizações que visam
obter fins lucrativos, pois todas as organizações entram em relação com o mercado e só
justificam a sua existência na sociedade, se trocarem com o exterior bens que a
- 18 -
sociedade valorize. Para isso, necessitam de técnicas que auxiliem essa relação com o
mercado, com os seus utilizadores e clientes (Pinto, 2007).
Neste campo, integram-se as Bibliotecas e os Centros de Documentação e Informação?
Sem dúvida, são organizações sem fins lucrativos, de grande importância para o mundo,
sobretudo pelas missões que procuram cumprir, abrindo portas a novas experiências
intelectuais, auxiliando os mais necessitados e dando voz às suas preocupações sociais
(Salün, 1992).
Estas instituições têm as características de possuírem objectivos variados mas não
financeiros e, dado que os seus utilizadores não pagam pelo que recebem, as mesmas
têm de dirigir as suas actividades de marketing não só para os utilizadores, como
também para as entidades que lhes fornecem os meios económicos. O facto de os
centros de documentação e as bibliotecas, como organizações não lucrativas que são,
não dependerem financeiramente do seu utilizador, pode ocasionar alguns problemas de
falta de recursos económicos. Ao não gerar benefícios económicos, não poderão
adequar a sua oferta às novas condições, geradas pelo êxito do marketing, com a mesma
rapidez e facilidade do que as organizações lucrativas. Em situações de crise económica,
é necessário que os centros de documentação e bibliotecas revejam os seus objectivos e
prioridades, de forma a não os manter demasiado ambiciosos, pois tais acções poderiam
espoletar uma luta pela sobrevivência. É do conhecimento comum que, em períodos de
dificuldades económicas, são os sectores da cultura e da educação os primeiros e os que
mais sentem os cortes orçamentais. No entanto, nestes períodos de crise, verifica-se que
tanto as bibliotecas académicas como as públicas, têm visto aumentar os seus
utilizadores por diversas razões, beneficiando assim o crescente interesse pela educação.
As bibliotecas públicas de acesso gratuito, em períodos de recessão, são muito
procuradas e descobertas, pela primeira vez, pelos consumidores mais carenciados. Com
este aumento de procura, desafios colocam-se a estas bibliotecas, ao mesmo tempo que
novas oportunidades se apresentam para se desenvolverem e se darem a conhecer. Mas,
surgem questões sobre esta nova vaga de utilizadores: continuarão a utilizar os serviços
das bibliotecas quando a recuperação económica começar a sentir-se? Serão os novos
utilizadores que irão continuar a frequentar as bibliotecas ou afastar-se-ão ao primeiro
sinal de recuperação económica?
- 19 -
Sobre estas questões, Pinto (2007) e Germano (2010), respondem que construindo um
plano de marketing devidamente planeado e sustentável, o mais certo é as bibliotecas
conseguirem manter os utilizadores e leitores existentes e , simultaneamente, manter os
novos utilizadores.
Mas o que concretamente faz com que um plano de marketing seja planeado e
sustentável e onde começa?
Qualquer programa de marketing deve ter uma visão estratégica principal, que defina o
seu objectivo, a alcançar com sucesso. Além disso, o marketing orientado para o
benefício que cria o produto ou o serviço direccionado ao cliente/utilizador, tem maior
probabilidade de sucesso (Schultz et al., 2002).
Germano (2010), mostra que focado nesse ponto está a criação de um plano
organizacional, persuasivo e convincente, alicerçado em dados concretos, que articulem
e identifiquem os vários clientes, as suas necessidades, desejos e expectativas, assim
como a relação da sua vida com o produto ou o serviço. Organizações com fins
lucrativos têm vindo a apostar cada vez mais numa estratégia de marketing narrativo,
especificamente relacionada com um produto com história. As bibliotecas poderão
beneficiar com esta nova tendência, apenas com uma alteração significativa: oferecem
serviços e não produtos. O guião do serviço, elaborado como um documento estratégico
interno de marketing, para ser usado por todos os trabalhadores, poderá servir como
guia a todos os possíveis utilizadores, de forma a captar a sua atenção e promover os
serviços da biblioteca.
2.3.1. A viragem das bibliotecas para o Marketing
A sociedade de informação colocou novos desafios às bibliotecas e aos seus
profissionais: a revolução da produção documental e os novos tipos de documentos,
introduzidos com o desenvolvimento tecnológico, vieram alterar o conceito de
biblioteca tradicional e dar lugar a serviços mais dinâmicos e consentâneos com as
necessidades dos utilizadores.
- 20 -
O desenvolvimento, o dinamismo e o marketing, enquanto ferramenta, têm sido a forma
para as bibliotecas e centros de documentação poderem colmatar as necessidades dos
seus utentes.
Actualmente, sente-se um despertar de curiosidade em relação ao marketing, um virar
da página à inércia que prevalecia e, perante uma cultura em constante transformação no
âmbito da informação e tecnologia, até os mais cépticos bibliotecários tomaram uma
posição contrária e adoptaram novas atitudes e estratégias no sentido de tornar a
informação mais atractiva e de informar acerca da sua existência (Circle, 2009).
Esta ideia de marketing bibliotecário não é uma novidade. Em 1896, este conceito foi
abordado por Lutie Stearns na American Library Association Conference, uma vez que
já existia de uma forma empírica, sem planeamento (Kotler e Levy, 1969).
Com o intuito de responder às necessidades dos utilizadores, alguns bibliotecários
preocuparam-se sempre em conhecê-los, o que, de alguma forma, acabava também por
divulgar a biblioteca e os seus serviços (Renborg, 1997).
Assim, as bibliotecas, como organizações sem fins lucrativos, em paralelo com as outras
organizações, mantinham relações de troca com o seu público, adoptando técnicas que
auxiliassem essa relação com o mercado, neste caso, com os seus utilizadores. Era
premente a necessidade de chamar novos clientes e uma urgência adoptar técnicas e
mensagens. “Marketing […]é um fenómeno social do nosso tempo e um elemento
essencial de qualquer organização do qual os serviços bibliotecários não podem viver de
forma isolada, dado que são geradores, transmissores e distribuidores de um produto
como a informação” (Mañas Moreno, s.d.).
As novas tecnologias levaram ao aparecimento de novos recursos de informação, novos
suportes, novas actividades e novas técnicas de transmissão de informação, obrigando
as bibliotecas a encontrarem ferramentas que permitissem uma melhor comunicação e
promoção dos seus serviços e recursos e, assim, responderem às necessidades e desejos
cada vez mais exigentes dos seus utilizadores. Com orçamentos limitados, de forma
criativa, estas organizações dinamizam os seus serviços, comercializam-no e “vendemno” através da Web 2.0 (Twitter e Facebook), mashups e timelines, website e homepage
e outros (Pinto, 2007; Marquez, 2011).
- 21 -
É neste momento que o marketing pode ser encarado como uma ferramenta de difusão
da informação e como forma de identificar as necessidades de informação existentes,
para se poderem obter recursos informativos mais adequados à satisfação das
necessidades dos utilizadores.
É crucial a utilização de meios eficazes para a divulgação da existência dos recursos,
serviços e do próprio centro ou biblioteca, entre os elementos da comunidade. Esta
atitude é a base da difusão da informação. Resumindo, é preciso saber “comprar” e
saber “vender”, isto é:
“no âmbito da informação é imperativo saber adquirir o que realmente interessa
aos utilizadores, mas também é muito importante saber vender-lhes os recursos
informativos, […] dar-lhes a conhecer a existência dos documentos e dos serviços
que existem no centro e que se encontram à sua disposição” (Pinto, 2007).
Assim, como se irá tentar demonstrar ao longo deste trabalho, com a utilização de
técnicas e estratégias de marketing, a segmentação do mercado, os objectivos definidos
que se pretendem atingir e a utilização de meios de promoção eficazes, estabelecer-se-á
uma comunicação e difusão eficaz da informação para os utilizadores. Espera-se, dessa
forma, o aumento dos níveis de utilização da biblioteca e da rentabilização dos
investimentos realizados.
Ao assistir-se à divulgação das bibliotecas ou serviços através de utilização de cartazes,
de programações especiais, de notícias na rádio e jornais, a ideia de que se está a
comercializar destaca-se, não obstante o facto de estas actividades poderem ser
eficientes para tornar a biblioteca mais conhecida e mesmo para mudar a imagem da
comunidade em relação à biblioteca ou centro de documentação — este esforço é
apenas uma parte de um processo de marketing. Neste contexto, encontra-se o
marketing-mix com alguns dos seus instrumentos: publicidade, promoção e relações
públicas. A aplicabilidade dessa ferramenta em organizações sem fins lucrativos, tem
sido muito mencionado nos media e a inclusão de bens intangíveis neste conceito, foi
um dos principais avanços nesta área, o que permite a realização de uma troca, ou seja,
a entrega de algo de valor (dinheiro, bens, informação, atenção, etc) em troca de outra
coisa de valor, satisfazendo as necessidades de ambas as partes. Observando o caso das
bibliotecas, estas oferecem os seus serviços, livros, filmes, audiovisuais, orientação,
- 22 -
respostas a perguntas, em troca do tempo e da atenção do utilizador ou do leitor
(Rachman e Romano, 1980; Oliveira, 1985).
Na realidade, este conceito pode ser muito controverso. Muitos justificavam que o
marketing não podia ser aplicado a instituições sem fins lucrativos, devido a este
conceito de troca ser muito básico, uma vez que o modelo está fundamentado no
conceito de que o processo ocorre quando duas partes espontaneamente trocam algo de
valor para satisfazer algumas das suas necessidades. No modelo clássico de marketing,
bens e objectos tangíveis são trocados por dinheiro, tal como acontece nas lojas. Esta
definição acaba por excluir bens e serviços que oferecem benefícios simbólicos e/ou
psicológicos, como é o caso da bibliotecas. Mas, analisando bem o conceito e o
procedimento, bens intangíveis podem estar inferidos, como por exemplo, as relações
públicas, a boa vontade gerada ou a confiança que o cliente tem no produto (Kotler,
1980; Hannabus, 1983).
Assim, uma biblioteca pode oferecer serviços intangíveis tais como o ambiente
confortável, o incremento cultural e desenvolvimento intelectual do seu utilizador, etc.
Desta forma, existe uma troca com a sua comunidade onde ambos são beneficiados,
satisfazendo as suas necessidades (Oliveira, 1985).
Qualquer serviço não lucrativo, neste caso concreto, um Centro de Documentação e
Informação, que tenta influenciar o comportamento do público, invariavelmente está
envolvido em marketing. Pode até não ter um gestor ou director de marketing ou mesmo
um orçamento para esta actividade, mas ao tomar decisões sobre produtos e serviços,
baseadas no comportamento da comunidade, o centro está intrinsecamente ligado ao
marketing. Isto não implica que, pelo facto de exercer algumas actividades de
marketing, esteja a ser administrada com uma orientação voltada para essa prática
(Dragon, 1983).
Oliveira (1985) apresenta, de uma forma interessante, a diferença de organizações na
forma como utilizam o marketing:
“Existe uma diferença muito importante entre aquela organização que aborda o
marketing começando pelo produto e depois usa a publicidade para “vender” esse
produto e aquela que começa o processo analisando e identificando o
comportamento e as necessidades dos vários segmentos do mercado, e a partir
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destes dados, desenvolve um produto/serviço especificamente para resolver
problemas e satisfazer as necessidades que foram previamente detectadas. Aquela
primeira abordagem, onde os produtos são desenvolvidos e depois “vendidos”, é
chamado de “orientação por produto”. Para isto, é utilizada a propaganda,
publicidade, relações públicas, política de preços e pessoal especializado para
incluir o produto na mente do consumidor.
O objectivo de quem utiliza a segunda abordagem, ou seja, as organizações
orientadas pelo marketing, é satisfazer uma necessidade específica. A organização
primeiro identifica as necessidades dos segmentos de seu mercado alvo, cria
produto/serviços para satisfazer estas mesmas necessidades, e utiliza a publicidade
e promoção para comunicar a este segmento, a capacidade que seu produto tem de
satisfazer aqueles anseios e desejos”.
Esta abordagem define exactamente a posição das bibliotecas ao aplicarem marketing
nos seus serviços. Estas organizações, ao exercerem a comercialização, mostram estar
voltadas para o produto, neste caso, o serviço, tendo este um valor presumido. O
trabalho deste processo, consiste em incutir no público o valor do serviço/produto, uma
consciencialização do seu valor, tanto quanto os profissionais da informação da
biblioteca a têm sobre os seus serviços (Oliveira, 1985).
2.3.2 O profissional bibliotecário e o marketing biblioteconómico
A maioria do público desconhece realmente o trabalho do bibliotecário, o que tem
contribuído para a falta de consciência da importância de uma biblioteca, para a resposta
às necessidades de informação do público. A imagem tradicional de um bibliotecário é
de um indivíduo fechado nos seus livros, discreto, zeloso pelo silêncio e pela ordem no
seu trabalho. Mas esta imagem, que durante tanto tempo foi cultivada, na verdade tem
sido prejudicial. Agora é tempo de “quebrar o silêncio” e voltar-se para um trabalho que
provoque “ruído”, que mostre os recursos, os serviços e o seu trabalho, ao público e ao
utilizador da sua biblioteca. É imperativo esta atitude para que a biblioteca seja capaz de
manter os seus leitores e conquistar novos utilizadores, comercializar os seus recursos e
serviços (Salaün, 1992; Nardy e O’Day, 1990, Summey, 2004).
- 24 -
O bibliotecário possui competências técnicas, humanas e conceptuais, o que
proporciona a capacidade de actuar no mercado de trabalho público e privado, em
centros de documentação e informação, dentro das bibliotecas. Trabalha com tecnologia
de ponta e desempenha a função de gestor bibliotecário (Chaivenato, 2002; Góis, 2010).
Essa competência conceptual consiste na capacidade para lidar com ideias e conceitos
abstractos, tendo sido demonstrada ao longo dos tempos. No entanto, no início, o que se
encontrava à volta do profissionalismo dos bibliotecários, era uma forte sensação de
desconfiança e de guerrilha contra tudo o que viesse alterar a rotina documental e da
biblioteca. Essa mesma guerra foi travada igualmente contra o marketing, uma vez que,
durante anos, o profissional da informação e documentação, trabalhou sem essa
ferramenta e sentia-se bem dessa forma (Circle, 2009).
Essa mentalidade foi mudando. Actualmente, o bibliotecário adaptou-se às novas
exigências e demonstra a sua capacidade técnica, humana e conceptual.
Como se adaptou o bibliotecário e demonstrou as suas capacidades?
É do conhecimento geral que nos centros de documentação e bibliotecas vende-se o
produto intangível. É necessário satisfazer as necessidades sociais sem recorrer a fins
lucrativos. Assim, os bibliotecários para satisfazerem os seus utilizadores precisam das
ferramentas capazes de chamar a atenção do público-alvo, visando principalmente a
satisfação e os laços de interactividade entre as partes: o utilizador e a biblioteca, tendo
como intermediário o bibliotecário. Para isso, o recurso ao marketing tem sido uma
constante. Este processo é a melhor forma de promover os serviços e produtos que uma
biblioteca pode oferecer; é uma ferramenta que valoriza os produtos e serviços à medida
que suprem os desejos e necessidades do seu utilizador com a maior qualidade possível.
O bibliotecário, uma vez mais recorre às suas competências e adaptando-se às novas
ferramentas existentes, “vende” o seu produto (Góis, 2010).
Desta forma, a informação como produto e o marketing como ferramenta na gestão de
serviços de informação, estão ligados ao interesse e necessidade de relacionamento com
a comunidade, na capacidade de informar, na segmentação do mercado e na
apresentação dos produtos e serviços.
Devido às características de cada indivíduo, as necessidades de um utilizador poderão
ser variadas. Cada utilizador procura a sua informação, o seu espaço e a motivação da
- 25 -
procura de uma biblioteca poderá ser estritamente puro lazer, investigação ou estudo.
Neste campo, as ferramentas do marketing, através da pesquisa e identificação das
necessidades desse público-alvo, conseguem criar os produtos e serviços adequados às
necessidades dos utilizadores das bibliotecas.
Mas, como é realizado este processo? Através de um levantamento do nível de
satisfação dos utilizadores, preenchendo inquéritos e fichas de presença, ou através de
uma pesquisa sobre as opiniões dos utilizadores em relação à instituição, sobre as
instalações, serviços e produtos oferecidos, espaço envolvente, acessibilidade e
localização. Esta identificação da concepção que os utilizadores têm sobre a biblioteca,
a sua importância e o trabalho realizado pela mesma, é importante para trabalhos
futuros. (Pinto, 2007; Chaivenato, 2002; Góis, 2010).
Neste processo, o bibliotecário tem um papel crucial, uma vez que é ele quem se
encontra à frente do serviço e atende os utilizadores.
Concluindo e sublinhando, é cada vez mais frequente depositar no profissional
especializado (o bibliotecário) a gestão da biblioteca, isto é, para além das funções
inerentes ao seu cargo, desempenha a função de gestor, de economista, de marketeer, de
relações públicas e de publicitário.
2.3.3. Porquê aplicar o marketing numa biblioteca?
No passado, comercializar uma biblioteca era visto como desrespeitar ou denegrir a
profissão. Mas, nos últimos 10 anos, tem-se assistido a um crescente número de
publicações sobre marketing biblioteconómico, nomeadamente a partir de 1998. Os
profissionais de biblioteca têm vindo a constatar que os utilizadores precisam conhecer
os produtos que a biblioteca possui e que lhes pode oferecer, quer tecnológica como
fisicamente.
Este comportamento demonstra, cada vez mais, a importância de se comercializar os
serviços de uma biblioteca. Razões várias surgem para que a comercialização seja
aplicada, tais como:
- 26 -

cumprir a missão da biblioteca,

atender as necessidades dos utilizadores,

atrair novos utilizadores e manter os actuais,

destacar programas e serviços exclusivos,

aumentar a utilização da biblioteca ou CDI
Talvez a mais importante de todas as razões será a de que, ao comercializar a biblioteca,
ajuda-se a cumprir integralmente a sua missão. A declaração de uma missão, se escrita
correctamente, poderá ser uma ferramenta poderosa na promoção da biblioteca, isto é,
se as bibliotecas devem representar instituições de valor, terão de encontrar formas para
se distinguirem da sua concorrência, razão pela qual o marketing existe. Ainda, uma
declaração da missão que emita uma mensagem clara e objectiva sobre a contribuição e
o papel único desempenhado pela biblioteca, é um primeiro passo de grande valor
(Duque e Tucker, 2007; Wallace, 2004).
Um outro passo importante, que potencia o sucesso da biblioteca, é conhecer e perceber
as necessidades dos seus utilizadores, pois assim poderá mostrar o seu valor,
permitindo-lhe consequentemente criar um orçamento ou mesmo garantir um
financiamento. Ajudará igualmente a biblioteca a adoptar novos serviços, programas e
recursos, caso seja necessário. Essas necessidades e a procura dos utilizadores, poderão
ser conhecidas pela biblioteca através de pesquisas formais e informais, através de
questionários apresentados no serviço de referência. Esta será também uma boa
ferramenta para a biblioteca manter o contacto com os seus utilizadores, pois se o não
fizer, corre o risco de os perder, uma vez que estes encontrarão outras fontes de
informação alternativas para as suas necessidades (Duque e Tucker, 2007).
Duque e Tucker (2007), referem num artigo publicado na Technical Services Quarterly
que, de acordo com pesquisas e estudos efectuados em algumas universidades pela The
Pew Internet and American Life Project, os estudantes universitários são propensos a
usar motores de busca e outros sites para pesquisarem e obterem informação devido à
facilidade de acesso. O mesmo estudo revela que 73% dos alunos usam a internet para
pesquisa de informação e que apenas 9% utiliza a biblioteca mais do que a internet.
Perantes estes resultados, tanto as bibliotecas académicas como todas as outras
- 27 -
bibliotecas, precisam de divulgar os seus serviços, únicos nalguns casos, que a internet e
os motores de busca não oferecem. Concretamente, não há necessidade de entrar em
competição, mas sim destacar os benefícios que os utilizadores poderão obter utilizando
os recursos da biblioteca. Certo é que, este caminho apresenta um trabalho contínuo de
campo, uma vez que os utilizadores precisam de ser informados e actualizados sobre os
novos serviços e produtos que se encontram na biblioteca. Ainda, o número de
utilizadores vai variando anualmente, alguns mantêm-se, outros aparecem pela primeira
vez, o que implica uma actualização constante dos serviços, assim como, informar os
novos utilizadores de todos os serviços e ofertas que a biblioteca disponibiliza (Duque e
Tucker, 2007).
2.3.4. Objectivo de um plano de marketing
O objectivo de um plano de marketing é providenciar um enquadramento lógico e
compreensível do desenvolvimento das suas actividades.
Um plano cuidadosamente elaborado para uma determinada biblioteca, ajudá-la-á a
utilizar eficientemente os seus recursos, isto é, pessoal, tempo e dinheiro.
Como parte do processo da elaboração de um plano, o acesso a informações de
actividades de marketing que foram implementadas no passado são de grande valor,
assim como a criação de mecanismos de arquivo de informações sobre actividades
anteriores. Estes arquivos de informação irão ajudar a criar novas estratégias, tendo em
conta o trabalho anterior. Um plano, ao ser projectado, não implica que a sua aplicação
seja imediata. Este poderá ser utilizado como um repositório de ideais, isto porque nem
todas as ideias que surgem poderão ser implementadas, por razões orçamentais, falta de
recursos, processo burocrático e moroso, etc. Este comportamento prova, de uma forma
interessante, que o plano é um documento “vivo”, uma vez que existe a possibilidade de
mudá-lo, desenvolver e adaptá-lo às necessidades e interesses dos utilizadores e leitores.
Essas mudanças não são prejudiciais. Antes pelo contrário, beneficiam a biblioteca,
obrigando-a a evoluir e a apresentar serviços e programas que vão de encontro às
necessidades e interesses dos utilizadores. Em suma, um plano de marketing oferece
uma estrutura que ajuda as bibliotecas a informarem e a dar conhecimento dos seus
- 28 -
serviços e recursos aos utilizadores, ao mesmo tempo que, aprendendo com o passado,
poderão elaborar novas ideias para o futuro. Estes são factores importantes que resultam
numa melhor utilização dos recursos biblioteconómicos (Duque e Tucker, 2007, Sáez,
2002).
2.3.5. O plano de marketing numa biblioteca é garantia para o sucesso?
Recentemente, programas de ensino à distância têm sido praticados cada vez mais por
diversas instituições, o que espoletou um aumento do número de alunos e de
professores/formadores
à
distância.
Como
resultado,
estas
comunidades
de
aprendizagem à distância levantaram desafios e, ao mesmo tempo, oportunidades para
qualquer tipo de biblioteca, especialmente as bibliotecas universitárias. No entanto, tal
não invalida que as outras bibliotecas adoptem o mesmo tipo de programa, como forma
de manter os seus utilizadores ou de cativar novos públicos.
Na Primavera de 2000, foi realizado um estudo por William Allen White, na Emporia
State University, sobre o conhecimento e uso dos serviços da biblioteca através do
ensino à distância. A conclusão do inquérito, realizado aos indivíduos que utilizaram
este programa de ensino, foi que estes não tinham conhecimento dos serviços e recursos
disponíveis na biblioteca, conhecendo apenas aqueles que estavam disponíveis para
satisfazer as suas necessidades (Fisk, 2000).
Embora não tenha sido publicado, o referido estudo demonstra a relação entre o público
e as bibliotecas. De certa forma, vem ajudar as bibliotecas com a necessidade de
despertarem para a realização de um plano de marketing, a aplicar nos seus serviços, de
forma a promover a toda a comunidade os seus recursos e serviços, inclusive e
especialmente à comunidade de ensino à distância, uma vez que a missão de uma
biblioteca é ajudar, dar o conhecimento ao público, oferecer os seus serviços e recursos
e mostrar o quão fundamentais são para a educação (Summey, 2004).
Perante estes factos, pode questionar-se: será correcto e necessário comercializar este
processo tão importante de aprendizagem?
- 29 -
Embora a biblioteca ainda tenha uma presença sólida na educação — tendo tido no
passado o monopólio na prestação da informação e de serviços —, actualmente
encontra-se ameaçada pelos novos programas de ensino à distância e da World Wide
Web, serviços esses aos quais o público cada vez mais recorre como resposta à sua
exigente necessidade de informação. Este é um problema que cada vez mais as
bibliotecas enfrentam. Como resposta, existe a necessidade das bibliotecas apostarem na
sua imagem, como um carimbo, uma marca que fique gravada na mente do público,
uma marca que a identifique no mercado da informação. Esta “marca de identificação”
existe, especialmente no mundo do marketing. É um conceito que os consumidores
associam a um produto, serviço ou instituição. Um logótipo ou um slogan, poderá ser o
suficiente para evocar a imagem de uma instituição, e neste caso concreto, de uma
biblioteca ou CDI. Assim, é importante para as bibliotecas que nos seus recursos
electrónicos e noutros tipos de serviços que oferece, incluir o seu nome, o seu logótipo.
Até recentemente, as bibliotecas e os seus bibliotecários, têm descurado esta importante
ferramenta, esquecendo-se que são uma espécie de “chave” no ecossistema da
informação, que tanto contribuíram para a sobrevivência e sucesso da ecologia da
informação, pois sem os bibliotecários a informação deixaria de funcionar e existir
(Nardy e O’Day, 1990, Summey, 2004).
Logo, a operação de uma biblioteca orientada para o utilizador, tem como significado a
utilização de técnicas de marketing. De uma forma geral, são as bibliotecas que, de
forma mais eficiente, conhecem as técnicas de resolver as necessidades e desejos de
informação dos utilizadores, resolver os seus problemas, o que, no fundo, denota uma
capacidade de comercialização dos seus produtos. O público em geral, espera que as
bibliotecas prestem um serviço que inclua o acesso a livros e outros materiais,
juntamente com serviços de referência e de pesquisa, embora aqueles que optam pelo
ensino à distância não esperam encontrar todos esses serviços. Neste ponto, o marketing
apresenta-se crucial para a biblioteca, sendo o comercializar os seus recursos e serviços
a esse público à distância, uma chave para o sucesso do plano ou programa (Nardy e
O’Day, 1990, Summey, 2004).
As bibliotecas devem olhar para a educação à distância como uma nova oportunidade de
negócio, utilizando técnicas de avaliação e análise de mercado, assim como aplicar uma
“marca de identificação”, um logo, um slogan para projectar uma imagem exclusiva e
- 30 -
reconhecida perante esse público à distância. Mais uma vez, o marketing, neste campo,
é essencial para o sucesso de qualquer programa (Wolpert, 1998).
No entanto, a realização de uma campanha de marketing com sucesso poderá ser difícil,
mas não se afigura impossível. Por essa razão, o planeamento é uma componente crucial
no processo de comercialização (Nardy e O’Day, 1990, Summey, 2004).
Posto isto, o que é exactamente um plano de marketing e quem deve criá-lo? Como
organizar um plano?
2.4. Criar um plano de marketing, medidas a tomar
Como demonstrado no ponto anterior, um plano de marketing pode contribuir em muito
para o sucesso de uma biblioteca.
O plano tem a função de identificar as questões cruciais para o sucesso a longo prazo.
Implica um planeamento que envolva todos os peões principais no processo para o
alcance dos objectivos. Invariavelmente, o plano aplicado à biblioteca proporciona
estabilidade e serve como um fio-de-prumo, obrigando a instituição a ter uma visão
actual do progresso, mas também olhar para o futuro, que poderá ser num prazo de 3 a 5
anos. Ao aplicar-se um plano numa biblioteca, é indiscutível que este obriga à
elaboração de um orçamento (Gumpert, 1996).
Cada plano deve ser elaborado de forma clara e objectiva e identificar os objectivos a
atingir. Deve respeitar a hierarquia existente na organização e, acima de tudo, ser
representativo e com uma imagem forte fora da organização.
No entanto, um plano de marketing não tem que ser criado de raiz. A biblioteca ou o
CDI poderá criar um plano próprio, mas não obrigatoriamente, pois poderá olhar para
modelos já existentes de outras bibliotecas e instituições, antes de iniciar um novo. Este
processo poderá facilitar a sua elaboração e trazer benefícios, no sentido em que a
biblioteca poderá aperceber-se, logo de início, de estratégias e orientações a tomar
(Gumpert, 1996; Summey, 2004).
- 31 -
De facto não existe uma fórmula exacta para a elaboração de um plano de marketing.
Este deverá ser flexível, adaptar-se às situações e deve ser elaborado de acordo com a
natureza de cada biblioteca. Poder-se-ão elaborar, pelo menos, dois tipos de planos: um
simples ou um mais estruturado e completo. A aplicação de cada plano dependerá dos
objectivos e da preparação de cada instituição. Assim, um plano simples, e, tendo em
conta também as questões já apresentadas, deve incluir o seguinte: a declaração da
missão da instituição, segmentação do público-alvo, metas e objectivos, estratégia
global de marketing e métodos de avaliação dos resultados (Summey, 2004).
No entanto, de acordo com Summey (2004), um plano mais estruturado e completo
deverá incluir:
Sumário Executivo. Esta parte do documento dá a conhecer uma visão geral do plano ao
resumir e descrever o serviço ou serviços a prestar. Apresentará as metas, as propostas e
os objectivos, o orçamento de execução, prazos e pessoal necessário para a sua
execução e os resultados esperados. Este sumário pode ser longo ou curto, mas deverá
ser sucinto e servir de introdução ao plano.
Índice. Servirá de guia ao plano em si e deve apresentar-se a seguir ao Sumário
Executivo. É uma ferramenta necessária porque, seja qual for o tipo de plano, grande ou
pequeno, ele deverá ter um índice que auxilie a navegação e a localização de
informações.
Introdução. A Introdução apresenta-se logo após o Índice e, ao contrário do Sumário
Executivo, que fornece uma visão geral do plano, a Introdução contém os detalhes dos
serviços ou recursos. Fornece a base de todo o documento, descrevendo o programa ou
a biblioteca objecto de marketing.
Análise Ambiental. Esta parte do plano de marketing levantará a questão: “Qual o estado
em que se encontra a biblioteca actualmente?”. A resposta será dada com uma outra
questão: “O que comercializa a biblioteca?”. Neste ponto, deverá ser feita e incluída
uma análise SWOT (forças/strength, fraquezas/weaknesses, oportunidades/opportunities
e ameaças/threats) da biblioteca. Esta análise irá fornecer uma descrição da biblioteca e
da sua situação actual, uma análise do mercado e descrição dos clientes actuais,
potenciais concorrentes, uma radiografia dos serviços e produtos oferecidos, a estratégia
de marketing utilizada, a cultura e os trabalhadores da organização e o seu papel na
- 32 -
instituição. A análise SWOT permitirá ver se os serviços e recursos da biblioteca estão
bem direccionados para o mercado ou o que será necessário fazer para que
desempenhem as suas funções. Além disso, a análise permitirá, após reflexão, descobrir
oportunidades futuras para a biblioteca.
Segmentação do mercado. Elemento importante, uma vez que as bibliotecas têm um
público muito variado, com necessidades e expectativas específicas, que dependem da
sua idade, sexo, nacionalidade e condição económico-social. A inclusão da segmentação
do mercado no plano a aplicar à biblioteca, permitirá oferecer serviços adequados a cada
grupo de utilizadores com necessidades e características semelhantes entre si. Este
elemento permite que a biblioteca faça um uso mais racional dos seus recursos e que
realmente satisfaça as necessidades e expectativas do público-alvo, uma vez que a oferta
não é a mesma para todos os utilizadores.
Missão e Visão. Estes são elementos importantes na estruturação dum plano completo
de marketing, pois são o fio condutor de todo o documento. Caso a biblioteca não tenha
a missão e a visão redigidas, este é o momento propício para o fazer. A declaração da
missão deve ser clara e concisa sobre o cerne da biblioteca. Para o efeito, existem
perguntas pertinentes que poderão ajudar na elaboração da missão da biblioteca no que
respeita ao utilizador: “que tipo de utilizador ou leitor frequenta a biblioteca?”, “quem
deve frequentar a biblioteca?”. No âmbito dos serviços e programas existentes na
biblioteca, uma segunda pergunta poderá ajudar na elaboração: “que faz a biblioteca
pelo utilizador?”. Por último, mas não menos importante, a biblioteca poderá colocar a
seguinte questão: “de que forma são fornecidos os serviços e recursos aos
utilizadores?” A missão da biblioteca deve ser ambiciosa. No entanto, não deverá
constituir entraves que inviabilizem e que tornem impraticável ou mesmo inalcançável o
alcance dos objectivos. Deve ser inspiradora e algo que a biblioteca ambiciona que, com
esforço, possa atingir.
Metas e objectivos. Estes devem ser claros, precisos, detalhados, práticos e enquadrados
na ambição e realização da biblioteca. Deverão ser mensuráveis.
Estratégia global de marketing. Na estratégia de comercialização da biblioteca deverão
ser considerados os recursos ou serviços existentes, ou a criar, para serem
comercializados e apresentados ao mercado, assim como considerar se os recursos e
serviços existentes deverão ser estendidos a novos mercados ou clientes. A decisão a
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tomar para a estratégia de marketing influenciará todo o plano, sendo esta composta por
etapas para promover o serviço e como a biblioteca pretende chegar ao resultado final.
Assim, o marketing biblioteconómico deve ser um processo contínuo e dinâmico, deve
permitir que a biblioteca se focalize nas metas e deve, ainda, definir prioridades. Nesta
fase do processo deverão ser tidas em conta as ferramentas de marketing – marketingmix ou marketing dos 4Ps (como é habitualmente conhecido, devido à designação dos
seus factores em inglês começarem todos pela letra P). O marketing-mix define-se como
um conjunto de ferramentas que a organização utiliza de forma a produzir a resposta
que deseja no mercado-alvo e alcançar sucesso no mercado, através de um produto. É
um suporte da organização na procura dos seus mercados-alvo e dos seus objectivos,
assegurando, assim, a sua posição perante a concorrência e o mercado que pretende
atingir. A definição do marketing-mix assenta nos principais factores:
 preço (price);
 produto (product);
 promoção (promotion) e
 distribuição (place).
Existem três outros factores que serão abordados, com igual importância: pessoas,
processo e evidência física.
Estas ferramentas foram criadas num período em que a maior parte das empresas
produziam produtos tangíveis. Quando os 4Ps foram idealizados, concebidos e
aplicados, o marketing passou a desenvolver mensagens que exprimiam os benefícios
do produto, a aplicação do preço correcto, promoção e procura de locais e
estabelecimentos para a entrega e venda do produto. No início, este processo foi criado
com a intenção de fornecer um quadro para uma actividade, ou área funcional, mais
ligada à arte do que à ciência e que nem sempre era facilmente compreendida pelos
gestores, especialmente em termos de valor real para toda a organização (Sáez, 2002;
Summey, 2004; Constantinides, 2006; Kotler and Armstrong, 2006; Germano, 2010;).
Implementação. O calendário de implementação deve ser estabelecido com os marcos e
prazos a cumprir, que deverão ser curtos, dentro do razoável. Desta forma permitirá o
avanço do plano e a sua campanha. Deverão ser tomadas em conta atrasos, pois estes
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são inevitáveis no processo. Todos os recursos necessários para a realização das
estratégias de marketing deverão ser indicados, ou seja, equipamentos, suprimentos,
pessoal, tempo necessário para cumprir a comercialização e a proposta de um
orçamento.
Avaliação ou técnicas de avaliação. Esta será a parte crucial do projecto. É uma fase
que mostra a eficácia do processo do plano e deve realizar-se ao longo de todo o
processo, não apenas no final. Devem ser feitas avaliações periódicas para se conhecer
os resultados do processo, isto é, se está a ter um balanço positivo ou se existe a
necessidade de ser corrigido e de alterar as estratégias. No final, deve realizar-se uma
avaliação sumativa (Summey, 2004).
Reforçando a importância de um plano de marketing a aplicar a uma biblioteca, apesar
da sua especificidade, Duke e Tucker (2007) apresentam regras que devem ser
aplicadas, recomendam incluir a colaboração de todos os trabalhadores e ainda ter em
conta questões como:
1. Qual é o público-alvo do marketing?
2. Quem faz o marketing?
3. O que pode ser comercializado?
4. Como pode uma biblioteca escolher o que vai ser comercializado?
5. Que produtos chave deverão ser incluídos nas actividades de marketing?
6. Como avaliar as actividades de marketing?
Estas questões são de grande importância, pois ajudarão na elaboração do plano.
A quem é dirigido o marketing? Questão que mostra a importância de incluir no plano
uma lista completa do potencial público-alvo, a segmentação do mercado.
Dependendo do serviço, recursos ou actividade a ser comercializado, grupos como
estudantes, professores e professores aposentados, investigadores, funcionários,
familiares, administração, gabinetes e a comunidade em geral, deverão ser incluídos.
Esta mesma lista poderá ser dividida por cada grupo. Por exemplo, dentro do grupo de
estudantes a divisão poderá ser: estudantes e estudantes universitários, estudantes
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estrangeiros, o ano, disciplina ou curso, futuros estudantes universitários, pais e
familiares dos estudantes etc.
Ao criar-se um plano de marketing, a biblioteca poderá fazê-lo dirigindo o plano ao
público em geral ou apenas para uma segmentação, dependendo do objectivo da
actividade ou recurso.
Quem faz o marketing? O sucesso da comercialização de uma biblioteca depende de
toda a equipa e da sua compreensão sobre a importância da existência do marketing.
Todo o apoio e ajuda por parte dos trabalhadores da biblioteca são uma mais-valia para
o sucesso do plano a implementar. Sendo esta técnica visto como uma actividade
planeada através de cartazes, postais ou anúncios, de forma a destacar um recurso ou
serviço biblioteconómico, todo o comportamento e trabalho da equipa da biblioteca terá
um impacto nos utilizadores e potenciais utilizadores, o que é uma forma de marketing.
Assim, é de grande importância que os trabalhadores estejam conscientes do valor e
impacto que o seu trabalho e cortesia causarão, o que implica realizar formações, neste
âmbito, direccionadas aos trabalhadores, assim como a frequência de eventos sociais e
reuniões — fundamental para a consciencialização da importância do produto e de
como ele deve ser comercializado.
Toda a equipa deve ser conduzida pelo bibliotecário responsável pelo marketing e o
plano deverá ser projectado para um período de 1 a 5 anos.
O que pode ser comercializado? Certamente que numa biblioteca é possível obter-se
uma lista completa de todos os serviços e recursos existentes a promover. Os temas
abordados na missão e na visão da biblioteca, bem como documentos estratégicos e
ideias, deverão ser incluídos nessa lista, o que posteriormente implica uma revisão
constante, de forma a não se perderem ideias e temas para o mercado, potenciando
assim a interacção de todos os colaboradores.
Respondendo mais directamente à questão, Sáez (2002) afirma que:
”Tudo pode ser comercializado: produtos serviços, organizações, pessoas, lugares,
etc. Os produtos vão desde as maçãs até ao Jardim Zoológico; os serviços vão
desde o canalizador até à psicoterapia e as pessoas podem ir do presidente até ao
cantor. Bibliotecas, centros de informação, centros de formação, serviços de
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informação, bibliotecários, profissionais da informação, formadores, gestores de
informação, todos podem ser comercializados com sucesso.”
Nessa lista poderão ser incluídas áreas como: sessões de formação, empréstimo interbibliotecas, uso de colecções digitais ou impressa, reservas de documentos,
oportunidades de exposição, novos equipamentos ou tecnologia na biblioteca e espaços
existentes na biblioteca (salas de projecção, salas de estudo em grupo, etc).
Como pode uma biblioteca escolher o que vai ser comercializado? As actividades do
marketing geralmente alicerçam-se em quatro principais categorias:
1. Tempo para eventos focalizados em recursos, programas e serviços novos ou já
existentes;
2. Eventos anuais (por exemplo: sessão de autógrafos, semana da biblioteca,
aniversários e comemorações estatais, efemérides etc);
3. Objectivos seleccionados, sendo estes escolhidos com base na estratégia e no
planeamento de temas considerados mais relevantes para o ano em curso;
4. Eventos não agendados (um prémio recebido ou condecoração).
O planeamento das actividades, com base nos três primeiros pontos, será benéfico para
a biblioteca. No início de cada ano, tendo em conta o que o público-alvo necessita e
baseando-se em diversos factores e recursos disponíveis (tempo disponível por parte da
equipa de trabalho e orçamento), poder-se-á constatar quais as actividades que se
encaixam de forma coerente e o que tem sido realizado através do planeamento
estratégico.
No ponto 4, as actividades de marketing serão determinadas de acordo com o evento
não agendado a realizar.
Mas a chave fundamental de um plano eficaz, é planear com antecedência a
comercialização a realizar durante todo o ano, sendo que é importante que o mesmo seja
flexível e capaz de adaptar-se a acontecimentos inesperados, de forma a permitir
mudanças dos recursos e serviços.
Que produtos chave deverão ser incluídos nas actividades de marketing? Embora as
estratégias de marketing se encontrem dependentes do público-alvo a atingir, do serviço
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e dos recursos ou programas escolhidos, existem pontos que devem ser considerados no
desenvolvimento das actividades de marketing. São esses:
 Clareza sobre os benefícios que os utilizadores irão obter através dos recursos,
serviços ou programas destacados, sendo que as mensagens a transmitir devem
estar de acordo e estritamente ligadas a esses benefícios;
 A mensagem ligada às actividades de marketing deve ser clara e consistente;
 As mensagens de marketing deverão ser transmitidas com convicção e
seriedade;
 Ter em conta que determinados recursos sobre o qual recaem as actividades de
marketing têm um custo e sustentabilidade (recursos ambientais, recursos
financeiros e humanos);
 Convencionalmente, as mensagens deverão ser vistas e ouvidas um mínimo de
sete vezes pelo público-alvo para criar impacto;
 É apropriado que exista colaboração com outros sectores ou departamentos.
Como avaliar as actividades de marketing? Para referência futura, deverá existir um
registo de acompanhamento de todas as actividades de marketing sobre o público-alvo,
as datas de implementação, as estratégias empregadas, o custo e as observações formais
e informais. Também deverá ser criado um registo das ideias executadas e as que
poderão ser usadas futuramente, de folhetos e brindes criados e usados, de contactos de
redes sociais e de imprensa, da identificação da biblioteca e da instituição através de
logótipo já existente ou sugerido. Além disso, um esforço concertado deve ser feito para
medir a eficácia da actividade de marketing, utilizando para a avaliação:
 O nível de consciencialização dos utilizadores;
 A satisfação dos utilizadores;
 A participação dos utilizadores;
 O número de utilizadores;
 A utilização dos recursos, serviços e programas.
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Um orçamento deverá também ser tido em conta para o plano de marketing.
É necessário identificar as questões principais, como forma de mobilizar recursos e usálos de forma eficiente incluindo métodos para medir as acções e os resultados. É um
documento de planeamento estratégico e uma ferramenta de gestão e implementação
que servirá igualmente como ferramenta de avaliação. Um outro ponto que deve ser
relembrado é que um plano de marketing nunca está completamente concluído,
precisando ser continuamente revisto e actualizado. Isto vai de encontro ao facto de que
o planeamento é tão importante como o resultado final. Ao longo de todo o processo, os
trabalhadores devem ser envolvidos e consultados na criação do projecto (Summey,
2004).
A verdade é que, no passado, as bibliotecas não tiveram uma atitude proactiva em
relação ao marketing dos seus serviços e recursos. Com a realidade tecnológica que se
vive actualmente, o aparecimento da World Wide Web veio competir com as
bibliotecas, como fornecedor de informação. Assim, as bibliotecas devem ter um papel
mais activo na consciencialização das pessoas no que respeita aos serviços oferecidos.
Este procedimento aplica-se tanto às crescentes comunidades de aprendizagem à
distância, como ao restante público.
É um facto que o público à distância é um alvo difícil de atingir, uma vez que não se
encontra fisicamente na biblioteca. Para contactar este público, a biblioteca deverá
desenvolver uma “marca de identificação” acessível on-line (Summey, 2004).
Para que uma campanha de marketing tenha sucesso, um plano de comercialização é
uma peça essencial, pois permite que os trabalhadores da biblioteca olhem para as linhas
gerais e ajuda-os a focarem-se nos objectivos para a biblioteca. A criação de um plano
pode ajudar a estimular o raciocínio e fazer melhor uso dos recursos limitados. O plano
ajuda a organizar a campanha e a atribuição de tarefas, responsabilidades e prazos
(Gumpert, 1996; Cohen, 2001).
Resumindo, um projecto de marketing serve como um guião que orienta a biblioteca
desde o seu início até ao cumprimento das metas e objectivos (Summey, 2004; Duque e
Tucker, 2007).
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2.5. O desafio de comercializar uma biblioteca num mundo digital
Quando se pensa em operações biblioteconómicas, raramente vem à mente o termo
marketing.
Mas se o objectivo é comercializar um produto ou serviço utilizado por uma biblioteca,
o marketing apresenta-se como a principal ferramenta a utilizar nesse processo. Num
ambiente cada vez mais em rápida expansão digital, a necessidade de promover as
bibliotecas e os seus serviços ao público, tornou-se um desafio real.
Actualmente, a investigação e a procura de informação tornou-se egocêntrica, isto é, o
público e os utilizadores das bibliotecas e dos centros de documentação, afastam-se
cada vez mais, devido à sua necessidade imediata em obter informação e às suas
exigências. A informação encontra-se disponível on-line através de motores de busca
especializados, o que facilita a investigação e a pesquisa. O resultado é que a
consciência do valor existente na biblioteca e a sua capacidade de prover as
necessidades de cada utilizador, desvaneceu-se rapidamente da memória do público em
geral.
Perante estes factos, recai sobre os bibliotecários uma forte responsabilidade em
dinamizar as bibliotecas. Esta responsabilidade implica a viragem, cada vez mais
premente, na utilização das técnicas de marketing. A necessidade de comercializar é
urgente e passou a ser uma função organizacional, um conjunto de processos a criar,
para comunicar e disponibilizar valores aos clientes, assim como para gerir o
relacionamento com os utilizadores para que haja benefício para ambas as partes. (Cole,
Graves e Cipkowski, 2010).
Numa primeira análise, bibliotecários e comerciantes parecem antagónicos, mas têm
mais em comum do que se possa pensar, na medida em que um comerciante, quando
interessado em vender o seu produto, sabe que, para obter sucesso, tem de saber ouvir
os seus clientes. Para um bibliotecário, esta atitude não é novidade; naturalmente sabe
ouvir os seus utilizadores, sabe como suprir as suas necessidades e solucionar
problemas, logo é um bom comerciante (Cole, 2010).
Bibliotecários e bibliotecas deparam-se cada vez mais com o desafio de responder ao
mundo digital, de combater a “fuga” dos seus utilizadores e de responder às
necessidades dos utilizadores à distância. Para que a resposta a tal desafio tenha
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sucesso, é necessário um plano de marketing, para que a biblioteca possa ser proactiva e
atenda às necessidades de seus utilizadores. A comercialização poderá ser efectuada
através de diversos canais, como por exemplo a página web da biblioteca, onde as
pessoas podem ser informadas sobre as actividades existentes, serviços prestados e qual
a sua área de actuação. O balcão de referência é uma forma de marketing e pode ser
igualmente utilizada como um canal de comercialização. Este tipo de comercialização
face-a-face é tão importante como qualquer outra ferramenta de marketing (Cole e
Graves, 2010; Alison Circle, 2009).
Viajando no mundo digital, sites, blogs, Wikis, Facebook, Twitter, e-mail, mensagens
instantâneas (IM), chat e mensagens de texto de telemóveis, poderão ser fortes
ferramentas de marketing. Por outro lado, poder-se-á também utilizar cartazes,
panfletos, newsletters, comunicação, eventos ou workshops como potenciais
ferramentas de marketing. A utilização destas ferramentas não implica que se tenha de
utilizar todos os recursos existentes na biblioteca para serem comercializados; antes
pelo contrário, poder-se-á fazer uma selecção e promover apenas os mais importantes.
Facebook e Twitter são duas poderosas ferramentas que estão a ser muito usadas por
toda a sociedade, o que indica uma excelente oportunidade como forma de comunicação
e comercialização dos recursos e serviços da biblioteca (Cole e Graves, 2010; Circle,
2009).
O mundo digital coloca desafios perante as bibliotecas e seus trabalhadores. Medidas
têm de ser tomadas para que os utilizadores continuem a frequentar os seus espaços e a
tomarem consciência do seu valor. A necessidade de planeamento e elaboração de um
plano é essencial para o sucesso da comercialização dos serviços biblioteconómicos.
Neste ponto, a equipa de trabalho deverá saber a razão da elaboração do plano e o que
deve promover. Deverá identificar três ou quatro factores que afectam a sua biblioteca,
saber quem é o seu opositor (Google, Wikipedia ou outras bibliotecas), o que leva os
seus utilizadores a afastarem-se, encontrar estratégias de como superar ou competir com
a concorrência, quais os serviços que devem ser promovidos de forma a captar a atenção
dos utilizadores e estabelecer metas para um prazo de 1 a 5 anos (Cole e Tonia Graves,
2010).
Sáez (2002) explica-nos que o processo de marketing no mundo digital não é muito
diferente do que acontece no mundo tradicional do marketing. A necessidade de fazer a
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prospecção, segmentação e de identificar as tendências do mercado, compreender as
necessidades e fazer a sua avaliação, é o mesmo procedimento a ser aplicado no mundo
digital. Os mesmos conceitos de marketing são fundamentais: quê, onde e quando.
A diferença entre o marketing tradicional e o marketing digital reside no facto de que a
tecnologia permite uma solução rápida e eficiente.
Como resultado, bibliotecários e técnicos da informação precisam de construir o seu
marketing-mix digital, inserido neste contexto. Assim, como resultado haverá
utilizadores e clientes satisfeitos por utilizarem os seus serviços, o que fará com que os
voltem a utilizar, uma vez que, inconscientemente, cada utilizador procura fontes
satisfatórias do foro psicológico e emocional (Hardaker e Graham, 2001; Sáez, 2002).
Sáez vai mais longe ao dizer:
“(…) no sector público, a comercialização dos serviços biblioteconómicos está a
mudar, a expectativa dos utilizadores muda rapidamente à medida que utilizam os
seus controles remotos confortavelmente no seu sofá para: comprar, enviar emails ou aceder às suas contas bancárias via TV digital. A interactividade não se
encontra restrita apenas ao uso do computador pessoal, pois a televisão digital
permite ao espectador participar em directo em programas, concursos e votar.”
Como resultado, “as bibliotecas devem ser encaradas como fornecedores de informação
fidedigna e acessíveis, da mesma forma que as lojas e os bancos são na vida quotidiana”
(Sáez, 2002).
2.6. A aplicação de marketing em bibliotecas num período de crise económica
Tem-se verificado ao longo da elaboração deste trabalho, através da opinião de autores e
da leitura realizada, que a aplicação de um plano de marketing, numa biblioteca ou CDI,
é importante para a sua comercialização e expansão perante o público. Embora a adesão
por parte dos profissionais da informação tenha sido um pouco tardia, de acordo com o
que já foi escrito anteriormente, o interesse despertou e a aplicação de ferramentas de
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marketing para a “venda” dos produtos e serviços biblioteconómicos tem vindo a
aumentar, sendo que muitas destas instituições já o aplicam.
Verifica-se que o marketing é abordado com muito entusiasmo, mas em algumas
ocasiões, falta a coerência ou estratégia, ou, na pior das hipóteses, é considerado
totalmente irrelevante para os objectivos organizacionais. Na grande maioria das
bibliotecas, não existe um grupo de trabalho que se ocupe predominantemente da
comercialização dos seus serviços e recursos. Raramente ou nunca, as organizações
abrem uma rubrica no seu orçamento com dotação das verbas para a comercialização ou
para campanhas promocionais. Ainda se assiste à ausência desta temática nos conteúdos
programáticos de cursos de ciências documentais e da informação. As instituições de
ensino continuam a relegar para segundo plano a importância deste processo de
comercialização das bibliotecas. Alguns programas começam a aflorar o marketing, mas
existe ainda um longo percurso para que este processo seja incluído ou destacado nos
conteúdos programáticos (Winston e Hazlin, 2003; Germano, 2009).
As principais instituições de ensino superior público e privado do país, continuam a não
incluir a temática nos seus programas específicos de ciências da documentação e da
informação.
Para muitas bibliotecas, o papel do marketing tem um carácter ad-hoc, ou seja, adoptase um processo de tentativa e erro, aplicando tempo, recursos e perícia não
especializada. Pouco é o esforço aplicado para compreender ou obter objectivos
específicos e mensuráveis.
Para agravar a situação, a actual crise económica representa também um obstáculo para
a comercialização da biblioteca, mesmo no seu estado incipiente. Com recursos
limitados e orçamentos reduzidos ou nulos, as bibliotecas tendem a limitar os seus
esforços, ou mesmo abandonar o seu marketing de principiante. Mais grave ainda,
livram-se de todo o processo e descuram a contribuição do marketing para o sucesso da
instituição bibliotecária.
Considerando o impacto que as barreiras económicas têm nas verdadeiras estratégias de
marketing biblioteconómico, a realidade é que a maior parte das bibliotecas e CDIs
encontram-se numa situação que não lhes permite uma expansão considerável em
termos de comercialização dos seus recursos. Para além da crise económica, hoje em
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dia, o maior obstáculo existente à comercialização biblioteconómica, é a falta de visão,
estratégia, expectativa e experiência. Existe uma visão turva e confusa em relação a este
processo, relacionando-o apenas a eventos, nalguns casos confusos e discretos, tal como
publicidade, relações públicas, branding ou promoção. Este comportamento pode trazer
algum benefício em termos de visibilidade para a instituição e mesmo, um aumento de
utilizadores e circulação da informação. No entanto, o retorno do investimento feito é
muito limitado, uma vez que a estratégia e o processo foram elaborados
superficialmente e de forma afastada da realidade do marketing (Germano, 2009).
Quando as instituições sem fins lucrativos avançam para este campo, é necessário que
comecem por desenvolver uma cultura de comercialização, a par de um conjunto de
mensagens que possam ser divulgadas durante a interacção com os utilizadores
(Prahalad e Ramaswamy, 2004; Germano, 2010).
Este processo envolve todo um trabalho intensivo, mas não implica a utilização de
grandes recursos económicos. Antes pelo contrário, este esforço organizacional é
extremamente rentável, em comparação com as necessidades em termos de recursos
financeiros. Não obstante a actual conjuntura económica, a emergente economia do
conhecimento faz com que a conjuntura não pudesse ser melhor para uma biblioteca
embarcar no desenvolvimento e execução de um plano de marketing direccionado para
as necessidades dos utilizadores.
Complementando o apresentado pelos autores Summey (2004), Duke e Tucker (2007)
sobre a possível fórmula da criação de um plano e das regras a ter em conta, Germano
(2010), indica que um plano mais completo incluirá o seguinte:
 “Dirige-se aos utilizadores utilizando uma linguagem corrente e compreensível,
de uma forma intimista, que apresenta o valor da biblioteca e a importância da
mesma para o utilizador;
 Estrategicamente centraliza-se nas narrativas das necessidades de um
determinado utilizador e encaminha-as para os serviços disponíveis;
 Representa um roteiro ou codificação de mensagens para todos, incluindo
aqueles que promovem, marcam ou vendem os serviços biblioteconómicos
durante as intervenções relevantes do utilizador;
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 Fornece um guia de narrativa, disponível e prático, que oriente as necessidades
dos utilizadores de forma a tirarem benefício dos serviços e, assim, claramente
mostra o valor da biblioteca ao utilizador.”
2.6.1 O marketing, a biblioteca e a crise económica
Os períodos de crise económica têm desencadeado o despertar do público em relação à
utilidade das bibliotecas e centros de documentação. Embora algumas sejam excepção,
a verdade é que as bibliotecas, académicas e públicas, têm verificado um aumento das
visitas de utilizadores e leitores, por diversas razões, nestes períodos. Sem dúvida, as
bibliotecas académicas são as que mais beneficiam deste renovado interesse na
educação que a crise económica provoca. As bibliotecas públicas, com os seus serviços
de livre e gratuito acesso à informação de valor e de entretenimento, são também
visitadas pela primeira vez por consumidores de poucos recursos económicos.
Actualmente, não sendo excepção, uma série de desafios estão cada vez mais a ser
colocados perante as instituições bibliotecárias, os quais devem ser encarados como
positivos, na medida em que representam um aumento de novos utilizadores para muitas
bibliotecas.
O grande desafio destas bibliotecas reside na sua capacidade de receber os novos
utilizadores, responder às suas necessidades com os serviços e recursos tradicionais, ao
mesmo tempo que criam formas de os novos utilizadores continuem a utilizar a
biblioteca no futuro pós-recessão. Por outras palavras (e como diz a expressão popular
“depois de a tempestade, vem a bonança”), esses utilizadores, manter-se-ão ou
abandonarão a biblioteca depois de a crise passar? Uma questão que será respondida a
seu tempo, mas, com esforços adequados e orientados para o desenvolvimento de um
marketing planeado e sustentável, a fixação de antigos e novos utilizadores, certamente,
será conseguida (Germano, 2010).
O que é exactamente um plano de marketing planeado e sustentável? Qual é o seu
desempenho? Embora já referido ao longo deste trabalho, reforça-se aqui que um plano
deve ter uma visão estratégica na sua essência que defina claramente o seu sucesso. Este
sucesso será mais facilmente alcançado se o referido plano, for direccionado para o
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benefício e se encaminhar o produto, ou serviço, na óptica do utilizador (Schultz et al.,
2002; Germano, 2010).
Enfatizando, o cerne desta actividade encontra-se na criação ou elaboração de um
documento convincente, persuasivo, organizado e baseado numa pesquisa credível que
claramente articule os vários segmentos, identifique os utilizadores, as suas
necessidades, desejos e expectativas, assim como a sua relação com os serviços e
recursos. Actualmente, muitas empresas estão a usar e a aperfeiçoar a ideia da narrativa
e de estratégias de marketing baseadas num guião que são articuladas no sentido de
promover um determinado produto. As bibliotecas podem igualmente tirar benefícios
desta tendência emergente, apenas com uma alteração, na medida em que a biblioteca
oferece principalmente serviços e não produtos. Como resultado, as bibliotecas e CDIs
deverão direccionar os seus esforços de marketing no sentido de, antes de tudo o mais,
elaborar e desenvolver um guião do serviço.
O guião do serviço, concebido como um documento estratégico de marketing interno a
utilizar por todos os trabalhadores, deverá servir como guião para a interacção com
utilizadores e leitores, assim como para a comercialização ou promoção dos serviços
biblioteconómicos. Desta forma, permitirá a todos os trabalhadores venderem,
promoverem e trocarem serviços de valor da biblioteca com determinados utilizadores,
em tempo oportuno. Esta narrativa servirá também como uma estratégia básica para o
início de uma cultura de marketing, com uma componente orientadora dos serviços
biblioteconómicos. Por outras palavras, uma série ou um conjunto de guiões dos
serviços que a biblioteca partilhe com os seus utilizadores, tem o poder de os reter,
alertar para outros serviços relevantes, assim como incentivar a continuar a apoiar a
biblioteca no futuro (Germano, 2010).
Amaral (2009) contribui para o pensamento de Michael Germano, ao dizer:
“É necessário conhecer melhor os utilizadores como consumidores de informação
para poder atendê-los satisfatoriamente, uma vez que é por causa deles e para eles
que a biblioteca existe, é em função deles que sobrevive. Conhecê-los, envolvêlos e atendê-los bem, só contribui para o reconhecimento da instituição e do
bibliotecário como profissional da informação”.
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Capítulo III – Análise e diagnóstico
3.1. Introdução
Neste capítulo apresentar-se-ão os métodos de recolha de dados, elemento fundamental
de um trabalho científico. Para o efeito, foi realizada uma análise SWOT, ferramenta de
gestão utilizada por organizações para identificar os factores que permitem uma análise
e diagnóstico interno e externo, de forma a clarificar os elementos de diferenciação face
à concorrência.
Assim, poder-se-á alcançar o objectivo deste trabalho de projecto, que se encontra
orientado para a elaboração de um plano de marketing, visando a dinamização,
projecção da imagem e melhoria dos serviços do CDI da Secretaria-Geral do
MAMAOT, de forma a que este se possa tornar um serviço de eleição para os
utilizadores.
Diligenciou-se a realização de uma entrevista ao Director da DSSIC e à Chefe de
Divisão da DDC da SG, mas por motivos profissionais, não foi possível realizá-la.
Assim, o presente trabalho projecto foi elaborado com base nos dados obtidos e através
das ideias apresentadas.
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3.2. Análise SWOT
Conjugando as análises interna e externa, é possível efectuar uma análise ambiental
através da análise SWOT do CDI.
Esta análise apresenta vantagens ao identificar os pontos fracos e as ameaças existentes
ao CDI perante a concorrência. Permite efectuar uma síntese das análises interna e
externa, identificar os elementos chave para a gestão do serviço, permitindo estabelecer
prioridades de actuação. Ao conhecerem-se os pontos apresentados, poder-se-á
transformar os pontos negativos em pontos fortes e em oportunidades, uma vez que a
posição actual do CDI perante o público e o mercado da concorrência, enfraquece a sua
existência. São pontos de partida para a elaboração de um plano que poderá conduzir ao
sucesso.
A análise SWOT, termo composto pelas iniciais das palavras Strengths, Weaknesses,
Opportunities e Threats, é uma ferramenta de gestão utilizada pelas organizações para a
identificação de factores que permitam uma análise e diagnóstico interno e externo. Esta
análise é regularmente utilizada como ponto de partida para o desenvolvimento de uma
estratégia empresarial, pois clarifica os seus elementos de diferenciação face à
concorrência, alerta quanto aos riscos a ter em conta e quais os problemas a resolver,
assim como distingue os elementos que poderá aproveitar no seu mercado envolvente e
as vantagens e as oportunidades a potenciar e explorar.
Esta ferramenta subdivide-se em duas análises complementares entre si. Por um lado, a
análise externa corresponde às principais perspectivas de evolução do ambiente em que
a empresa ou organismo actua. São factores provenientes do mercado, do público e do
meio envolvente, isto é, decisões e circunstâncias fora do controlo directo da empresa
ou organismo, das quais deve tirar partido ou proteger-se e construir barreiras
defensivas.
Por outro lado, a análise interna, corresponde aos principais aspectos que diferenciam a
empresa ou o seu produto dos seus concorrentes, neste casp, de outros centros e
bibliotecas. Estes são provenientes do produto e da empresa ou organismo, e diz
respeito às decisões e aos níveis de performance que podem ser geridos internamente
pelo organismo (Dibb et al. 2005; IAPMEI, 2012; Summey, 2004; Sáez, 2002).
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Esta ferramenta poderá, e deverá, ser aplicada ao Centro de Documentação e
Informação.
A Análise SWOT do quadro 1 demonstra o resultado do diagnóstico efectuado ao CDI:
Quadro 1 – Análise SWOT
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 Forças e Fraquezas
Foram encontrados 7 pontos fracos que agravam a situação actual do CDI em
comparação com os 8 pontos fortes, de acordo com a análise explanada no quadro 1.
A ausência de um plano estratégico dificulta a dinamização e divulgação dos seus
serviços. Estando as portas fechadas, o público não poderá facilmente ter acesso e
conhecimento da sua existência. Diversas bibliotecas públicas, suas concorrentes no
mercado da informação, possuem a política do empréstimo domiciliário e interbibliotecas, medida que o CDI não aplica, o que acaba por ser prejudicial em relação ao
utilizador. Como exemplo, a Biblioteca Camões, concorrente que se encontra na mesma
zona, aplica esta actividade. Seria uma mais-valia e uma medida a aplicar como
captação de utilizadores.
A falta de aquisição bibliográfica, o que implica a renovação, actualização e
enriquecimento do acervo, não permite ao CDI desenvolver a sua missão, o que leva os
seus utilizadores e o público a desinteressarem-se pelos seus produtos.
A criação de uma identidade gráfica permitirá a fixação da atenção dos utilizadores.
Uma imagem tem um impacto forte na mente dos indivíduos, o que permite facilmente
a identificação de um serviço.
A falta de recolha de dados estatísticos, e seu tratamento, permitem aumentar a
debilitação do CDI. Sem conhecimento dos mesmos, novas medidas não poderão ser
tomadas para que a diminuição dos leitores seja impedida, nem se poderá conhecer as
razões de tal diminuição, como tem acontecido nos últimos anos.
A captação do público tem sido uma dificuldade constante na realização de eventos e
efemérides e a ausência de um perfil numa página social electrónica agrava a situação.
Dois pontos negativos a combater.
Medidas enérgicas deverão ser tomadas para converter as fraquezas em forças. As
ferramentas existem — terão de ser aplicadas para obter ferramentas suficientes para
continuar com a sua actividade. A elaboração de um plano de marketing, criará o
impacto suficiente para reerguer o CDI. O empréstimo domiciliário e inter-bibliotecas é
possível, através de uma selecção da documentação a usar nestas modalidades. Um
pequeno orçamento poderá ser criado para a aquisição de nova bibliografia. A
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realização de eventos (Feiras do Livro), poderá ser uma ferramenta para aumentar a
dotação orçamental, a aplicar na aquisição e renovação do acervo documental.
A identidade gráfica poderá ser criada nos próprios serviços, evitando-se despesas
adicionais, assim como a recolha de dados estatísticos, que poderão ser obtidos através
de inquéritos de satisfação realizados aos utilizadores.
A divulgação atempada de eventos e efemérides permitirão a captação de um público
maior, através de parcerias com outras entidades, sem custos adicionais.
A criação de um perfil do CDI numa página social electrónica, não trará custos e
facilmente pode ser criada ou eliminada, caso não tenha sucesso.
 Oportunidades e Ameaças
O CDI depara-se com 5 ameaças diagnosticadas. Embora as oportunidades apresentadas
sejam facilmente captadas e realizáveis, com o encerramento das portas para o exterior e
a sua posição de letargia actual as ameaças poderão contribuir para a sua extinção
definitiva.
A disseminação das fontes de conhecimento (internet, Google e outras) tornaram-se
ameaças constantes para os serviços biblioteconómicos. Existe a necessidade de
actualização perante as novas tecnologias que permitem o utilizador aceder à
informação à distância de um clique.
A parceria com outras entidades, públicas ou privadas, permitiria a divulgação e
dinamização do CDI perante o mercado concorrencial. Deixaria de ser uma ameaça se
esta ausência fosse colmatada.
Cortes orçamentais são a ameaça mais temida por todas as instituições. O CDI depara-se
com esta ameaça, que não é controlada pela instituição. Mas poderá ser contornada,
utilizando ferramentas de baixo custo, ou mesmo sem custo, para a divulgação e
dinamização dos serviços, produtos e ofertas.
Actualmente, a extinção total do serviço é iminente. A política adoptada do
encerramento das suas portas e a actividade reduzida, por motivos de contenção da
despesa, é a maior ameaça existente para os seus serviços.
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Perante estas ameaças, novamente um plano de marketing trará o impacto desejado,
permitindo a reactivação dos serviços do CDI, sua dinamização e divulgação.
Existem oportunidades que deverão ser utilizadas. Mesmo em contexto de crise
económica, verifica-se um crescimento de alunos no ensino superior. A comunidade
académica sempre foi um público-alvo para o CDI, devendo ser feitos esforços para
atingir esse público. Num mundo onde a maior parte dos indivíduos têm acesso
ilimitado às tecnologias e à informação, através da World Wide Web, o CDI deverá
actualizar os seus serviços nesse sentido. Reúne os meios tecnológicos e documentação
disponíveis para a criação de uma biblioteca digital. O edifício histórico que ocupa,
permite a criação de um núcleo museológico e a inclusão num roteiro turístico.
3.3. Conclusão da Análise
Perante este diagnóstico, conclui-se que os pontos negativos e as ameaças poderão ser
convertidas em pontos positivos e em oportunidades.
O CDI reúne as condições para que um plano de marketing tenha o impacto desejado
nos seus serviços.
Reúne pessoal formado, com competências e motivado para formar a equipa necessária
para a reactivação do mesmo, com capacidade para apoio individual e especializado aos
leitores. Encontra-se inserido num modelo orgânico funcional e poderá funcionar
independentemente da Biblioteca Central da SG do MAMAOT. Congrega excelentes
estruturas físicas e espaços, bons acessos e transportes urbanos. A página web da SG,
poderá ser reestruturada para que os serviços biblioteconómicos do CDI estejam
disponíveis on-line, incluindo o catálogo bibliográfico para consulta.
Assim, de acordo com a análise, a realização de um plano de marketing apresenta-se
fulcral na dinamização, projecção de imagem e melhoria dos serviços do CDI.
Igualmente, a observação dos dados levam a que a reactivação do CDI seja ponderada
num futuro próximo. Novos serviços, como ferramentas de dinamização e projecção,
poderão ser criados e apresentados aos utilizadores, contribuindo para a captação de
novos clientes.
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Capítulo IV – Caracterização do CDI
4.1. Introdução
Este capítulo debruça-se sobre a caracterização do serviço em estudo, o Centro de
Documentação e Informação da SG do MAMAOT.
É apresentada a evolução histórica, desde a fundação do organismo responsável pela
reunião de dados, informação e documentação sobre o ambiente, que levou à criação de
um centro de documentação, até à situação actual em que o CDI se encontra.
É feita igualmente uma abordagem sobre os serviços que eram oferecidos e a tecnologia
utilizada, e sobre a missão e estrutura organizacional onde actualmente o CDI se
encontra inserido, para que seja compreendida a importância da elaboração deste plano.
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4.2. O Centro de Documentação e Informação
4.2.1. Evolução histórica
Em 1971, pelo disposto na Portaria 316/71, de 19 de Junho, é criada, no âmbito da Junta
Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, a Comissão Nacional do Ambiente
(CNA), primeira estrutura orgânica com competências em matéria de ambiente, em
Portugal. Não existindo no país um centro oficial especializado de documentação e
informação sobre problemas de ambiente, procurou aquela comissão criar um núcleo
que colmatasse a lacuna.
Era recomendado a todos os colaboradores e a quem participasse em reuniões
internacionais sobre ambiente, que recolhessem todos os documentos possíveis e os
depositassem na CNA, de forma a criar um centro de documentação que estivesse
acessível a quem pretendesse consultá-lo. É esta a primeira referência que aparece no
Relatório de Actividades da CNA, em 1971, indicando um projecto de criação de um
centro de documentação.
Em Outubro de 1974, a CNA passa para a tutela do Ministério do Equipamento Social e
do Ambiente e, em 1975, tendo em conta o disposto no Decreto-Lei nº 550/75, de 30 de
Setembro, que organiza a Secretaria de Estado do Ambiente, que ficaria na dependência
da Presidência do Conselho de Ministros conforme determinado pelo Decreto-Lei no
585-A/75, de 17 de Outubro, a CNA vê as suas atribuições mais alargadas, dispondo de
um Serviço Nacional de Participação das Populações.
Segundo o Decreto-lei nº 49/83, de 31 de Janeiro, a CNA passou a designar-se Gabinete
de Estudos e Planeamento, sendo um dos órgãos de apoio técnico do Ministério da
Qualidade de Vida. O CDI continuou a ser parte integrante deste serviço com a
designação de Divisão de Informação e Documentação (DID).
Em 1985, o centro é integrado na Direcção-Geral da Qualidade do Ambiente, na
sequência da extinção do Gabinete de Estudos e Planeamento. A sua actividade não
sofreu qualquer alteração de fundo, mantendo as funções essenciais.
Por despacho do Secretário de Estado, o CDI passa a estar afecto ao recém-criado
Instituto Nacional do Ambiente, conforme o disposto no artigo 39º da Lei nº 11/87, de 7
de Abril.
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As várias alterações ocorridas nas estruturas orgânicas da Administração Pública na
área do Ambiente, implicando em alguns casos a extinção de serviços e consequente
integração dos respectivos acervos documentais noutros, fizeram com que o CDI
recebesse uma valiosa documentação proveniente de outros serviços, com a criação em
2002 do Instituto do Ambiente, tendo este resultado da fusão da DGA e do IPAMB,
ficando o CDI afecto ao IA (Decreto-Lei nº 8/2002, de 9 de Janeiro).
Neste período, o CDI, mais vocacionado para o grande público, e em particular para os
estabelecimentos de ensino, mantém-se em funcionamento com o Centro de
Documentação de Alfragide (já existente no tempo da DGA), sendo este último mais
direccionado para o apoio interno aos técnicos do Instituto. Ambos disponibilizavam
informação relativa aos processos de Avaliação de Impactes Ambientais.
Em 2004, o centro é integrado na Agência Portuguesa do Ambiente, na sequência da
fusão do Instituto do Ambiente e do Instituto dos Resíduos, e integrados na APA,
conforme o disposto no Decreto-Lei nº 207/2006, de 27 de Outubro.
Após uma fase de incerteza quanto ao futuro do CDI, em Junho de 2008, de acordo com
o Relatório de Actividades da Secretaria-Geral do Ministério do Ambiente e do
Ordenamento do Território, é tomada a decisão ministerial da fusão do Centro de
Documentação e Informação da Secretaria-Geral com o Centro de Documentação da
Agência Portuguesa do Ambiente. Todo o acervo documental, documentação e
informação especializada nas áreas de ambiente e do ordenamento do território, foram
integrados no CDI da Secretaria-Geral do MAOT. Desde essa data, o CDI responde às
solicitações dos Gabinetes governamentais, dos trabalhadores do Ministério e do
público em geral.
Especializado em matérias relacionadas com o ambiente e ordenamento do território, a
sua actuação é específica e centrada na área do Ambiente e do Ordenamento do
Território. A sua designação de Centro de Documentação e Informação mantém-se até
aos dias de hoje.
Devido às alterações políticas do Governo português, e no âmbito do Compromisso
Eficiência, o XIX Governo Constitucional determinou as linhas gerais do Plano de
Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC). Este plano centra-se na
reforma e processo de modernização e de optimização do funcionamento da
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Administração Pública. Por essa razão, a unificação num só Ministério das áreas da
Agricultura, Mar, Florestas, Desenvolvimento Rural, Ambiente, Ordenamento do
Território, Habitação e Reabilitação Urbana, concretizou-se, o que resultou
consequentemente na fusão das secretarias-gerais dos extintos Ministérios da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, e do Ambiente e do Ordenamento
do Território.
Como resultado da fusão, a Biblioteca Central da Secretaria-Geral do Ministério da
Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT),
abarca, neste momento, as áreas da agricultura, mar, ambiente e ordenamento do
território.
Actualmente, o CDI continua com a sua existência e espaço físico, não tendo sido
desmantelado e integrado fisicamente na Biblioteca Central. No entanto, todo o
processo de fusão desencadeou situações prejudiciais ao CDI, colocando em causa a sua
existência e continuidade. Por motivos orçamentais e de contenção da despesa, o espaço
histórico do CDI, encerrou as portas que davam acesso directo ao seu espaço.
Este procedimento vedou a possibilidade de divulgação da sua riqueza histórica e
documental. Por se encontrar num edifício histórico, onde funcionou até meados dos
anos 70 o Jornal “O Século”, o CDI tinha visitantes que podiam apreciar o seu espaço,
com a sua arquitectura e estrutura usada pela administração do jornal. Ao mesmo
tempo, era dado a conhecer aos visitantes o acervo e a temática do CDI, o que permitia
a sua divulgação. Assim, estando as suas portas fechadas, quem desconhece a sua
existência raramente se pode aperceber o que se encontra no seu interior.
O seu acesso actualmente é feito pelo nº 53 da Rua de O Século, mas apenas para quem
se desloca para consulta e investigação.
Todo este processo de fusão e encerramento de portas levanta questões sobre a
importância do Ambiente e seu impacto no público, abala a importância e o trabalho
educacional do CDI, assim como a globalidade do trabalho feito pelo Ministério do
Ambiente.
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4.2.2. Missão
Pelo despacho nº 12688/2006, de 26 de Maio, foi aprovado o Regulamento do CDI.
Fundamentando-se no Regulamento, foi criada a missão com o fim de orientar os
serviços do CDI e atingir os objectivos. No entanto, encontrava-se apenas disponível em
http://www.sg.maot.gov.pt, com o seguinte texto:
“O Centro de Documentação e Informação da Secretaria-Geral do Ministério do
Ambiente e do Ordenamento do Território recolhe, trata e disponibiliza
documentação e informação nacional e internacional especializada nas áreas de
ambiente, do ordenamento do território e cidades, de suporte aos gabinetes
governamentais, aos trabalhadores e às trabalhadoras do Ministério e ao público
em geral.”
Actualmente, após o processo de fusão das Secretarias-Gerais, uma única missão
abrange o CDI e a Biblioteca Central da actual SG do MAMAOT. Através do endereço
electrónico http://www.sg.mamaot.pt/index.php/biblioteca/missao-horario-contacto, lêse:
“A Biblioteca Central é responsável pela gestão das seguintes bases de dados:
base de dados bibliográfica científica e técnica da SG, base de dados de imagem e
base de dados de arquivo. Está vocacionada para prestar serviço aos Gabinetes dos
Membros do Governo, utilizadores internos, restantes organismos do Minsitério,
bem como outras entidades externas interessadas nas áreas de actuação do
Ministério. Disponibiliza leitura presencial, consulta a outras bases de dados
nacionais e internacionais, serviço de empréstimos (clientes internos e interbibliotecas), de fotocópias e de acesso ao acervo fotográfico.”
Assim, a missão do Centro de Documentação e Informação confunde-se com a de uma
Biblioteca, ou seja, adquirir, disponibilizar e difundir recursos de informação, impressos
ou electrónicos, de cariz científico, pedagógico, técnico e cultural, contribuindo para um
conhecimento no sentido lato e para a literacia da informação.
A acção educativa na área do ambiente recai no CDI, levando-a a cabo através de
acções de sensibilização sobre esta temática, ou seja, visitas de estudo das escolas ao
CDI, exposições e mostras documentais, distribuição de documentação e artigos audio.
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Actualmente, estas acções encontram-se suspensas devido ao processo de fusão, aos
cortes orçamentais e ao encerramento das portas.
4.2.3. Estrutura organizacional
Ao longo da história, e devido às mudanças políticas do Governo português, a SG tem
sofrido alterações a nível organizacional. Em 2012, na sequência do processo de fusão,
através do Despacho 9439/2012, de 12 de Julho, são criadas as unidades orgânicas
flexíveis e as equipas multidisciplinares. Pela Portaria nº 171/2012, de 24 de Maio e
pelo Decreto Regulamentar nº 33/2012, de 20 de Março, é fixada a estrutura nuclear da
SG e aprovada a sua orgânica. O organograma da figura 7 apresenta a actual
organização da SG:
Figura 1 – Organograma da SG do MAMAOT
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O Centro de Documentação e Informação não foi excepção e, actualmente, encontra-se
integrado na Direcção de Serviços de Sistemas de Informação e Comunicação da
Secretaria-Geral do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento
do Território (MAMAOT), tal como a Biblioteca Central. As suas competências
abrangem a área do Ambiente e Ordenamento do Território, enquanto a BC é
responsável pelas áreas da Agricultura e do Mar. No entanto, os seus serviços
continuam activos, com uma profissional da informação a dar o apoio necessário aos
utilizadores interessados em efectuar consultas e investigação.
Estruturalmente, os dois serviços são geridos pela Divisão de Documentação e
Comunicação, que se encontra integrada na Direcção de Serviços de Sistemas de
Informação e Comunicação da SG do MAMAOT:
Figura 2 – DSSIC
4.2.4. Instalações e colaboradores
Instalado fisicamente no 1º andar do nº 63 da Rua de “O Século”, em Lisboa, o CDI
ocupa uma área útil de 487m2, constituída por uma zona de leitura, com cerca de 10
lugares, sendo um espaço reservado e calmo que permite ao leitor usufruir da consulta
documental e realizar trabalhos pessoais. Inclui ainda uma zona com um posto de
consulta das bases de dados e com fotocopiadora, estantes de monografias e de
publicações periódicas.
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Até ao final do processo de fusão, todas as publicações que chegavam a este Centro,
quer fossem adquiridas através de compra ou por oferta, eram objecto do respectivo
tratamento documental que incluía catalogação, indexação, atribuição de uma cota e
arrumação nas respectivas prateleiras das estantes. Para o efeito, os técnicos
responsáveis pelo tratamento dispunham de um tesauros na área do ambiente intitulado
“Ambiente”. Em complemento, tinham também ao dispor outros tesauros, como o
“Eurovoc” e “Macrothesaurus”.
A elaboração do tesauros “Ambiente” resulta de um grupo de trabalho para a área do
Ambiente do Projecto CLIP (Compatibilização das Linguagens de Indexação
Portuguesas) da Biblioteca Nacional, criado em 1989. Este projecto tinha em vista a
uniformização das terminologias temáticas usadas no tratamento da informação.
Partindo do tesauros já elaborado pela DGQA e trabalhando com as listagens dos
descritores existentes, em 1993 o Grupo de Energia e Ambiente, procurou a
compatibilização e uniformização da linguagem de indexação a utilizar nesta área
temática documental. Em 2003, o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Ambiente do
Projecto CLIP, foi considerado apto a ser apresentado à Coordenação do Projecto, para
que pudesse ser submetido à consideração dos restantes grupos e a consequente
publicação da listagem, depois de aprovada.
Existe igualmente um sistema de arquivo corrente e intermédio, no espaço apropriado
que se encontra na cave do edifício onde se situa o Centro de Documentação e
Informação.
À entrada do Centro existiam dois espaços reservados ao trabalho técnico realizado por
7 funcionários, dos quais 4 Técnicos Superiores (dois com formação académica em
História e pós-graduação em Arquivo, um com formação na área de biblioteca, em
CDU, UNIMARC e Arquivo, e um último com formação académica em História e a
frequentar o Mestrado de Ciências da Documentação e Informação na vertente de
Biblioteconomia) e ainda duas funcionárias com formação em Biblioteca, Arquivo e
Documentação (BAD) e uma Técnica responsável pelos trabalhos administrativos e de
apoio aos técnicos.
Após o processo de extinção e fusão das secretarias-gerais dos Ministérios da
Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, e do Ambiente e do Ordenamento
do Território, apenas uma funcionária com formação na área de arquivo, se encontra no
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CDI para atendimento dos utilizadores e para tratamento de documentação da área do
ambiente e ordenamento do território. Todos os outros trabalhadores foram colocados
na Biblioteca Central e restantes serviços da Secretaria-Geral do MAMAOT. Toda a
documentação adquirida para a biblioteca e CDI é actualmente tratada na BC.
4.2.5. Serviços prestados
Especializado em questões direccionadas para o ambiente e ordenamento do território, o
CDI presta serviços e informação neste âmbito, a qualquer organização ou instituição,
desde empresas, passando por advogados e até ao cidadão comum, interessados em
cumprir com as directivas e normas das questões ambientais exigidas pela União
Europeia.
Universidades e escolas secundárias são instituições com público potencialmente
utilizador deste espaço, pela necessidade de informação sobre ambiente gerada devido
aos diversos programas educativos e estudos sobre o impacto ambiental. Com o tempo,
o número de leitores e utilizadores diminuiu, não existindo actualmente uma estatística
formal e publicada sobre o fenómeno. De acordo com um relatório oficial da SG do
MAOT (não editado), em 1980 o número de utilizadores atingiu os 2600 e em 1998
registou-se o número mais alto de leitores em presença: 3333. Com o passar dos anos, o
número de utilizadores veio a decair e, segundo uma estatística informal, foram
apurados apenas 32 utilizadores em 2011.
Para além de prestar serviços de consulta documental, este Centro desenvolvia outras
actividades, tais como a realização no seu espaço de duas Feiras do Livro de Ambiente
por ano, projectos de divulgação e sensibilização do público em geral na área do
ambiente, direccionando a sua área de actuação, regularmente, para as escolas.
O seu espaço encontrava-se com uma escala de atendimento das 9h30 às 12h30 e das
14h30 às 17h30. Actualmente, o acesso faz-se pelo nº 53 da Rua de “O Século”, tendo
sido fechada a entrada principal do nº 63 da mesma rua, devido ao processo de fusão,
sendo o utilizador acolhido por um segurança que o encaminha, após a sua
identificação, ao funcionário destacado para o efeito, que o acompanhará e apoiará na
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pesquisa do documento que pretende consultar. O utilizador poderá obter fotocópias da
documentação consultada, mediante um valor que está devidamente regulamentado. Os
serviços poderão enviar à cobrança, fotocópias solicitadas pelo utilizador e também,
pequenos excertos da documentação poderão ser digitalizados e enviados por correio
electrónico. As solicitações poderão ser feitas através de correio electrónico e
telefónico, evitando que o utilizador se desloque aos serviços.
Actualmente, ainda existe no espaço físico do CDI uma loja do ambiente onde o
utilizador poderá adquirir artigos com alusões ao ambiente, desde lapiseiras, lápis,
canecas e sacos.
4.2.6. Acervo documental e público-alvo
O utilizador deste espaço encontra um espólio com mais de 370.000 referências,
incluindo monografias, periódicos, analíticos, legislação, revistas de imprensa,
audiovisuais, cd-roms, DVD, VHS, cartografia, cartazes, obras de referências e
miscelâneas, jogos lúdicos na área do ambiente (sendo estes últimos mais vocacionados
para um público infantil), colecções de postais e folhetos internacionais, separados por
temas, uma colecção de posters, cartas geográficas e geológicas. Integram ainda o
acervo várias colecções particulares doadas ao CDI. Dentro do seu espólio, salientam-se
documentos importantes e únicos, na área do ambiente, provindo de serviços já extintos
e que não existirá em outros locais, os quais urge preservar, destacando-se
documentação sobre a presença de Portugal nas primeiras reuniões em Estocolmo com
organizações internacionais sobre o ambiente, o primeiro relatório do Estado do
Ambiente e documentação sobre as primeiras medidas de legislação ambiental, assim
como estudos básicos sobre o ambiente em Portugal, realizados pela CNA, para além
de documentação educacional utilizada em todo o país na Acção de Educação
Ambiental dos anos 70.
Existe ainda um “Kardex” onde se encontram mais de 700 registos de periódicos, que
poderão ser consultados.
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4.2.7. Produtos e recursos electrónicos
O CDI possui uma base de dados, através da DocBase 2.0, que se encontrava instalada
em 3 postos informáticos de trabalho onde eram catalogados, indexados e atribuídas as
cotas a monografias e outros documentos, sendo esta tarefa realizada por 2 Técnicas
Profissionais Especialistas Principais de BD e por 2 Técnicos Superiores.
Possui um catálogo bibliográfico com mais de 59.000 referências (DocBase), com
interface Web, uma base de dados (Cision) com mais de 246.000 artigos, de texto
integral, de recortes da imprensa, televisão, rádio e internet, nas áreas do ambiente e do
ordenamento do território, desde 2003 até à actualidade. De referir também a base de
dados SmartDocs, que permite a consulta local a dados de cerca de 40.000 artigos, em
texto integral, de recortes de imprensa nacional e regional, nas áreas do ambiente e
ordenamento do território, desde 1993 até 2002.
O CDI permite igualmente a consulta local avançada, no texto integral, através da
pesquisa booleana e em linguagem natural, dos actos publicados em Diário da
República. Tem também disponível em suporte de papel os Diários da República até
2006, para consulta local.
Dispõe ainda de uma base de dados central de informação legislativa do sistema Digesto
– Sistema Integrado para o Tratamento da Informação Jurídica (PCMLEX), para
consulta local, assim como uma base de dados jurídicos (DATAJURIS).
O utilizador tem à sua disposição 3 postos de consulta e acesso à internet, assim como
catálogos de Serviço de Empréstimo e Serviço de Venda de monografias em suporte de
papel.
Poderá fazer a pesquisa autonomamente num dos postos de consulta e, na eventualidade
de não encontrar, poderá solicitar apoio ao funcionário que, depois de encontrado o
documento, o entreguará para consulta no local, uma vez que não se efectuam
empréstimos externos, sendo estes apenas extensíveis aos audiovisuais. É-lhe permitido
usar o espaço de leitura e, para além da consulta documental, utilizar o seu computador
pessoal para a realização de trabalhos. No entanto, caso pretenda o uso de internet terá
de o fazer através de um dos postos disponíveis na sala de leitura, uma vez que este
Centro não dispõe de internet wireless.
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Até à data da extinção e fusão dos Ministérios do Ambiente e da Agricultura, o
utilizador tinha acesso ao catálogo em linha do Centro de Documentação e Informação
da Secretaria-Geral do MAOT, que disponibilizava mais de 59.000 registos, através do
endereço electrónico http://www.maot.gov.pt , conforme visualizado na figura 1:
Figura 3 – Página web do MAOT
Poderia ainda aceder e de forma mais directa, pelo endereço electrónico da SecretariaGeral http://www.sg.maot.gov.pt:
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Figura 4 – Página web da SG do MAOT
No antigo endereço, mais de 59.000 registos estavam disponíveis ao utilizador, para
consulta simples ou avançada:
Figura 5 – Catálogo digital em linha -pesquisa
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Podendo fazer pesquisa por índice:
Figura 6 – Pesquisa por índice
Ou por arquivo:
Figura 7 – Pesquisa por arquivo
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Actualmente, não é possível aceder a estes registos, uma vez que as páginas das
imagens não se encontram activas, sendo o utilizador reencaminhado para a página da
Secretaria-Geral do MAMAOT:
Figura 8 – Página web da SG do MAMAOT
Encontrando-se ainda em processo de reestruturação, os registos e documentação só
poderão ser acedidos localmente, na Rua do Século, nº 53, em Lisboa.
Por correio electrónico, o utilizador poderá ainda solicitar informação na área do
ambiente ou outro tema, obtendo sempre uma resposta informativa e caso não esteja
disponível o documento desejado, é-lhe dada informação adicional onde poderá obtê-lo.
Na consequência do processo de fusão, todos os pedidos formulados pelos utilizadores,
terão de ser feitos directamente à Biblioteca Central da Secretaria-Geral do MAMAOT.
A página web encontra-se a ser reestruturada e esforços estão a ser feitos para que o
catálogo digital do CDI fique disponível on-line.
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Capitulo V – O plano de marketing a aplicar ao CDI
5.1 Introdução
Este capítulo debruça-se sobre a elaboração de um plano de marketing, a aplicar ao CDI
da SG do MAMAOT.
Actualmente, o plano de marketing é uma preciosa ferramenta de trabalho que permite
encontrar soluções para problemas específicos e permitir aos serviços um desempenho
com sucesso.
A tendência da adopção desta ferramenta por parte das bibliotecas, permitiu-lhes
desenvolver projectos, melhorar e dinamizar os seus serviços.
A ideia de desenvolvimento e proposta de implementação de um plano de marketing
nos serviços do CDI da SG do MAMAOT, adveio da necessidade de os dinamizar,
projectar a sua imagem no mercado, melhorar o seu desempenho na resposta às
exigências do seu público, uma vez que eles não detinham um plano estratégico para
enfrentar as adversidades com que presentemente se depara.
O processo de fusão e extinção do serviço em que se encontrava afecto, veio colocar o
CDI numa iminente extinção, na medida em que já vinha a sentir-se a diminuição dos
utilizadores, o efeito dos cortes orçamentais e uma inércia crescente nos seus serviços.
Actualmente, o facto de encontrar as suas portas encerradas para o exterior debilita a
imagem, permitindo que o mesmo se esvaneça gradualmente na consciência do público,
embora os serviços continuem activos e o próprio CDI continue com a sua designação.
O avanço das tecnologias e da procura da informação através de motores de pesquisa na
World Wide Web, são outra das ameaças à sua existência.
Esta é a razão primordial da criação de um plano de marketing, que reúne as
ferramentas principais e que permite, de alguma forma, o desenvolvimento, a
dinamização e projecção do CDI, para que o público em geral, especialmente os seus
utilizadores, possam ter conhecimento da sua existência e do facto que continua apto a
responder às suas necessidades de informação.
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Em parte, o plano apresentado tem por referência o plano criado por Daniela Oliveira
(2011), tendo sido adaptado às necessidades e características do CDI. É também
consequência dos resultados obtidos do diagnóstico realizado aos serviços do CDI
através da análise SWOT, permitindo apresentar algumas ferramentas dinâmicas para o
melhoramento dos serviços.
Neste capítulo, será feito também um sumário da evolução histórica do CDI, dos
serviços que eram oferecidos e da tecnologia utilizada, da missão e estrutura
organizacional onde actualmente o CDI se encontra inserido, para que seja
compreendida a importância da elaboração deste plano. Na sequência do processo de
fusão dos Ministérios, dos cortes orçamentais e do período de contenção de despesa que
se vive, os serviços do CDI encontram-se praticamente inertes, estando a funcionar o
mínimo, para garantir o acesso a documentação relevante aos poucos utilizadores
existentes.
Tendo em conta todos os factos anteriormente apresentados, o valor do acervo
documental e o impacto que a educação ambiental tem no público, um dos objectivos
principais da elaboração deste plano de marketing, prende-se com o facto de permitir a
reactivação dos serviços e a abertura das portas do CDI.
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5.2. Plano de Marketing
Nesta secção será apresentado o Plano de Marketing a aplicar ao CDI da SecretariaGeral do MAMAOT, como suporte para a prossecução de melhores resultados nas
metas a atingir e nas áreas em que actua, sendo feita uma apresentação breve da
instituição, seguida de uma análise e identificação da missão e objectivos da
organização.
5.2.1.Sumário executivo
O CDI integra-se da Secretaria-Geral do Ministério da Agricultura, do Mar, do
Ambiente e do Ordenamento do Território e tem como objectivo fulcral a aquisição,
disponibilização e difusão de recursos de informação, impressos ou electrónicos, de
cariz científico, pedagógico, técnico e cultural, contribuindo assim, para um
conhecimento lato e para a literacia da informação.
Os seus objectivos encontram-se em linha com a missão da Secretaria-Geral,
apresentadas no seu portal e como parte integrante de um Organismo Ministerial, com
cariz específico, tem como missão a prestação de serviços a Gabinetes dos Membros do
Governo, utilizadores internos e restantes organismos tutelados pelo Ministério, bem
como outras entidades externas interessadas nas áreas de actuação do Ministério.
A acção educativa em prol do ambiente foi efectuada em grande parte pelo CDI,
fazendo-o através de acções educativas e de sensibilização sobre esta temática, ou seja,
visitas de estudo das escolas ao CDI, exposições e mostras documentais, assim como
documentação editada e ofertada para o efeito.
As metas estabelecidas para este plano de marketing seguem o sentido da procura da
excelência nos serviços, através da correcção e eliminação dos aspectos negativos
existentes e o reforço dos aspectos positivos, bem como a introdução de novas ideias e
estratégias, de forma a melhorar e projectar a sua imagem para o exterior, melhorar o
nível de qualidade dos serviços prestados e garantir a satisfação dos seus utilizadores.
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5.2.2. Definição dos objectivos de marketing
O CDI insere-se numa estrutura organizacional de uma instituição da administração
pública, sendo que está sujeito a um sistema de avaliação de desempenho dos serviços
públicos. O SIADAP – Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da
Administração Pública - é o sistema de avaliação adoptado pela Secretaria-Geral e, em
conformidade com este sistema, a SG tem por sujeição elaborar as linhas gerais do
Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR). São estas que definem o que o
serviço pretende atingir como objectivos principais.
Neste contexto, foram elaborados 5 objectivos principais que têm por base a procura de
excelência, qualidade, consolidação e crescimento do serviço, os quais poderão ser
tomados em linha de conta, na eventualidade da adopção deste plano:
Objectivo 1 – Biblioteca Digital: criação da biblioteca digital (livro antigo, repositório
científico e fundo condicionado) como reforço de apoio aos gabinetes, actividades de
ensino, aprendizagem e investigação;
Objectivo 2 – Comunicação, impacto e imagem do CDI: reforçar e consolidar a
comunicação dos serviços com os utilizadores e potenciais utilizadores, bem como o
impacto junto do público e a imagem geral dos serviços;
Objectivo 3 – Regulamentação: Estabelecer e consolidar regulamentos, normas e
procedimentos;
Objectivo 4 – Produção e qualidade: reforçar a produtividade e a qualidade das edições
do CDI que são oferecidas à comunidade académica e ao público em geral;
Objectivo 5 – Promoção e divulgação: reforçar a capacidade do CDI como promotor de
actividades de divulgação cultural, no âmbito das suas diversas competências.
Os objectivos reflectem um futuro ambicioso, de forma a impulsionar os serviços e
melhorar a imagem, perante o público em geral e a concorrência.
- 74 -
5.2.3. Análise ambiental
A missão do CDI é a prestação de serviços a Gabinetes dos Membros do Governo,
utilizadores internos e restantes organismos tutelados pelo Ministério, bem como outras
entidades externas interessadas nas áreas de actuação do Ministério, mas também:
adquirir, tratar, tornar acessíveis e disseminar os recursos de informação; enriquecer,
conservar e preservar as colecções bibliográficas que integram o seu acervo; sensibilizar
o público através de acções educativas e documentação sobre a temática Ambiente,
contribuindo assim para a preservação e conservação da natureza. Disponibiliza leitura
presencial, consultas a outras bases de dados, serviço de empréstimo (clientes internos)
e de fotocópias.
 Ambiente interno
O CDI tem tentado acompanhar todos os desafios recentes, quer ao nível das novas
tecnologias, quer na difusão e disseminação do conhecimento. Possui dois tipos de
serviços: os serviços internos e os serviços externos.
Os serviços internos são aqueles que dizem respeito ao tratamento técnico de material
bibliográfico, impresso ou electrónico. Para o efeito, possui uma base de dados
(DocBase 2.0) e um catálogo bibliográfico de acesso rápido à informação.
Nos serviços externos possui:

atendimento de empréstimos e informações gerais e específicas, no âmbito do
ambiente e ordenamento do território;

serviço de referência presencial e à distância;
Os recursos humanos, actualmente, encontram-se limitados a uma colaboradora. No
entanto, é possível compor uma equipa dinâmica, motivada e com técnicos
especializados na área de documentação e informação, nomeadamente:

uma Técnica Superior, com formação académica em História e pós-graduação
em Arquivo;
- 75 -

1 Técnico Superior, com formação académica em História e a frequentar o
Mestrado de Ciências da Documentação e Informação, na vertente de
Biblioteconomia;

uma Técnica Superior, com formação em Biblioteca, Arquivo e Documentação
(BAD);
Conclui-se assim que a equipa do CDI possui um elevado nível de conhecimento na
área das Ciências da Informação.
A nível de equipamento, o serviço encontra-se equipado com tecnologia eficaz para
responder às necessidades dos utilizadores e da equipa de trabalho.
Para utilizadores com necessidades especiais, o CDI reúne as condições indispensáveis
para que eles se sintam integrados e sem qualquer problema ao nível de acesso à
informação e ao espaço, possuindo para o efeito de um trepador de escada.
O CDI encontra-se fisicamente num edifício reconstruído no início do século XX,
contíguo ao Palácio de Pombal e integrado no Palácio dos Viscondes de Lançada
(século XVIII), com o propósito de receber oficinas, escritórios e a redacção do Jornal
“O Século”. Embora não tenha sido concebido e projectado para o fim actual, o espaço
ocupado pelo CDI tem 487m2, o que permite uma zona de leitura, uma zona de posto de
consulta das bases de dados e fotocopiadora, estantes de monografias e de publicações
periódicas.
O acesso faz-se pelo nº 63, da Rua de “O Século”, em Lisboa. Localiza-se num ponto
histórico e turístico privilegiado (Bairro Alto) e ao lado da Baixa Pombalina, com
grande acessibilidade a nível de viário e de transportes públicos.
 Ambiente externo
Analisando os factores externos que podem influenciar o CDI, há que mencionar que
muita da documentação existente no seu acervo é única. No entanto, existem factores
que influenciam e podem dificultar a sua existência, na medida em que, como
organismo público sem autonomia administrativa e financeira, depende de factores
políticos na medida em que estes regulamentam as leis dos recursos humanos, a vertente
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jurídica e os cortes orçamentais. Recentemente, a crise económica e as alterações
políticas do Governo português determinaram a unificação num só Ministério das áreas
da Agricultura, Mar, Florestas, Desenvolvimento Rural, Ambiente, Ordenamento do
Território, Habitação e Reabilitação Urbana, o que resultou consequentemente também
na fusão das secretarias-gerais dos extintos Ministérios da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente e do Ordenamento do Território.
Como resultado da fusão, o CDI foi integrado na Direcção de Serviços de Sistemas de
Informação e Comunicação da SG do MAMAOT, também responsável pela gestão da
Biblioteca Central.
O CDI continua com a sua existência e espaço físico, não tendo sido desmantelado e
integrado fisicamente na Biblioteca Central. No entanto, todo o processo de fusão
desencadeou situações prejudiciais, colocando a sua existência e continuidade em causa.
Por motivos orçamentais e de contenção de despesa, encerrou as portas para o exterior,
vedando a possibilidade da divulgação da sua riqueza histórica e documental. O seu
acesso actualmente é feito pelo nº 53 da Rua de “O Século” e apenas para quem se
desloca para consulta e investigação.
5.2.4. Segmentação do mercado
O mercado alvo ou público-alvo principal do CDI são os gabinetes ministeriais do
MAMAOT, especificamente a Secretaria de Estado do Ambiente e do Ordenamento do
Território. No entanto, existem outros utilizadores pertencentes à sociedade em geral.
Existindo um vasto público, torna-se necessário realizar uma segmentação do mercado,
de modo a exercer um atendimento e uma prestação de serviços sustentados na
qualidade e na satisfação das necessidades do seu utilizador.
Neste universo, os utilizadores do CDI podem ser divididos em vários grupos,
subdividindo-se estes últimos noutros com necessidades específicas de acesso a
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diferentes serviços, de acordo com o quadro seguinte:
Técnico /
Funcionário
Aluno
Docente /
Investigador
Comunidade em
geral
Gabinete
ministerial
Universidade
Ensino
Alunos do
Ensino Básico
Licenciatura
Investigação
Estudante
Geral
Mestrado
Alunos do
Ensino
Secundário
Doutoramento
Cidadão comum
Quadro 2 – Segmentação do público-alvo
Cada um dos grupos e respectivos subgrupos, possuem uma diversidade de
necessidades, podendo esta ser analisada separadamente, para melhor satisfação do
público. Neste sentido, para cada subgrupo de cada grupo será aplicado um estudo de
análise através dos quatro factores indicados no quadro: técnico/funcionário, aluno,
docente/investigador e comunidade em geral.
Os factores comportamentais dizem respeito aos utilizadores que utilizam o espaço do
CDI de acordo com hábitos característicos. O utilizador poderá utilizar o espaço para
estudo individual e em grupo, de pesquisa e consulta ou para empréstimo, como se pode
depreender da leitura do quadro 3:
- 78 -
Grupo
Subgrupo
Variável
Frequência de
Gabinete
Membro do gabinete
ministerial,
ministerial,
licenciatura,
técnico e
mestrado,
funcionário,
doutoramento/
aluno,
pós
docente e
doutoramento,
investigador,
ensino,
comunidade em geral
investigação,
utilização
Possibilidade de
segmentação
Utilizador pela
primeira vez,
regular, ocasional
Em grupo,
Hábitos de uso
individual,
silêncio
Muito uso,
Taxa de uso
pouco uso
ensino básico ou
secundário
Pesquisa,
Ocasião
empréstimo
Quadro 3 – Segmentação comportamental
Quanto aos factores demográficos, importa segmentar os utilizadores por grau de ensino
e profissão (quadro 4):
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Grupo
Subgrupo
Variável
Idade
Possibilidade de
segmentação
De 5 aos 50
Gabinete
ministerial,
Membro do gabinete
ministerial, técnico e
funcionário, aluno,
licenciatura,
mestrado,
comunidade em
geral
pós
feminino
Africana,
doutoramento/
docente e
investigador,
Masculino,
Género
Europeia,
Origem
doutoramento,
Asiática,
Latino-americana
ensino,
investigação,
Estudante,
ensino básico ou
profissional
por
conta de outrem,
secundário
Ocupação
profissional
principal
conta
por
própria,
aposentado,
desempregado.
Quadro 4 – Segmentação demográfica
Nos aspectos geográficos, a sua divisão não será necessária, pois o CDI abrange todo o
público que pretenda frequentar e aceder aos seus serviços.
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5.2.5. Posicionamento
O posicionamento do CDI diz respeito à forma como pretende posicionar-se nos
diferentes segmentos-alvo que serve, isto é, tem a ver com a imagem que o CDI deseja
transmitir.
5.2.6. Marketing-mix
Tendo sido abordado anteriormente, existem variáveis de promoção das organizações
que são designadas por 4Ps: preço (price), produto (product), promoção (promotion) e
distribuição (place). Neste ponto, irá ser explicado de que forma estas variáveis se
constituem na base do programa do plano de marketing para o CDI.
5.2.6.1. Produto e serviços
Considerando como produto os bens tangíveis e o serviço como bens intangíveis, este é
colocado à disposição de quem o pretende consumir ou utilizar e deve revestir-se de
características essenciais às necessidades do seu consumidor ou utilizador.
Como o CDI pertence a uma instituição pública, os produtos que oferece são, no geral,
bens intangíveis – os seus serviços. No entanto, dispõe no seu espaço, alguns artigos de
merchandising (postais, canecas, lápis, esferográficas etc) para venda.
O CDI é composto por duas áreas: Biblioteca e Arquivo. Estas áreas disponibilizam
serviços aos seus diversos utilizadores. Poderão ser melhoradas, subdivididas e
tornarem-se mais atractivas. Neste plano, irá ser abordada apenas a área de Biblioteca.
Para uma melhor compreensão, ilustra-se a área de Biblioteca, com os seus serviços
disponíveis para serem consumidos, através do seguinte esquema:
- 81 -
Biblioteca
Secção de Tratamento
Técnico
 Catalogação de
material
bibliográfico físico
e digital na base de
dados DocBase;
 Indexação e
classificação de
material
bibliográfico físico
e digital.
 Digitalização.
Secção de
Atendimento e
Empréstimo
 Empréstimo;
 Gestão de sala de
leitura;
 Serviço de
fotocópias e
impressão;
 Informações
gerais.
Quadro 5 – Organização dos serviços biblioteconómicos
De acordo com o esquema apresentado, a área de biblioteca encontra-se dividida em
duas secções: a do Tratamento Técnico e a do Atendimento e Empréstimo.
Na primeira secção, as tarefas realizadas destinam-se ao tratamento da documentação
adquirida, ofertada e doada para ser disponibilizada ao utilizador/leitor. As duas
primeiras são tarefas que se realizam para disponibilizar os registos bibliográficos
existentes no fundo documental físico e via catálogo on-line, permitindo a sua pesquisa
e posterior recuperação pelos utilizadores.
Na segunda secção, atendimento e empréstimo, os serviços são realizados e orientados
para o utilizador.
- 82 -
Nesta secção existem algumas melhorias a implementar relativamente ao utilizador com
deficiências motoras e visuais, assim como a implementação de novas ferramentas e
serviços, visando o benefício de todos os utilizadores. Estes utilizadores com
deficiências motoras e visuais teriam igualmente um atendimento personalizado, mas o
colaborador responsável por esta tarefa teria de possuir competências e sensibilidade
para efectuar o atendimento.
 Criação de uma secção de aquisições e de gestão
Na área de Biblioteca, anterior ao processo de fusão, verifica-se que toda a aquisição e
gestão do material bibliográfico para o acervo, a identificação, selecção e proposta para
aquisição de recursos bibliográficos de interesse no âmbito do Ambiente e Ordenamento
do Território e a gestão financeira, tem sido realizado pela Área de Relações Públicas.
Seria de interesse que estes serviços fossem efectuados pelo CDI, criando-se para o
efeito a Secção de Aquisições e Gestão de Colecções, de forma a colmatar falhas, como
são os casos do acervo desactualizado, das novidades bibliográficas e até mesmo a
gestão dos próprios fundos do CDI. Esta secção ficaria responsável pela aquisição e
gestão do material bibliográfico para o acervo, pela identificação, selecção e proposta
para aquisição de recursos bibliográficos de interesse aos gabinetes e restante público e
pela gestão de colecções adquiridas, ofertas e permutas.
 Aquisição de livros em Braille
Seria de ponderar a aquisição de obras e documentos em Baille da temática ambiente,
uma mais-valia para a captação de utilizadores com deficiências visuais e uma
contribuição para a educação nesta temática. Vários livros foram produzidos em Braille,
especialmente no Brasil em 2008, pela Fundação Dorina Nowill, instituição
especializada em portadores de deficiência visual, disponibilizando títulos como: “O
meio ambiente em debate” e “O desafio amazônico”, de Samuel Murgel Branco; “SOS
tartarugas marinhas”, de Rogério Andrade de Barros; “A viagem das sementes”, de
Paulo Ernani Carvalho; “Diga não ao desperdício”, da Codeagro, órgão da Secretaria
Estadual da Agricultura e Abastecimento; “Poluição das águas”, Luis Roberto Magossi
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e Paulo Henrique Bonacella; e ”Meio ambiente e desenvolvimento”, de José Eli da
Veiga.
 Empréstimo domiciliário e inter-bibliotecas
O serviço de empréstimo domiciliário e inter-bibliotecas deveria ser adoptado, não
ficando restringido ao serviço de empréstimo interno e de consulta. Para o efeito,
efectuar-se-ia uma selecção de monografias e documentos que poderiam ser utilizados
para esse efeito, uma vez que existem documentos únicos e que, devido ao seu frágil
estado de conservação, se encontram reservados.
De acordo com a análise SWOT, esta fraqueza seria convertida em força.
5.2.6.2. Preço
Nas instituições e serviços públicos, os preços não são, em alguns casos, controlados
pela instituição que presta o serviço, sendo este o caso do CDI. Este está sujeito a
imposições legais e ao orçamento elaborado anualmente.
Existem no entanto, alguns preços atribuídos a serviços prestados pelo CDI, sendo o
serviço de fotocópias e envio das mesmas ao utilizador, quando requerido por este. A
tabela de preços para este serviço encontrava-se regulamentada e aprovada a nível
superior.
Será necessário estipular um preço ao serviço de digitalização de documentos, quando
solicitados pelo utilizador, assim como, penalizações relativamente ao empréstimo
domiciliário.
A tabela de preços respeitantes aos produtos ou serviços, depois de aprovada, deverá ser
enviada a todos os serviços e organismos tutelados pela Secretaria-Geral.
- 84 -
5.2.6.3. Distribuição
Como já foi referido na análise ambiental, o edifício do CDI possui uma localização
privilegiada, um ambiente adequado à consulta da documentação e acessibilidade ao
catálogo on-line, patenteando características convidativas que proporcionam bem-estar
ao utilizador. Contudo, será necessário realizar algumas inovações para dinamizar o
CDI e proporcionar ao utilizador conforto físico e psíquico, indo de encontro à
satisfação das suas necessidades. As instalações virtuais de catálogos e repositórios
permitirão ao público-alvo chegar mais rapidamente aos recursos informacionais que
pretende. Assim, o CDI conseguirá deixar de ser um centro expositivo para passar a ser
um centro interactivo, facilitador no acesso à informação, através de canais de
distribuição, como as redes sociais e outros (Pinto, 2007; Sáez, 2002).
5.2.6.4 Promoção
A promoção é o elemento mais visível do marketing-mix. Tem como objectivo informar
de forma clara e inequívoca os actuais e potenciais utilizadores da existência dos
serviços, das suas características e vantagens, e de onde e como obter esses serviços. É a
promoção que contribui substancialmente para a criação e divulgação da imagem do
serviço. A ausência da promoção leva o utilizador a considerar negativamente o serviço
e a pôr em causa a sua qualidade.
Nem todos os canais de promoção são utilizados para divulgar os serviços; no entanto, a
mensagem deve ser coerente, consistente, clara e convincente. Mais ainda, deve
despertar e captar o público-alvo e novos utilizadores. De acordo com a análise SWOT
efectuada, poder-se-á apresentar alguns canais de promoção que vão de encontro às
exigências dos utilizadores e público em geral.
Neste ponto, são apresentados os canais de promoção e comunicação que mais se
coadunam com os serviços do CDI, e que são canais usados por outras instituições sem
fins lucrativos. Os mesmos podem ser promovidos e promover o próprio serviço físico.
- 85 -

Biblioteca e Museu Digital
A criação de uma Biblioteca Digital permitiria converter ameaças em oportunidades,
como se salienta na Análise SWOT, tendo em conta como ameaças as fontes de
conhecimento (Google e outros) e a rapidez de acesso a fontes de informação
concorrenciais.
A BD disponibilizaria documentos de acesso restrito devido à sua fragilidade e estado
de conservação. Nesta área, a criação de um Museu Digital seria de interesse como
divulgação de documentos de interesse histórico restritos ao público, de interesse
cultural ou de mera curiosidade. A apetência do público por colecções e arquivo, são um
ponto de partida para a realização on-line de mostras documentais (Marquez, 2011).
Para o efeito, poderiam ser usadas colecções de postais temáticos, fotografias antigas do
edifício e área envolvente do CDI (Bairro Alto e Baixa Pombalina). A criação da BD e
do MD seria realizada com o apoio da Divisão de Sistemas de Informação, que tem
colaborado na gestão e manutenção da base de dados e catálogo on-line do CDI. A
criação da BD seria um trabalho in-house, evitando alterar o orçamento estipulado.
 Núcleo museológico
A criação de um núcleo museológico permitiria representar a história do edifício onde
se encontra o CDI. Seria de interesse cultural e turístico a realização deste pequeno
museu. O referido núcleo museológico incluiria fotografias e algumas peças, existentes
no espaço do CDI, relativas à impressão do jornal “O Século”. A exposição fotográfica
ficaria distribuída desde a entrada principal até à sala de leitura, onde culminaria com as
peças tipográficas.
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 Newsletter
O CDI divulgava internamente uma newsletter digital sobre a área do ambiente, tendo
sido reformulado o seu layout em 2011 (Anexo I). Juntamente com o layout, novas
rubricas foram incluídas na Newsletter, como uma entrevista com uma personalidade
ligada ao ambiente e ordenamento do território, uma agenda cultural com a realização
de eventos e efemérides (Anexo II), uma rubrica com informações gerais e curiosidades
sobre ambiente e outras. A sua divulgação on-line foi suspensa, devido à fusão dos
Ministérios. Seria de interesse reeditar e proceder à sua divulgação na página web da
SG, nas redes sociais e através de correio electrónico a todos os serviços e organismos
tutelados pela SG. A periodicidade da newsletter manter-se-ia trimestralmente.
 Criação de uma rede social electrónica
A web 2.0 (Twitter e Facebook) permite a divulgação e promoção dos produtos e
serviços de qualquer biblioteca. Com um orçamento limitado, esta é uma ferramenta a
utilizar, pelo seu baixo custo, facilidade de elaboração e acesso. O seu uso pelo público
permitirá o acesso fácil ao que se passa e ao que se encontra na biblioteca ou CDI. Caso
a página não tenha sucesso, facilmente poderá ser eliminada, sem custos adicionais
(Marquez, 2011).
Sublinhe-se que se trata de um dos meios actualmente usado por milhões de pessoas.
 Compilação, edição e reedição
Gradualmente, tem-se verificado uma diminuição na aquisição bibliográfica e
actualização do acervo documental. Dentro do seu espólio, salientam-se documentos
importantes e únicos na área do ambiente e que é da máxima urgência preservar,
destacando-se documentação sobre a presença de Portugal nas primeiras reuniões em
Estocolmo com organizações internacionais sobre o ambiente, o primeiro relatório do
Estado do Ambiente e documentação sobre as primeiras medidas sobre legislação
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ambiental assim como documentação educacional utilizada em todo o país na Acção de
Educação Ambiental nos anos 70. Esta documentação seria indicada para colmatar a
diminuição da aquisição bibliográfica, através da sua compilação e edição.
Nesta óptica, seria de interesse proceder à compilação e edição dos seguintes
documentos:
 documentos únicos na área do ambiente e que urge preservar, destacando-se
documentação sobre a presença de Portugal nas primeiras reuniões em
Estocolmo com organizações internacionais sobre o ambiente,
 o primeiro relatório do Estado do Ambiente e documentação sobre as primeiras
medidas de legislação ambiental.
Na área da educação ambiental, a reedição de livros que ainda são solicitados pelas
escolas do Ensino Básico:
 Documentação educacional utilizada em todo o país na Acção de Educação
Ambiental nos anos 70.
 Livro da Carta do Chefe Índio Seatle de 1855 (anteriormente ofertado pelo CDI
e utilizado nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico)
 Livro sobre o Ambiente (capa com o primeiro cartaz usado para o Dia Mundial
do Ambiente);
Para a procura de estudantes de nível universitário, seria de interesse realizar-se a
reedição do seguinte livro:
 “O homem e o Ambiente” (estudos básicos sobre o ambiente realizados pelo
CNA), muito solicitado pelos estudantes universitários: existe apenas em inglês
e, pelo que seria útil fazer uma edição em português.
Nesta área, seria de interesse realizar uma prospecção de mercado para apurar outras
temáticas sobre ambiente, para compilação e edição, assim como os custos envolvidos,
tendo em vista a realização de um orçamento.
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 Parcerias público privadas
A divulgação do CDI através de publicações externas à SG poderá ser realizada. A falta
de parcerias com entidades públicas e privadas tem-se apresentado como uma ameaça à
divulgação dos serviços e imagem do CDI. Convertendo-a em oportunidade, a
realização de parcerias seria de ponderar. A parceria com a Câmara Municipal seria uma
mais-valia para a divulgação do CDI na Agenda Cultural que mensalmente é emitida e
distribuída gratuitamente na cidade de Lisboa.
Para a divulgação de eventos e efemérides, “O Instalador”, revista gratuita, que
colaborou com o CDI na publicação de alguns eventos realizados no seu espaço, seria
outro alvo de interesse, para continuar a antiga colaboração na divulgação de futuros
eventos e feiras, sem custos adicionais.
Desta forma, a fraqueza apresentada na análise SWOT (dificuldade de captação dos
públicos para eventos), seria ultrapassada e convertida em força, ao realizarem-se estas
duas parcerias.
O lançamento de monografias poderão ser realizados no espaço do CDI, o que seria
viável com a realização de realizar protocolos com Livrarias ou outras instituições
editoriais.
 Eventos e efemérides
Elaboração de uma agenda trimestral (Anexo II) onde constem a realização de eventos e
efemérides que poderão ser realizados no espaço do CDI, ou em espaços em parceria
com outras bibliotecas ou CDIs. A agenda poderá ser publicada na Newsletter (Anexo
I), na rubrica sob o mesmo tema. Para alguns utilizadores, as feiras do livro são
importantes. O sucesso dessas feiras poderá ser elevado, se a sua promoção e
divulgação forem realizadas atempadamente, e se estabelecerem protocolos com outras
instituições interessadas na realização das mesmas. O mesmo se aplica à comemoração
de efemérides; por exemplo, o Dia Mundial do Ambiente, poder-se-á realizar no seu
espaço com a realização de pequenos concertos, especialmente música barroca e alguma
contemporânea a que subjaza a temática do ambiente.
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5.2.6.5. Pessoas
Numa organização em que o serviço prestado não se evidencia como um bem tangível,
torna-se difícil avaliar a importância que os colaboradores têm dentro da mesma.
Através da opinião dos utilizadores, essa avaliação poderá ser efectuada, incidindo
sobre o seu comportamento e atitudes. O melhor método, será através do preenchimento
de um pequeno inquérito entregue ao utilizador, no momento da sua visita ao CDI.
A imagem do CDI encontra-se de imediato no balcão de referência, na área da
Biblioteca. Os colaboradores que exercem funções nesta área, teriam preferencialmente
uma boa apresentação, identificação e postura apropriada para um serviço de qualidade.
Para o efeito, é necessário que estejam motivados nas funções que exercem. Esses
colaboradores terão que compreender que um bom atendimento gera satisfação nos
utilizadores e um aumento na procura dos serviços (Sáez, 2002).
O alcance desta qualidade deverá ser feito não só através de entrevistas de avaliação da
motivação e dos conhecimentos, como pela prestação de formação contínua aos
colaboradores. Poder-se-á igualmente averiguar como resolvem os problemas dos
utilizadores e avaliar a sua postura durante o atendimento.
No backoffice, deverá também existir uma preocupação ao nível do atendimento, via
telefone e por escrito, para que a qualidade e sabedoria desejadas transpareçam para o
utilizador.
Reuniões e accões de formação internas deverão ser realizadas. As reuniões deverão ser
mensais, sempre que se justifiquem e, as formações deverão ser sobre temas específicos.
A qualidade exigida baseia-se não só nas ferramentas disponíveis, mas também através
dos colaboradores, recursos humanos que requerem um cuidado especial, pois são os
responsáveis pela imagem, qualidade e produção dos serviços. Os colaboradores são
indivíduos com conhecimentos e interesse em valorizar a sua cultura, actualizar o seu
conhecimento e colaborar na equipa de trabalho. Uma boa forma de atingir a harmonia
da equipa poderia ser a canalização de sugestões, opiniões e reclamações apresentadas
pelos colaboradores, cabendo à Direcção fazer a sua avaliação, por forma a proceder a
alterações, se assim o entendesse.
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5.2.6.6. Processos
Um serviço que não possua uma boa gestão dos processos e que não proporcione uma
resposta de acordo com cada caso concreto, poderá ter consequências ao nível da sua
eficácia.
Assim, esforços deverão ser levados a cabo, no sentido de satisfazer as necessidades do
utilizador e de garantir uma homogeneidade nas respostas.
A Direcção deverá elaborar instruções de trabalho internas e definir procedimentos a
seguir. Estas instruções deverão estar disponíveis aos colaboradores de forma a permitir
uma melhor execução das tarefas.
5.2.7 Orçamento
A realização do plano de marketing obriga à elaboração de um orçamento, o que
implica uma prospecção e estudo do mercado para se obter uma visão dos custos. Este
procedimento e levantamento dos custos, terá que contemplar todas as tarefas, passo a
passo. No entanto, algumas poderão ser realizadas in-house, de forma a evitar uma
sobrecarga orçamental. Devido à sua especificidade, esta abordagem financeira não será
contemplada neste estudo.
5.2.8. Aplicação do plano
Nesta fase, poder-se-á encontrar algumas resistências por parte dos colaboradores. Deste
modo, a aplicação do plano de marketing exige um grande empenho por parte dos
mesmos e uma planificação atenta por parte da Direcção, para que se possam antecipar
e corrigir atitudes e comportamentos que sejam contrários a uma aplicação bem
sucedida.
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5.2.9. Avaliação e controlo
Para avaliar o CDI quanto à sua qualidade, será de interesse realizar questionários aos
utilizadores, através de pequenos formulários. O comportamento, conhecimento e
profissionalismo dos colaboradores deverão ser igualmente contemplados nesta
avaliação, por parte dos utilizadores.
Quanto à avaliação do plano, esta deve ser obrigatoriamente realizada periodicamente,
através de reuniões semanais de análise de processo e análise crítica, de forma a
permitir actualizações e correcções. Este controlo e avaliação deverá ser feito através de
relatórios onde constem uma lista dos objectivos a atingir, as estratégias delineadas para
atingir esses objectivos e, por fim, os indicadores que demonstram a realização ou não
dos mesmos.
5.2.10. Cronograma
Todas as acções têm uma data de lançamento prevista (Anexo III). Será necessário
proceder a testes sobre algumas das acções indicadas, como a criação da Biblioteca
Digital, do Museu Digital e a rede social electrónica, o que, para o efeito, foi
considerado um intervalo de tempo, em termos de cronograma. Foi considerado o
período de férias, especificamente Julho a Setembro e final de Dezembro, como período
morto, evitando-se a realização de acções nesse lapso temporal.
Segundo esta previsão, o lançamento das acções terá início em Janeiro de 2014,
privilegiando a não sobreposição com o período de férias, a regularidade das acções e a
sua intensidade em fase de lançamento.
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Capítulo VI – Conclusão
Na actual conjuntura, as mudanças e as evoluções tecnológicas e dos mercados são um
alerta para os serviços públicos, nomeadamente, as bibliotecas e centros de
documentação. A concorrência sentida é um estímulo para que as bibliotecas se
dinamizem e se ajustem às exigências diárias do público. No entanto, a resistência à
mudança impera e, por consequência, constitui um entrave aos benefícios que poderão
advir das iniciativas e da modernidade que se queira implementar nesses serviços, assim
como dos benefícios proporcionados por um plano de marketing.
Da análise efectuada ao longo do presente trabalho e na sequência de todo o processo de
extinção e fusão dos Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das
Pescas e do Ambiente e do Ordenamento do Território, depreende-se que a inactividade
parcial à qual o CDI foi obrigado a permanecer, acarreta graves consequências para o
seu funcionamento e existência. A deficitária divulgação ao longo dos anos, contribuiu
para que o público em geral desconhecesse o teor da sua actuação, o qual ficou
confinado apenas aos poucos utilizadores que o conheciam. O encerramento das suas
portas agrava a situação.
Prolongando-se este estado de coisas, o entendimento do público sobre o CDI será o de
uma definitiva extinção. Todo o trabalho educacional no âmbito do ambiente e do
ordenamento do território terminar-se-á. As normas e objectivos estabelecidos pela
Europa sobre o ambiente não serão atingidos, colocando Portugal numa situação de
incumprimento. O actual período de crise económica coloca problemas prioritários
como a dívida externa, o aumento de desemprego, o colapso do sistema nacional de
saúde, etc., enquanto que, no âmbito do ambiente, são desconsideradas medidas
importantes para a sua preservação e conservação. Assim, resulta que toda a educação
ambiental, trabalhada ao longo dos anos pelo CDI, deixará de produzir efeito.
A contínua falta de divulgação e acção educacional que era realizada por este serviço,
leva a que o público esqueça a importância do ambiente, do ordenamento do território e,
em especial, da existência dos serviços e do acervo documental que o CDI tem para
oferecer.
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É crucial tomarem-se iniciativas para a dinamização, divulgação e desenvolvimento dos
serviços do CDI. A aplicação de um plano de marketing apresenta-se como a forma
mais viável e eficaz para o despertar do interesse do público sobre a sua realidade.
Através de todo o presente trabalho, constatou-se a necessidade e importância de haver
um plano de marketing, evidenciou-se que os serviços podem ser comercializados e,
citando Sáez (2002) “tudo pode ser comercializado: produtos, serviços, organizações,
pessoas, lugares, etc”. Assim, os serviços do CDI, como bens intangíveis, poderão ser
também comercializados, divulgados, dinamizados.
Constatou-se igualmente que marketing se aplica em todas as organizações, como forma
de promoção, divulgação, venda de produtos tangíveis e intangíveis e garantia de
sucesso para organizações com fins lucrativos.
Estas careciam da mesma necessidade e adoptaram esta ferramenta como forma de
promoverem, venderem e valorizarem os seus produtos intangíveis. Necessitavam de
técnicas que auxiliassem a sua relação com o mercado, com os seus utilizadores e
clientes. Neste campo, integram-se as bibliotecas e os centros de documentação como
organizações sem fins lucrativos que são, de grande importância para o mundo e
educação da sociedade.
Assim, é proposto um plano, concebido com o desígnio de ser um instrumento de
melhoria de qualidade e projecção da imagem do CDI.
Partindo deste pressuposto, foi elaborado um fundamento teórico em torno dos
conceitos de marketing, marketing de serviços e plano de marketing, através da revisão
da literatura dos autores referidos. Apresentou-se uma caracterização dos serviços do
CDI e o motivo da proposta do plano de marketing.
Não existe uma fórmula exacta para a elaboração de um plano de marketing; no entanto,
um plano foi elaborado no sentido de propor melhorias aos serviços biblioteconómicos
do CDI. Esse plano de marketing é flexível, susceptível de alterações e adaptações, em
conformidade com o ambiente interno e externo, com circunstâncias e os imprevistos
(Summey, 2004).
Salienta-se que, relativamente à área de biblioteca, algumas das estratégias mencionadas
já se encontravam em prática (newsletter e feiras do livro). As vantagens que estas
- 95 -
ferramentas apresentam, têm sobretudo a ver com a projecção da imagem e dinamização
do espaço, podendo captar novos utilizadores. O plano permite detectar e diminuir
alguns aspectos negativos, localizar oportunidades e fomentar outros que sejam
positivos.
O sucesso da implementação deste plano, prende-se com a motivação, empenho e
grande esforço de todos os técnicos da informação, colaboradores e das chefias. Não
obstante haver adversidade quando se tentam implementar mudanças, principalmente
em momentos de crise económica e com orçamentos quase inexistentes, é possível
conseguir resultados positivos. Os recursos humanos e as tecnologias existentes inhouse são um contributo para o sucesso.
Nos tempos de mudança que se vivem ao nível dos recursos de informação e das
tecnologias, é fundamental que o CDI aplique todas as estratégias possíveis para se
dinamizar e estender este dinamismo à Biblioteca Central do MAMAOT, pois a oferta
torna-se cada vez mais diversificada e a concorrência é também cada vez mais exigente.
O trabalho focalizou as principais ferramentas de um plano de marketing necessárias à
sua realização, especialmente os 4 Ps do Marketing-mix. Outras ideias poderão ser
propostas no futuro, para um maior dinamismo e adequação dos serviços às exigências
dos utilizadores. No entanto, tendo em conta a experiência vivida nos serviços do CDI e
tendo consciência de que o tempo actual é de contenção de despesas, apresentam-se
ferramentas que poderão ser utilizadas in-house importantes para o dinamismo e
imagem do CDI. e isto sem grandes alterações orçamentais.
Por outro lado, ao aplicar-se o plano de marketing biblioteconómico no CDI, entende-se
que tal abordagem poderá trazer vantagens para a Biblioteca Central, que se debate com
os mesmos problemas.
O plano apresenta novas propostas que terão impacto no público em geral. A
dinamização do CDI utiliza ferramentas ligadas às tecnologias que actualmente são
utilizadas pela sociedade. A imagem de modernidade que se procura imprimir ao CDI,
será uma mais-valia para os seus serviços, como forma de captação de novos
utilizadores e conservação dos existentes.
A proposta apresentada pelo plano na compilação e edição de documentação que não
existe noutra instituição, será uma mais-valia. A reedição de monografias existentes,
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permitirá a actuação da educação ambiental nas escolas e universidades. A inclusão de
documentação em Braille no acervo do CDI, permitirá a captação de utilizadores
invisuais que sentem dificuldades na obtenção de literatura adequada às suas
necessidades. O seu espaço físico encerra história que atravessa séculos, que poderá ser
divulgada e incluída em roteiros turísticos. A sua divulgação através de parcerias
público privadas, permitirá a promoção do CDI perante o público. Eventos e efemérides
poderão ser realizados no seu espaço ou em parceria com outras instituições, como
forma de dinamização. A criação de um perfil social electrónico sobre o CDI,
comummente utilizado pelo público, é uma ferramenta vital e acessível, para a
divulgação das actividades e serviços disponíveis.
As razões apresentadas são satisfatórias para evitar a extinção do CDI. São razões que
permitem que a sua reactivação seja realizada, as portas reabertas para o exterior,
possibilitando assim, servir e atender as necessidades dos utilizadores e do público em
geral.
Como projecto futuro, seria interessante ver até que ponto o plano de marketing
proposto neste trabalho pode realmente ser aplicado com sucesso, influenciar a
reactivação do CDI, abrir as suas portas e estender-se à Biblioteca Central da SG do
MAMAOT, com as respectivas adaptações.
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Anexos
Anexo I – Nova newsletter
Anexo II – Agenda cultural
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Anexo III – Cronograma de aplicação do plano
CRONOGRAMA DE APLICAÇÃO DO PLANO
Meses
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*As acções calendarizadas poderão ocorrer fora do calendário indicado, sempre que exista a necessidade de tal acontecer.
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