MOMENTO INTERDISCIPLINAR: HISTÓRIA E GEOGRAFIA FOCO: A CRISE NA SÍRIA ROTEIRO DE PESQUISA Caro(a) aluno(a), Esse documento será para você um norteador na sua pesquisa sobre a questão tratada na nossa prova interdisciplinar. Basicamente, trataremos da Crise na Síria, suas causas, geopolítica e consequências humanas, sociais e históricas. Para tanto, estou disponibilizando essa pequena introdução seguida um grupo de links de pesquisa. Nestes links você encontrará textos completos, vídeos e mapas que o ajudarão no processo de entendimento do tema. Boa pesquisa e bom trabalho! A Síria Localizada no Oriente Médio e banhada pelo Mar Mediterrâneo, a Síria faz fronteiras com a Turquia (ao norte), Iraque (a leste), Jordânia (ao sul), Israel (a sudoeste) e Líbano (a oeste). A maior parte do território nacional é coberta por desertos. Pesquisas arqueológicas afirmam que a ocupação da região, que atualmente corresponde à Síria, ocorreu há mais de 5 mil anos. Esse fato proporcionou ao país uma série de elementos históricos: sítios arqueológicos, ruínas romanas na cidade de Palmyra; castelos medievais da época das Cruzadas; construções islâmicas em Damasco. Ao longo da história, o território da Síria foi dominado por impérios Persa, Macedônico, Romano, Árabe e Turco-Otomano. A França, durante a primeira metade do século XX, realizou o processo de colonização no país, que conquistou a independência no dia 17 de abril de 1946. A Síria é grande opositora da política israelense, sendo que as duas nações se envolveram em um conflito armado, denominado Guerra dos Seis Dias, em 1967. Os Estados Unidos acusam a Síria de financiar grupos terroristas anti-Israel, em especial o libanês Hezbollah e o palestino Hamas. A economia nacional tem na exploração de petróleo e gás natural a principal fonte de receitas. Outra atividade de fundamental importância é a agricultura, na qual há o cultivo de azeitona, frutas, legumes, verduras e algodão. A indústria, por sua vez, é pouco desenvolvida, e atua nos seguintes segmentos: químico, petroquímico, couro, têxtil e alimentício. Conflito na Síria: a primavera que não consegue se estabelecer A Síria está atravessando um período bastante turbulento com o crescimento das revoltas contra o governo de Bashar alAssad. Mesmo com as sanções impostas pela ONU, o presidente sírio não abre mão do poder e a escalada de violência aumenta a cada dia. Desde o início dos protestos sociais em março de 2011, a Síria atravessa um momento de grave tensão social. A maioria da população corresponde aos sunitas, divisão do islamismo que abrange cerca de 90% dos islâmicos do mundo. O presidente sírio Bashar al-Assad pertence à seita islâmica alauita, uma vertente dos xiitas. Os alauitas podem ser considerados como a elite econômica e política da Síria, possuindo também uma posição privilegiada nas forças armadas. O governo sírio é apoiado pelo Irã, país de maioria xiita e que é declaradamente opositor à dominação geopolítica do ocidente na região. Recebe também grande influência do grupo xiita Hezbolah, milícia islâmica que luta pela criação de um Estado palestino e que recentemente assumiu o poder no vizinho Líbano. Bashar al-Assad chegou à presidência no ano de 2000 após o falecimento de seu pai, Hafez al-Assad, prometendo uma série de reformas que nunca foram realizadas. O partido Ba’ath governa a Síria desde 1963 e pouco tempo depois que chegou ao poder impôs censura à imprensa e decretou um Estado de Emergência, que é quando o governo pode tomar medidas que contrariam os direitos civis em nome dos ideais do Estado, efetuando prisões, impondo toques de recolher, entre outras medidas. Atualmente o país é governado por uma espécie de cartel formado por governistas e empresários. Algumas reformas políticas foram realizadas nos últimos anos, mas não foram suficientes para impedir as manifestações da população civil que começaram na cidade de Deraa, ao sul, e que se espalharam por todo o país. A violência aumentou muito, e os dados da ONU indicam ao menos 10.000 mortes em 1 ano de conflito. Ao final do mês de abril de 2011, o governo encerrou o Estado de Emergência que vigorou no país por 38 anos, afirmando que as manifestações políticas pacíficas seriam permitidas no país. Após a projeção internacional da crise, o líder sírio tentou convencer a ONU que as ações contra os manifestantes não eram intensas, diferente das informações que os rebeldes e os opositores em exílio expuseram para a comunidade internacional. ONU e Liga Árabe procuraram saídas diplomáticas e negociaram um cessar-fogo que aparentemente não foi praticado. Os bombardeios contra os focos de resistência rebelde ainda são constantes. As deserções de soldados sírios começaram a ajudar os opositores, que pretendem criar um conselho transitório de governo. Os principais alvos dos rebeldes são os símbolos do poder do governo, como delegacias e tribunais. As cidades de Aleppo (a mais populosa e importante) e a capital Damasco concentram a maior parte dos confrontos. O número de refugiados já ultrapassa a marca de 250 000 indivíduos, a sua maioria em direção à Jordânia. Os Estados Unidos parecem não querer interferir diretamente na questão Síria por entenderem o momento inoportuno para encarar o Irã, que pode se sentir ameaçado ao ver o ocidente interferindo nas políticas internas do seu aliado. Além disso, a característica apresentada pelo governo norte-americano de Barack Obama é evitar “novos Iraques”, isto é, guerras dispendiosas do ponto de vista financeiro e humano. Há uma disposição por parte da ONU de tomar medidas mais drásticas contra Bashar al-Assad, que são veementemente refutadas por China e Rússia, países que possuem em seus territórios conflitos separatistas e etnias que buscam autonomia. Várias sanções políticas e econômicas já foram impostas, como o congelamento dos bens do Estado sírio e a suspensão da comercialização do petróleo, principal produto exportado pelo país. A saída de al-Assad é algo inevitável, mas pode ceifar milhares de vidas até a sua consumação. Júlio César Lázaro da Silva Colaborador Brasil Escola Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP Dados da Síria: Extensão territorial: 184.050 km². Localização: Oriente Médio. Capital: Damasco. Clima: Mediterrâneo (litoral) e árido (interior). Governo: República presidencialista (ditadura militar desde 1970). Divisão administrativa: 14 distritos. Idiomas: Árabe (oficial), curdo. Religiões: Islamismo 92,1%, cristianismo 5,2% (ortodoxos 2,7%, outros 2,5%), sem religião e ateísmo 2,7%. População: 21.906.156 habitantes. (Homens: 11.056.330; Mulheres: 10.849.826). Composição: Árabes sírios 90%, curdos 5,9%, circassianos, turcos e armênios 4,1%. Densidade demográfica: 119 hab/km². Taxa média anual de crescimento populacional: 3,2%. População residente em área urbana: 54,5%. População residente em área rural: 45,5%. População subnutrida: menor que 5%. Taxa de mortalidade infantil: 15 óbitos a cada mil nascidos vivos. Esperança de vida ao nascer: 73,9 anos. Analfabetismo: 17%. Domicílios com acesso a água potável: 89%. Domicílios com acesso a rede sanitária: 92%. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,589 (médio). Moeda: Libra síria. Produto Interno Bruto (PIB): 55,2 bilhões de dólares. PIB per capita: 1.883 dólares. Relações exteriores: Banco Mundial, FMI, ONU. Por Wagner de Cerqueira e Francisco Graduado em Geografia Equipe Brasil Escola Links de pesquisa: http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2013/08/entenda-guerra-civil-da-siria.html http://www.onu.org.br/siria/ http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2013/08/28/entenda-a-discussao-sobre-atacarsiria-que-ha-dois-anos-vive-guerra-civil.htm http://blogs.estadao.com.br/gustavo-chacra/quinze-textos-para-tentar-explicar-a-crise-na-siria/ http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/08/130827_siria_paises_lados_mm_cc.shtml