AULA 01 – SÍRIA E A PRIMAVERA ÁRABE

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AULA 01 – SÍRIA E A PRIMAVERA ÁRABE
Indicadores da Síria
População
Absoluta
Crescimento
Vegetativo
População
Urbana
Expectativa
de vida
22 milhões
0,7%/ano
57%
75 anos
ATUALIDADE...
- A Síria está em guerra civil desde 2011, sendo um dos
eventos da “primavera árabe” contra o ditador Bashar alAssad.
- O conflito gerou uma tragédia humana. Cerca de 200
mil mortos; 6,5 milhões de desalojados; e 3 milhões de
refugiados. É considerada a maior tragédia humanitária
desde o fim da Guerra Fria.
- A guerra favoreceu o avanço do Estado Islâmico (IE),
que controla grandes espaços do território sírio.
A Síria possui litoral com o mar Mediterrâneo, clima
predominantemente desértico e é rica em petróleo –
principal fonte de renda (sendo ainda importantes a
agricultura e o turismo).
A História da Síria é complexa, registrando
momentos sob influência turco-otomana, inglesa, francesa e
da URSS. Em 1970 o general Hafiz al-Assad, através de
um golpe militar, assumiu o poder. Hafiz faleceu em
2000, sendo sucedido pelo filho Bashar.
No sudoeste da Síria estão as Colinas de Golã, área
de terras férteis e das nascentes da bacia do rio Jordão. A
região de Golã está sob domínio israelita desde 1967 (Guerra
dos Seis Dias).
IDH
2014
Analfabetismo
0,658 (118o)
16%
A guerra opõe muçulmanos alauitas (que apoiam o
regime do ditador Bashar al-Assad) e sunitas (ligados ao ELS
e ao Estado Islâmico).
Bashar al-Assad
Quadro complexo
Assad intimida a população com o uso da força e de
possíveis armas químicas. Recebe ajuda do Irã, e a Rússia e
a China vetaram a condenação de seus atos no Conselho de
Segurança da ONU. A Turquia declarou que atacará a Síria
se o conflito adentrar seu território, temendo o
fortalecimento dos curdos, e não aceita mais refugiados.
Israel (que controla parte do território sírio – as Colinas de
Golã) atacou a Síria para destruir armamentos doados pelo
Irã (incluindo uma estrutura nuclear).
Após o ataque químico de agosto de 2013, onde
morreram 1.400 pessoas (mais da metade crianças), os EUA
(com apoio do Presidente Barack Obama e do Congresso
Federal) manifestaram o desejo de promover um ataque
aéreo à Síria. Mas, diante da falta de apoio dos aliados
europeus, o plano foi adiado. A Rússia então negociou com o
regime de Assad, que prometeu suspender o uso de armas
químicas, entregar uma relação do arsenal e destruí-lo.
A proibição do uso de armas químicas foi determinada
pelo Protocolo de Genebra de 1925.
Em março de 2011 a “Primavera Árabe” chegou a
Síria (daí a denominação na Síria de “Outono Árabe”).
Grupos contrários ao ditador Bashar al-Assad, com
destaque para o Exército Livre da Síria (ELS), entraram em
choque com tropas fiéis ao governo e levaram o país à
guerra civil.
Na Síria o principal gás usado nos ataques foi o Sarin
que afeta o sistema nervoso e respiratório. O gás Sarin é
considerado pela ONU uma arma de destruição em massa.
Em 2013 o Prêmio Nobel da Paz saiu para a OPAQ
(Organização para a Proibição de Armas Químicas).
Desde 2012 existem sanções a Síria, principalmente
pelos EUA e União Europeia. No ambiente dos BRICS, diante
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da posição da russa e chinesa, só o Brasil condenou o regime
sírio.
Primavera Árabe
Revoltas populares em países (árabes/muçulmanos) do norte africano e do Oriente Médio. O movimento iniciou
em janeiro de 2011 na Tunísia, onde a chamada “Revolução de Jasmim” depôs o ditador Ben Ali.
Na Tunísia a “Revolução de Jasmim” iniciou em 4 janeiro
com a morte de Mohammed Bouazizi, jovem que ateou
fogo ao próprio corpo em 17 de dezembro de 2010.
Bouazizi era desempregado e teve sua barraca de frutas
confiscada pela polícia. Desesperado viu em sua
autoimolação um ato de protesto.
Causas
- Governos ditatoriais (corrupção, falta de liberdade,
violência...);
- aumento do custo de vida (principalmente dos alimentos);
- insatisfação da população jovem (que é numerosa e tem
acesso à educação e aos meios digitais de comunicação).
Características
- Protestos, desobediências e guerras civis;
- uso das redes sociais na organização de protestos e
divulgação de ocorrências;
- mudanças de governos;
concessões
democráticas
(eleições,
liberdade de
imprensa...);
- crescimento da influência de grupos islâmicos (Irmandade
Muçulmana, Liga Árabe, Estado Islâmico...).
Irmandade Muçulmana
Também chamada Sociedade de Irmãos Muçulmanos é
um grupo fundamentalista muçulmano contrário às
influências “ocidentais” e a modernidade. Fundada em 1928,
atua em mais de 70 países.
Liga Árabe (Liga de Estados Árabes)
Fundada em 1945 congrega os interesses de Estados árabes
do Oriente Médio e do norte africano. Tem por objetivos
intensificar as relações e coordenar políticas e atividades
destinadas ao desenvolvimento de todos os Estados árabes.
Nobel da Paz
Tawakkul Karman, ativista iemenita pró-direitos das
mulheres, tem importante participação na Primavera Árabe
e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2011.
Países Envolvidos
 Com mudança de governantes: países onde ditadores
foram afastados e agora possuem governos provisórios ou
de transição. Os atuais governos são acompanhados por
observadores
da
ONU
e
de
representações
árabes/muçulmanas.
- Egito: deposto Hosni Mubarak (no poder desde 1981).
- Iêmen: renunciou Abdullah Saleh (no poder desde
1990).
- Líbia: deposto e assassinado Muammar Kadafi (no poder
desde 1969).
- Tunísia: renunciou Ben Ali (no poder desde 1987).

Com
repressão
aos
protestos
e
processos/promessas de mudanças: nesses países
ocorreram
repressões
violentas
às
manifestações.
Governantes prometeram mudanças e investimentos.
- Arábia Saudita, Argélia, Barein, Catar, Irã, Jordânia,
Marrocos, Mauritânia, Saara Ocidental, Síria, Sudão e
Turquia.
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TESTES
01. (ACAFE/História) Sobre as recentes alterações no cenário
do Oriente Médio em função do que se convencionou chamar
Revoltas Árabes, marque com V as afirmações verdadeiras e
com F as falsas.
(
) O Egito passou por uma complexa e turbulenta revolta
que retirou do poder o Presidente Hosni Mubarak, que
governava o país há quase 3 décadas. O presidente
Mubarak era aliado do ocidente e, só durante a crise, a
maior parte da imprensa internacional usou a palavra
ditadura para se referir ao seu regime.
(
) A Líbia de Muammar Kaddafi também passou por
violento conflito interno. Nesse caso, a atuação
ocidental foi bastante direta, com ataques aéreos e
apoio aos rebeldes, já que Kaddafi foi, em geral, um
governante hostil aos interesses ocidentais.
(
) As revoltas árabes são quase todas ligadas a
movimentos
fundamentalistas
que
desejam
a
implementação de governos que sejam ao mesmo
tempo democráticos e que mantenham as duras leis da
religião islâmica.
(
) O recente assassinato do terrorista Osama Bin Laden
reflete outro aspecto da revolta árabe: a insatisfação
com a utilização de “arma terrorista”. Bin Laden foi
encontrado, pois o governo paquistanês, pressionado
pelas revoltas, não conseguiu mais proteger o terrorista
saudita.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) F - F - V - V
b) V - V - F - F
c) V - F - F - V
d) F - V - V - F
02.
CRISE NO MUNDO ÁRABE
(A “REVOLTA ÁRABE OU “PRIMAVERA ÁRABE”)
d) pelos avanços das redes sociais e sites de espionagem
que revelaram à população a tendência cristã dos seus
líderes.
e) pela ação das redes terroristas que sabotaram os meios
de comunicação, enganaram a população, e agora detém o
poder em vários países do “mundo árabe”.
03. (FEI-SP) Sobre a situação política da Síria, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) Após a queda do Império Otomano, a região que
compreende a atual Síria foi dominada pela França até sua
independência, em 1946.
b) Em 1948, juntamente com outros estados árabes que
rejeitaram o Plano da ONU de Partilha da Palestina, a Síria
envolveu-se em confronto com Israel, sendo derrotada.
c) Após a independência, prevaleceu um grande período de
instabilidade política, quando ocorreram várias tentativas e
golpes de estado. Em 1962, foi decretado estado de sítio no
país, com a suspensão da maioria das proteções
constitucionais aos cidadãos.
d) Hoje o país pode ser considerado a única democracia do
mundo árabe, mas o poder está concentrado nas mãos de
um pequeno grupo de políticos e militares ligados ao
presidente Bashar al-Assad, eleito democraticamente em
2001.
e) O país sempre teve uma grande participação na política
regional, particularmente através do seu papel central no
conflito árabe-israelense, com envolvimento direto nos
assuntos libaneses e palestinos.
04.
(ESPM-SP)
As
manifestações
e
os
protestos
oposicionistas contra o presidente sírio, Bashar Al Assad,
fizeram o Conselho de Segurança da ONU discutir uma
resolução condenando a repressão praticada pelo governo da
Síria e ameaçando sansões. (Folha de S. Paulo, 06/10/2011)
A posição dos países conhecidos como BRICS na discussão
da resolução do Conselho de Segurança da ONU foi que:
a) todos votaram a favor da resolução.
b) todos votaram contra a resolução.
c) todos votaram contra a resolução, exceto o Brasil que a
apoiou.
d) Rússia e China vetaram a resolução, enquanto Brasil,
Índia e África do Sul votaram a favor da resolução.
e) Brasil, Índia e África do Sul se abstiveram, enquanto a
Rússia e a China vetaram a resolução.
Em janeiro de 2011 teve início a revolução na Tunísia que
culminou com a renúncia do presidente Ben Ali no dia 14. As
revoltas se espalharam por diversos países do norte africano
e do Oriente Médio. As revoltas nos países de identidade
árabe-muçulmana são vistas como avanço da democracia,
mas também despertam preocupações com ação de grupos
radicais.
As “revoltas do mundo árabe” chamaram a atenção do
mundo ocidental, e foram desencadeadas:
a) pelo assassinato do terrorista Osama Bin Laden em
território da Tunísia. O então presidente Ben Ali foi acusado
de dar guarida as forças estadunidenses.
b) pela queda vertiginosa nos preços do barril do petróleo. A
população dos países árabes, grandes produtores de
petróleo, acusam os governos de fraqueza diante das
pressões dos países ocidentais.
c) por anos de governos opressores e corruptos. O
“exemplo” da Tunísia foi reproduzido em diversos países,
alguns com sucesso das forças populares.
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