AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES E ESTADO

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE NUTRIÇÃO
KEITHE SILVA ZALASIK
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES E ESTADO
NUTRICIONAL DE UM DETERMINADO GRUPO DE ADOLESCENTES
MATRICULADOS NO SEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO DE UM
COLÉGIO DE CRICIÚMA (SC).
CRICIÚMA, JUNHO 2010.
KEITHE SILVA ZALASIK
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES E ESTADO
NUTRICIONAL DE UM DETERMINADO GRUPO DE ADOLESCENTES
MATRICULADOS NO SEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO DE UM
COLÉGIO DE CRICIÚMA (SC).
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para
a obtenção do grau de Bacharel no Curso de
Nutrição da Universidade do Extremo Sul
Catarinense, UNESC.
Orientadora: Prof.ª Mestre Michele Biff
CRICIÚMA JUNHO DE 2010.
2
KEITHE SILVA ZALASIK
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES E ESTADO
NUTRICIONAL DE UM DETERMINADO GRUPO DE ADOLESCENTES
MATRICULADOS NO SEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO DE UM
COLÉGIO DE CRICIÚMA (SC).
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado
pela Banca Examinadora para obtenção do
Grau de Bacharel, no Curso de Nutrição da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC.
Criciúma, 30 de junho de 2010
3
Dedico este trabalho à Deus que me
inspirou, capacitou e sustentou: o meu
amor e minha eterna gratidão. “Porque Dele
por Ele para Ele são Todas as coisas. A ele,
pois a Glória eternamente, Amém”, Rm11.36
A minha amada mãe que com muito esforço
e
dedicação
me
proporcionou
essa oportunidade.
4
AGRADECIMENTOS
À Deus, o todo Poderoso, criador da vida e principal responsável pela
realização deste sonho, que esteve comigo nos momentos de fraqueza e alegrias
me sustentando e não deixando que eu desistisse, obrigada meu Deus.
Aos meus pais, Abelardo e Adriana por me ensinarem valores nesta vida.
A minha mãe, Adriana, por me proporcionar a realização deste sonho com
muito esforço e carinho, Mãe, sinônimo de força, carinho e amor, Te amo.
Ao meu esposo, Rodrigo, por me aturar nos momentos de mau humor... E
pelo apoio a mim dedicado em todos os momentos. Te amo!
Às minhas amigas, Nicole e Bruna, por estar sempre perto e pela amizade
de ouro que dedicaram nesses anos. Por sempre me apoiarem, compartilhando
momentos de choro e alegria ao longo desses quatro anos de faculdade!
À minha orientadora, Michele, primeiramente por me proporcionar a
oportunidade de realizar este trabalho, depois por dispor do seu tempo e sua
compreensão e por suas contribuições que enriqueceram meu trabalho.
Aos professores da banca, por compartilharem seus conhecimentos.
E sem me esquecer de mais ninguém, agradeço a todos que colaboraram
de algum modo na concretização deste trabalho.
Muito Obrigada!
5
“Nós não somos o que gostaríamos de ser.
Nós não somos quem ainda vamos ser.
Mas graças a Deus, não somos mais quem
nós éramos”.(Martin Luther King)
6
RESUMO
A adolescência é um período em que ocorrem várias mudanças e elas acontecem
entre os 10 e 20 anos de idade, são marcadas por transformações físicas
aceleradas
e
características
da
puberdade,
diferentes
do
crescimento
e
desenvolvimento que ocorrem em ritmo constante na infância, essas alterações são
influenciadas por fatores hereditários, ambientais, nutricionais e psicológicos.O
comportamento alimentar dos adolescentes está fortemente ligado aos padrões
manifestados pela faixa etária ao qual pertence como a omissão de refeições, pelo
consumo de alimentos de elevado valor energético e pobre em nutrientes e pela
ingestão de bebidas alcoólicas precoce onde esses comportamentos do estilo de
vida dos adolescentes podem contribuir para alterações no estado nutricional. Este
estudo teve por objetivo avaliar os hábitos alimentares e o estado nutricional de
adolescentes com idade entre 10 e 19 anos matriculados no segundo ano do Ensino
Médio, de um determinado colégio do município de Criciúma (SC).Os dados desta
pesquisa foram obtidos através de métodos antropométricos( peso e altura) e hábito
alimentar dos adolescentes.O estado nutricional foi avaliado de acordo com o IMC
para a faixa etária, utilizando os pontos de corte da Organização Mundial da Saúde.
Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Entre a amostra total
do estudo correspondeu a 35 adolescentes sendo 25 do sexo feminino e 10 de sexo
masculino. O estado nutricional que mais predominou foi a eutrofia em 77% dos
indivíduos, sendo que 5,7% foi de obesidade e encontrado somente no sexo
feminino. Quanto ao hábito alimentar dos adolescentes foi avaliado de acordo com
parâmetro do Guia Alimentar, é possível verificar que a maioria dos indivíduos
apresentou um consumo dos grupos alimentares abaixo da adequação que é de
90% à 110%, sendo que o grupo que mais se destacou, por ter um baixo consumo
(< 90%), foi o das frutas em que 100% dos avaliados não consumiram o que o guia
recomenda. O grupo que esteve acima da recomendação (>110%) foi o grupo das
gorduras e açúcares sendo que 57,1% dos avaliados consumiram acima do
preconizado, seguido pelo grupo das carnes em que 54,2% dos avaliados
consumiram acima da recomendação. Sabendo da importância de uma alimentação
adequada nesta fase da vida, é de extrema importância o profissional nutricionista
para a implementação de programas nutricionais direcionadas para esta fase da
vida.
Palavras chave: Adolescentes. Estado Nutricional. Alimentação.
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Pontos de corte IMC para adolescentes...................................................29
Tabela 2 - Distribuição da idade dos adolescentes matriculados no Segundo ano do
Ensino Médio..............................................................................................................36
Tabela 3 - Distribuição do estado nutricional, por sexo, dos adolescentes de 15 a 17
anos matriculados no Segundo Ano do Ensino Médio...............................................37
Tabela 4 - Consumo de Cereais, Raízes e Tubérculos pelos participantes..............39
Tabela 5 - Consumo de Frutas, Legumes e Verduras pelos participantes................40
Tabela 6 - Consumo de Feijão e Alimentos Ricos em Proteína pelos
participantes...............................................................................................................41
Tabela 7 - Consumo de Leite e Derivados, Carnes e Ovos.......................................42
Tabela 8 - Consumo de Gorduras, Açúcares e Sal....................................................44
Tabela 9 – Tabela dos indivíduos conforme adequação do consumo dos grupos
tendo como base o preconizado pelo Guia Alimentar para a população Brasileira.. 45
8
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
HDL – Lipoproteína de Alta Densidade
IMC – Índice de Massa Corporal
LDL – Lipoproteína de Baixa Densidade
m² – Metro ao quadrado
OMS – Organização Mundial da Saúde
SC – Santa Catarina
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12
2 OBJETIVOS............................................................................................................14
2.1 OBJETIVO GERAL..............................................................................................14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................14
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................17
3.1 ADOLESCÊNCIA.................................................................................................17
3.2 MUDANÇAS DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA ADOLESCÊNCIA ................ 18
3.3 PRINCÍPIOS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL .......................................... 19
3.4 MÉTODOS DE INQUÉRITOS ALIMENTARES ................................................... 20
3.4.1 Diário Alimentar .............................................................................................. 21
3.4.2 Recordatório 24 horas....................................................................................21
3.4.3 História Alimentar............................................................................................21
3.4.4 Questionário de Frequência Alimentar.........................................................21
3.5 GUIAS ALIMENTARES........................................................................................22
3.5.1 Pirâmide Alimentar..........................................................................................23
3.5.2 Guia Alimentar para a população Brasileira.................................................23
3.5.3 Diretriz 2, Cereais, Raízes e Tubérculos.......................................................24
3.5.4.Diretriz 3, das Frutas, verduras e Legumes..................................................25
3.5.5 Diretriz 4, dos Feijões e outros alimentos Vegetais Ricos em PTN...........25
3.5.6 Diretriz 5, Leite e Derivados, Carnes e ovos.................................................25
3.5.7 Diretriz 6, Gorduras, açúcares e sal..............................................................26
3.5.8 Diretriz 7, Água................................................................................................26
3.6 ESTADO NUTRICIONAL.....................................................................................26
3.7 OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA ...................................................................27
3.8 MÉTODOS PARA DIAGNOSTICAR O ESTADO NUTRICIONAL.......................28
3.8.1 Índice de Massa Corporal ( IMC)....................................................................28
3.8.2 Dobras Cutâneas ..........................................................................................28
3.8.3 Circunferência da Cintura .............................................................................29
4 ASPECTOS METODOLÓGICOS......... .................................................................31
4.1 DELINEAMENTO DE ESTUDO ..........................................................................31
4.2 POPULAÇÃO DA AMOSTRA..............................................................................31
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO.........................................................32
4.4 INSTRUMENTOS DE OBTENÇÃO DE DADOS.................................................33
4.5 FORMA DE OBTENÇÃO DE DADOS.................................................................33
4.6 FORMA DE ANÁLISE DE DADOS......................................................................34
4.7 ASPÉCTOS ÉTICOS...........................................................................................34
4.8 LIMITAÇÕES DE ESTUDO .................................................................................35
4.9 DEVOLUÇÃO DE DADOS ..................................................................................35
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................36
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ...................................................................36
5.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA EM RELAÇÃO AOS DADOS
ANTROPOMÉTRICOS...............................................................................................36
5.3 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR.........................................................38
5.3.1 Consumo de Cereais, Túberculos e Raízes..................................................38
5.3.2 Consumo de Frutas, Legumes e Verduras...................................................39
5.3.3.Consumo de Feijões e Alimentos Ricos em PTN.........................................41
5.3.4 Consumo de Leite e Derivados, Carnes e Ovos..........................................42
10
5.3.5 Consumo de Gorduras, Açúcares e Sal........................................................43
5.3.6 Avaliação e Adequação dos Grupos Conforme o Guia Alimentar.............44
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................49
REFERÊNCIAS..........................................................................................................50
ANEXOS....................................................................................................................54
APÊNDICES............................................................................................................. 56
11
1 INTRODUÇÃO
A adolescência, do latim adolescere (crescer) é um período em que
ocorrem várias mudanças, que acontecem entre os 10 a 20 anos de idade, que são
marcadas por transformações físicas aceleradas e características da puberdade,
diferentes do crescimento e desenvolvimento que ocorrem em ritmo constante na
infância, essas alterações são influenciadas por fatores hereditários, ambientais,
nutricionais e psicológicos (POST E KEMPER, 1993 apud GAMBARDELLA,
FRUTUOSO, FRANCH, 1999).
Segundo Farthing (1991), todas as transformações da adolescência tem
efeito sobre o comportamento alimentar sendo influenciado por vários fatores, como
a auto-imagem, saúde individual, valores, preferências e também sobre fatores
como, hábitos alimentares, amigos, regras sociais e culturais, mídia, modismo e
conhecimentos do indivíduo (apud GAMBARDELLA, FRUTUOSO, FRANCH 1999).
O comportamento alimentar dos adolescentes está fortemente ligado aos
padrões manifestados pela faixa etária ao qual pertence, como a omissão de
refeições, consumo de alimentos de elevado valor energético e pobre em nutrientes,
pela ingestão de bebidas alcoólicas precoce, sendo que esses comportamentos do
estilo de vida dos adolescentes podem contribuir para alterações no estado
nutricional (FISBERG et al. 2000 apud BERTIN et al. 2008).
No Brasil, verifica-se nas últimas décadas um processo de transição
nutricional, constatando-se que entre os anos 1974/75 e 1989, houve uma redução
da prevalência da desnutrição infantil (de 19,8% para 7,6%) e um aumento na
prevalência de obesidade em adultos (de 5,7% para 9,6%). Em adolescentes,
Neutzling (2000), por meio da análise dos dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde
e Nutrição (PNSN-1989), encontrou uma prevalência de 7,6% de sobrepeso.
Recentemente, comparando-se os dados do Estudo Nacional da Despesa Familiar
(ENDEF), realizado em 1974/75 com os dados da Pesquisa sobre Padrões de Vida
(PPV), realizada em 1996/97 somente nas regiões Sudeste e Nordeste, verificou-se
um aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade de 4,1% para 13,9% em
12
crianças e adolescentes de 6 a 18 anos (NEUTZLING, 2000 et al. apud OLIVEIRA,
FISBERG 2003).
As mudanças no consumo alimentar, como dietas inadequadas com alto
teor de lipídios, energia e carboidratos simples e a inatividade física podem ser
consideradas fatores de risco para doenças crônicas e a obesidade (SICHIERI 1998
apud BERTIN et al. 2008).
Verifica-se que a obesidade infantil está relacionada com a falta da
atividade física, com a presença de televisão, computador e videogame nas
residências, além do baixo consumo de verduras, confirmando a influência do meio
ambiente sobre o desenvolvimento do excesso de peso em nosso meio
(ROSENBAUM, LEIBEL1998 apud OLIVEIRA, FISBERG 2003).
A formação dos hábitos alimentares é gradual, principalmente na primeira
infância, é necessário que as mudanças de hábitos inadequados sejam alcançadas
no tempo adequado, sob orientação correta (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
De acordo com os princípios de uma alimentação saudável, todos os
grupos de alimentos devem compor a dieta diária. Nessa alimentação devem ser
fornecidos água, carboidratos, proteínas, vitaminas, fibras e minerais, eles são
insubstituíveis e indispensáveis ao bom funcionamento do organismo (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2005).
As práticas alimentares saudáveis na adolescência apresentam impacto
positivo na saúde e na qualidade de vida dos adolescentes, opções alimentares
adequadas diminuem os riscos de doenças agudas como anemia, déficit de
crescimento, e crônicas como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias e alguns
tipos de câncer, que são doenças de adulto com origem na infância. (MONTEIRO;
JÚNIOR, 2007).
A nutrição assume características específicas na adolescência, a história
da vida nutricional pregressa, adequada ou não repercutirá de forma definitiva, pois
é um período em que o individuo ganha 25% da altura e 50% do peso final.
(ANCONA, LOPEZ, BRASIL, 2004).
A modificação das práticas alimentares na adolescência não é uma tarefa
fácil, não adianta apenas confrontar o adolescente quanto à má qualidade dos
alimentos oferecidos pela mídia e consumidos pelos seus colegas, o ideal seria a
introdução de frutas e legumes por meio de pratos saborosos e criativos, os lanches
13
mesmo que se tente não serão substituídos, portanto deve-se usar a criatividade
para elaborar lanches balanceados e nutritivos ao invés de retirá-los da dieta
(MONTEIRO, JÚNIOR, 2007).
O consumo alimentar tem passado por mudanças, pois no século XX
tivemos a inserção da mulher no mercado de trabalho, influenciando assim, o padrão
de alimentação, sendo incomuns refeições com horários definidos e cardápios
elaborados para o consumo da família, principalmente em grandes cidades, sendo
visto um consumo exagerado de produtos industrializados (SANTOS et al.2005).
Na adolescência, as práticas alimentares refletem os valores aprendidos
na família e entre amigos, além da influência da mídia, nesta fase o individuo esta
mudando o corpo e buscando a imagem corporal idealizada, portanto, a alimentação
inadequada pode levar ao desequilíbrio nutricionais que podem interferir no
crescimento e no estado de saúde (SANTOS et al.2005).
A obesidade é considerada uma doença crônica, que cresce de forma
epidêmica em todo o mundo, atingindo todas as faixas etárias, é de origem
multifatorial como genética, ambientais e comportamentais, e preocupa devido a sua
repercussão a curto e longo prazo (FLEGAL, CARROLL, JOHNSON, 2002 apud
BUFF et al.2007).
O consumo alimentar tem sido relacionado à obesidade, não somente
quanto ao volume da ingestão alimentar, como também a composição e qualidade
da dieta, sendo que os padrões alimentares também mudaram, explicando em parte
o crescimento da adiposidade em adolescentes, como o pouco consumo de frutas,
hortaliças e leite e ao aumento de guloseimas como bolachas recheadas,
salgadinhos, doces e refrigerantes, bem como a omissão do café da manhã.
(TRICHES; GIUGLIANI 2005).
A persistência da obesidade na infância e adolescência está fortemente
associada com sua permanência na vida adulta, podendo favorecer ao
desenvolvimento de doenças relacionadas à obesidade, adolescentes obesos na
idade de 10 a 13 anos foram descritos como tendo uma probabilidade 70% maior de
persistência da obesidade na vida adulta (VITOLO 2008).
Desta forma, a detecção precoce de adolescentes com maior risco de
desenvolvimento de obesidade ou já com sobrepeso ou obesidade, associado com a
tomada de medidas para controlar este problema, venha ser tomada antes, faz com
14
que seja mais favorável em longo prazo. Outro aspecto que deve ser observado em
relação à obesidade é a sua relação com custos e implicações para serviços de
saúde e para a sociedade, considerando que os gastos gerados pelas
conseqüências metabólicas vindos do excesso de peso são importantes (SOTELO,
COLUGNATI, TADDEI, 2004).
Com base nos estudos demonstrados podemos observar como a
alimentação dos adolescentes está precária e deficiente em nutrientes, tendo em
vista o aumento da obesidade na adolescência e junto com ela várias de doenças
associadas como o diabetes, doenças do coração, hipercolesterolemia e etc.
Através deste estudo pode-se conhecer a prática alimentar de um determinado
grupo de adolescentes de um colégio de Criciúma, e relacioná-la com o Guia
Alimentar para população Brasileira tendo em vista que os resultados deste estudo
possam servir como conscientização para uma alimentação mais saudável a fim de
prevenir futuramente doenças e carências nutricionais.
15
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar os hábitos alimentares e o estado nutricional de adolescentes
com idade entre 10 e 19 anos matriculados no segundo ano do Ensino Médio, de um
determinado colégio do município de Criciúma (SC).
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Coletar dados do consumo alimentar dos adolescentes através da
aplicação de um questionário pré- elaborado.
- Analisar os hábitos alimentares dos indivíduos tendo como parâmetro o
Guia Alimentar para População Brasileira.
- Coletar dados antropométricos (peso/ estatura).
- Avaliar o estado nutricional dos adolescentes classificando o mesmo de
acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC).
16
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 ADOLESCÊNCIA
A adolescência é uma etapa evolutiva do ser humano, que é
caracterizada por profundas mudanças somáticas, psicológicas, e sociais, e de
acordo com a organização mundial da saúde (OMS), a idade é de 10 a 19 anos
(COSTA E SOUZA, 2002 apud VITOLO, 2008).
Depois da vida ultra-uterina a adolescência é o período em que o
crescimento tem velocidade máxima depois da primeira infância, o crescimento está
associado ao aumento da massa corporal ao desenvolvimento físico e também a
maturação dos órgãos e sistemas para adquirir capacidades novas e especificas
(VITOLO 2008).
Na adolescência a puberdade é caracterizada pelas mudanças biológicas
determinadas pelo desencadeamento dos estímulos hormonais. O inicio desse
processo é influenciado por fatores ambientais, nutricionais e sociais. O
aparecimento das mudanças físicas observadas no adolescente, tais como
desenvolvimento das mamas, pelos pubianos e maturação da genitália, ocorre
algum tempo após as primeiras modificações hormonais (VITOLO, 2008).
Essas modificações morfológicas iniciam-se pelo aparecimento das
características sexuais secundárias, seguindo da modificação da massa corporal
magra, distribuição da gordura corporal, aceleração da velocidade de crescimento
(estirão puberal) (SIERVOGUEL, 2000 et al. apud BARBOSA et al. 2006).
A diferença entre os sexos não se dá somente em relação à idade de
ocorrência dos eventos puberais, mas também em função das modificações
antropométricas e de composição corporal características deste processo. Em
ambos os sexos ocorrem significativo aumento da massa de gordura corporal. No
entanto, no masculino, o aumento é mais lento, sendo superado pelo ganho da
massa livre de gordura corporal (SIERVOGUEL et al. 2000 apud BARBOSA et al,
2006).
17
Durante a puberdade, o crescimento de estatura média dos meninos por
ano é de 9 a 10 cm e o ganho é de 8 kg, já as meninas o crescimento anual é de 8
cm e o ganho de peso é de 6 a 8kg. Em um período de 2 a 4 anos, a altura aumenta
de 20 a 25 cm em média, sendo que no final desse processo de maturação sexual
os adolescentes irão ter adquirido 15% da estatura final do adulto e 50% da massa
corporal total,em ambos os sexos haverá o aumento na quantidade de massa magra
e tecido adiposo do inicio até o final da puberdade, no final deste estágio e no inicio
da vida adulta, os homens tem em média o conteúdo de massa magra 1,5 a mais do
que as mulheres, aos 20 anos as mulheres apresentam duas vezes mais tecido
adiposo do que os homens. (VITOLO, 2008).
3.2 MUDANÇAS DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA ADOLESCÊNCIA
A transição na alimentação que ocorre neste século está direcionada a
uma alimentação rica em gorduras, principalmente de origem animal, açúcares e
alimentos refinados, com redução no consumo de fibras, tem sido apontada como
fator fundamental para a obesidade. (TRAEBERT et al. 2004).
As
mudanças
biológicas,
psicológicas,
e
sociais
que
ocorrem
intensamente na adolescência interferem na forma do comportamento alimentar do
adolescente (STORY, 1984 apud VITOLO, 2008).
O Comportamento do adolescente é imediatista, isto faz que sua atitude
em relação à alimentação seja satisfatória no presente, não importando se o
alimento que ele está consumindo possa ser prejudicial à vida futura, isso tem haver
com a forte ligação que o adolescente tem com os grupos que “satisfaçam seus
desejos” e ao se inserir nessas tribos, acaba adquirindo os mesmos padrões de
consumo dos integrantes (MAHAN; ESCOTT- STUMP, 2005).
Para entender o comportamento alimentar do adolescente, temos que
levar em consideração os fatores externos e internos, que são: externos, são
constituídos pela família e as suas características, pelas atitudes dos pais e amigos,
pela mídia, fast-foods, conhecimento de nutrição e por manias alimentares, já os
internos, são as necessidades e características psicológicas, imagem corporal, auto18
estima e preferências alimentares, esses fatores estão relacionados ao sistema
socioeconômico, a disponibilidade de alimentos a distribuição que levam o
determinado estilo de vida (SHAFER E YETLEI, 1975 apud STORY, 1984 apud
VITOLO 2008).
A freqüência alimentar também é um aspecto importante, pois indivíduos
que consomem maior número de pequenas refeições ao longo do dia apresentam
peso relativamente menor do que aqueles que consomem número menor de
grandes refeições, a composição alimentar tem papel importante na determinação
da obesidade (FRANCISCHI et al. 2000 apud TRAEBERT et al. 2004).
Muitas vezes os adolescentes têm conhecimento sobre nutrição e sobre
quais seriam as atitudes saudáveis, mas tem dificuldades de se sobrepor às
barreiras que os impedem de agir de acordo com o que “deveriam”, ainda pode-se
acrescentar a ação psicológica e social, inconsciente de atividades prazerosas como
estar entre amigos, nos shoppings, bares com alimentos do tipo junk-food, e por
outro lado as atividades “chatas” que é estar em casa, com os pais estão associadas
aos alimentos saudáveis (VITOLO 2008).
Algumas áreas merecem atenção, sendo a educação, a indústria
alimentícia e os meios de comunicação, os principais veículos de atuação. Medidas
de caráter educativo e informativo, através do currículo escolar e dos meios de
comunicação de massa, assim como, o controle da propaganda de alimentos não
saudáveis, dirigidos principalmente ao público infantil, e a redução de açúcares
simples são ações que devem ser praticadas. Sobre a indústria alimentícia,
devemos procurar o apoio à produção e comercialização de alimentos saudáveis
(OLIVEIRA; FISBERG, 2003).
3.3 PRINCÍNPIOS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
A busca do homem por uma alimentação equilibrada é antiga, porém é
recente a preocupação por uma alimentação segura e saudável (PHILIPPI, 2004).
Para uma alimentação segura e saudável nem sempre depende apenas
da opção individual, pois a situação socioeconômica como baixa renda, a exclusão
19
social, o grau de escolaridade e a falta ou má qualidade de informação disponível
podem restringir a prática de uma alimentação saudável. Os alimentos devem ser
consumidos preferencialmente em sua forma natural, adequados qualitativa e
quantitativamente, pertencendo aos hábitos alimentares, preparados de forma a
preservar os valores nutritivos, os aspectos sensoriais e seguros sob o ponto de
vista higiênico – sanitário, sendo que as refeições devem ser feitas em lugares
“tranqüilos”, pois devem satisfazer as necessidades nutricionais, emocionais e
sociais para a promoção de uma qualidade de vida saudável (PHILIPPI et al. 1999).
Uma alimentação adequada é aquela que atende as necessidades
nutricionais do individuo, para isso, a dieta deve incluir alimentos e ou preparações
culinárias que disponibilizem energia e todos os nutrientes em quantidades e
proporções equilibradas e suficientes (PHILIPPI, 2008).
3.4 MÉTODOS DE INQUÉRITOS ALIMENTARES
Os inquéritos alimentares são instrumentos de grande importância na
avaliação do consumo alimentar em todas as fases da vida, tanto em indivíduos
quanto em grupos populacionais, por meio dos inquéritos é possível verificar os
hábitos alimentares inadequados a fim de corrigir e implantar programas de
educação alimentar, como forma de prevenir determinadas doenças, especialmente
entre crianças e adolescentes. (HOLANDA; FILHO, 2006).
Com a finalidade de obter informação sobre o consumo de alimentos em
nível individual, as metodologias foram classificadas segundo o período de tempo
em que as informações são colhidas, existem métodos prospectivos, que registram a
informação do presente, retrospectivos, que colhem a informação do passado
imediato ou em longo prazo (SHILS et al. 1999).
20
3.4.1 Diário Alimentar
Neste método o entrevistado anota de modo detalhado, em um formulário
próprio, todos os alimentos e bebidas consumidos durante o dia, as medidas devem
ser relatadas logo após a ingestão dos alimentos para que não ocorra erro de
memória do individuo. Este método não deve ser usado por mais de quatro dias,
pois pode cansar o entrevistado (HOLANDA, FILHO, 2006).
3.4.2 Recordatório Alimentar de 24 horas
Consiste em definir e quantificar todos os alimentos e bebidas ingeridas
no período anterior a entrevista. Trata-se de uma entrevista pessoal em
profundidade e conduzida por um entrevistador treinado, uma das vantagens é que o
método é de rápida aplicação e avaliam a dieta atual e estimam valores de
nutrientes e energia distribuída no total de alimentos oferecidos ao indivíduo, sua
principal limitação recai sobre a memória para a identificação e a quantificação do
tamanho das porções, a qualidade da informação dependerá da memória e da
cooperação do entrevistado, assim da capacidade do entrevistador, tal habilidade
em recordar de forma precisa está determinada pela idade, sexo e nível de
escolaridade entre outros fatores (FISBERG, SLATER, MARCHIONI, MARTINI,
2005).
3.4.3 História Alimentar
Consiste em uma extensa entrevista com o propósito de gerar
informações sobre hábitos alimentares atuais e passados, são coletados dados
sobre o número de refeições, apetite, preferências alimentares, uso de suplementos
nutricionais, tamanho de porções, entre as vantagens está à descrição da dieta
21
usual, sendo eliminadas as variações do dia –a – dia, nele é considerada a variação
sazonal e podem ser usadas para estudos longitudinais, as desvantagens são a
necessidade de nutricionistas treinadas, o fato de depender da memória do
entrevistado, o tempo longo de administração (1 a 2h) e o alto custo para verificar as
informações (FISBERG, SLATER, MARCHIONI, MARTINI, 2005).
3.4.4 Questionário de Freqüência Alimentar
É um informativo prático de avaliação da ingestão dietética e
fundamentalmente importante em estudos epidemiológicos que relacionam a dieta
com a ocorrência de doenças crônicas não - transmissíveis. Ele é composto por uma
lista de alimentos e bebidas cuja freqüência de consumo de alimentos é perguntada
ao indivíduo. (HOLANDA, FILHO, 2006).
O Questionário de freqüência alimentar possui basicamente dois
componentes, uma lista de alimentos e um espaço no qual o indivíduo responderá
com que freqüência consome cada alimento, a lista é constituída pelo maior número
possível de alimentos que aportam nutrientes a dieta (FISBERG, SLATER,
MARCHIONI, MARTINI, 2005).
3.5 GUIAS ALIMENTARES
Os guias alimentares são diretrizes formuladas e, políticas de alimentação
e nutrição, visando promover a saúde e um melhor estado nutricional das
populações de cada país. Devem respeitar os hábitos alimentares, a disponibilidade
dos alimentos locais, com medidas necessárias para atingir o pleno potencial de
crescimento e desenvolvimento humano, por meio de uma alimentação adequada
(PHILIPPI, 2008).
22
2.4.1 Pirâmide Alimentar
Acheterberg et al.(1994) descreveu a pirâmide dos alimentos como um
instrumento de orientação nutricional utilizado por profissionais com o objetivo de
promover mudanças de hábitos alimentares, visando a saúde global dos alimentos e
a prevenção de doenças.
Foram organizados oito grupos de alimentos adaptados para hábitos
alimentares brasileiros e para o estabelecimento do número de porções dos
diferentes grupos, os alimentos foram distribuídos em seis refeições (café da manhã,
lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite) e foram
selecionados os alimentos e as preparações mais habituais observadas em estudos
brasileiros de consumo alimentar (PHILIPPI, 2008).
Foram distribuídos os grupos de alimentos e a quantidade de cada um da
seguinte forma: arroz, pão, massa, batata, mandioca (5-9 porções), verduras e
legumes (4-5 porções), frutas (3-5 porções), carnes e ovos (1-2 porções), leite,
queijo e iogurte (3 porções), feijões (1 porção), óleos e gorduras (1-2 porções),
açúcares e doces (1-2 porções)(PHIPIPPI, 2008).
3.5.2 Guia Alimentar para a População Brasileira
O guia alimentar foi elaborado para promover a saúde, para contribuir
para a prevenção de doenças causadas por deficiência nutricional, de doenças
crônicas e de doenças infecciosas por meio da alimentação saudável. Basicamente
o guia fornece base para o consumo de alimentos saudáveis para a população maior
de 2 anos de idade( crianças, adolescentes, adultos e idosos) ( MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
Esta diretriz brasileira faz parte da estratégia de implementação da
Política Nacional de Alimentação e Nutrição, integrante da Política Nacional da
Saúde, a proposta da estratégia global pressupõe que para modificar os padrões de
alimentação e de atividade física da população são necessárias estratégias sólidas e
23
eficazes,
acompanhadas
de
um
processo
permanente
de
intervenção,
monitoramento e avaliação do impacto das ações (BRASIL, 2005).
As diretrizes são organizadas em tópicos sendo que a primeira diretriz
fala dos alimentos saudáveis e as refeições no seu conjunto, a segunda, terceira e
quarta especificam os componentes da alimentação que correspondem ao grupo
dos grãos (arroz, milho e trigo) e outros alimentos que são ricos em amido ou
carboidratos complexos (pães, massas, mandioca), das frutas, legumes e verduras,
e grupo das leguminosas (feijões) e outros vegeteis ricos em proteínas, esses três
grupos são componentes principais de uma alimentação saudável ( MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
A diretriz 5 trata dos alimentos de origem animal( leite e derivados, carnes
e ovos)que são nutritivos que integram em quantidades moderadas dietas
saudáveis.Já a diretriz 6 fala sobre alimentos e bebidas de altos teores de gorduras,
açúcares e sal, prejudiciais a saúde quando consumidos em grandes quantidades.E
a diretriz 7 nos fala a respeito do consumo de água que é vital para a nossa
saúde(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
3.5.3 Diretriz 2, Cereais, Tubérculos e raízes
Fonte de carboidratos, nutriente fornecedor de energia, pães, massas e
biscoitos integrais são ainda boa fonte de fibras, que ajudam no bom funcionamento
do intestino, o consumo diário é de 6 porções , os carboidratos podem ser simples
(que são os açúcares ) e complexos (que são os amidos) presentes principalmente
em cereais, tubérculos e raízes.Os grãos( como o arroz) tem em sua composição
nutrientes importantes para uma alimentação saudável como as proteínas, as
vitaminas do complexo B e fibras alimentares.Tubérculos e raízes como a batata e
mandioca, contém alta porcentagem de água,sendo rica em vitaminas e minerais,
batata inglesa é fonte de vitamina C(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
24
3.5.4 Diretriz 3, das Frutas, Legumes e Verduras
Fontes de vitaminas, minerais e fibras, devem estar presentes diariamente
nas refeições, pois contribuem para a proteção a saúde. Devem ser consumidos 3
porções de frutas por dia e 3 de legumes e verduras por dia. As frutas, legumes e
verduras são ricos em fibras alimentares e diferentes tipos de vitaminas como os
carotenóides (precursores da vitamina A) que existem em grande quantidade nos
vegetais verde-escuros e frutas de coloração amarela ou avermelha. Os alimentos
ricos em carotenóides protegem contra xeroftalmia, cataratas e outras doenças
oculares, além de auxiliar na imunidade do organismo contra infecções, já o ácido
ascórbico aumenta a absorção orgânica do ferro de origem vegetal, ajudando a
prevenir anemia ferropriva (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
3.5.5 Diretriz 4, Feijões e outros alimentos vegetais ricos em Proteína
As leguminosas como os feijões, grãos de bico, ervilhas, lentilhas e as
oleaginosas como as castanhas e sementes são fundamentais para a nossa saúde,
pois são ricos em vitaminas e minerais, sendo seu consumo diário de 1 porção.
Além da maior parte da proteína da alimentação típica brasileira ser originada e
fornecida pela combinação de feijão com o arroz (cereal), cozidos na proporção de
uma parte de feijão para 2 de arroz, é uma fonte completa de proteína para os seres
humanos( MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
3.5.6 Diretriz 5, Leite e Derivados, Carnes e Ovos
O leite e seus derivados são maiores fornecedores de cálcio, mineral
envolvido na formação de ossos e dentes, ovos, carnes e peixes fazem parte de
uma alimentação nutritiva para um crescimento saudável. O consumo é de 3
25
porções de leite e derivados por dia, e 1 porção de carnes, peixes e ovos por
dia.Sendo que o leite deve ser consumido pelos adultos em quantidades menores de
gordura, já pelos adolescentes e grávidas devem ser consumidos na forma integral,
e as carnes preferir magras, frango e peixe( MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
3.5.7 Diretriz 6, Gorduras, Açúcares e Sal
Gorduras e açúcares são fontes de energia, o consumo freqüente de
açúcares, gorduras e sal aumentam o risco de obesidade e hipertensão arterial entre
outras. O consumo diário é de 1 porção de alimentos desse grupo. A contribuição de
gorduras e óleos de todas as fontes não deve ultrapassar 15% a 30% da energia
total da alimentação diária, o total de gordura saturada não deve ultrapassar 10% do
total de energia diária, já o consumo de sal diário deve ser de 5g (1 colher de sopa
rasa)( MINISTERIO DA SAÚDE, 2006).
3.5.8 Diretriz 7, Água
A água é indispensável para um bom funcionamento do organismo, tendo
ela que ser, filtrada, fervida ou tratada. Beber pelo menos 2 litros de água por dia, a
água é um nutriente indispensável essencial a vida, nenhum outro nutriente tem
tantas funções no organismo como a água, sendo sua ingestão diária crucial para a
saúde humana, pois todos os órgãos e sistemas do corpo utilizam água, tendo um
papel fundamental em muitas funções vitais, sendo elas o transporte de nutrientes e
da eliminação de substancias tóxicas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
3.6 ESTADO NUTRICIONAL
O estado nutricional adequado é definido como a conseqüência do
equilíbrio entre ingestão de nutrientes e o gasto energético do organismo para
26
cumprir as necessidades nutricionais. Este pode servir como um bom indicador do
estado de saúde de indivíduo, revelando também aptidão do corpo em absorver e
metabolizar os nutrientes provenientes da alimentação (ENGSTRON, 2002).
Podem-se encontrar três tipos de manifestação orgânica do estado
nutricional. A primeira é a eutrofia, que está relacionada à adequação nutricional,
estado onde se encontra o equilíbrio entre o consumo e as necessidades
nutricionais. O segundo estado é gerado por carências nutricionais, representado
pela desnutrição (ou risco de desnutrição), ocorre pela escassez quantitativa e ou
qualitativa de nutrientes. E por fim distúrbios nutricionais gerados pelo consumo
excessivo de nutrientes quando ao comparado às necessidades nutricionais, sendo
classificado como sobrepeso ou obesidade (FAGUNDES et al., 2004).
3.7 OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA
A obesidade é considerada um problema de saúde pública, sua
prevalência vem aumentando nas últimas décadas em todo o mundo, acometendo
os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, como o Brasil (TERRES et al.
2006).
A obesidade está sendo considerada uma epidemia mundial, o que é
bastante preocupante, pois a associação da obesidade com alterações no
metabolismo, como dislipidemias, a hipertensão e a intolerância a glicose, que
antigamente eram mais evidentes em adultos, no entanto hoje já podem ser
observadas na faixa etária mais jovem. (OLIVEIRA; FISBERG, 2003).
Geralmente adolescentes tem o hábito de omitir refeições principalmente
o desjejum, juntamente com refeições rápidas, isso faz parte do estilo de vida dos
adolescentes, sendo considerado um comportamento importante a contribuir para o
desenvolvimento da obesidade (TOJO et al. 1991 apud FONSECA, 1998; SICHIERI,
1998; VEIGA, 1998).
Elevado peso corporal é o resultado do desequilíbrio entre a oferta e
capacidade energética do indivíduo, a sua determinação mostra-se complexa e é
variável em diversos aspectos (TERRES et al. 2006).
27
Segundo GUO e CHUMEA, (1999) a probabilidade de um adolescente
com índice de massa corporal (IMC) elevado apresentar sobrepeso e obesidade aos
35 anos de idade aumenta significativamente à medida que a idade dos
adolescentes avança. A probabilidade de adolescentes com 18 anos com índice de
massa corporal elevada apresentar obesidade na vida adulta é 0,7 maior do que um
adolescente com IMC normal (TERRES et al. 2006).
3.8 MÉTODOS PARA DIAGNOSTICAR O ESTADO NUTRICIONAL
3.8.1 Índice de massa corporal (IMC)
O índice de massa corporal (IMC) é um método antropométrico, que
utiliza as medidas de peso/altura, este método é muito mais utilizado do que as
medidas das dobras cutâneas, o IMC é utilizado e aceito mundialmente, pela sua
facilidade e baixo custo. O IMC é correlacionado com a gordura corporal total, a
pressão sanguínea, lipídios e lipoproteínas sanguíneas, e as mudanças do IMC
durante a adolescência, futuramente podem trazer conseqüências nas alterações
nos lipídios sanguíneos e na pressão sanguínea em adultos (BARLOW et al, 1998;
HIMES E DIETZ, 1994 apud VITOLO, 2008; COMPAGNOLO, 2008).
Na adolescência usa-se para avaliar estado nutricional o IMC que é o
peso dividido pela altura ao quadrado, tendo alta correlação com o peso e a gordura
corporal e baixa correlação com altura (VITOLO, 2008).
A tabela 1 abaixo mostra os pontos de corte da Organização Mundial da
Saúde (OMS) para avaliação de IMC em adolescentes.
28
Tabela 1.Pontos de corte IMC para adolescentes.
Valores Críticos
Valores Críticos
Diagnótico Nutricional
< Percentil 3
< escore - z - 2
Baixo IMC para idade
> ou igual 3 e <
percentil 85
> ou igual 85 e <
percentil 97
> ou igual - z - 2 e < escore z-1
> ou igual escore - z - 1 e <
escore - z + 2
> ou iguaql percentil 97
> ou igual escore - z + 2
IMC adequadoou Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Fonte: Ministério da Saúde (MS), fevereiro de 2008.
Segundo a (OMS) organização mundial da saúde para a caracterização
da obesidade é necessário apresentar um IMC maior ou igual ao percentil 97 mais o
valor das dobras cutâneas tricipital e subescapular maior do percentil 90. O uso do
percentil maior ou igual a 85 como diagnostico de excesso de peso, nos mostra uma
elevada sensibilidade, a presença três ou mais fatores de risco para doenças
cardiovasculares (alterações de colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos, glicemia e
pressão arterial), para o diagnóstico de sobrepeso, o percentil esta entre 85 e 97 e
para eutrofia percentil 3 e menor que 85.
3.8.2 Dobras Cutâneas
Existe a utilização de técnicas mais específicas para se avaliar a
composição corporal como as dobras cutâneas e a bioimpedância, a utilização das
dobras triciptal e subescapular são as mais indicadas na infância e adolescência e
podem ser avaliadas por percentis, considerando o ponto de corte superior ao
percentil 90 para definir excesso gordura corporal (VITOLO 2008).
3.8.3 Circunferência da Cintura
A circunferência da cintura é considerada um dos critérios em adultos
para síndrome metabólica, por estar relacionada com quantidade de gordura visceral
29
e conseqüentemente associada à resistência a insulina. Em adolescentes está
associada ao maior risco de desenvolvimento de alterações lipídicas que ocorre
quando o adolescente apresenta depósito de gordura na região abdominal. A
associação da circunferência da cintura está associada a fatores de risco para
doenças cardiovasculares como a elevada concentração de insulina, alterações na
pressão arterial, triglicerídeos e colesterol LDL elevados e HDL diminuído em
crianças e adolescentes. Estudos demonstram que em adolescentes com
circunferência da cintura maior ou igual ao percentil 90 e triglicerídeos maior ou igual
a 110mg/dl é maior a prevalência de síndrome metabólica quando comparados aos
que tinham as duas medidas adequadas ou apenas uma alterada (MAMALAKIS et
al. 2001; FREEDMAN et al. 1999; MAFFEIS et al. 2001 apud VITOLO, 2008).
30
4 ASPECTOS METODOLÓGICOS
4.1 DELINEAMENTO DE ESTUDO
O estudo caracterizou-se por ser descritivo, transversal, com abordagem
quantitativa, qualitativa.
Em uma pesquisa descritiva, os fatos são observados, registrados,
analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles
(ANDRADE, 2007). Portanto, o estudo descritivo limita-se a descrever o fenômeno
observado. No desenvolvimento de pesquisas descritivas, a abordagem quantitativa
é muito utilizada, onde procura quantificar dados, opiniões, nas formas de coleta de
informações, através de aplicações de técnicas estatísticas, buscando classificar
relações entre variáveis. (OLIVEIRA, 2002).
Quanto ao período de tempo, a pesquisa classifica-se como transversal,
por possuir uma grande vantagem o tempo de realização ser extremamente curto,
embora os dados coletados não apresentem o mesmo grau de fidedignidade da
pesquisa longitudinal (APPOLINARIO, 2006).
A sua abordagem pode ser tanto quantitativa como qualitativa ou técnica
de métodos mistos, que é uma técnica que emprega estratégia de investigação
envolvendo coletas de dados simultâneos ou seqüenciais para melhor entender os
problemas de pesquisa. A coleta de dados também envolve a obtenção tanto de
informações numéricas como de informações de texto, representando nos dados
finais, análises qualitativas e quantitativas (CRESWELL, 2007).
4.2 POPULAÇÃO DA AMOSTRA
A população do estudo foi alunos adolescentes matriculados no segundo
ano do Ensino Médio de um colégio de Criciúma (SC).
31
Para cálculo da amostra foi utilizada a fórmula de amostragem sistemática
descrita abaixo (BARBETTA, 2004).
Sendo: N – tamanho ( número de elementos) da população;
n- tamanho ( número de elementos) da amostra;
no- uma primeira aproximação do tamanho da amostra;
Eo² - erro amostral tolerável (0,05²)
A demonstração do cálculo da amostra descreve-se abaixo, considerando
uma população 130 alunos, de ambos os sexos, matriculados no segundo ano do
ensino médio.
no = 1/ 0,05² ( onde é o 0,05 é o percentual de tolerância do erro de
amostra)
no = 1/ Eo² = 400
n = N. no / N + no
n = 130 x 400 / 130 + 400
n = 98 participantes
O número total de alunos matriculados no segundo ano do Ensino médio
foi de 130 alunos, sendo calculado o tamanho da amostra que foi de 98 alunos
participantes, sendo que os alunos foram escolhidos aleatoriamente.
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Participaram da pesquisa adolescentes matriculados em um determinado
colégio da cidade de Criciúma, com idade entre 10 a 19 anos e que freqüentam o
segundo ano do ensino médio e que aceitaram participar da pesquisa assinando o
termo. Foram excluídos na pesquisa alunos com idade inferior a 10 anos e superior
a 19 anos e que não aceitaram participar da pesquisa, aos alunos que faltaram no
dia da coleta de dados, e os alunos que eles ou os pais (conforme idade) não
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice I).
32
4.4 INSTRUMETOS DE OBTENÇÃO DE DADOS
Para a coleta de dados antropométricos (Peso, Estatura) foi utilizado uma
balança digital da marca Plenna de capacidade de 180 kg e o estadiômetro e da
marca Cescorf científico, os dados foram registrados em uma planilha. Também
foram coletados dados do aluno como, nome, idade, sexo, esses dados foram
coletados e registrados na mesma planilha juntamente com peso/ estatura e IMC.
(Apêndice 2).
Para a coleta de dados sobre os hábitos alimentares foi utilizada uma
planilha específica, desenvolvida pela pesquisadora com o dia habitual da
alimentação dos adolescentes. (Apêndice 3). Este foi aplicado pela própria
pesquisadora.
4.5 FORMA DE OBTANÇÃO DE DADOS
Foi utilizado para a obtenção de dados sobre os hábitos alimentares
entrevista, individual, do dia habitual da alimentação desses adolescentes que foi
realizada pela própria pesquisadora, sendo coletado através de medidas caseiras e
posteriormente definido o número de porções consumidas de cada grupo de
alimentos, conforme o guia alimentar. Foram coletadas pela pesquisadora as
variáveis de peso (kg) e altura (cm). Para aferir o peso os alunos estavam de roupas
leves e sem calçados. A balança foi colocada em uma superfície plana e os
avaliados permaneceram eretos na balança, com os braços esticados ao lado do
corpo, sem se movimentarem (MACHADO et al. 2008).
Para a aferição da estatura foi usado um estadiomêtro, os adolescentes
foram posicionados de costas em posição ortostática, sem calçados e sem adereços
nos cabelos, com os pés unidos e calcanhares encostados na parede (MACHADO et
al. 2008).
O nome e a data de nascimento e o sexo dos adolescentes foram
fornecidos pelos próprios alunos.
33
4.6 FORMA DE ANÁLISE DE DADOS
Os parâmetros de classificação do estado nutricional foram utilizados os
preconizados pelo Ministério da Saúde (MS-SISVAN, 2008), dados de peso e
estatura foram utilizados para classificar o estado nutricional através do IMC/ idade,
que é resultado da divisão do peso pela altura elevada ao quadrado. O estado
nutricional dos adolescentes foi avaliado da seguinte forma: o valor abaixo do
percentil 3 é classificado como IMC baixo para idade; quando maior ou igual a 3 e
menor que o percentil 85 é considerado como eutrófico; o valor maior ou igual ao
percentil 85 e menor de 97 é classificado como sobrepeso e, IMC maior ou igual ao
percentil 97 é classificado como obesidade (OMS,2008)( anexo 1).
Para avaliar os hábitos alimentares, foram transformadas as medidas
caseiras em porções, conforme o que o guia alimentar preconiza. Foi considerado o
consumo dos grupos alimentares dentro das recomendações, quando o mesmo
atingiu os valores de 90% à 110% de adequação, abaixo da recomendação <90% e
acima >110%. Os resultados obtidos pelo estado nutricional, através do IMC, foram
avaliados conforme o preconizado pela OMS. Os resultados foram tabulados em
planilhas do Excel 2003 e demonstrados por meios de tabelas.
4.7 ASPECTOS ÉTICOS
Por se tratar de uma pesquisa que envolve seres humanos o projeto foi
submetido ao Comitê de Ética em pesquisa da Universidade do Extremo Sul
Catarinense. Os representantes legais dos adolescentes que participaram da
pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, permitindo a
participação desta no presente estudo.
34
4.8 LIMITAÇÃOES DE ESTUDO
Não haveria coleta de dados se os pais dos adolescentes não
assinassem o termo de consentimento ou algum aluno não aceitasse participar da
coleta de dados do dia habitual de alimentação, ou coleta de dados antropométricos,
ou a falta de um aluno no dia que foi coletado de dados, sendo que houve alunos se
esqueceram de dar para os pais assinarem o termo.
4.9 DEVOLUÇÃO DE DADOS
Após encerramento da pesquisa, tem-se como prioridade, enviar os
dados para a escola que se disponibilizou a ajudar em todos os momentos em que
foi solicitada, com a devolução dos dados para mostrar os resultados obtidos com a
pesquisa.
35
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Foram abordados um total de 98 indivíduos, com exclusão de 64,2% da
amostra, sendo selecionados 35 indivíduos que atenderam os critérios de inclusão
correspondendo a 25 indivíduos do sexo feminino (71,4%) e 10 do sexo masculino
(28,5 %). A idade mínima foi de 15 anos e a idade máxima de 17 anos. A tabela 2
apresenta valores de idade de acordo com sexo.
Tabela 2 – Distribuição dos adolescentes matriculados no Segundo ano do Ensino
Médio, de acordo com a idade (geral e por sexo).
Geral
15 Anos
16 Anos
17 Anos
Sexo
N
%
N
%
N
%
N
%
Feminino
25
71,5
11
44
12
48
2
8
Masculino
10
28,5
4
40
6
60
0
0
Total
35
100
15
42,85
18
51,4
2
5,7
Fonte: Dados da pesquisa, 2010.
5.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA EM RELAÇÃO AOS DADOS
ANTROPOMÉTRICOS E ESTADO NUTRICIONAL
Entre os participantes o peso mínimo encontrado foi de 43,5kg e o peso
máximo foi de 92,1kg sendo que a média encontrada foi de 55,8±11 Kg, no sexo
feminino a média foi de 54,4±12,2 e no sexo masculino a média foi de 56,0±7,7.
A estatura máxima entre os participantes foi de 1,79m e a mínima foi de
1,47m.O IMC mínimo foi de 16 kgm-², já o máximo foi de 36,8 kgm-², sendo a média
no geral foi de 21±4,0 kgm-², no sexo feminino a média de IMC foi 21,5±4,6 kgm-²,
36
sendo que no sexo masculino foi de 19,8±1,6 kgm-², conforme podemos observar foi
encontrado uma média de IMC maior no sexo feminino.
Por meio da tabela 3, apresentada a seguir, é possível visualizar os
resultados encontrados da avaliação do estado nutricional dos adolescentes
participantes da pesquisa, obtida através do índice de massa corporal (IMC).
Tabela 3: Distribuição, geral e por sexo, dos adolescentes de 15 a 17 anos
matriculados no Segundo Ano do Ensino Médio de acordo com o do estado
nutricional.
Variáveis
IMC/ Idade
Baixo IMC para idade
Sexo
Sexo
Total
Feminino
Masculino
N= 25
%
N=10
%
N=35
%
2
8
0
0
2
6
17
68
10
100
27
77
4
16
0
0
4
11,5
2
8
0
0
2
6
(Percentil < 3)
IMC adequado ou eutrófico
(Percentil ≥ 3 - < 85)
Sobrepeso
(Percentil ≥ 85 - <97)
Obesidade
(Percentil ≥ 97)
Fonte: Dados da pesquisa, 2010.
Observou- se, no geral, que o estado nutricional predominante, de acordo
com a classificação pelo índice da massa corporal (IMC), foi a eutrofia, ou seja, a
maioria dos indivíduos77% (n= 27) está dentro dos padrões nutricionais desejados
para idade, conforme preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Seguido disso, 11,4% (n=4) dos participantes apresentaram classificação do estado
nutricional de sobrepeso, 5,7% (n=2) obesidade e 5,7% (n=2) de baixo peso. Os
estados nutricionais de sobrepeso e obesidade foram encontrados somente em
indivíduos do sexo feminino. Todos os indivíduos do sexo masculino eram
eutróficos.
37
A diferença de gordura corporal entre os meninos e meninas, é esperada
pela idade dos adolescentes, pois crianças pré-puberes partem de um percentual de
gordura de aproximadamente 15% para meninos e 19% para meninas e até os 20
anos atingem um percentual de gordura de até 12% para os meninos e 23% das
meninas (VITALLE et al. 2003).
Em estudos feitos com 390 adolescentes observou-se que apenas 4,4%
dos participantes apresentaram baixo peso, enquanto que 21% apresentaram algum
grau de excesso de peso, onde se contatou uma prevalência de 10,8% de
obesidade entre os adolescentes (TORAL, SLATER, SILVA 2007).
Segundo Santos et al. ( 2005) em relação ao perfil antropométrico feito
com 1678 alunos adolescentes matriculados em escolas públicas, foi constatado
uma prevalência geral de magreza de 4,2% e 4,0% de sobrepeso e obesidade,no
entanto sendo maior a proporção de magreza no sexo masculino 6,4%, e 5,1% de
sobrepeso e obesidade.
Bertin et al (2008), encontrou em estudos de avaliação nutricional de
adolescentes,onde participaram 1610 adolescentes,onde os resultados foram uma
maior porcentagem para ambos os sexos de eutrofia 84,1%, enquanto foi detectado
que 12,3% dos participantes apresentaram sobrepeso ou obesidade.
5.3 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR
5.3.1 Consumo de cereais, tubérculos e raízes
Essa diretriz fala sobre o consumo de arroz, pães, massas, batata e
mandioca, sendo que a presença desses alimentos vem diminuindo, em 1974
correspondia a 42,1% e em 2003 era de 38,7%, sendo necessário o incentivo do
consumo desses grupos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
A tabela 4 apresenta o consumo, em número de porções, desse grupo
de alimentos pelos avaliados, sendo comparado com o recomendado pelo Guia
Alimentar para a População Brasileira.
38
Tabela 4 – Consumo de Cereais, Raízes e Tubérculos pelos participantes.
Cereais, Tubérculos e
Raízes
Número total de Porções
consumidas
Arroz
Pão francês
Farinha de mandioca
Pão doce
Biscoito salgado
Biscoito recheado
Macarrão
Bolo
Total
53,5
60,0
10,0
5,0
9,0
39,0
7,0
8,0
191,5
Consumo médio/indivíduo
Média
1,5
1,8
0,1
0,1
0,3
1,1
0,2
0,2
5,5
DP
±0,8
±1,6
±0,8
±0,5
±0,6
±2,0
±0,5
±0,8
±3,4
Fonte: dados da pesquisa, 2010.
Verificou-se que os alimentos mais consumidos foram o pão francês
(1,8±1,6) o arroz (1,5±0,8) e o biscoito recheado (1,1±2,0) sendo o que foi menos
consumido foi o macarrão (0,2±0,5), o pão doce (0,1±0,5) demonstrando que não
fazem parte do hábito alimentar da maioria desses estudantes.
A média de consumo desse grupo alimentar entre os avaliados foi de
5,5±3,4 porções e o percentual de adequação foi de 91,6%,podendo ser
considerado bem próximo dos padrões considerados normais, preconizado pelo guia
alimentar( que é de 6 porções diária).
Estudos feitos com adolescentes, comparando a freqüência de consumo
dos alimentos com base na pirâmide alimentar, notou-se que os alimentos mais
consumidos diariamente foram o pão e o arroz, sendo mais facilmente consumidos
pela classe econômica mais baixa (COSTA, JÚNIOR,MATSUO,2007).
5.3.2 Consumo de frutas, legumes e verduras.
A trilogia das frutas, legumes e verduras é utilizada para enfatizar a
importância da variedade alimentar e também porque esses grupos de alimentos
devem ser parte importante das refeições e não somente de lanches ocasionais.
39
As frutas, legumes e verduras são considerados excelentes alimentos e
são abundantes no Brasil, tendo nas regiões do Brasil uma variedade desses
alimentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
A tabela 5 apresenta o consumo em número de porções desse grupo de
alimentos pelos avaliados, e comparado com o recomendado pelo Guia Alimentar
para a População Brasileira.
Tabela 5 – Consumo de Frutas, Legumes e Verduras pelos participantes.
Frutas, Legumes e
Verduras
Número total de
Porções
consumidas
Tomate
Alface
Beterraba
Repolho
Pepino
Cenoura
Chuchu
Suco de Frutas
Banana
Maçã
Mamão
Manga
Laranja
Total
11,0
4,0
5,0
2,5
3,0
3,0
3,0
4,0
2,5
3,0
1,0
1,0
1,0
44,0
Consumo médio\ indivíduo
Média
0,4
0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
0,2
0,2
0,1
0,1
0,1
0,0
0,0
0,62
DP
±0,6
±0,3
±0,4
±0,3
±0,3
±0,3
±0,5
±0,8
±0,3
±0,3
±0,3
±0,2
±0,2
±0,94
Fonte: dados da pesquisa, 2010.
Observamos através da tabela 5 que o mais consumido pelos
participantes entre os legumes e as verduras foi o tomate (0,4±0,6) seguido pela
beterraba (0,1±0,4) que encontro-se abaixo do preconizado pelo guia alimentar que
é de 3 porções diária .E entre as frutas a mais consumida foi o suco de frutas com
(0,2±0,8) seguindo da maçã (0,1±0,3), também estando abaixo da recomendação
que é de 3 porções diárias.Sendo que a média geral de consumo encontrada desse
grupo foi de 0,62±0,94 porções e a porcentagem de adequação para este grupo foi
de 10,3% estando bem abaixo da recomendação.
40
5.3.3 Consumo de feijões e alimentos ricos em proteína.
O feijão e as leguminosas são alimentos ricos em proteínas, e quando
cozidos contêm de 6% a 11% de proteína, além disso, são ricos em carboidratos
complexos, em fibras alimentares e vitaminas do complexo B, ferro, cálcio e outros
minerais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
O feijão na população Brasileira é considerado um alimento de consumo
habitual, ressalta-se a importância do seu consumo juntamente com o arroz, pois
fornece aminoácidos como lisina, treonina, metionina e triptofano, importante aporte
protéico (SANTOS et al. 2005).
Na tabela 6 o consumo em número de porções, desse grupo de alimentos
pelos avaliados, sendo comparado com o recomendado pelo Guia Alimentar para a
População Brasileira.
Tabela 6 – Consumo de Feijão e Alimentos Ricos em Proteína pelos participantes.
Feijão e Alimentos
Ricos em PTN
Número total de
Porções
consumidas
Feijão
Grão de bico
Lentilha
Ervilha
Total
46,5
0,0
0,0
0,0
46,5
Consumo médio\ indivíduo
Média
1,3
0,0
0,0
0,0
1,3
DP
±1,3
±0,0
±0,0
±0,0
±1,3
Fonte: dados da pesquisa, 2010.
O consumo do feijão pelos participantes esteve acima da recomendação
que é de 1 porção diária por pessoa, a média foi de (1,3±1,3),a porcentagem de
adequação foi de 130% ficando acima do que o guia recomenda, sendo consumido
diariamente pelos adolescentes desta pesquisa. Outros tipos de leguminosas não
foram consumidos pelos participantes, não fazendo parte do hábito alimentar dos
avaliados. Sabe-se que o feijão é fonte de ferro (baixa biodisponibilidade) e que sua
utilização biológica melhora quando é consumido com alguma fruta fonte de vitamina
41
C, no entanto o consumo de frutas e verduras pelos participantes é baixo, como já
observamos anteriormente, indicando um baixo consumo desta vitamina.
Estudos feito com adolescentes de 17 a 19 anos pode-se verificar que o
feijão foi o segundo alimento mais consumido entre os avaliados, perdendo somente
para o arroz rico em carboidrato, entretanto existe a possibilidade de que a
biodisponibilidade desse do feijão com relação ao ferro, esteja comprometida, pois
neste estudo verificou-se uma baixa freqüência do consumo de frutas rico em
vitamina C (SANTOS et al.2005).
5.3.4 Consumo de leite e derivados, carnes e ovos.
As carnes, ovos, leite possuem um alto valor biológico, tendo a carne uma
alta biodisponibilidade de ferro, já o leite e derivados são fontes de proteínas,
vitaminas e a principal fonte de cálcio da alimentação, nutriente fundamental para a
formação de massa óssea, o consumo desse grupo é importante em todas as fases
da vida, principalmente na infância, adolescência e gestação (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
Na tabela 7 o consumo em número de porções, desse grupo de alimentos
pelos avaliados.
Tabela 7 – Consumo de Leite e Derivados, Carnes e Ovos.
Leite e Derivados
Carnes e Ovos
Leite
Queijo
Iogurte
Carne de Boi
Carne de Frango
Ovos
Total
Número total de
Porções
consumidas
37,5
8,0
1,0
50,5
8,8
2,0
107,8
Consumo médio\ indivíduo
Média
1,1
0,2
0,0
1,4
0,3
0,1
1,75
DP
±1,1
±0,3
±0,2
±1,2
±0,6
±0,3
±1,1
Fonte: dados da pesquisa, 2010.
Entre o grupo do leite e derivados, o recomendado pelo Guia Alimentar é
de 3 porções, e 1 porção para o grupo das carnes sendo que os avaliados
42
consumiram em média 1,75 ±1,1 porções desses grupos estando abaixo do
recomendado.Sendo que a porcentagem de adequação foi de 43,75% considerando
esses grupos,(leite e carne) não se adequando a recomendação, o grupo do leite foi
muito menos consumido em média 1,4±1,3 por pessoa, já para o grupo das carnes e
ovos a recomendação é de 1 porção diária, sendo que neste estudo obteve-se uma
média acima da recomendação ,que foi de 1,4±1,2 porções por pessoa de carne e
frango sendo consumida pelos avaliados como preparação frita, já o ovo esteve em
média(0,1±0,3) por pessoa.
O consumo de alimentos ricos em cálcio na adolescência é de suma
importância, tendo em vista que o acúmulo de massa óssea ocorre desde o início da
puberdade até a segunda década da vida, essa fase é crucial para a prevenção de
problemas ósseos futuros, como a osteoporose (SANTOS et al.2007).
Estudos que investigaram o hábito alimentar de adolescentes mostram
que o leite integral não é consumido por um terço dos escolares, e que apenas
metade dos entrevistados consome esse alimento diariamente, sugerindo que os
mesmos tem uma alimentação inadequada (COSTA,JÚNIOR,MATSUO, 2007).
5.3.5 Consumo de gorduras, açúcares e sal.
As gorduras e os açúcares são fontes de energia para o organismo, e,
além disso, as gorduras são fontes de ácidos graxos essenciais e de vitaminas
lipossolúveis (A, D, E, K) que devem ser consumidos através dos alimentos, pois o
organismo não pode produzi-lo, sendo assim todos os seres humanos necessitam
de gordura, mas devemos saber escolher que tipo de gordura devemos consumir,
como as mais saudáveis e essenciais ao bom funcionamento do organismo e as que
devem ser evitadas por prejudicar a saúde e consumi-las dentro das faixas
recomendadas para a boa nutrição (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Na tabela 8 o consumo em número de porções, desse grupo de alimentos
pelos avaliados.
43
Tabela 8 – Consumo de Gorduras, Açúcares e Sal.
Gorduras, Açúcares
e Sal
Número total de
Porções
consumidas
Açúcar Refinado
Doce de Leite
Margarina
Total
44
11,0
13,0
68,0
Consumo médio\ indivíduo
Média
1,3
0,1
0,3
1,9
DP
±1,0
±0,3
±0,5
±1,9
Fonte: dados da pesquisa, 2010.
O consumo diário recomendado para este grupo, conforme o Guia
Alimentar, é de 1 porção, sendo que nos avaliados a média foi de 1,9±1,9, estando
acima do preconizado pelo Guia, sendo que a adequação foi de 190% mostrando
um consumo muito acima da recomendação.
5.3.6 Avaliação e adequação dos grupos alimentares conforme o guia.
A tabela 9 apresenta distribuição dos indivíduos conforme o número de
porções de cada grupo alimentar conforme preconizado pelo guia, e a adequação do
consumo de cada um dos grupos de alimentos considerando o número de porções
consumidas, conforme a recomendação pelo Guia Alimentar para a população
Brasileira.
44
Tabela 9 – Distribuição dos indivíduos conforme adequação do consumo dos grupos tendo como
base o preconizado pelo Guia Alimentar para a população Brasileira.
Adequação de
Adequação de
Adequação de
Grupo Alimentar
Consumo<90%
Consumo 90 à 110% Consumo >110%
N
%
N
%
N
%
Cereais\Raízes\Tubérculos
21
60,0
4
11,4
10
28,5
Frutas
35
100
-
-
-
-
Legumes\Verduras
32
91,4
1
2,85
2
5,70
Feijões
11
31,4
10
28,5
14
40,0
Leite\Derivados
28
80,0
2
5,70
5
14,2
Carnes\Ovos
1
2,85
15
42,8
19
54,2
Gorduras\Açúcares\Sal
8
28,8
7
20,0
20
57,1
n- número de indivíduos conforme adequação de consumo de cada grupo de alimentos; %percentual de indivíduos conforme adequação de consumo de cada grupo de alimentos
Com base na tabela acima, é possível verificar que a maioria dos
indivíduos apresentou um consumo dos grupos alimentares abaixo da adequação
que é de 90% à 110%, sendo que o grupo que mais se destacou, por ter um baixo
consumo (< 90%), foi o das frutas em que 100% dos avaliados não consumiram o
que o guia alimentar recomenda, sendo que é de suma importância em todas as
fases da vida o consumo de 3 porções diárias de frutas, pois é um alimento rico em
fibras, vitaminas e minerais essenciais para um bom desenvolvimento e para a
prevenção de doenças na vida adulta,também observou-se um consumo
inadequado do grupo das verduras onde 91,4% dos avaliados consumiram abaixo
da recomendação.
O grupo que apresentou consumo acima da recomendação
(>110%) foi o grupo das gorduras e açúcares sendo que 57,1% dos avaliados
consumiram acima do preconizado, seguido pelo grupo das carnes em que 54,2%
dos avaliados consumiram acima da recomendação.
Observou-se que 60% dos avaliados não atenderam a recomendação
Guia Alimentar para o consumo de cereais, raízes e tubérculos, que são de 6
porções diárias sendo o mais consumido pelos adolescentes diariamente foi o pão
francês, arroz, em seguida o macarrão, não fazendo parte do hábito alimentar o
consumo de batatas ou de mandioca.
Costa, Júnior, Matsuo (2007) encontraram em seus estudos uma
diferença no consumo entre os meninos avaliados e as meninas, os meninos
45
apresentaram uma maior freqüência no consumo de macarrão, pão, pão doce,
polenta, mandioca, milho e batata, sendo o biscoito salgado o mais consumido pelas
meninas.
O consumo de frutas ficou em 100% inadequado e verduras 91,4%,
apenas 2,85% dos avaliados dentro dos padrões estabelecidos para o consumo de
verduras.
Estudos feitos com alunos do SENAI de São Paulo verificou o
comportamento alimentar desses adolescentes em relação ao consumo de frutas e
verduras conforme a pirâmide alimentar e
contatou-se que apenas 12,4% dos
entrevistados apresentavam um consumo adequado de frutas, e 10,3% está
adequado ao consumo de verduras(TORAL, et al.2006).
Costa, Júnior, Matsuo (2007) avaliaram o consumo alimentar de
adolescentes e no grupo das frutas o consumo de suco natural apresentou
freqüência de 36,1%, sendo as frutas mais consumidas a laranja e a banana,
seguidas da maçã do limão e mamão.
O consumo de menos de uma porção de fruta e verduras por dia foi
próximo dos valores encontrados em pelo Minnesota Adolescent Healt Survey em
1996, o que mostrou que cerca e 40% dos adolescentes americanos apresentava
esse hábito (SZTAINER, 1996).
Do grupo do feijão ouve um consumo elevado sendo que
40%
dos
indivíduos consumiram acima da recomendação, sendo consumido pelo menos 2
vezes ao dia pelos avaliados pelo fato de ser um alimento de baixo custo,e outros
tipos de leguminosas como ervilha,grão de bico e lentilha, não fazem parte do hábito
alimentar desses adolescentes.
Estudos feitos por Costa, Júnior e Matsuo (2007) demonstram que para o
grupo das leguminosas, o feijão era consumido diariamente por 64,6% dos escolares
e no mínimo uma vez por semana por 92,5%, a ervilha apresentou consumo baixo,
não sendo consumido por 59,3%.
Deve-se lembrar que as proteínas são fundamentais para a construção e
manutenção dos tecidos corpóreos, participando também do transporte de
substâncias e homeostase corpórea (MAHAN, ARLIN, 1995).
46
Estudos sobre a prática alimentar de estudantes suíços indicou um baixo
consumo de ovos, peixe e também uma baixa ingestão de leguminosas (CAVADINI,
1996).
No presente estudo 80% dos adolescentes apresentou um consumo
inadequado do grupo do leite e derivados.
Vale lembrar que leite e seus derivados são excelentes fontes de cálcio,
dentre outros nutrientes, recomenda-se o consumo diário de pelo menos 3 porções
de leite, queijo ou iogurte para atender as necessidades do mineral na adolescência,
pois é nesta fase que ocorre o estirão de crescimento linear com simultâneo
aumento da massa óssea que tem no cálcio, elemento fundamental para que o
processo ocorra a contento( CARVALHO et al. 2001).
Estudos revelam que o consumo de leite tende a diminuir do início ao final
da adolescência, tendo como causa o aumento do consumo de refrigerantes pelos
jovens (BOWMAN, 2002).
Alimentos importantes e de consumo diário aparecem com baixa
freqüência no estudo de Carvalho et al.(2001) como leite e derivados, hortaliças,
folhosos, as frutas são mais consumidas em forma de suco. Tendo em vista, a
importância nutricional de vitaminas, minerais, fibras e substancias antioxidantes
presentes em muitos destes alimentos, pode-se dizer que os adolescentes
pesquisados podem apresentar alterações nutricionais devido as deficiências
alimentares nestes constituintes.
Para o grupo do leite e produtos lácteos, esta investigação que avaliou o
hábito alimentar de 2562 escolares adolescentes, mostrou que o leite integral não é
consumido por um terço dos estudantes e que apenas metade dos avaliados diz
consumir diariamente esse alimento (COSTA, JÚNIOR, MATSUO, 2007).
No grupo das carnes e ovos, houve um consumo elevado, onde 54,2%
dos avaliados consumiram acima do recomendado pelo guia alimentar, sendo que a
maioria consome carne vermelha seguido pelo de frango e por último o ovo, e
consumido como preparação frita.
Em estudos de Marinho, et al. (2007) verificou-se a preferência sobre
algumas práticas que indicam preocupação com a saúde, sendo destacado uma
maior freqüência diária de consumo de carne vermelha, equivalendo 45% dos 500
47
questionários avaliados, e quanto a preferência na forma de
preparação desta
carne, a opção foi de carne cozida sendo preferência em 50% dos avaliados.
No mesmo estudo de Marinho et al. (2007), 73,3% relataram a tendência
de consumir alimentos com pouca gordura.
Costa, Júnior, Matsuo (2007), relatam em seus estudos um consumo
aumentado de carne de gado, sendo o mais consumido semanalmente seguido da
carne de frango, de porco, ovos e peixe.
No grupo do açúcar, gorduras e sal, o mais consumido foi o açúcar
simples usado para adoçar o café e os sucos, sendo seguido do consumo de balas,
refrigerante e suco artificial, sendo que alguns avaliados relataram consumir bolacha
recheada no período da noite pelo fato de estar em casa e no computador. Entre as
gorduras a mais consumida foi a margarina seguida da maionese, sendo que mais
se destacou
realmente
foi o consumo
acima da recomendação deste grupo
alimentar nem 57,1% dos avaliados consumiram em excesso.
Estudos de Costa, Júnior, Matsuo (2007) constataram que o alimento
mais consumido do grupo dos açúcares e doces foi o açúcar, seguido da bala e do
achocolatado e chocolate, o consumo semanal de refrigerante entre os adolescentes
foi de 79,2%, já o consumo de sucos artificiais foi consumido diariamente por 23,6%
dos escolares.
Toral, Slater, Silva et al.( 2007), verificaram em estudos de consumo
alimentar de adolescentes
que houve um aumento no consumo de açúcares e
doces na dieta desses adolescentes.
Estudos na Dinamarca constatou que 75% dos adolescentes pesquisados
consumiam açúcares acima do limite recomendado, pelas autoridades sanitárias do
país que é de 10% de energia proveniente desse componente alimentar
(SAMUELSON, 2000).
A tendência apresentada ao consumo de alimentos ricos em açúcar
simples é motivo de preocupação, tendo em vista os efeitos negativos desses
alimentos quando consumido de forma desarmoniosa em relação ao conjunto da
alimentação, além de danos para a saúde oral, os carboidratos simples são fontes
de energia vazia, sendo necessária a orientação aos adolescentes deste alimento
(CARVALHO et al. 2001).
48
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Participaram da pesquisa 35 adolescentes, sendo 25 do sexo feminino e
10 do sexo masculino. Observou- se que a maioria está dentro do perfil
antropométrico adequado (eutrofia), sendo que apenas 11,4% dos avaliados
apresentaram sobrepeso e 6% obesidade e esses achados encontraram- se
somente no sexo feminino.
Os resultados obtidos com a avaliação dos hábitos alimentares dos
adolescentes não esteve de acordo com o preconizado pelo Guia Alimentar, sendo
que o consumo de muitos grupos estiveram abaixo desta recomendação onde
poucos se adequaram a ela ,estando a maioria acima da recomendação como as
carnes, gorduras e açúcares ou abaixo dela, como o das frutas
e
verduras e
legumes, leite e derivados.
Verificou-se um consumo elevado de carnes vermelhas, e um consumo
elevado de alimentos ricos em açúcares como refrigerante, bolachas recheadas, e o
açúcar simples como um dos mais consumidos pelos avaliados, também alimentos
ricos em gorduras como a margarina e frituras, como as carnes e ovos, sendo
consumidos diariamente pelos adolescentes. E em relação as frutas e verduras
nenhum dos avaliados se adequaram ao Guia.
Enfim, sabe-se que o padrão alimentar do brasileiro tem sofrido
mudanças e transformações no estilo de vida, sendo que ouve um aumento do
consumo de alimentos industrializados e a substituição de refeições por lanches,
neste estudo mesmo sendo uma amostra pequena, observou-se que essas
mudanças também fizeram parte desse grupo, tendo um consumo elevado de
alimentos gordurosos, e uma diminuição do consumo de alimentos ricos em fibras,
que não houve consumo por parte dos avaliados.
Sabe-se que na infância se formam os hábitos alimentares, sendo
importante iniciar a educação alimentar neste período de vida para a formação de
conduta alimentar saudável e sendo de extrema importância o profissional
nutricionista nesta fase de adolescência e por meio de educações nutricionais,
palestras conscientizações evitando assim futuramente a obesidade, e doenças
crônicas que aparecem juntamente com a obesidade, para garantir assim uma boa
qualidade de vida.
49
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v.39, n.4, agos. 2005.
TORAL,N; CONTI, A.M; SLATER, B. Alimentação saudável na ótica dos
adolescentes: percepções e barreiras a sua implementação e caracteristicas
esperadas em materiais educativos.Revista de Saúde Publica,Rio de Janeiro, v.25,
n.11, nov.2009.
VITOLO, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de janeiro:
Rubio, 2008.
53
ANEXOS
54
ANEXO I:
Pontos de Corte de IMC para idade estabelecida para adolescentes.
Valores Críticos
Valores Críticos
Diagnótico Nutricional
< Percentil 3
< escore - z - 2
Baixo IMC para idade
> ou igual 3 e <
percentil 85
> ou igual 85 e <
percentil 97
> ou igual - z - 2 e < escore z-1
> ou igual escore - z - 1 e <
escore - z + 2
> ou iguaql percentil 97
> ou igual escore - z + 2
IMC adequadoou Eutrófico
Sobrepeso
Obesidade
Fonte: Ministério da Saúde (MS), fevereiro de 2008.
55
APÊNDICES:
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APÊNDICE I:
TERMO DE CONSENTIMENTO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O PAI DO PERTICIPANTE
Estamos realizando um projeto para o Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC) intitulado “ Avaliação dos hábitos alimentares e estado nutricional de um
determinado grupo de adolescentes matriculados no segundo ano do Ensino
Médio de um colégio de Criciúma( SC).
”. O (a) sr(a). foi plenamente esclarecido de que seu filho(a) participando deste
projeto, estará participando de um estudo de cunho acadêmico, que tem como um
dos objetivos:
Avaliar os hábitos alimentares e estado nutricional de um determinado grupo de
adolescentes de um colégio de Criciúma(SC).
Embora o (a) sr(a) venha a aceitar o seu filho(a) a participar neste projeto, estará
garantido que o seu filho(a) poderá desistir a qualquer momento bastando para isso
informar sua decisão. Foi esclarecido ainda que, por ser uma participação voluntária
e sem interesse financeiro o seu filho (a) não terá direito a nenhuma remuneração.
Desconhecemos qualquer risco ou prejuízos por participar dela. Os dados referentes
ao seu filho(a) serão sigilosos e privados, preceitos estes assegurados pela
Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, sendo que o seu filho (a)
poderá solicitar informações durante todas as fases do projeto, inclusive após a
publicação dos dados obtidos a partir desta. Autoriza ainda a gravação da voz na
oportunidade da entrevista.
A coleta de dados será realizada pela Keithe Silva Zalasik(fone:9124-6844) da
7ª fase da Graduação de Nutrição da UNESC e orientado pela professora
mestre Michele Biff (XXXXXXXX). O telefone do Comitê de Ética é 3431.2723.
Criciúma (SC)____de______________de 2010.
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Assinatura do Participante
57
APÊNDICE II:
DADOS ANTROPOMÉTRICOS
I
Nome do Aluno
II
Sexo
III
Data
Nasc.
IV
Idade em
Meses
V
VI
VII
Peso
Alt.
Índice
IMC
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APÊNDICE III:
DIA HABITUAL DA ALIMENTAÇÃO DO ADOLESCENTE:
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