compreender de nosso mundo

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QUESTIONANDO O PRÓPRIO PENSAMENTO: UMA ANÁLISE
DE NOSSOS MODELOS MENTAIS - UM RE-APREENDER E RECOMPREENDER DE NOSSO MUNDO
DRUNKENMÖLLE Tomas R. - PUCPR
Resumo
O teatro cartesiano tem sido um modelo mental poderoso de como nós pensamos
sobre nosso próprio ato de pensar. A influência do dualismo tem sido profunda,
incluindo a sensação de uma realidade objetiva lá fora e uma habilidade para seu
entendimento por um observador objetivo.
Está claro que nossas experiências internas e externas são transformadas em um
padrão neural complexo dentro do nosso cérebro e que esses padrões não são uma
representação estrita de coisas. Como eles poderiam ser? Literalmente não conseguimos
colocar o mundo em nossa mente, assim, inserimos uma reflexão não claramente
definida sobre ele e trabalhamos a partir de detalhes esboçados ao construir nossa
realidade interna.
O bioquímico e prêmio Nobel Gerald Edelman observou que, todos nós
discernimos as coisas fundamentalmente da mesma maneira, porém cada um de nós traz
a essa capacidade comum uma interpretação individual adicional. Edelman ressalta que,
embora vivamos no mesmo mundo, inclusive nossas interações com objetos físicos são
moldadas por nossos conjuntos distintos de experiências e preocupações atuais.
Humberto Maturana e Francisco Varela afirmam que a cognição não é um
processo meramente passivo de ver o mundo, mas, sim, um processo ativo de criar
nosso mundo de experiências.
Essa processo criativo baseia-se em três pilares:
1. em processos de inferência que acontecem de forma indutiva ou dedutiva;
2. em considerações epistemológicas e crenças individuais;
3. em diversos aspectos da linguagem no que refere-se a considerações sintáticas,
semânticas e pragmáticas.
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Enquanto na maioria dos casos a atividade neural complexa em nosso cérebro, que
constitui nossa realidade, é um processo preciso e eficiente, existe a possibilidade de os
problemas surgirem quando nossa experiência e os padrões armazenados não estão
eficazmente relacionados ao nosso ambiente atual.
Analisando estes pilares e, entre eles, as falácias, cuja eficiência consiste em
transferir a argumentação do plano lógico para o psicológico ou lingüístico, mostramos
que
• duas pessoas expostas ao mesmo canário podem chegar à conclusões diferentes,
até opostas, tanto referente á este cenário quanto às suas respectivas crenças
sobre este cenário e,
• que as crenças de uma pessoa nos podem dizer tanto sobre o mundo “objetivo”
quanto os modelos mentais dessa pessoa e, subseqüentemente, sobre as
divergências entre o mundo “individual” e o que comumente denominamos de
“realidade”.
Concluímos que o entendimento dos três pilares acima mencionados constitui uma
conditio-sine-que-non para poder adaptar nossos modelos mentais a um ambiente em
evolução. É assim que conseguimos re-compreender e re-apreender o mundo.
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