Lista 7 MA-604 Espaços Métricos 13/6/2015 1. Sejam (X; d) um espaço métrico compacto, (Y; d) um espaço métrico e E C (X; Y ) um conjunto de aplicações contínuas X ! Y . Mostre que as seguintes a…rmações são equivalentes: (a) 8x 2 X, 8" > 0, 9 > 0, 8f 2 E, y 2 B (x; ) ) d (f (y) ; f (x)) < ". (Isto é, E é equicontínuo em todo x 2 X.) (b) 8" > 0, 9 > 0, 8f 2 E, 8x; y 2 X, d (x; y) < ) d (f (y) ; f (x)) < ". (Isto é, E é uniformemente equicontínuo.) 2. Dado um intervalo fechado [a; b] R seja E um conjunto de funções [a; b] ! R tal que toda f 2 E é de classe C 1 e existe M > 0 tal que jf 0 (x)j < M para toda f 2 E e x 2 [a; b]. Tome uma sequência fn 2 E e mostre que existe uma subsequência fnk que converge uniformemente. 3. Dado um espaço métrico compacto X seja V C (X; R) um subespaço vetorial de dimensão …nita. Denote por E = ff 2 V : kf k1 1g a bola unitária de V . Mostre que o conjunto E é equicontínuo. (Dê uma demonstração direta a partir da de…nição e outra aplicando o teorema de Arzelá-Ascoli.) 4. Use o exercício anterior para mostrar que se a < b então dim C ([a; b] ; R) = 1. 5. Sejam (V; k k) e (W; k k) espaço vetoriais normados. Uma transformação linear T : V ! W é dita compacta se para toda bola B (x; r) V sua imagem T (B (x; r)) é um conjunto relativamente compacto de W . (a) Mostre que se T : V ! W compacta então T é contínua. (b) Sejam C ([a; b] ; R) com a norma k k1 e C (1) ([a; b] ; R) com a norma kf k(1) 1 = 0 (1) supx2[a;b] jf (x)j + supx2[a;b] jf (x)j. Mostre que a inclusão f 2 C ([a; b] ; R) ,! f 2 C ([a; b] ; R) é uma aplicação linear compacta. (Use o teorema de ArzeláAscoli.) 6. Mostre que um subconjunto Y X de um espaço topológico X é ao mesmo tempo aberto e fechado se, e só se, sua fronteira @Y = ;. Use isso para mostrar que X é conexo se, e só se, os únicos subconjuntos Y X que têm fronteira vazia são os triviais ; e X. 7. Sejam X um espaço topológico conexo e uma relação de equivalência em X. Mostre que se as classes de equivalência [x] de são conjuntos abertos então para dois elementos quaisquer x; y 2 X são equivalentes (x y), isto é, existe uma única classe de equivalência. 1 8. Seja (X; d) um espaço métrico completo e conexo. Suponha que uma relação de equivalência em X satisfaz as propriedades: i) a quantidade enumerável de classes de equivalência de é enumerável; ii) duas classes de equivalência [x] e [y], x; y 2 X, quaisquer homeomorfas entre si. Mostre que que existe uma única classe de equivalência. 9. Num espaço mético (X; d) suponha que x 2 X é tal que 8" > 0, 9r < " tal que a esfera S (x; r) = fy 2 X : d (y; x) = rg é um conjunto vazio. Mostre que a componente conexa Cx de X que contém x se reduz ao conjunto unitário fxg. 10. Sejam (X; d) um espaço métrico e X um subconjunto enumerável. Mostre que é completamente separável. (Sugestão: use o exercício 9 da lista 6 e o exercício anterior.) 11. Sejam X e Y espaços métricos e f : X ! Y uma aplicação contínua. Suponha que X é conexo e mostre que f é constante se sua imagem f (X) está contida num conjunto enumerável de Y . 12. Seja f : X ! Y uma aplicação contínua entre espaços métricos. Mostre que o seu grá…co graf (f ) = fx (f (x)) 2 X Y : x 2 Xg é conexo (em relação à topologia produto) se, e só se, X é conexo. 13. Seja (X; d) um espaço métrico e suponha que para algum x 2 X as bolas B (x; r), r > 0, sejam conjuntos conexos. Mostre que X é conexo. Dê exemplo em que mostre que a recíproca não vale, isto é, X é conexo e, no entanto alguma bola não é conexa. 14. Sejam (X; d) um espaço métrico conexo e f : (X; d) ! (R; j j) uma aplicação contínua. Mostre que se existem x1 ; x2 2 X tal que f (x1 ) f (x2 ) < 0 então existe x0 2 X tal que f (x0 ) = 0. 15. Num espaço métrico (X; d) sejam dados um ponto x 2 X e um subconjunto conexo Y X. Mostre que se y1 e y2 são elementos de Y tal que d (y1 ; x) d (y2 ; x), então para todo c 2 R tal que d (y1 ; x) c d (y2 ; x), existe y 2 Y com d (y; x) = c. Dê exemplos de conjuntos não conexos Y tal que (i) a a…rmação não é verdadeira e (ii) a a…rmação é verdadeira. 16. Seja A X um subconjunto aberto do espaço métrico (X; d). Mostre que se C é uma componente conexa de A então C também é aberto (em X). 17. Mostre que se um espaço métrico (X; d) tem uma quantidade …nita de componentes conexas então cada uma delas é um conjunto aberto. 2 18. Seja (V; jj jj) um espaço vetorial normado (sobre R ou C). Mostre que V é conexo. Mostre também que suas bolas abertas B (x; r) e suas bolas fechadas B [x; r] são conjuntos conexos. 19. Mostre que S 1 = f(x; y) 2 R2 : x2 + y 2 = 1g é um conjunto conexo (com a topologia usual de R2 ). (Sugestão: a aplicação f : R ! R2 , f (t) = (cos t; sent) é contínua.) Generalize mostrando que S n 1 = f(x1 ; : : : ; xn ) 2 Rn : x21 + + x2n = 1g é conexo. n 1 (Sugestão: as interseções de S com subespaços de dimensão dois são homeomorfas 1 a S .) 20. Em R2 , com a topologia usual, considere os conjuntos X e Y , onde X é o grá…co da função f : (0; +1) ! R, f (x) = sen x1 e Y é o intervalo f(0; y) : y 2 [ 1; 1]g. Mostre que X, Y e X [ Y são conexos. Mostre que X [ Y não é conexo por caminhos. 21. Sejam f : X ! Y um homeomor…smo entre espaços métricos e Z X. Mostre que a restrição de f a X n Z ainda é um homeomor…smo entre X n Z e Y n f (Z). Use isso para mostrar que as letras O e I não são homeomorfas (veja essas letras como subconjuntos de R2 com a topologia usual e do jeito que estão grafadas neste texto). (Sugestões: 1) retirando qualquer ponto de O …ca um conjunto conexo, mas pode-se retirar pontos de I e se obter conjuntos não conexos. 2) Use este método para, num domingão à tarde, fazer uma tabela das letras do alfabeto que são homeomorfas entre si.) 22. Dê, se possível, exemplos das seguintes situações. (a) Um espaço métrico (X; d) que é completo e enumerável e tal que d não é a distância 0; 1 (d (x; y) = 0 se x = y e d (x; y) = 1 se x 6= y). (b) Um espaço topológico (X; ) e um elemento x 2 X tal que o conjunto fxg não é fechado (apesar de ser compacto, já que é um conjunto …nito. Isto é, num espaço topológico em geral um conjunto compacto pode não ser fechado. Compare com o exercício ??.) (c) Um conjunto conexo cujo interior não é conexo. (d) Um espaço métrico X tal que alguma de suas componentes conexas C não é um conjunto aberto. (e) Uma aplicação contínua f : X ! Y e um subconjunto conexo C f 1 (C) não é conexo. 3 X tal que