16° TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DA METAPLASIA ESCAMOSA DO COLO UTERINO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): MIDIÃ SILVA FERREIRA ORIENTADOR(ES): ANA MARINA REIS BEDÊ BARBOSA 1. Resumo Metaplasia é a substituição de um tipo celular diferenciado por outro tipo da mesma linhagem. Na metaplasia escamosa do colo uterino o epitélio colunar é substituído por epitélio escamoso e entre suas etapas pode ser encontrada a metaplasia escamosa imatura atípica (AIM). Neste trabalho foi feito revisão literária com o objetivo de apresentar informações atuais sobre a importância do epitélio metaplásico no desenvolvimento do câncer do colo uterino. Verificou-se que a AIM esta associada com muitos casos de lesões escamosas de alto grau, portanto, a interpretação precisa de AIM pode contribuir para o diagnóstico precoce do câncer do colo uterino. 2. Introdução Metaplasia é a substituição de um tipo celular diferenciado por outro tipo celular de mesma linhagem. Os fatores que levam a metaplasia são aqueles ocasionados por mudança do meio ou ação de diferentes estímulos duradouros 1. A metaplasia escamosa que ocorre no colo uterino é a substituição do epitélio colunar por epitélio escamoso e por conta de sua frequência é considerada uma alteração fisiológica, porém, durante esse processo o colo do útero se apresenta mais vulnerável à ação de fatores oncogênicos 1. As etapas da metaplasia podem ser divididas em: Hiperplasia das células de reserva, metaplasia escamosa imatura e metaplasia escamosa madura. Em alguns casos as células metaplásicas imaturas são infectadas por alguns tipos de Papilomavirus Humano (HPV) oncogênicos, o que ocasiona a transformação em células atípicas com anomalias nucleares e citoplasmáticas 2. 3. Objetivos Este trabalho tem como objetivo apresentar informações atuais sobre a importância do epitélio metaplásico no desenvolvimento do câncer do colo uterino. 4. Metodologia Foi feita revisão literária utilizando base de dados como Scielo, BIREME e PubMed. Os descritores utilizados foram metaplasia imatura, metaplasia atípica, câncer do colo uterino. 5. Desenvolvimento 5.1. Metaplasia escamosa imatura atípica (AIM) A AIM é caracterizada por células metaplásicas imaturas com atipias citológicas suaves. É descrita desde 1983 como uma lesão do colo do útero com proliferação celular uniforme intra-epitelial e aumento nuclear, mas sem critérios suficientes para lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL). Já em 1999 foi caracterizada como uma lesão que ultrapassou os limites de metaplasia típica 2, 3. A AIM esta associada com muitos casos de HSIL, estudos demonstram que casos diagnosticados com AIM apresentaram após 2 anos, lesões escamosas, sendo a maioria de alto grau 3, 2. Desde sua primeira descrição, a AIM foi identificada em 34% dos casos juntamente com o condiloma acuminado e em 16% dos casos com o HSIL. As características típicas deste grupo de alterações epiteliais incluem células escamosas imaturas, que contêm maiores graus de atipia nuclear ou aglomeração nuclear, o aumento da atividade mitótica e ausência de diferenciação normal, no entanto mantém o padrão de crescimento do epitélio metaplásico imaturo 3. Sabe-se que as lesões intraepiteliais de alto grau são lesões precursoras do câncer de colo uterino e estão fortemente relacionados com infecções persistentes pelo HPV. O câncer cervical representa o quarto tipo mais comum de câncer em mulheres no mundo, é responsável por 265 mil óbitos por ano e é considerado a quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres 5. O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) calculou que, em 2016 ocorreriam 16.340 novos casos de câncer de colo do útero, o que o torna o terceiro tipo de câncer de maior incidência e mortalidade em mulheres no Brasil 3. A AIM, assim como outros fatores, pode por vezes dificultar a interpretação dessas lesões precursoras, diante disso, tem sido discutida a possibilidade de utilizar biomarcadores moleculares para a classificação de AIM e HSIL. Entre os marcadores adjuvantes sugeridos em estudos o mais citado é a proteína p16 que atua como inibidor da atividade de quinase dependente de ciclina (CDK) 6, 4, 3. A proteína p16 mostrou ser um marcador sensível de células com expressão de E7, apresentando forte positividade nos casos de HSIL. Na imunocoloração p16 foi detectada em 97% dos casos de carcinomas de células escamosas do colo uterino e adenocarcinomas e em 92% dos HSIL, porém não é muito sensível para LSIl. Alguns estudos demonstram a possibilidade da utilização de marcadores combinados, como as proteínas p16 e Ki-67 que é um marcador de proliferação expresso durante as fases ativas do ciclo celular e tem se mostrado um marcador sensível e especifico para HPV em epitélio escamoso maduro 2,4, 7 . 6. Resultados preliminares Os resultados obtidos até o momento permitem verificar que o diagnóstico de metaplasia, especialmente a AIM pode contribuir para o diagnóstico precoce do câncer do colo uterino, pois conforme estudos anteriores ela esteve associada à HSIL em 16% dos casos. 7. Fontes consultadas 1. TATTI S.A. Colposcopia e Patologias do Trato Genital Inferior: Vacinação contra o HPV. 1. ed. São Paulo: Artmed, 2010. 2. IACONIS L, et. al. P16 and Ki-67 Immunostaining in Atypical Immature Squamous Metaplasia of the Uterine Cervix. Arch Pathol Lab Med, New York, v.131, p.13431349, Set. 2007. 3. REGAUER S e REICH O. CK17 and p16 expression patterns distinguish (atypical) immature squamous metaplasia from high-grade cervical intraepithelial neoplasia (CIN III). The Authors Journal Compilation Histopathologgy, Áustria, v.50, p.629635, Fev. 2007. 4. CRISSÓSTOMO C.A., MELO M.R.J., MEDEIROS A.L.P.B., Marcadores moleculares como ferramenta auxiliar no diagnóstico citológico de anormalidades cervicais. Revista Saúde e Pesquisa, Maringá, v.9, n.1, p.163-172 Jan./Abr. 2016. 5. TORRE A.L, et al., Global Cancer Statistics. CA Cancer J Clin, Atlanta, v. 65, n. 2, p. 87-108, Mar./Abr. 2015. 6. LIM S, et.al. Efficacy of p16 and Ki-67 immunostaining in the detection of squamous intraepithelial lesions in a high-risk HPV group. Oncology Letters, Republic of Korea, v.11, p.1447-1452, 2016 7. DONÁ, MG, et al., p16/Ki-67 dual staining in cervicovaginal cytology: correlation with histology, Human Papillomavirus detection and genotyping in women undergoing colposcopy. Gynecol Oncol, Roma, v.126, n.2, p.198-202, Fev. 2014