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TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DA METAPLASIA ESCAMOSA DO COLO UTERINO
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: BIOMEDICINA
INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
AUTOR(ES): MIDIÃ SILVA FERREIRA
ORIENTADOR(ES): ANA MARINA REIS BEDÊ BARBOSA
1. Resumo
Metaplasia é a substituição de um tipo celular diferenciado por outro tipo da mesma
linhagem. Na metaplasia escamosa do colo uterino o epitélio colunar é substituído
por epitélio escamoso e entre suas etapas pode ser encontrada a metaplasia
escamosa imatura atípica (AIM). Neste trabalho foi feito revisão literária com o
objetivo de apresentar informações atuais sobre a importância do epitélio
metaplásico no desenvolvimento do câncer do colo uterino. Verificou-se que a AIM
esta associada com muitos casos de lesões escamosas de alto grau, portanto, a
interpretação precisa de AIM pode contribuir para o diagnóstico precoce do câncer
do colo uterino.
2. Introdução
Metaplasia é a substituição de um tipo celular diferenciado por outro tipo
celular de mesma linhagem. Os fatores que levam a metaplasia são aqueles
ocasionados por mudança do meio ou ação de diferentes estímulos duradouros 1.
A metaplasia escamosa que ocorre no colo uterino é a substituição do epitélio
colunar por epitélio escamoso e por conta de sua frequência é considerada uma
alteração fisiológica, porém, durante esse processo o colo do útero se apresenta
mais vulnerável à ação de fatores oncogênicos 1.
As etapas da metaplasia podem ser divididas em: Hiperplasia das células de
reserva, metaplasia escamosa imatura e metaplasia escamosa madura.
Em alguns casos as células metaplásicas imaturas são infectadas por alguns
tipos de
Papilomavirus Humano
(HPV)
oncogênicos, o
que
ocasiona
a
transformação em células atípicas com anomalias nucleares e citoplasmáticas 2.
3. Objetivos
Este trabalho tem como objetivo apresentar informações atuais sobre a
importância do epitélio metaplásico no desenvolvimento do câncer do colo uterino.
4. Metodologia
Foi feita revisão literária utilizando base de dados como Scielo, BIREME e
PubMed. Os descritores utilizados foram metaplasia imatura, metaplasia atípica,
câncer do colo uterino.
5. Desenvolvimento
5.1. Metaplasia escamosa imatura atípica (AIM)
A AIM é caracterizada por células metaplásicas imaturas com atipias
citológicas suaves. É descrita desde 1983 como uma lesão do colo do útero com
proliferação celular uniforme intra-epitelial e aumento nuclear, mas sem critérios
suficientes para lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL). Já em 1999 foi
caracterizada como uma lesão que ultrapassou os limites de metaplasia típica 2, 3.
A AIM esta associada com muitos casos de HSIL, estudos demonstram que
casos diagnosticados com AIM apresentaram após 2 anos, lesões escamosas,
sendo a maioria de alto grau 3, 2.
Desde sua primeira descrição, a AIM foi identificada em 34% dos casos
juntamente com o condiloma acuminado e em 16% dos casos com o HSIL. As
características típicas deste grupo de alterações epiteliais incluem células
escamosas imaturas, que contêm maiores graus de atipia nuclear ou aglomeração
nuclear, o aumento da atividade mitótica e ausência de diferenciação normal, no
entanto mantém o padrão de crescimento do epitélio metaplásico imaturo 3.
Sabe-se que as lesões intraepiteliais de alto grau são lesões precursoras do
câncer de colo uterino e estão fortemente relacionados com infecções persistentes
pelo HPV. O câncer cervical representa o quarto tipo mais comum de câncer em
mulheres no mundo, é responsável por 265 mil óbitos por ano e é considerado a
quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres 5. O Instituto
Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) calculou que, em 2016
ocorreriam 16.340 novos casos de câncer de colo do útero, o que o torna o terceiro
tipo de câncer de maior incidência e mortalidade em mulheres no Brasil 3.
A AIM, assim como outros fatores, pode por vezes dificultar a interpretação
dessas lesões precursoras, diante disso, tem sido discutida a possibilidade de
utilizar biomarcadores moleculares para a classificação de AIM e HSIL. Entre os
marcadores adjuvantes sugeridos em estudos o mais citado é a proteína p16 que
atua como inibidor da atividade de quinase dependente de ciclina (CDK) 6, 4, 3.
A proteína p16 mostrou ser um marcador sensível de células com expressão
de E7, apresentando forte positividade nos casos de HSIL. Na imunocoloração p16
foi detectada em 97% dos casos de carcinomas de células escamosas do colo
uterino e adenocarcinomas e em 92% dos HSIL, porém não é muito sensível para
LSIl. Alguns estudos demonstram a possibilidade da utilização de marcadores
combinados, como as proteínas p16 e Ki-67 que é um marcador de proliferação
expresso durante as fases ativas do ciclo celular e tem se mostrado um marcador
sensível e especifico para HPV em epitélio escamoso maduro
2,4, 7
.
6. Resultados preliminares
Os resultados obtidos até o momento permitem verificar que o diagnóstico de
metaplasia, especialmente a AIM pode contribuir para o diagnóstico precoce do
câncer do colo uterino, pois conforme estudos anteriores ela esteve associada à
HSIL em 16% dos casos.
7. Fontes consultadas
1. TATTI S.A. Colposcopia e Patologias do Trato Genital Inferior: Vacinação
contra o HPV. 1. ed. São Paulo: Artmed, 2010.
2. IACONIS L, et. al. P16 and Ki-67 Immunostaining in Atypical Immature Squamous
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3. REGAUER S e REICH O. CK17 and p16 expression patterns distinguish (atypical)
immature squamous metaplasia from high-grade cervical intraepithelial neoplasia
(CIN III). The Authors Journal Compilation Histopathologgy, Áustria, v.50, p.629635, Fev. 2007.
4. CRISSÓSTOMO C.A., MELO M.R.J., MEDEIROS A.L.P.B., Marcadores
moleculares como ferramenta auxiliar no diagnóstico citológico de anormalidades
cervicais. Revista Saúde e Pesquisa, Maringá, v.9, n.1, p.163-172 Jan./Abr. 2016.
5. TORRE A.L, et al., Global Cancer Statistics. CA Cancer J Clin, Atlanta, v. 65, n.
2, p. 87-108, Mar./Abr. 2015.
6. LIM S, et.al. Efficacy of p16 and Ki-67 immunostaining in the detection of
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Republic of Korea, v.11, p.1447-1452, 2016
7. DONÁ, MG, et al., p16/Ki-67 dual staining in cervicovaginal cytology: correlation
with histology, Human Papillomavirus detection and genotyping in women
undergoing colposcopy. Gynecol Oncol, Roma, v.126, n.2, p.198-202, Fev. 2014
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