A ética do desenvolvimento nos relatórios anuais do - Unifal-MG

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Seminário de Inicia ção Científica da UNIFAL-MG – Edi ção 2012
A ética do desenvolvimento nos relatórios anuais do Banco Mundial: da
reconstrução européia ao relatório Brundtland (1946-1987)
Caio Rennó José¹ (IC)*, Thiago Fontelas Rosado Gambi² (PQ)
[email protected]
1 Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – UNIFAL-MG, Varginha, MG – (FAPEMIG)
2 Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – UNIFAL-MG, Varginha, MG
Palavras-chave: Banco Mundial, Desenvolvimento Econômico, Economia e Ética
Introdução
O conceito de desenvolvimento pode ter vários
sentidos e, por isso, sua definição adquire contornos
pouco nítidos. Durante muito tempo, a teoria
econômica tentou reforçar esses contornos
reduzindo a concepção de desenvolvimento ao
mero crescimento econômico, entendido como a
elevação do produto interno bruto per capita de
determinada economia. Contudo, as experiências
concretas de crescimento econômico em diversos
países revelaram que o aspecto puramente
econômico não seria suficiente para a promoção do
desenvolvimento.
Aspectos
não-econômicos,
especialmente éticos, deveriam ser considerados.
Essa percepção foi incorporada à teoria e à prática
do desenvolvimento. Diante disso, este projeto de
iniciação científica tem por objetivo mapear as
mudanças na concepção do desenvolvimento na
teoria econômica, especialmente quanto à
incorporação de aspectos éticos, e verificar como
essas mudanças foram incorporadas nos discursos
do Banco Mundial, por meio de seus relatórios
anuais entre 1946 e 1987.
nos relatórios do Banco Mundial as suas ideias sobe
o desenvolvimento econômico e também os dados
sobre os empréstimos concedidos, classificados
pelo continente, setor e a quantia que fora
emprestada. Os setores que recebem a maior
quantidade de empréstimos, são energia elétrica,
transporte, agricultura e indústria. Já as áreas que
mais receberam foram a Ásia e Oriente Médio.
Pudemos identificar desde o primeiro relatório, em
1946, que o Banco realizou empréstimos para a
reconstrução da Europa, pela justificativa de serum
mercado que, quando recuperado, traria demanda
para os países em desenvolvimento. O setor de
educação, citado nos relatórios desde 1948, sempre
foi tratado como um fator de grande importância
para o desenvolvimento de um país, mas teve seu
primeiro empréstimo apenas em 1964. A partir de
1973, encontramos nos relatórios, dentro
do
escopo das atividades do banco e, por isso, no seu
conceito de desenvolvimento, as concepções de
justiça social e promoção da equidade social, o que
pode apontar para uma nova ideia do conceito.
Com isso, outros setores foram congregados para
receber empréstimos com o decorrer dos anos:
turismo, saneamento básico, urbanização, entre
outros.
Metodologia
Conclusões
A partir da leitura de bibliografia selecionada sobre
o desenvolvimento e dos relatórios anuais do Banco
Mundial de 1946 a 1987. Todos os relatórios já
estão digitalizados e disponíveis para pesquisa. O
que se pretende verificar na bibliografia sobre o
desenvolvimento é o modo como o conceito é
considerado por autores de diferentes correntes do
pensamento econômico. O que se pretende
verificar nos relatórios anuais do Banco Mundial é
como o conceito de desenvolvimento aparece,
implícita ou explicitamente, nos documentos.
Resultados e discussão
A execução do trabalho ainda se encontra em
andamento.Até o presente momento, identificamos
A pesquisa, ainda em curso, já nos deixa margem
para afirmar que a visão do Banco Mundial sobre o
desenvolvimento, pode ser considerada em sintonia
com o mainstream econômico. Tanto em seu
discurso, que enfatiza o aumento da produtividade
dos
países
como
o
caminho
para
o
desenvolvimento, quanto na prática, ao conceder
empréstimos
para
o
desenvolvimento
da
infra-estrutura
básica
dos
países
em
desenvolvimento.
Agradecimentos
Agradecemos a FAPEMIG pelo financiamento do
projeto de pesquisa.
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Seminário de Inicia ção Científica da UNIFAL-MG – Edi ção 2012
[1] FURTADO, Celso. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de
Janeiro: Contraponto/CICF, 2009.
[2] MARÉCHAL, Jean-Paul. Ética e econômica: uma oposição
artificial. Lisboa: Instituto Piaget, 2005.
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