Artigo completo

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OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO MAL DE PARKINSON
FLÁVIA DANIELLE LOPES
EXAMY SANTOS SILVA
VIVIAN FLORIANO
KAREN NAYANA
FERNANDA FERREIRA
JETRO MEDEIROS∗
RESUMO: A Doença de Parkinson é caracterizada pela morte dos neurônios que produzem a
dopamina, substância responsável pelo controle da coordenação motora e dos movimentos
voluntários no corpo humano. Mesmo com as inúmeras pesquisas que são feitas em todo o
mundo, as causas desta morte ainda são desconhecidas. Esse trabalho tem por finalidade em
observar os sinais e sintomas do Parkinsoniano e oferecer um tratamento adequado para esses
pacientes.A enfermagem tem um papel importante no tratamento da doença de Parkinson,
devendo esta observar e avaliar como a doença afetou as atividades da vida diária, as capacidades
funcionais do paciente e as respostas aos medicamentos.
ABSTRACT: The Illness of Parkinson is characterized by the death of the neurons that produce
the dopamina, responsible substance for the control of the motor coordination and the voluntary
movements in the human body. Exactly with the innumerable research that is made in the whole
world, the causes of this death still are unknown. This work has for purpose in observing the
signals and symptoms of the Parkinsoniano and offering a treatment adjusted for these patients.
The nursing has a paper important in the treatment of the illness of Parkinson, having this to
observe and to evaluate as the illness affected the functional activities of the daily life, capacities
of the patient and the answers to medicines.
INTRODUÇÃO
A Doença de Parkinson é caracterizada pela morte dos neurônios que produzem a
dopamina, substância responsável pelo controle da coordenação motora e dos movimentos
voluntários no corpo humano. Mesmo com as inúmeras pesquisas que são feitas em todo o
mundo, as causas desta morte ainda são desconhecidas.
∗
Alunos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Augusto Motta.
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Os principais sintomas da doença são tremores involuntários nas mãos, rigidez muscular
e lentidão de movimentos. A rigidez muscular afeta o rosto, braços, pernas e até o pescoço. O
rosto fica rígido e parece estar congelado.Vale lembrar que a lentidão de movimentos nem
sempre é notada de imediato pelas pessoas.
O parkinsoniano demora mais tempo para realizar tarefas como se banhar, vestir-se,
cozinhar ou escrever.A doença atinge principalmente pessoas com mais de 50 anos, com uma
pequena predominância nos homens. Quando os primeiros sintomas são diagnosticados, já houve
um comprometimento de cerca de 50% a 60% dos neurônios dopaminérgicos do cérebro. Nas
fases mais avançadas, a doença de Parkinson pode comprometer a vida do paciente, uma vez que
a falta de controle dos movimentos pode resultar em dificuldade na deglutição dos alimentos,
além de enfraquecer o organismo e abrir espaço para doenças oportunistas.
O apoio da família é essencial para que o paciente viva melhor com a doença de
Parkinson. "Muitas vezes a família acha que o idoso está com má vontade, preguiça, fazendo
birra", Papaterra. "Mas é importante que a família entenda que o doente de Parkinson não tem
controle sobre seus movimentos e que a doença é flutuante. De um momento para o outro o idoso
pode passar da mobilidade para a imobilidade", explica.
Esse trabalho tem por finalidade em observar os sinais e sintomas do Parkinsoniano e
oferecer um tratamento adequado para esses pacientes.
A enfermagem tem um papel importante no tratamento da doença de Parkinson, devendo
esta observar e avaliar como a doença afetou as atividades da vida diária, as capacidades
funcionais do paciente e as respostas aos medicamentos.
1.0-
DOENÇA DE PARKINSON
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A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico, com progressão lenta que leva à
incapacidade. Parkinson é uma doença degenerativa, ou seja, lentamente as funções irão
diminuindo.
A causa da doença é desconhecida, então a pesquisa incluiu vários fatores causais,
acúmulo de radicais livres de oxigênio, aterosclerose e até mesmo a genética, infecções virais,
traumatismo craniano, uso crônico de medicamento antipsicótico. Os sintomas aparecem na 3º
idade, embora tenha casos da doença com pessoas de 30 anos de idade. È a 4º doença
neurodegenerativa mais comum e afeta com maior freqüência os homens do que as mulheres e
quase 1% da população acima de 65 anos de idade.
FISIOPATOLOGIA
A doença de Parkinson está associada aos níveis de dopamina (neurotransmissor inibitório
derivado de Tirosina que produz sensações de prazer). Essa deficiência provoca a doença uma
destruição das células neuronais pigmentadas na substância negra nos gânglios basais do cérebro.
Esses núcleos da substância negra protegem as fibras ou trajetos neuronais para o corpo estriado,
onde os neurotransmissores constituem a chave para os movimentos
corporais complexos.
Através dos neurotransmissores Acetilcolina (excitatório) e dopamina ( inibitório) , os neurônios
enviam mensagens para os centros motores que controlam os movimentos motores. A perda de
dopamina resulta numa grande quantidade de neurotransmissores excitatórios que inibitórios,
levando um desequilíbrio que afeta o movimento voluntário, ou seja, tem que ter um equilíbrio
nos neurotransmissores, a mesma quantidade de dopamina (inibitório) e a mesma de acetilcolina
(excitatório) aumentando a oferta de acetilcolina e a dopamina indo a pequenas quantidades desse
neurotransmissor daí o tremor uma das características de Parkinson. A degeneração celular
provoca comprometimento dos tratos expiramidais que controlam as funções semi-automáticas e
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os movimentos coordenados. As células motoras do córtex motor e os tratos piramidais não são
afetados pela doença.
1.0-
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A doença de Parkinson apresenta um início gradual e os sintomas progridem lentamente
durante um curso crônico e prolongado sendo resultado da perda das reservas de dopamina (
neurotrasmissor
inibitório)
e
mais
estímulo
excitatórios,
comprometendo
os
tratos
extrapiramidais que controlamos movimentos corporais complexos.
Os sinais cardinais são o tremor, rigidez e a bradicinesia.
•
TREMOR
Tremor lento, unilateral e em repouso está presente em 70% dos pacientes; o tremor pode
apresentar-se como um movimento de rotação( pronação-supinação) lento e ritmado do antebraço
e da mão, e como um movimento do polegar contra os dedos como se rolasse um comprimido; o
tremor está presente enquanto o paciente está em repouso; ele aumenta quando o paciente está
deambulando, concentrado ou ansioso.
•
RIGIDEZ
Caracterizada pela resistência ao movimento passivo do membro fazendo com que este
(membro) se movimente aos salavancos, referido como movimento em roda dentada; esta rigidez
aumenta quando o outro membro está engajado no movimento ativo voluntário.
A rigidez do pescoço, tronco e ombros é comum.
•
BRADICINESIA
5
Movimentos anormalmente lentos; os pacientes levam mais tempo para completar a
maioria das atividades e apresentam dificuldade em iniciar o movimento, como se levantar da
posição sentada ou a mudança de decúbito no leito.
Os outros aspectos incluem a hipocinesia (movimento anormalmente diminuído), além
disso, o paciente tende a arrastar os pés e a destreza diminui; desenvolve-se a micrografia
(escrita lenta e diminuída). A face fica cada vez mais semelhante a uma mascara e sem expressão,
diminuindo a freqüência do piscar de olhos e a disfonia (fala macia, baixa, menor audível
arrastada).Em muitos casos, o paciente desenvolve disfagia, começa a salivar e está em risco de
sufocação e aspiração.
Em geral, o paciente desenvolve problemas posturais e da marcha. Há uma perda dos
reflexos posturais, e o paciente fica em pé com a cabeça curvada para diante caminhando com
uma marcha propulsiva.
O paciente pode caminhar cada vez mais rápido, tentando mover o pé para diante, sob o
centro de gravidade (marcha arrastada). A dificuldade em rodar fazendo o pivô e a perda do
equilíbrio coloca o paciente em risco de quedas.
2.1- OUTRAS MANIFESTAÇÕES
Os efeitos da doença de Parkinson sobre os gânglios da base freqüentemente produz
sintomas autônomos, os quais incluem a sudorese excessiva e descontrolada, rubor paraxistico,
hipotensão ortostatica, retenção gástrica e urinaria, constipação e distúrbios sexuais.
As alterações psiquiátricas estão freqüentemente inter-relacionadas e podem ser preditivas
entre si. Elas incluem a depressão, demência (deterioração mental progressiva) e distúrbios do
sono e alucinações.
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As complicações associadas à doença de Parkinson são comuns e, de modo típico,
relacionam-se com os distúrbios do movimento. À medida que a doença progride os paciente
ficam em risco de infecção respiratória e do trato urinário, ruptura da pele e lesão por quedas.
Os efeitos adversos dos medicamentos utilizados para tratar os sintomas estão associados
a inúmeras complicações.
2.0-
HISTÓRICO E ACHADOS DIAGNÓSTICOS
O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por exclusão. Exames como
eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, entre outros,
normalmente são pedidos pelos médicos para ter certeza de que o paciente não possui nenhuma
outra doença cerebral.
Isso significa que o diagnostico da doença é baseada somente na história clínica do
doente. O aumento gradual dos tremores, maior lentidão de movimentos, caminhar arrastando os
pés e a postura inclinada para frente constitui os sintomas que caracterizam a doença;
Entre todos o tremor é o sinal mais freqüente e que mais chama a atenção de pacientes e
familiares. O curioso é que embora seja o mais evidente, é o menos incapacitante.
O tremor da doença de Parkinson tem certas características. È o tremor de repouso que
aparece, por exemplo, quando o paciente está com braços parados, lendo jornal, e pode
desaparecer rapidamente quando realiza um movimento voluntário qualquer. Isso quer dizer
quando a pessoa executa um trabalho ou faz algum movimento, ele desaparece.
Consideram-se, porém, que a lentidão de movimentos é o maior problema para o
parakinsoniano embora esse sintoma não seja notado por outras pessoas. Uma dos primeiros
sintomas percebidos é que o doente demora mais tempo para fazer as atividades rotineiras, como
tomar banho, vestir-se, cozinhar ou preencher cheques. Quando a pessoa fica mais idosa, é
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comum colocarem a culpa na velhice. Mas a lentidão de movimentos torna-se mais acentuada e
evolui mais rapidamente no parkinsoniano do que em uma pessoa que envelhece sem a doença.
A diferença é que o parkinsoniano perde uma certa automação dos movimentos,
comparando com as pessoas normais, “Esta perda automática ou não consciente do controle dos
movimentos explica porque é que os parkinsonianos piscam muito menos que as pessoas normais
e por isso parecem que estão sempre a nos olhar fixadamente”.
4.0- TRATAMENTO MÉDICO
O tratamento para o mal de Parkinson é dirigido para o controle dos sintomas e
manutenção da independência funcional do paciente, porque não existem condutas clínicas ou
cirúrgicas que evitem a progressão da doença.
A escolha das drogas varia de paciente para paciente podendo ser utilizada a amantadina
(melhora em todos os aspectos), os anticolinérgicos (melhora dos tremores e rigidez), a
levodopa (melhora em todos os sintomas), a selegiline (retarda a evolução da doença) e a
bromocriptina (usada como um adjuvante de levodopa).
4.1- TERAPIA FARMACOLÓGICA
O tratamento busca restabelecer o equilíbrio, com a administração de medicamentos que
atuam:
1. aumentando a atividade dopaminérgica estriada ou
2. reduzindo a excessiva influência dos neurônios colinérgicos excitatórios sobre o trato
extrapiramidal, restaurando, portanto, um equilíbrio entre as atividades dopaminégicas e
colinérgicas.
•
TERAPIA COM LEVEDOPA
É precursora da dopamina, e ainda é o medicamento mais importante para amenizar os
sintomas da doença. A levodopa se transforma em dopamina no cérebro (nos gânglios da base), e
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supre parcialmente a falta daquele neutrasmissor, produzindo assim o alívio dos sintomas; mas os
benefícios da levodopa são mais pronunciados nos primeiros anos de tratamento e começam a
diminuir e os efeitos colaterais adversos tornam-se mais graves com o passar do tempo são eles:
confusão, alucinações, depressão, alterações do sono e movimentos involuntários anormais.
•
TERAPIA ANTICOLINÉRGICA ( triexifenildil, cicrimina, prociclina...).
São efetivos no controle do tremor e da rigidez do parkisonismo; esses medicamentos
podem ser utilizados em combinação com a levodopa. Eles se contrapõem à ação do
neurotrasmissor acetilcolina.
Como efeitos colaterais incluem a turvação visual, rubor, exantema, constipação, retenção
urinária e estados confusionais agudos.
•
TERAPIA ANTIVIRAL( cloridrato de amantadina)
Droga antiviral, que produz melhora sintomática dos pacientes, provavelmente facilitando
a liberação de dopamina a partir dos terminais dopaminérgicos intactos, alem disso, retarda a
captação de volta para as terminações nervosas e exerce efeitos anticolinérgicos.
Os efeitos colaterais são distúrbios psiquiátricos (alterações do humor, confusão,
depressão, alucinação), edema de membros inferiores, náuseas, desconforto epigástrico, retenção
urinária, cefaléia e comprometimento visual.
•
AGONISTA DA DOPAMINA (mesilato de bromocriptina e o pergolide)
São agonista
de ação direta do receptor dopaminérgico e é geralmente usada para
complementar os esquemas terapêuticos que dependem principalmente da levodopa (quando este
perde a eficácia).
As reações adversas a esses medicamentos englobam náuseas, vômitos, diarréia, tonteira,
hipotensão, impotência e efeitos psiquiátricos.
9
•
INIBIDORES DA MONOAMINA-OXIDASE( selegiline)
Inibidor altamente seletivo da enzima monoaminooxidase do tipo B, é eficaz no
tratamento da doença de Parkinson em virtude da inibição do metabolismo intercerebral da
dopamina, maximizando a eficácia da mesma.
É atualmente utilizado em combinação com um agonista da dopamina para retardar o uso
da terapia com levodopa. Os efeitos adversos são similares aqueles da levodopa.
3.0-
TRATAMENTO CIRÚRGICO
As limitações da terapia com levodopa, as melhoras na cirurgia estereotáxica e as novas
condutas em transplante renovaram o interesse no tratamento cirúrgico da doença de Parkinson.
Em pacientes com tremor incapacitante, rigidez ou discinesia grave induzida pela levodopa, a
cirurgia pode ser considerada. Embora a cirurgia proporcione algum alívio em pacientes
selecionados, não se demonstrou que ela altera a evolução da doença ou produza melhora
permanente.
PROCEDIMENTOS ESTEREOTÁXICOS
A talamotomia e a palidotomia são efetuadas sob anestesia local e mostram-se eficazes no
alívio de muitos dos sintomas da doença de Parkinson. Em geral, os pacientes são escolhidos para
esses procedimentos devido a uma resposta inadequada à terapia clínica, devendo satisfazer a
critérios estritos que os tornam elegíveis para o procedimento. Os pacientes considerados
candidatos para esses procedimentos são aqueles com doença de Parkinson idiopática que estão
recebendo as doses máximas de medicamentos antiparkinsonianos. Os pacientes com demência e
doença de Parkinson atípica são usualmente excluídos da consideração para os procedimentos
estereotáxicos. As escalas de quantificação da doença de Parkinson e os exames neurológicos
específicos são empregados para identificar os pacientes elegíveis para os procedimentos.
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A pretensão da talamotomia e da palidotomia é interromper as vias nervosas e aliviar o
tremor ou a rigidez. Durante a talamotomia, um estimulador elétrico estereotáxico destrói parte
da porção ventrolateral do tálamo em uma tentativa de reduzir o tremor. As complicações mais
comuns da talamotomia são ataxia e a hemiparesia. A palidotomia envolve a destruição de parte
da face ventral do globo pálido medial através de estimulação elétrica e é eficiente na redução da
rigidez, bradicinesia e discinesia. As complicações incluem a hemiparesia, acidente vascular
cerebral e alterações visuais.
A TC, a radiografia, a RM ou a angiografia é utilizada para determinar o local cirúrgico
apropriado no cérebro. A cabeça do paciente é colocada em uma estrutura estereotáxica; faz-se
uma incisão na pele e um orifício com uma broca, e um eletrodo é inserido através desse orifício
até a área-alvo no tálamo ou globo pálido. A resposta desejada do paciente à estimulação elétrica
constitui a base para a escolha do local final pelo neurocirurgião. Os procedimentos
estereotáxicos são completados em um lado do cérebro por vez. Quando a rigidez ou o tremor é
bilateral, sugere-se um intervalo de 6 meses entre os procedimentos.
TRANSPLANTE NEURAL
O implante cirúrgico de tecido da medula da supra-renal dentro do corpo estriado é
realizado como um esforço para restabelecer a liberação normal de dopamina. Evidências
preliminares demonstraram elevadas taxas de morbidade e mortalidade, e os implantes parecem
melhorar os sintomas do parkinsonismo por apenas 6 meses. Os pesquisadores estão realizando
estudos para determinar se é eficaz o transplante de células cerebrais fetais humanas para dentro
da região nigroestriada. Resultados recentes indicam que as dosagens de medicamentos
antiparkinsonianos podem ser diminuídas depois da cirurgia. As questões legais e éticas que
envolvem o uso de células cerebrais fetais limitaram a implementação desse procedimento.
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ESTIMULADOR CEREBRAL PROFUNDO
Embora ainda não aprovados pela Food and Drug Administration, os implantes cerebrais
semelhantes a marcapassos estão mostrando resultados promissores no alívio dos tremores da
doença de Parkinson. Um eletrodo é colocado no tálamo e conectado a um gerador de pulso,
implantado em uma bolsa subclavicular ou abdominal subcutânea. O gerador de pulso movido à
bateria envia impulsos elétricos de alta freqüência através de um fio colocado sob a pele até uma
derivação ancorada no crânio. O eletrodo bloqueia as vias nervosas no cérebro que provocam os
tremores.
6.0- PROCESSO DE ENFERMAGEM
•
HISTÓRICO
O Primeiro passo para o Profissional de enfermagem é focalizar como a doença afetou as
atividades da vida diária e capacidades funcionais do paciente. Os pacientes são observados para
o grau de incapacidade e para as alterações funcionais que ocorrem durante o dia, como as
respostas ao medicamento.
Quase todo paciente com um distúrbio de movimento apresenta alguma alteração funcional e
pode exibir algum tipo de disfunção comportamental.
Durante essa avaliação, a enfermeira observa o paciente quanto à qualidade da fala, perda da
expressão facial, déficit de deglutição, tremores, lentidão dos movimentos, fraqueza, postura
anterógrada, rigidez, evidência de lentidão mental e confusão.
6.1 - DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM (NANDA)
Segundo Nanda os principais diagnósticos de enfermagem do paciente podem incluir os
seguintes:
1- mobilidade física comprometida relacionada com rigidez muscular e fraqueza motora.
2- Déficits de autocuidado relacionados com o tremor e o distúrbio motor
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3- Constipação relacionada com o medicamento e atividade reduzida
4- Nutrição alterada , ingestão menor que as necessidades corporais , relacionados com o
tremor, lentidão na alimentação, dificuldade na mastigação e deglutição
5- Comunicação verbal prejudicada relacionada com o volume diminuído e lentidão da
fala, incapacidade para mover os músculos faciais.
6- Enfrentamento ineficaz relacionado com a depressão
e disfunção decorrente da
progressão da doença.
6.2- PLANEJAMENTO E METAS A SEREM CUMPRIDAS
As metas para o paciente podem incluir a melhora da mobilidade funcional, manutenção da
independência nas atividades da vida diária, obtenção da eliminação intestinal adequada,
obtenção e manutenção do estado nutricional aceitável, obtenção da comunicação efetiva e
desenvolvimento de mecanismo de enfrentamento positivo.
6.3- PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM
MELHORANDO A MOBILIDADE
Um programa de exercícios diários aumentará a força muscular, melhorando a
coordenação e a destreza, reduzirá a rigidez muscular e evitará as contraturas que ocorrem
quando os músculos não são utilizados.
Caminhar, exercitar-se em bicicleta ergométrica, nadar e fazer jardinagem são todos
exercícios que ajudam a manter a mobilidade articular. Os exercícios de alongamento e de
amplitude de movimentos promovem a flexibilidade articular.
Os exercícios posturais são importantes para conter a tendência da cabeça e do pescoço de
se deslocarem para diante e para baixo. Um fisioterapeuta pode ser valioso no desenvolvimento
de um programa de exercício individualizado e pode fornecer instruções para o paciente e para o
cuidador sobre o modo de realizar os exercícios com segurança.
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Técnico especial de caminhada deve ser aprendido para contrabalançar a marcha arrastada
e a tendência para se inclinar para diante. O paciente é ensinado a se concentrar em caminhar
ereto, olhar para o horizonte e usar uma marcha com base ampla (caminhar com os pés
separados). Um esforço consciente deve ser feito para oscilar os braços, elevar o pé enquanto
caminha e usar um posicionamento do pé do calcanhar para os dedos, com passadas largas.
ESTIMULANDO AS ATIVIDADES DE AUTOCUIDADO
Encorajar, ensinar e apoiar o paciente durante as atividades da vida diária promovem o
autocuidado.
Os pacientes podem ter graves problemas de mobilidade que impossibilitam as atividades
normais. Aparelhos da adaptação ou de assistência podem ser úteis.
Um terapeuta ocupacional pode avaliar as necessidades do paciente em casa e fazer
recomendações em relação aos aparelhos de adaptação e ensinar o paciente e o cuidador sobre
como improvisar.
MELHORANDO A ELIMINAÇÃO INTESTINAL
O paciente pode ter graves problemas com constipação; fatores que causam a constipação,
estão a fraqueza dos músculos usados na defecação, falta de exercícios, ingestão inadequada de
líquidos e atividade diminuída do sistema nervoso autônomo.
Os medicamentos utilizados para o tratamento da doença também inibem as secreções
intestinais normais. Uma rotina intestinal regular pode ser estabelecida encorajando-se o paciente
a seguir um padrão de horário regular, a aumentar conscientemente a ingestão de líquidos e a
ingerir alimentos com um conteúdo de fibra moderado.
MELHORANDO A NUTRIÇÃO
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Os pacientes podem ter dificuldade para manter seu peso. a alimentação torna-se um
processo muito lento, exigindo concentração devido à boca seca por causa dos medicamentos e
dificuldade para mastigar e deglutir.
Monitorar o peso semanalmente indica se a ingestão calórica é adequada. As alimentações
suplementares aumentam a ingestão calórica.
MELHORANDO A COMUNICAÇÃO
Sua fala suave, baixa e monótona exige que façam um esforço consciente para falar
lentamente, com atenção deliberada para o que estão dizendo. Os pacientes são lembrados a ficar
de frente para o ouvinte, exagerar a pronúncia das palavras, proferir frases curtas e empreender
algumas respirações profundas antes de falar.
Um fonoaudiólogo pode ser valioso ao idealizar os exercícios de melhora da fala e ao
auxiliar a família e os profissionais de saúde a desenvolver e usar um método de comunicação
para satisfazer as necessidades do paciente.
APOIANDO AS CAPACIDADES DE ENFRENTAMENTO
O suporte pode ser dado ao encorajar o paciente e apontando quais atividades estão sendo
mantidas através da participação ativa. Uma combinação de fisioterapia, terapia medicamentosa e
participação em grupos de apoio pode ajudar a reduzir a depressão que acontece com freqüência.
Os paciente são assistidos e encorajados a estabelecer metas passível de atingir. Como o
parkinsonismo tende a levar ao isolamento e à depressão, os pacientes devem ser participantes
ativos em seus programas terapêuticos, inclusive nos eventos sociais e de lazer.
6.4 - EVOLUÇÃO
Os resultados esperados do paciente podem incluir:
1. Esforça-se para melhorar a mobilidade
a. Participar diariamente do programa de exercícios
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b. Caminhar com ampla base de sustentação; exagera a oscilação do braço enquanto
caminha.
c. Toma os medicamentos conforme a prescrição
2. Progride para o autocuidado
a. Permite tempo para as atividades de autocuidado
b. Utiliza os aparelhos de auto-ajuda
3. Mantém a função intestinal
a. Consome os líquidos adequados
b. Aumenta a ingesta de fibras na dieta
c. Relata padrão regular da função intestinal
4. Atinge um melhor estado nutricional
a. Deglute sem aspiração
b. Leva tempo para se alimentar
5. Alcança um método de comunicação
a. Comunica as necessidades
b. Pratica os exercícios de fala
6. Lida com os efeitos da doença de Parkinson
a. Estabelece metas realistas
b. Demonstra persistência nas atividades significativas
c. Verbaliza os sentimentos para a pessoa apropriada
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CONCLUSÃO
Esse trabalho teve como objetivo ampliar nossos conhecimentos científicos sobre a
patologia de Parkinson; na qual o profissional de enfermagem deve estar direcionado em
promover o bem estar, baseados nas prevenções dos agravos patológicos através de uma relação
interpessoal que possa produzir mudanças e crescimento intra-individual para a conquista dos
objetivos dos cuidados.
Devemos ainda orientar aos parkinsonianos que é importante a compreensão de que seu
corpo esta limitado para realizar algumas atividades, mas que isso não significa impossibilidade
de estabelecer objetivos adequados as suas capacidades.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico cirúrgico. 9 ed. Rio de Janeiro:
Editora Guanabara, 2002.
GOODMAN L. S. & GILMAN, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 8 ed. Rio de Janeiro:
Editora Guanabara, 1986.
SITES:
www.parkinson.org.br
www.abcsaude.com.br
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