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FACULDADES INTEGRADAS DE TAQUARA-RS
FACCAT
FABÍOLA PAOLA LANDOVOIGT BERNARDES
FELIPE ZANGALLI
GIOVANA HESS LISKOSKI
MARIA ALICE GOULART
SANDRA IZOPPO
PARKINSON
TAQUARA
2016
INTRODUÇÃO
Descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson (1755
– 1824), através da publicação de An Essay on the Shaking Palsy.
A doença de Parkinson é caracterizada pela morte dos neurônios que
produzem a dopamina, que é uma substância responsável pelo controle da
coordenação motora e dos movimentos voluntários.
Embora já tenha se pesquisado muito sobre o assunto, as causas dessa
doença ainda são desconhecidas. Apresenta sintomas como tremores
involuntários nas mãos, rigidez muscular e lentidão nos movimentos. O
tratamento é basicamente medicamentoso para o controle dos sintomas e
manutenção da independência funcional dos pacientes , em alguns casos a
cirurgia pode ser considerada como tratamento, embora ela proporcione um
alívio dos sintomas em alguns pacientes, estudos revelam que ela não altera a
evolução da doença ou produza melhora permanente.
A área da enfermagem tem um papel fundamental nessa patologia, devendo
observar e avaliar como a doença afetou as atividades da vida diária, as
capacidades funcionais e as respostas aos medicamentos, tentando
proporcionar uma melhor qualidade de vida a esses pacientes.
DOENÇA DE PARKINSON
É um distúrbio neurológico degenerativo, ou seja, as funções o paciente
irão diminuindo lenta e progressivamente.
Sua causa é desconhecida, mas pesquisadores afirmam como fatores
causais, acúmulo de radicais livres de oxigênio, arterosclerose, fatores
genéticos, infecções virais, traumatismo craniano e uso de medicamento
antipsicóticos continuamente.
Os sintomas aparecem geralmente na terceira idade, embora existam
casos da doença com pessoas de aproximadamente 30 anos de idade.
Segundo a associação Brasileira de doença de Parkinson essa é a 4º doença
neurodegenerativa mais comum no mundo, e afeta mais homem do que
mulheres, e acomete 1% da população com mais de 65 nos de idade.
Estima-se que por volta de 300.000 mil Brasileiros possuem a doença.
FISIOPATOLOGIA
A doença está associada aos níveis de dopamina, que é um
neurotransmissor inibitório, derivado de Tirosina que produz sensação de
prazer. A deficiência desse neurotransmissor provoca a destruição das células
neuronais pigmentadas na substância negra (chamada assim porque os
neurônios localizados no mesencéfalo que a constituem contém um pigmento
escuro, chamado de melanina, o qual é produzido juntamente com a dopamina)
nos gânglios basais do cérebro.
Os gânglios da base são conjuntos de corpos neuronais localizados no interior
do hemisfério cerebral, cujos principais componentes são o núcleo caudado, o
putâmen, o globo pálido, o núcleo subtalâmico e a própria substância negra. O
núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido, podem ser chamados em seu
conjunto como corpo estriado, e estão intimamente relacionados entre si,
participando do controle da postura e do movimento. A dopamina produzida na
substância negra funciona como neurotransmissor inibitório no corpo estriado.
Quando um movimento é iniciado pelo córtex cerebral, os impulsos são
transmitidos para o corpo estriado e dali pode seguir dois caminhos. Quando o
movimento é desejado, os neurônios do corpo estriado aumentam a atividade
de neurônios talâmicos e do córtex cerebral, facilitando a execução dos
movimentos. No entanto, se o movimento for indesejado, ocorre ativação dos
neurônios da substância negra, que inibem as células talâmicas e corticais,
inibindo os movimentos. Na Doença de Parkinson, há uma diminuição das
concentrações de dopamina, por isso o corpo estriado tornar-se
excessivamente ativo, dificultando o controle dos movimentos pela pessoa
acometida.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICAS
A doença de Parkinson apresenta um início gradual e os sintomas
progridem lentamente durante um curso crônico e prolongado sendo resultado
da perda de reservas de dopamina. Os sinais cardinais são:
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TREMOR: lento, unilateral e em repouso está presente em 70% dos
pacientes, o tremor pode apresentar-se como um movimento de rotação
(pronação e supinação) lento e ritmado do antebraço e da mão.
Podendo aumentar quando o paciente está deambulando, concentrado
ou ansioso.
RIGIDEZ: Caracterizada pela resistência ao movimento passivo do
membro fazendo com que o mesmo se movimente aos solavancos, esta
rigidez aumenta quando o outro membro está engajado no movimento
ativo involuntário, a mais comum é a rigidez do pescoço, tronco e
membros.
BRADICINESIA: movimentos anormalmente lentos; os pacientes levam
mais tempo para completar a maioria das tarefas, e apresentam
dificuldade para iniciar o movimento como, levantar-se da posição
sentada ou mudança de decúbito.
Além dessas características, os pacientes tendem a arrastar os pés e a
destreza diminui, pode-se desenvolver a micrografia que é a escrita lenta ou
diminuída. A face fica cada vez mais semelhante a uma máscara, sem
expressão, e diminui a frequência do piscar de olhos. Pode apresentar também
disfonia que é a fala macia, baixa e menos audível, em alguns casos os
pacientes desenvolvem disfagia e começam a salivar, isso aumenta o risco de
sufocação ou aspiração.
Os efeitos da doença de Parkinson sobre os gânglios da base produzem
sintomas autônomos, os quais incluem a sudorese excessiva e descontrolada,
rubor paroxístico, hipotensão ortostática (queda súbita de pressão sanguínea
quando um indivíduo assume a posição ereta), retenção gástrica ou urinária,
constipação, e distúrbios sexuais.
TRATAMENTO
O tratamento para o mal de Parkinson é dirigido para o controle dos
sintomas e manutenção da independência funcional do paciente, porque não
existem condutas clínicas ou cirúrgicas que evitem a progressão da doença,
apenas que melhorem seus sinais e sintomas.
A escolha das drogas varia de paciente para paciente, podendo ser:
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LEVODOPA: é precursora da dopamina, e ainda é o medicamento mais
importante para amenizar os sintomas. Esse medicamento se
transforma em dopamina no cérebro, e supre parcialmente a falta desse
neurotransmissor. Mas os benefícios da levodopa são mais
pronunciados nos primeiros anos de tratamento, com o passar do tempo
começam a diminuir e os efeitos adversos tornam-se mais graves, são
eles: confusão, alucinações, depressão, alterações do sono e
movimentos involuntários anormais.
TERAPIA ANTICOLINÉRGICA: geralmente com triexifenildil, cícrimina
ou prociclina, são drogas que se opõe ou bloqueiam a ação fisiológica
da acetilcolina. Como efeitos colaterais podemos citar visão turva, rubor,
exantema, constipação intestinal, retenção líquida e estados de
confusão mental.
TERAPIA ANTIVIRAL: geralmente com cloridrato de amantadina, é uma
droga que produz melhora sintomática dos pacientes, por facilitar a
liberação de dopamina a partir dos terminais dopaminérgicos intactos,
além disso, retarda a captação de volta para as terminações nervosas e
exerce efeitos anticolinérgicos. São efeitos colaterais distúrbios
psiquiátricos como alterações de humor, confusão, depressão e
alucinação, também edema em membros inferiores, náuseas,
desconforto epigástrico, retenção urinária, cefaléia e comprometimento
visual.
AGONISTA DA DOPAMINA: drogas usadas na maioria das vezes são
mesilato de bromocriptina e pergolide. São agonistas de ação direta do
receptor dopaminérgico e é geralmente usada para completar os
esquemas terapêuticos que dependem principalmente da levodopa
(quando este perde ou diminui a eficácia). As suas reações adversas
englobam náuseas, vômitos, diarréias, tonteiras, hipotensão, impotência
sexual e efeitos psiquiátricos.
TRATAMENTO CIRÚRGICO: É realizado em pacientes com tremor
incapacitante, rigidez, ou discinesia grave induzida pela levodopa.
Embora a cirurgia proporcione apenas algum alívio em pacientes
selecionados, não se demonstrou que ela altera a evolução da doença
ou produz melhora permanente. Consiste em três tipos de cirurgia, entre
eles:
1. A talamotomia (cirurgia que consiste em uma lesão no tálamo
ventrolateral) e a palodotomia (onde o cirurgião destrói um
pequena parte do globo pálido criando uma cicatriz, isso reduz a
atividade de uma parte do cérebro que controla o movimento,
aliviando o tremor e rigidez. Em geral os pacientes são escolhidos
para esses procedimentos devido a uma resposta inadequada à
terapia clínica, devendo satisfazer a critérios estritos que os
tornam elegíveis para o procedimento. A pretensão desses
procedimentos é aliviar o tremor e rigidez. Esses procedimentos
são realizados em um lado do cérebro por vez, quando a rigidez
ou tremor é bilateral, sugere-se um intervalo de seis meses entre
os procedimentos.
2. Transplante neural, é o implante cirúrgico de tecido da medula
supra-renal dentro do corpo estriado, é realizado como um
esforço para restabelecer a liberação normal de dopamina, mas
esses implantes parecem melhorar os sintomas do Parkinsonismo
por apenas seis meses, resultados recentes indicam eu as
dosagens de medicamentos podem ser reduzidas após a cirurgia.
3. Estimulador cerebral profundo é um estimulador semelhante ao
marca-passo que está mostrando resultados promissores no
alívio de tremores, um eletrodo é colocado no tálamo e conectado
a um gerador de pulso, implantado em uma bolsa subclavicular
ou abdominal subcutânea, esse gerador envia impulsos elétricos
de alta frequência através de um fio colocado sob a pele até uma
derivação ancorada no crânio. O eletrodo bloqueia as vias
nervosas no cérebro que provocam os tremores, mas ainda não
foi aprovado pela Food and Grug Administration que é o órgão
governamental dos Estados Unidos da América responsável pelo
controle dos alimentos, suplementos alimentares, medicamentos,
cosméticos, equipamentos médicos, materiais biológicos e
produtos derivados do sangue humano.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Segundo APARGS (2011) o enfermeiro pode atender o portador de
Parkinson, seja no hospital, na unidade Saúde da Família ou na sua residência,
mediante realização de visita domiciliar, ao invés do médico. Em alguns países
como Reino Unido, existe um número crescente de enfermeiros especialistas
em doença de Parkinson, que podem oferecer orientações especializadas ao
portador da doença.
Os primeiros passos para o profissional de enfermagem frente ao
portador de Parkinson, é focalizar como a doença afetou as atividades da vida
diária, a capacidade funcional do paciente e as respostas ao tratamento
medicamentoso.
Os cuidados que o profissional de enfermagem pode prestar incluem orientar,
ensinar, incentivar, estimular a realização de algumas ações, tais como:
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Orientar o portador de Parkinson, quanto a necessidade de realizar
exercícios diariamente, a fim de melhorar a força muscular,
coordenação, destreza e reduzir a rigidez muscular;
Estimular a realizar exercícios posturais para conter a tendência da
cabeça e do pescoço, se deslocarem para diante e para baixo;
Incentivar a procurar um fisioterapeuta para desenvolver um programa
de exercício individualizado e para fornecer instruções para o paciente e
cuidador sobre o modo de realizar os exercícios com segurança;
Encorajar, ensinar e apoiar o paciente durante as atividades diárias para
promover o autocuidado;
Encorajar o paciente a seguir um padrão de horário regular para realizar
as necessidades fisiológicas e a aumentar a ingestão de líquidos e
alimentos com um conteúdo de fibra moderada, já que a constipação e
dificuldade urinária são manifestações da doença;
Monitorar o peso semanalmente, para saber se a ingestão calórica é
adequada, pois alguns portadores de Parkinson apresentam dificuldades
para manter o peso, decorrente da dificuldade para mastigar e deglutir;
Encorajar a procurar um fonoaudiólogo, para ensinar exercícios, que
possibilitem a melhora da fala e facilitem a comunicação entre família,
paciente e profissional da saúde, pois alterações na fala são
características dos portadores de Parkinson;
Estimular a participação em grupos de apoio, atividades de lazer e
eventos sociais que pode ajudar a reduzir a depressão;
Esclarecer quanto à importância do tratamento medicamentoso, horário
das medicações e dosagem, e da necessidade do acompanhamento
interdisciplinar, a fim de retardar a progressão da doença e proporcionar
melhor qualidade de vida;
DICA
Hoje, todas as doenças degenerativas são relacionadas com processos
inflamatórios. Pequenas inflamações subclínicas que ocorrem no corpo da
pessoa e que aumentam as substâncias chamadas de citocinas, e essas
citocinas perturbam o metabolismo a ponto de predispor o corpo a doenças, e
com a doença de Parkinson não seria diferente, por trás desta doença, existe
inflamação. Com uma nutrição adequada, com alimentos ricos em
propriedades anti-inflamatórias, como no caso do açafrão da terra e do óleo de
coco, podemos prevenir o aparecimento de qualquer tipo de enfermidades,
inclusive a doença de Parkinson.
CONCLUSÃO
Esse trabalho teve como finalidade ampliar nossos conhecimentos e dos
colegas sobre a doença de Parkinson, na qual o profissional de enfermagem
tem um papel fundamental para promover o bem estar do paciente.
BIBLIOGRAFIA
ADONI, T. Doença de Parkinson. Disponível
em: http://www.parkinson.med.be/ind ex.php. Acesso em 20/03/16 às
15:30h.
APARGS- Associação de Parkinson do Rio Grande do Sul. Disponível em
http:/www.apargs.hpg.ig.com.br/page.3.htm#top. Acesso em: 15/03/16 às
11:30h
LIMONGI, J.C.P. Conhecendo Melhor a Doença de Parkinson: uma abordagem
multidisciplinar com orientações práticas para o dia- a ?dia. São Paulo: Plexus,
2001.
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