Doença de Parkinson É uma doença neurológica, que afeta os movimentos da pessoa. Causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular e desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita. A doença de Parkinson tende a afetar pessoas mais idosas. A grande maioria das pessoas tem os primeiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos de idade. Mas, pode também atingir as faixas etárias mais jovens, embora os casos sejam mais raros. O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por exclusão. Os médicos recomendam exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada, ressonância magnética, análise do líquido espinhal, etc., para se certificarem de que o paciente não possui nenhuma outra doença cerebral. O diagnóstico é baseado na história clínica do doente e no exame neurológico. Os sintomas usuais da doença de Parkinson são um aumento gradual dos tremores, maior lentidão de movimentos, caminhar arrastando os pés e postura inclinada para a frente. O tremor típico afeta os dedos ou as mãos, mas pode também afetar o queixo, a cabeça ou os pés. Pode ocorrer num lado ou nos dois e pode ser mais intenso num dos lados. O tremor ocorre quando nenhum movimento está sendo executado e, por isso, é chamado de tremor de repouso. Por razões ainda desconhecidas, o tremor pode variar durante o dia. Torna-se mais intenso quando a pessoa fica nervosa, mas, em contrapartida, pode desaparecer quando ela está completamente descontraída. O tremor é mais notado quando a pessoa segura um objeto leve, a exemplo de um jornal, desaparecendo durante o sono. A lentidão de movimentos é, talvez, o maior problema para o parkinsoniano, embora esse sintoma não seja notado por outras pessoas. Uma das primeiras coisas que os membros da família notam é que o doente demora mais para fazer as coisas que antes fazia com mais desenvoltura: banhar-se, vestir-se, cozinhar, preencher cheques. Tudo isso leva cada vez mais tempo. Quando a pessoa fica mais idosa, é comum colocarem a culpa na sua velhice. "Claro que o avô é mais vagaroso, pois ele está ficando velho", costuma-se dizer. Mas a lentidão de movimentos se acentua e evolui mais rapidamente do que em pessoas que têm um envelhecimento normal. É importante lembrar que ainda não existe cura para a doença. Porém, ela pode e deve ser tratada, seja combatendo os sintomas, seja também retardando o seu progresso. A grande barreira para a cura está na própria genética humana. No cérebro, ao contrário do restante do organismo, as células não se renovam. A grande arma da medicina para combater o Parkinson são os remédios e cirurgias, além da fisioterapia e da terapia ocupacional. Entretanto, todas elas combatem apenas os sintomas. A fonoaudiologia também é muito importante para os que têm problemas com a fala e com a voz.Não é uma doença fatal nem contagiosa e não afeta a memória ou a capacidade intelectual do parkinsoniano. Também não há evidências de que seja hereditária. Apesar dos avanços científicos, permanece incurável, é progressiva (variável em cada paciente) e a sua causa ainda continua desconhecida. A Doença de Parkinson se instala em virtude da degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem uma substância chamada dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. A falta ou diminuição da dopamina afetam os movimentos do paciente, provocando os sintomas acima indicados. A diferença é que o parkinsoniano perde uma certa automação dos movimentos, comparado com as pessoas normais. Para uma pessoa normal abotoar a camisa, é muito simples: abotoa-a e pronto. O parkinsoniano tem que guiar os dedos para conseguir, como se fosse um robô a guiar uma máquina. Essa perda do controle dos movimentos explica porque os parkinsonianos piscam muito menos que as pessoas normais; por isso, parecem que sempre nos olham fixamente. Quando se sentam, mantêm-se na mesma posição. A rigidez muscular é outra característica da doença. A face se torna rígida e parece congelada. Não se sabe se é a rigidez que causa a postura anormal do parkinsoniano. Quando se sentam, têm também a tendência de inclinar a cabeça e encolher os ombros. O caminhar do parkinsoniano se parece com o de uma pessoa idosa. Os ombros estão encolhidos e inclinados para a frente, os braços caem paralelos ao corpo e quase não balançam. Os calcanhares se arrastam no chão, causando um caminhar bastante típico. O médico neurologista é o profissional indicado para diagnosticar e tratar a doença de Parkinson. A progressão é muito variável e desigual entre os pacientes. Para alguns, parece até que a doença está estabilizada, porque a evolução é muito lenta. Na maior parte dos casos, a lentidão causada pela enfermidade altera a qualidade de vida do paciente. É impossível predizer o futuro. A doença de Parkinson não piora rapidamente. Em contraste com outras enfermidades, possui um curso vagaroso, regular e sem rápidas ou dramáticas mudanças. Levodopa ou L-Dopa ainda é o medicamento mais importante para amenizar os sintomas da doença. No cérebro, a levodopa se transforma em dopamina e supre parcialmente a falta daquele neurotransmissor. Infelizmente, o uso prolongado pode causar reações secundárias bastante severas, como os movimentos involuntários anormais. Além da levodopa, existem diversos outros medicamentos que complementam o arsenal para combater os sintomas da doença. Cirurgias As cirurgias também podem ser bastante benéficas para determinados pacientes. Elas consistem em lesões no núcleo pálido interno (Palidotomia) ou do tálamo ventro-lateral (Talamotomia), que estão envolvidos no mecanismo da rigidez e tremor. Porém, a lentidão de movimentos responde melhor aos medicamentos. Essas lesões podem diminuir a rigidez e abolir o tremor. Todavia, nenhuma delas representa a cura da doença. O médico dirá se o tratamento trará benefícios ou não ao paciente. Atualmente, está disponível no Brasil o marcapasso, equipamento muito benéfico, especialmente para reduzir o tremor. No início, foi aplicado apenas em alguns países europeus, mas depois foi também aprovado nos Estados Unidos. Com a sua difusão em todos os países, espera-se que a sua produção em larga escala possa torná-lo acessível a um grande número de parkinsonianos em todo o mundo, principalmente em nosso país. Fisioterapia A fisioterapia, por meio da reeducação e da manutenção da atividade física, é um complemento indispensável ao tratamento da doença de Parkinson e tão importante quanto os remédios. Ela permite que o tratamento seja mais eficaz; portanto, é necessária sob todos os pontos de vista, inclusive para melhorar o estado psicológico do paciente. De fato, os exercícios físicos conservam a atividade muscular e a flexibilidade articular. Inativos, os músculos têm tendência a se atrofiar, se contrair e sofrer diminuição da força . A rigidez resultante limita a amplitude dos gestos. Terapia ocupacional O terapeuta ocupacional é o profissional que melhor poderá orientar o paciente - a fim de facilitar as atividades cotidianas - e indicar condutas que propiciem independência para a higiene pessoal e para reinserção em sua atividade profissional. Fonoaudiologia Os problemas com a fala ocorrem devido à falta de coordenação e à redução do movimento dos músculos que controlam os órgãos responsáveis pela produção dos sons da fala. A reabilitação da comunicação, por meio de uma terapia dirigida à fala e à voz, pode ajudar o paciente com Parkinson a conservar, apesar da doença, uma fala compreensível e bem modulada e, dessa maneira, manter um contato mais efetivo com seus semelhantes.