PDF Português - Instituto Lauro de Souza Lima

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Resumos
EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE,
PESQUISA OPERACIONAL
EPIDEMIOLOGY AND CONTROL,
OPERATIONAL RESEARCH
8º Simpósio Brasileiro de Hansenologia
8th Brazilian Leprosy Symposium
30 outubro a 02 de novembro de 2015
October 30 - November 02, 2015
São Paulo - São Paulo - Brasil
CONTRIBUIÇÃO DA HANSENÍASE EXPERIMENTAL PARA DETECÇÃO DE VIABILIDADE BACILAR EM PACIENTES TRATADOS
Daniele Ferreira de Faria BERTOLUCI(1), Ana Elisa FUSARO(1), Adriano de Souza PESSOA(1), Lazara Moreira
TRINO(1), Patrícia Sammarco ROSA(1), Suzana Madeira DIORIO(1)
ILSL - Instituto Lauro de Souza Lima(1)
Introdução: Uma das características microbiológicas mais marcantes do Mycobacterium leprae é a ausência de crescimento “in vitro”. Em 1960, Shepard deu início a uma nova era na pesquisa da hanseníase ao demonstrar a multiplicação
do bacilo em coxim plantar de camundongos imunocompetentes. Antes disso, o índice bacilar era o parâmetro utilizado
para avaliar os efeitos do tratamento implicando em alguns aspectos éticos, tendo em vista o tempo prolongado para
clearence de bacilos. Ainda não existe disponível, para aplicação clínica, um método sensível e eficiente para a detecção
da viabilidade bacilar; na maioria dos casos com suspeita de doença ativa (após término de tratamento ou recidiva) o
exame clínico do paciente e o índice morfológico (baciloscopia) têm sido utilizados para confirmação destas suspeitas. A
inoculação do bacilo em pata de camundongos imunocompetentes (linhagem Balb/c) e imunodeficientes (nude) pode ser
útil na detecção da viabilidade bacilar; o nude é uma linhagem atímica bastante susceptível à infecção, comportando-se
como um meio de cultura “in vivo”, ao contrário da linhagem Balb/c, que permite uma multiplicação limitada e localizada
do bacilo. Objetivos: Demonstrar a viabilidade bacilar em pacientes tratados e com suspeita clínica de doença ativa, a
partir da inoculação do M. leprae em coxim plantar de camundongos. Materiais e Métodos: Foram avaliadas, no período
de junho de 2011 a janeiro de 2015, 205 biópsias de pacientes (51 feminino/154 masculino) atendidos no Instituto Lauro
de Souza Lima ou enviadas por outros serviços de saúde, que apresentavam suspeita clínica de doença ativa; quanto à
origem das amostras, 66% eram do Estado de São Paulo, 19% do Maranhão e 15% de outros Estados. Todos pacientes
já haviam completado pelo menos um ciclo de PQT/MB/12 doses; as amostras foram processadas e inoculadas por via
intradérmica em ambos os coxins plantares traseiros de camundongos nude e/ou Balb/c; 37(18%) das biópsias processadas não foram inoculadas por apresentarem baciloscopia negativa. Os animais foram eutanasiados após oito meses
de inoculação e os coxins removidos e macerados para contagem de bacilos. Resultados: Em 53/168 (32%) das amostras inoculadas observou-se multiplicação bacilar, comprovando a presença de bacilos viáveis na biópsia; 30/53(57%)
delas eram de pacientes com suspeita clínica de recidiva que haviam terminado o tratamento há no mínimo cinco anos;
4/53 (9%) haviam terminado o tratamento há menos de cinco anos e 19/53 (34%) tinham apenas a informação “paciente
tratado”. Das 32 amostras inoculadas em ambas as linhagens, 18 apresentaram multiplicação em nude, porém somente
13 em camundongos Balb/c, sendo a maioria referente a casos de recidiva. Conclusão: esses resultados mostram a
importância da suspeita clínica de doença ativa e como a hanseníase experimental, principalmente por inoculação em
nude, contribui para a detecção da viabilidade bacilar e auxilia na definição da conduta terapêutica.
Palavras-chaves: Mycobacterium leprae, viabilidade, inoculação, camundongo
Hansen Int. 2015; 40(Suppl 1): 41
ISSN: 19825161 (on-line)
Hansenologia Internationalis
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