ÁCIDOS E BASES “Base é definida como um doador de par de elétrons e ácido como um receptor de par de elétrons” Os ácidos e bases são conceituados de três maneiras diferentes a partir de pontos de vista distintos: Considere a equação geral: 1. Teoria de Arrhenius Ácido é toda a substância que contendo hidrogênio, se “dissocia” em solução produzindo ions H+, ex: A + :B → A:B A = Ácido de Lewis :B = Base de Lewis A:B = Complexo Ácido-Base HCl(aq) → H+(aq) + Cl–(aq) Base é toda a substância que em solução aquosa se “dissocia”, produzindo ions hidróxido (OH-), ex: NaOH(aq) → Na+(aq) + OH–(aq) Arrhenius classificava as substâncias em eletrólitos e não eletrólitos, conforme suas “moléculas” formassem ou não íons ao entrarem em contato com a água. Aquelas que se dissociavam totalmente eram eletrólitos fortes, as que não se dissociavam totalmente eram eletrólitos fracos. 2. Teoria de Bronsted-Lowry Ácido – espécie que cede ions H+ (prótons). A molécula de amônia forneceu um par de elétrons e, portanto de acordo com a definição de Lewis é uma base, de modo semelhante à teoria de Brönsted. O resultado da combinação de uma base de Lewis e um ácido de Lewis é chamado um complexo (como no exemplo da formação do íon amônio). A ligação entre o ácido de Lewis e a base de Lewis foi através de uma ligação covalente onde um par de elétrons fornecido pela base ao ácido está agora sendo compartilhados por ambas as espécies químicas que lhe deu origem (trata-se de uma ligação covalente dativa). Base – espécie que recebe ions H+. “Ácido é definido como um doador de próton e base como um receptor de próton” Uma reação de um ácido com uma base é, portanto, uma reação de troca de prótons; se um ácido é simbolizado por HA e a base por B, então podemos escrever uma equação generalizada ácido-base: 4. Comparando as três teorias: A teoria de Arrehenius é restrita ao meio aquoso e à presença de hidrogênio no ácido e de hidroxila na base. A teoria de Bronsted-Lowry abrange a de Arrehenius e amplia o conceito para substâncias que não se encontram em meio aquoso, mas é restrita a presença de H+ (próton). A teoria de Lewis engloba as teorias de Arrehenius e Bronsted e amplia o conceito para substâncias que não se encontram em meio aquoso e não fazem transferências de prótons. HA + B ↔ A- + BH+ Porém, o produto BH+ também é capaz de doar seu novo próton recém-adquirido para outro receptor, e é, portanto potencialmente outro ácido: Ácido1 + Base2 ↔ Base1 + Ácido2 Nesta reação esquemática, a base1 é conjugada do ácido1, e ácido2 é conjugado da base2. O termo conjugado significa “estar conectado com”, e implica que qualquer espécie química e sua espécie conjugada estão relacionadas com o ganho ou perda de prótons, formando um par ácido-base conjugado. 3. Teoria de Lewis De acordo com a teoria de Lewis: 5. Produto Iónico da Água: A água, segundo a teoria de Bronsted-Lowry, é anfótera, ou seja, é um ácido e uma base. Devido ser um eletrólito fraco, a concentração da água é praticamente constante. Logo, a constante de equilíbrio para o sistema: H2O(l) + H2O(l) ↔ H3O+(aq) + OH–(aq) (Reação de auto ionização da água) Kc= {[H3O+] [OH-]}/[H2O] Kw=[H3O+] [OH-]= 10-14 (25°C; 1atm) (Produto Iônico da Água) 6. Grau de ionização (α) A força de um ácido e de uma base pode também ser expressa em termos de α, grau de ionização dos ácidos ou grau de ionização das bases: Para ácidos: α= nº de moléculas ionizadas = nº inicial de moléculas = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑖𝑜𝑛𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠 nº inicial de moles Onde: Ki= Constante de equilíbro; n= nº de mols; α= Grau de ionização; V = Volume da solução. O pH e pOH Em muitos casos, as concentrações de H+ e OH- são expressas por números muito pequenos. Seria extremamente incômodo trabalhar com tais números. Então utiliza-se uma escala matemática, a escala de pH. Matematicamente: 𝑝𝐻 = log 1 [𝐻⁺] Para bases: 𝑝𝑂𝐻 = log 𝑛º 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑖ô𝑛𝑖𝑐𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜𝑠 α= nº inicial de agregados iônicos 1 [𝑂𝐻⁻] Como o logaritmo do inverso de um número é o seu cologaritmo, ou logaritmo negativo, tem-se que: Quanto mais forte for o ácidos ou a base, maior será o valor do numerador da fração e, obviamente, maior será o α. Na pratica consideram-se fortes um ácido ou uma base que estão mais de 50% ionizado ou dissociada, respectivamente, isto é: Eletrólito forte — α > 0,5 É obvio que α pode ser no máximo igual a 1, situação utópica — porque a ionização de ácidos ou dissociação de bases são equilíbrios iônicos ― mas cômoda para a resolução de problemas. 𝑝𝐻 = 𝑙𝑜𝑔 𝑝𝑂𝐻 = 𝑙𝑜𝑔 1 = 𝑐𝑜𝑙𝑜𝑔 [𝑂𝐻 − ] = − log[𝑂𝐻 − ] [𝑂𝐻 − ] 1. Valores de pH e pOH Sabe-se que, à temperatura ambiente, para a água pura, temos: 7. Lei de Ostwald: Variação de α com o volume A constante de equilíbrio de equilíbro dos eletrólitos pode ser calculada se relacionarmos α com o volume da solução, através da Lei da diluição de Ostwald. 1 = 𝑐𝑜𝑙𝑜𝑔 [𝐻 + ] = − log[𝐻 + ] [𝐻 + ] [H+][OH-] = 10-14 íons-grama/litro Vamos aplicar logaritmos a essa expressão: log [H+] + log [OH-] = -14 log 10 ↓ 1 Log [H+] + log [OH-] = -14 De acordo com a reação: (-log [H+]) + (-log [OH-]) = 14 ↓ ↓ pH pOH Em qualquer solução, pH + pOH = 14. Onde: n= nº de mols; α= Grau de ionização. Sendo assim: Veja bem: Quando pH = 7, [H+] = [OH-] = 10-7 → Solução neutra. Quando pH > 7, [H+] < [OH-] = → Solução básica. Quando pH < 7, [H+] > [OH-] = → Solução ácida. Logo: Quanto maior o pH, menor a acidez. Quanto menor o pH, maior a acidez. TITULOMETRIA Titulometria é a medição das quantidades de reagentes a partir dos volumes das soluções que reagem. A operação aplica-se a soluções que reagem uma com a outra, o método é também conhecido como volumetria ou análise volumétrica. A operação pode ser resumida nas seguintes etapas: Numa bureta está a solução titulada, que goteja sobre um erlenmeyer contendo um volume conhecido da solução-problema e gotas de um indicador. Quando o indicador muda de cor e essa mudança persiste, diz-se que o ponto de viragem foi alcançado. Fecha-se a torneira da bureta e lêse nela o volume da solução titulada consumida. Nessa situação, são conhecidos o volume (V) e a normalidade (N) da solução titulada, bem como o volume (V1) da solução-problema. A normalidade conhecer é dada por: (N1) que 𝑉 × 𝑁 = 𝑉1 × 𝑁1 ∴ 𝑁1 = se deseja 𝑉×𝑁 𝑉1 A estequiometria da volumetria baseada no princípio da equivalência: está “ Se a substância A reage com a substância B, o número de equivalentes-grama de A e o número de equivalentes-grama de B são iguais”. Portanto, 𝑛. ° 𝑑𝑒 𝐸𝑔𝐴 = 𝑛. ° 𝑑𝑒 𝐸𝑔𝐵