Gengivoestomatite herpética em crianças

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Tipo Documental
ProtocoloAssistencial
Título Documento
Gengivoestomatite Herpética em crianças - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
TE-5e Suporte às
Gengivoestomatite herpética em crianças
INTRODUÇÃO
A gengivoestomatite é a manifestação mais comum da primo infecção pelo vírus herpes simplex
(HSV) na infância, ocorrendo em 13 a 30% das crianças infectadas. É caracterizada por lesões
ulcerativas da gengiva e mucosa oral, e com frequência é acompanhada de vesículas periorais.
O HSV tipo 1 é o agente mais comum na gengivoestomatite herpética. Ela ocorre tipicamente em
crianças de 6 meses a 5 anos de idade, mas pode acometer crianças maiores de 5 anos e adolescentes.
Não tem uma distribuição sazonal, podendo ocorrer em qualquer época do ano.
A transmissão do HSV-1 ocorre através do contato direto com lesões ou saliva infectada de
indivíduos sintomáticos ou assintomáticos, com primo infecção ou infecção recorrente pelo HSV. O
período de incubação é de 2 dias a 2 semanas (média de 4 dias), e a transmissibilidade é de pelo menos
1 semana, podendo ocorrer reativações assintomáticas mas com possível transmissão do HSV-1.
OBJETIVO

Otimizar o manejo de pacientes com gengivoestomatite herpética..
APLICABILIDADE

Crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos de idade, com sinais sugestivos de
gengivoestomatite.
População excluída
 Pacientes com imunodeficiência e/ou tratamento imunossupressor.
DIRETRIZ
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
3
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.MEDI.39.3
13/03/2013
03/11/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Sandra Cristina P. L.
Shiramizo
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Data Aprovação
03/11/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Tipo Documental
ProtocoloAssistencial
Título Documento
Gengivoestomatite Herpética em crianças - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
A gengivoestomatite habitualmente apresenta um período prodrômico com duração de até 4 dias,
que pode incluir febre, anorexia, irritabilidade, mal estar, sonolência e cefaleia. O enantema começa com
o acometimento da gengiva marginal que se torna vermelha, edemaciada, sangra facilmente e com
agrupamentos de vesículas. As vesículas se tornam amarelas após a ruptura e são rodeadas por um halo
vermelho. Elas coalescem e formam úlceras grandes e dolorosas na mucosa oral e tecido perioral. Elas
sangram facilmente e podem apresentar uma crosta enegrecida. As lesões tipicamente envolvem a
mucosa oral, língua, gengiva, palato duro e faringe. Os lábios e pele perioral são acometidos em 2/3 dos
casos. Tem uma duração de 7 dias em casos leves, e 14 a 21 dias nos casos mais graves.
Os sintomas associados mais comuns são mau hálito, recusa alimentar, anorexia, febre, artralgia,
cefaleia e linfadenopatia submandibular e cervical. A recusa alimentar pode causar desidratação,
complicação mais frequente da doença.
Outras complicações são a queratite herpética por auto inoculação, infecção secundária
bacteriana (por Streptococcus pyogenes, Kingela kingae), esofagite, epiglotite ou pneumonite (em
imunodeprimidos), eczema herpético em crianças com dermatite atópica, e adesão labial.
O diagnóstico é clínico, baseado nos sinais e sintomas da criança. Nos casos onde é necessária a
confirmação etiológica da doença, pode ser realizada a cultura viral, sorologia, PCR ou
imunofluorescência.
O diagnóstico diferencial pode ser realizado clinicamente, segundo os critérios da Tabela 1.
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Gengivoestomatite Herpética em crianças - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento
Tabela1: Diagnóstico diferencial da gengivoestomatite
Doença
Herpangina
Síndrome
mão
boca
Candidíase oral
pé
Agente
Vírus Coxsackie
grupo A
Vírus Coxsackie
grupo A e B
Candida
Úlcera aftóide
Síndrome de StevensJohnson
Doença de Behcet
Quadro clínico
Lesões dolorosas na faringe posterior, que não sangram. Ocorre
principalmente no verão e outono.
As lesões em extremidades são bilaterais. Ocorre na primavera e
verão.
Placas brancas na mucosa oral, língua, palato e orofaringe.
Acomete lactentes, e crianças em uso de antibiótico ou corticóide
inalado.
Úlceras localizadas, em base acinzentada, não precedidas por
vesículas, e sem lesões em lábios ou periorais.
Pródromo de mal estar e febre, seguido de máculas e pápulas
eritematosas ou purpúricas, que progridem para lesões
necróticas.
Aftas orais recorrentes e manifestações sistêmicas (aftas
genitais, acometimento de olhos, pele, TGI, SNC, doença
vascular, artrites).
Recomendações para o tratamento
A duração média dos sintomas é de 4 dias de febre (0-8 dias), 12 dias de lesões orais e extraorais
(7-18), 9 dias de recusa alimentar (4-17) e 6 dias de sialorreia (0-13).
As orientações gerais incluem:

Estimular a ingesta de líquidos, para evitar a desidratação.

Utilização de analgésicos e antitérmicos (dipirona, paracetamol).
A terapêutica tópica recomendada inclui:

Creme de barreira deve ser aplicado nos lábios (manteiga de cacau).

Não há uma padronização ou evidência científica que indique o uso de anestésicos orais.

Agentes antivirais tópicos não são recomendados.
Aciclovir oral: Pode ser considerado para crianças com até 96hs de sintomas que apresentam dor
importante ou que não estejam conseguindo ingerir líquidos. A dose recomendada é de 15mg/kg, 5 vezes
ao dia (máximo de 200 mg/ dose), por 5 a 7 dias. Estudos com pequeno grupo de pacientes evidenciaram
uma significativa redução dos sintomas quando comparado com o placebo:
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Gengivoestomatite Herpética em crianças - Diretrizes para o diagnóstico e tratamento

Diminuição da duração das lesões (média de 4 versus 10 dias)

Precoce desaparecimento da febre (média de 1 versus 3 dias)

Precoce resolução das lesões periorais (0 versus 5,5 dias)

Diminuição da recusa alimentar (4 versus 7 dias)

Diminuição da replicação viral (1 versus 5 dias)
Uso de antibióticos: Não são recomendados de rotina. Amoxicilina pode ser utilizada se houver infecção
secundária bacteriana, por 7 a 10 dias.
Indicações de internação/ acionamento da retaguarda

Inabilidade de manter hidratação

Paciente imunodeprimido

Eczema herpeticum

Encefalite, epiglotite ou pneumonite herpética
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. Amir J, Harel L, Smetana Z, Varsano I. Treatment of herpes simplex gingivostomatitis with aciclovir
in children: a randomised double blind placebo controlled study. BJM 1997; 314:1800-03.
2. Keels MA. Herpetic gingivostomatitis in young children. Jan 2012. www.uptodate.com.
3. Nasser M, Fedorowicz Z, Khoshnevisan MH, Shahiri TM. Acyclovir for treating primary herpetic
gingivostomatitis. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 01,
Art. No. CD006700. DOI: 10.1002/14651858.CD006700.pub4
4. Phillips B. Towards evidence based medicine for paediatricians. Arch Dis Child 2009; 94: 165-5.
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RESUMO
A gengivoestomatite é a manifestação mais comum da primo infecção pelo vírus herpes simplex
(HSV) na infância. O protocolo tem como objetivo otimizar o manejo de pacientes com gengivoestomatite
herpética.
Nota: Estas recomendações resultaram da revisão crítica da literatura e de práticas atuais, e não tem a
intenção de impor padrões de conduta, mas ser um instrumento na prática clínica diária. O médico, frente
ao seu paciente (inclusive considerando as opiniões deste), deve fazer o julgamento a respeito da
decisão de tratamento ou das prioridades de qualquer procedimento.
ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO
Autora: Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires
Grupo de Portocolos de Pediatria para Unidades de Pronto Atendimento: Flavio Rocha Brito
Marques, Elda Maria Stafuzza Goncalves Pires, Cristina Quagio Grassioto, Ariel Levy, Edwin Adolfo Silva
Tito
ANEXOS
DOCUMENTOS RELACIONADOS
Descrição Resumida da Revisão
Sandra Cristina P. L. Shiramizo (21/03/2013 10:00:58 AM) - Gengivoestomatite em crianças
Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires (01/12/2014 12:49:02 PM) - Diretriz revisada e reformatada.
Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires (29/10/2015 01:22:08 PM) - Revisão de conteúdo.
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