Otite média aguda em adultos

Propaganda
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Otite média aguda em adultos
Otite média aguda em adultos
1. DEFINIÇÃO
A otite média aguda (OMA) é um processo de natureza inflamatória, infecciosa ou não que
atinge a orelha média por período inferior a dois meses. Como todos os espaços pneumatizados do
osso temporal são contíguos, a inflamação da orelha media pode atingir também a mastóide, ápice
petroso e células peri-labirínticas.
2. INCIDÊNCIA NA UPA
A incidência de casos de OMA atendidas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do HIAE
é de aproximadamente 1,6%.
3. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico e baseia-se no conjunto de achados à otoscopia associados ou não aos
sintomas ou sinais clínicos como febre, otalgia, otorréia recente, plenitude aural, zumbido pulsátil,
hipoacusia (Tabela 1).
Na otoscopia é importante observar as características da membrana timpânica (MT) como
abaulamento, perda da transparência (opacidade), presença de vasos radiais, perfuração e alterações
da cor (hiperemia, esbranquiçada ou amarelada). De todos os sinais, o abaulamento é o mais
importante, com sensibilidade de aproximadamente 67%.
A otorréia pode estar presente, porém pode também ocorrer em outras doenças do ouvido,
como a própria otite externa.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.58.2
25/11/2014
02/06/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Carlos Eduardo Fonseca
Pires
Data Aprovação
02/06/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Otite média aguda em adultos
Tabela 1 - Sintomas e sinais de OMA
QUADRO CLÍNICO
OTOSCOPIA (Alterações da MT)
Febre
Abaulamento
Otalgia
Perda de transparência
Otorréia
Vascularização radial
IVAS prévia
Perfuração
Plenitude aural
Alteração da cor
Hipoacusia
Opacidade
Zumbido
4. TRATAMENTO
O tratamento não reduz complicações ou recorrências relacionadas à doença. No entanto, é
capaz de melhorar o controle da dor, reduzir o tempo de doença e a progressão bilateral. Existem dois
pontos principais ligados ao tratamento: analgesia e antibioticoterapia.
Analgesia
O uso de descongestionantes, anti-histamínicos e corticóides não mostrou benefício no controle
da dor. Para pacientes com dor leve a moderada, as medicações avaliadas em estudos e que podem
ser utilizadas são a dipirona, o paracetamol e anti-inflamatórios não hormonais como o Ibuprofeno
(Tabela 2).
Quando o paciente referir dor intensa e/ou for refratário ao uso de analgésicos simples ou antiinflamatórios, podem ser prescritos opióides como codeína ou tramadol.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.58.2
25/11/2014
02/06/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Carlos Eduardo Fonseca
Pires
Data Aprovação
02/06/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Otite média aguda em adultos
Tabela 2 – Tratamento sintomático da OMA
Droga
Dipirona
Ibuprofeno
Paracetamol
Apresentação
Comp. De 500 mg e 1 g
Gotas 500mg/ml
Comp. de 200, 300, 400 e 600 mg
Solução oral com 30, 50 ou 100 mg/ml ou 100
mg/5mL
Comp. de 500, 650 ou 750 mg
Solução oral (gotas) com 140 ou 200 mg/ml
Suspensão oral com 32 ou 100 mg/mL
Dose
1g
40 gotas
600-2.400 mg/dia
Via
VO
Frequência
4 x/dia
VO
2-3 tomadas
1.500-4.000
mg/24h
VO
3-5 tomadas
Antibioticoterapia
O uso de antibióticos em pacientes adultos somente é recomendado quando houver certeza
diagnóstica e sintomas de gravidade (moderada a severa otalgia, febre acima de 39OC e duração maior
que 48 horas). Independente da conduta adotada, nova reavaliação deve ser realizada em 48 a 72
horas, preferencialmente com o otorrinolaringologista. Quando a evolução clínica não for adequada,
deve-se optar por introdução ou troca do antibiótico.
De forma geral, o antibiótico inicial de escolha é a amoxacilina, que deve ser usada por período
mínimo de 7 a 10 dias. Em casos de conjuntivite purulenta associada, tratamento prévio de OMA nos
últimos 30 dias ou paciente com resistência ao uso de Amoxacilina em episódios anteriores de OMA,
deve-se optar pelo uso da associação de amoxacilina com clavulanato ou cefalosporinas de segunda ou
terceira gerações. Quando o paciente for alérgico à penicilina, o uso de cefalosporinas ou macrolídeos
pode ser considerado como primeira opção (Tabela 3).
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.58.2
25/11/2014
02/06/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Carlos Eduardo Fonseca
Pires
Data Aprovação
02/06/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Otite média aguda em adultos
Tabela 3 – Tratamento antimicrobiano da OMA
Droga
Amoxacilina BD
Amoxacilina com
Clavulanato BD
Cefuroxime
Claritromicina
Azitromicina
Ceftriaxone
Moxifloxacino
Levofloxacino
Clindamicina
Apresentação
Comp. de 875mg
Comp. de 875/125mg
Dose
1 comp.
1 comp.
Via
VO
VO
Frequência
12/12 hs, 7 a 10 dias
12/12 hs, 7 a 10 dias
Comp. de 500mg
Comp. de 500mg
Comp. de 500mg
Frascos EV/IM de 1g
Comp. de 400mg
Comp. de 500 mg
Comp. de 300mg
1 comp.
1 comp.
1 comp.
1g
1 comp.
1 comp.
2 comp.
VO
VO
VO
EV/IM
VO
VO
VO
12/12 hs, 7 a 10 dias
12/12 hs, 7 a 10 dias
1 x/dia, 4 dias
3 dias
1x/dia, 5 dias
1x/dia, 7 dias
8/8 hs, 7 a 10 dias
Timpanocentese
Deve ser considerada somente em situações específicas e por otorrinolaringologista. São
critérios para sua realização:




OMA refratária a 2-4 antibióticos diferentes
Mastoidite aguda
Otite supurada
Otalgia muito intensa e refratária
Evolução clínica
A membrana timpânica na reavaliação do décimo dia pode ainda estar opaca, podendo levar até
2 a 3 meses para resolver totalmente. Isso não reflete falha terapêutica, desde que haja melhora da dor
e da febre. Conforme já comentado, o paciente deve ser orientado para reavaliação em 48 a 72 horas,
com especialista, em consultório ou no PA caso haja piora ou persistência dos sinais e/ou sintomas.
Quando solicitar avaliação do especialista no PA
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.58.2
25/11/2014
02/06/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Carlos Eduardo Fonseca
Pires
Data Aprovação
02/06/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Otite média aguda em adultos
Deve ser solicitada no pronto atendimento ou com encaminhamento precoce em consultório nas
seguintes situações:

Mastoidite.

Otite média crônica assintomática.

Adultos com deficiência auditiva de qualquer etiologia e que tem piora da audição devido à OMA.

Falha terapêutica.
5. FLUXOGRAMA
Fluxograma 1 – Tratamento da OMA
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.58.2
25/11/2014
02/06/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Carlos Eduardo Fonseca
Pires
Data Aprovação
02/06/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Otite média aguda em adultos
6. MEDIDA DE QUALIDADE

Taxa de retornos imprevistos (pelo mesmo diagnóstico ou por complicações) em até 7 dias para os
casos inicialmente não complicados - para discriminar se a complicação (se houve) seria evitável.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.58.2
25/11/2014
02/06/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Carlos Eduardo Fonseca
Pires
Data Aprovação
02/06/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Otite média aguda em adultos
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Lieberthal AS, Carroll AE, Chonmaitree Tet al. The Diagnosis and Management of Acute Otitis
Media. Pediatrics 2013; 131:e964-e999.
2. Toll EC, Nunez DA. Diagnosis and treatment of acute otitis media: review. The Journal of
Laryngology & Otology 2012; 126:976-983.
3. American Academy of Pediatrics Subcommittee on Management of Acute Otitis Media: Diagnosis
and management of acute otitis media. Pediatrics. 2004;113(5):1451-65.
4. Hendley, JO. Clinical Practice: Otitis Media. N Engl J Med. 2002; 347(15): 1169-74.
5. Daly KA, Giebink GS. Clinical epidemiology of otitis media. Pediatr Infect Dis J. 2000; 19(suppl 5):
S31–S36.
6. Paradise JL, Rockette HE, Colborn DK, et al. Otitis media in 2253 Pittsburgh-area infants:
prevalence and risk factors during the first two years of life. Pediatrics. 1997;99: 318–333.
7. Clements DA, Langdon L, Bland C, Walter E. Influenza A vaccine decreases the incidence of otitis
media in 6- to 30-month-old children in day care. Arch Pediatr Adolesc Med. 1995; 149: 1113–1117.
8. Belshe RB, Gruber WC. Prevention of otitis media in children with live attenuated influenza vaccine
given intranasally. Pediatr Infect Dis J. 2000;19(suppl 5):S66–S71.
9. Niemela M, Pihakari O, Pokka T, Uhari M. Pacifier as a risk factor for acute otitis media: a
randomized, controlled trial of parental counseling. Pediatrics. 2000; 106: 483–488.
10. Etzel RA, Pattishall EN, Haley NJ, Fletcher RH, Henderson FW. Passive smoking and middle ear
effusion among children in day care. Pediatrics. 1992; 90: 228–232.
11. Ilicali OC, Keles N, Deger K, Savas I. Relationship of passive cigarette smoking to otitis media. Arch
Otolaryngol Head Neck Surg. 1999; 125: 758–762.
12. Brown CE, Magnuson B. On the physics of the infant feeding bottle and middle ear sequela: ear
disease in infants can be associated with bottle feeding. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2000; 54: 13–
20.
8. ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO
Autores: Ricardo Teixeira, Roberto Takimoto, Alexandre de Matos Soeiro, André Potenza, Mauro
Iervolino.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.58.2
25/11/2014
02/06/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Carlos Eduardo Fonseca
Pires
Data Aprovação
02/06/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Otite média aguda em adultos
OTITE MÉDIA AGUDA EM ADULTOS
ORIENTAÇÃO PÓS ALTA HOSPITALAR
Informações sobre a doença
Trata-se de infecção do ouvido médio, que é o espaço atrás do tímpano. Pode ser causada por
vírus ou bactérias e frequentemente segue-se a um resfriado ou gripe. Os sintomas mais comuns são:
dor de ouvido, geralmente unilateral, diminuição da audição, febre e eventualmente saída de pus pelo
ouvido. Pode causar complicações se não tratada adequadamente. Não é um processo contagioso.
Sobre o tratamento

Não bloqueie o canal do ouvido com algodão, não use cotonetes e não coloque gotas
otológicas.

Não molhe os ouvidos até a reavaliação médica, que deve ser realizada ao término do
tratamento, preferencialmente pelo seu otorrinolaringologista.

A febre e a dor podem persistir até 48 a 72 horas do início do tratamento. Utilize analgésicos e
anti-inflamatórios conforme prescrição do médico que o atendeu.
Retorne com seu médico ou ao pronto atendimento se:

Não apresentar melhora, mantiver dor intensa ou febre após 3 dias de tratamento.

Tiver problemas relacionados aos medicamentos que estiver usando.

Apresentar dor de cabeça intensa ou dor de ouvido persistente.

Apresentar inchaço ao redor ou atrás do ouvido.

Ficar sonolento, com dor no pescoço ou não puder andar normalmente.

Apresentar febre alta persistente.
Atenção: Acompanhamento com otorrinolaringologista é recomendável após o término do tratamento,
mesmo havendo melhora total dos sintomas.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.58.2
25/11/2014
02/06/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Carlos Eduardo Fonseca
Pires
Data Aprovação
02/06/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Tipo Documental
DiretrizAssistencial
Título Documento
Otite média aguda em adultos
RESUMO
Descrição em forma de resumo para acesso em meios alternativos de conectividade como tablets ou celulares
ANEXOS
DOCUMENTOS RELACIONADOS
DESCRIÇÃO RESUMIDA DA REVISÃO
00
Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires (25/11/2014 10:15:19 AM) - Diretriz de atendimento de OMA em
adultos nas UPAs.
Carlos Eduardo Fonseca Pires (31/05/2015 01:43:37 PM) - Revisão do fluxograma.
Diretoria
Espécie
Especialidade
PRATICA MEDICA
ASSISTENCIAL
MEDICO
Status
Aprovado
Versão
2
Data Criação
Data Revisão
DI.ASS.58.2
25/11/2014
02/06/2015
Elaborador
Revisor
Parecerista
Aprovado por
Elda Maria Stafuzza
Gonçalves Pires
Carlos Eduardo Fonseca
Pires
Data Aprovação
02/06/2015
Código Legado
Código do Documento
DOCUMENTO OFICIAL
José Carlos
Teixeira | Oscar
Fernando Pavao
dos Santos
Download