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A IMPORTÂNCIA DOS INVESTIMENTOS: uma análise por meio do Payback, VPL e
TIR
Edilaine dos Santos - FANP/UNIESP
Alexandre Hungaro Vasan - FANP/UNIESP
RESUMO
O artigo apresenta a importância de analisar os investimentos e, assim, mostrando algumas
ferramentas que facilitam o processo de decisão das empresas, fazendo com que o melhor
projeto seja o escolhido. Destacam-se, desta forma, alguns conceitos dos métodos de
avaliação: O payback que leva em consideração o tempo que a empresa vai demorar em
receber esse retorno do dinheiro investido. Ele apresenta uma pequena falha ao não considerar
o valor do dinheiro no tempo. Já o valor presente líquido é um método que calcula valores
estipulados a serem recebidos no futuro. Porém ele tem a desvantagem por exigir que se faça
a projeção, ou seja, tem que estimar o valor em dinheiro do custo do projeto e sua renda
futura. A taxa interna de retorno é uma taxa que representa o retorno do dinheiro investido.
Também pode haver falhas com fluxos de caixas não convencionais ou quando tiver que
decidir entre dois ou mais investimento para escolher qual seria o melhor. É importante
analisar os investimentos porque eles sempre serão diretamente ligados ao futuro da empresa.
Palavras-chave: Payback. VPL. TIR.
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1 INTRODUÇÃO
Realizar investimentos hoje em dia é muito comum em pequenas e grandes
empresas. As empresas normalmente recorrem a algum investimento que tenha uma grande
possibilidade de dar certo em um futuro próximo. Mas, para que o seu investimento tenha
retorno, é preciso estudar o mercado e estar atento aos riscos. Do ponto de vista de Silva e
Queiros (2013), o investimento tem como objetivo avaliar hipóteses e alternativas de evolução
de um projeto de investimento tendo em vista uma decisão racional.
A melhor vantagem para empresa na hora de escolher um projeto é utilizar
métodos de avaliação para escolher um bom investimento e não correr grandes riscos. A
empresa precisa recorrer a vários métodos de avaliação como, por exemplo, o payback,
método que analisa o tempo de recuperação do dinheiro investido, ou seja, quanto tempo
levará para que a empresa recupere o dinheiro investido.
Já o método VPL (Valor Presente Líquido), é uma fórmula matemática-financeira
utilizada para calcular o valor presente de uma série de pagamentos futuros descontando uma
taxa de custo de capital estipulada. Ele existe, pois, naturalmente, o dinheiro que vamos
receber no futuro não vale a mesma coisa que o dinheiro no tempo presente. Isso acontece
pela mesma maneira que existem os próprios juros, a incerteza do amanhã.
O dinheiro no futuro, vale menos, justamente por não termos certeza de que
vamos recebê-lo. Portanto o VPL determina o quanto que o projeto vai aumentar o valor da
sua empresa. E a TIR (Taxa Interna de Retorno) visa determinar o lucro do projeto,
normalmente utilizada na análise de investimentos. Essa taxa faz com que o valor atual do seu
projeto seja igual a zero. O projeto se torna interessante quando a TIR for maior que o custo
de capital do seu projeto.
Apresentamos a importância de se utilizar alguns métodos de avaliação de
investimentos para que a empresa tenha uma maior facilidade no momento de escolher seu
projeto sem que ocorram grandes riscos de perder dinheiro. O presente artigo foi realizado por
meio de um levantamento de dados através de uma pesquisa bibliográfica, livros e sites, e
foram feitas tabelas que indicam a forma de calcular essas ferramentas.
O que motivou a realizar essa pesquisa foi a importância que essas ferramentas
trazem para as empresa num momento tão importante, quando a empresa precisa escolher o
melhor investimento, mesmo sabendo que as chances de certeza não são totais, ao utilizar
esses métodos as chances de seus investimentos darem certo aumentam.
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Este levantamento tem como finalidade apresentar alguns dos métodos para
analisar os projetos e assim podendo identificar se o mesmo é viável ou não, e também mostra
como um simples método de cálculo pode ajudar uma empresa a tomar uma escolha mais
segura.
A escolha pela pesquisa bibliográfica se deu pela dificuldade de se obter dados de
uma empresa real, ainda existe muita resistência por parte das organizações em fornecer esses
dados, e é provável que sempre seja assim. Com relação aos procedimentos técnicos adotados,
a pesquisa bibliográfica será utilizada como a técnica escolhida para se realizar a coleta de
dados. Conforme Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é baseada em materiais que já foram
publicados, como exemplo livros, jornais e revistas.
Em relação à pesquisa qualitativa, para Marconi e Lakatos (2007, p. 269), a
metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos,
descrevendo a complexidade do comportamento humano.
Esse estudo traz conhecimentos importantes para as pessoas que ainda não têm
conhecimento sobre essas ferramentas e também complementa aqueles que já têm o
conhecimento, é um assunto de extrema importância para o mundo organizacional e podem
ser realizadas pesquisas futuras sobre o assunto.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este artigo aborda o referencial pesquisado para fundamentação desta pesquisa.
Serão abordados alguns métodos de analisar investimentos, utilizando algumas ferramentas de
análise como o Payback, VPL e TIR.
2.1 INVESTIMENTOS
O investimento para Junior, Rigo e Cherobim, (2010) é todo dinheiro investido
em algum ativo, sendo ele material ou não, para receber um retorno esperado no futuro. Esse
investimento pode ser uma nova empresa ou implantação de um projeto já existente. E para
Neto e Lima (2010), o investimento é toda aplicação do dinheiro em alguma alternativa
econômica que garante pagamento de juros futuramente. No meio empresarial, investimento é
visto como compra de máquinas, equipamentos, entre outros.
Para Jordan (2014), um investimento tem valor quando ele cria um valor ao seu
dono. Por exemplo, se você compra uma casa velha que custa $25.000 e gasta mais $25.000
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para reformá-la, o total de seu investimento será de $50.000, quando a casa estiver pronta, se
você a coloca para vender e vai saber que ela estará custando $60.000, ou seja, tirando o
investimento inicial de $50.000, você obterá de lucro $10.000.
O retorno de um investimento sempre vem no futuro. De acordo com Leite
(1994), o investimento sempre será algo incerto porque sempre dependerá especialmente do
futuro.
Às vezes, quando a empresa precisa escolher um projeto ela, naturalmente, exclui
outro. Segundo Neto e Lima (2010, p. 163), “Essa exclusão mútua ocorre basicamente em
razão de as propostas em estudo desenvolverem a mesma função, sendo suficiente, para os
objetivos da empresa, a aceitação de somente uma delas”.
Neste caso, quando os dois projetos são parecidos, pode ser que a empresa escolha
apenas um por não ter muitos recursos para aceitar os dois projetos, então seria conveniente
que ela aceitasse apenas um deles. Com a necessidade de realizar um investimento
naturalmente as organizações vão recorrer a alguns desses métodos de análise de
investimentos para que os mesmos lhe auxiliem na sua melhor escolha.
2.2 PAYBACK
Conforme Jordan (2014), payback é o período que precisamos esperar para
receber o retorno do investimento inicial, ou seja, quando uma empresa faz um investimento e
quer saber quando ele terá o retorno, ela utiliza o período payback, uma ferramenta de apoio
para analisar o tempo que vai demorar a receber o retorno do investimento.
Quando a empresa realiza um determinado investimento em algum bem, ela
utiliza a ferramenta payback para saber a quantidade de anos e meses que ela vai esperar para
receber de volta o dinheiro investido. Para Gitman (2010, p. 366), “O período payback é o
tempo necessário para que a empresa recupere o investimento inicial em um projeto,
calculado a partir das entradas de caixa”.
Através das entradas de caixa que está ocorrendo na empresa, a ferramenta poderá
estipular o tempo exato do período payback, ou seja, o tempo para receber o dinheiro
investido.
De acordo com Gitman (2010), temos que notar que empresas de grande porte
geralmente usam o payback para avaliar seus projetos de menos importância, enquanto as
pequenas empresas utilizam para seus maiores projetos. Assim esse método demonstra uma
simplicidade no cálculo e do seu apelo intuitivo. Na questão do período do payback, quando
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maior for o tempo de payback, aumentam as chances de incerteza e de risco ao retorno do
investimento, então, quanto menos tempo, ampliam as probabilidades de retorno do
investimento.
Como foi citado, o método payback é uma ferramenta simples que procura
mostrar quanto tempo a empresa vai esperar para recuperar o seu dinheiro que foi investido
em determinado projeto. Essa técnica é bem simples e popular, mas ela também, em alguns
momentos, é falha porque não considera o valor do dinheiro no tempo.
A Rashid Company, uma desenvolvedora de software, tem duas oportunidades de
investimento, X e Y. Os dados constam, na tabela 1. O período payback de X é de dois anos;
o de Y três anos. Seguir estritamente o enfoque payback sugere que o projeto X é preferível
ao Y. Entretanto, se levarmos a análise para além do período de payback, vemos que o X tem
retorno adicional de $1200, sendo $1000 no terceiro ano e $100 no quarto e no quinto.
Enquanto o de Y é de $7000, sendo $4000 no quarto ano e $3000 no quinto. (GITMAN, 2010
p.369). Veja a tabela a seguir.
Tabela 1 – Cálculo de período payback
Projeto
Projeto
Investimento
Gold
Silver
inicial
$10.000
$10.000
1
$5.000
$3.000
2
$5.000
$4.000
3
$1.000
$3.000
4
$100
$4.000
5
$100
$3.000
Peíodo
Payback
2 anos
3 anos
Fonte: Gitman 2010
Caso optássemos pelo projeto Y ganharíamos mais em termos de dinheiro, mas,
em contrapartida, se ganha mais risco de perder dinheiro. O projeto X é um projeto mais
cauteloso, resulta menos dinheiro, mas se corre menos riscos. Tomar a decisão vai depender
do administrador da empresa, e das condições financeiras que a mesma se encontra.
Se a empresa quer ter mais lucro, provavelmente ela escolherá o projeto Y e,
consequentemente, terá mais riscos, mas se preferir não arriscar porque o futuro é incerto e
pode perder muito dinheiro com isso, ela, consequentemente, optará pelo X. O exercício
apresentado demonstra que existe uma falha do payback quando não se considera o valor do
dinheiro no tempo.
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De acordo com Jordan (2014), as regras que existem no período payback possuem
algumas deficiências muito graves, como por exemplo, no período payback se calcula apenas
pelas soma dos fluxos de caixa futuros, ou seja, ignora o valor do dinheiro no tempo. E outro
fator importante, é que essa ferramenta também não diferencia risco, ou seja, o cálculo é
sempre o mesmo, tanto para os projetos mais arriscados, quanto para os menos arriscados.
Essa ferramenta ignora o fato de que o valor do dinheiro pode mudar com o passar
do tempo e trata projetos de altos riscos da mesma forma que os outros projetos de menos
relevância. Ainda para Jordan (2014), além das desvantagens do payback, existem também
suas qualidades, a regra do payback apresenta uma simplicidade e tem um lado positivo, essa
ferramenta favorece a projetos de curto prazo, assim tende a favorecer investimentos que
liberam o caixa para outros usos com maior rapidez.
Assim, esse instrumento mostra uma simplicidade em calcular o tempo de retorno
do investimento e favorece aos projetos de curto prazo, por isso as chances de darem certo
aumentam e, por se tratar de curto prazo, não vai ser um futuro tão distante e ainda faz com
que a empresa tenha disponibilidade de realizar outros investimentos.
O payback descontado é diferente do payback simples. De acordo com Pereira,
Costa e Costa (2012), ele tem a vantagem de considerar o valor do dinheiro no tempo, ao
contrário do payback comum. O payback descontado considera o valor do dinheiro no tempo,
ele leva em consideração que no futuro o valor do dinheiro pode mudar, diferentemente do
payback simples. Ou seja, o payback simples não considera as alterações ocorridas com o
dinheiro no futuro, que podem causar grandes prejuízos para seu investimento, já o payback
descontado leva em consideração essas mudanças que podem acontecer, então, na prática, o
payback descontando tem certa vantagem em relação ao comum por oferecer menos riscos em
relação ao retorno no futuro.
Conforme Pereira, Costa e Costa (2012), nesse tipo de payback, os fluxos de
caixa são trazidos para o valor presente com base no custo de capital, apesar de certa melhora
em relação ao método anterior, esse método ainda tem uma grande desvantagem, que é não
considerar os fluxos gerados após o período de recuperação integral do investimento. Ou seja,
nessa ferramenta, as entradas de caixa após o período payback são descartadas.
Para Pereira, Costa e Costa (2012), as vantagens que esse método tem em relação
ao outro é que ele é muito mais prático e fácil de aprender, também é uma medida de risco
porque quanto maior o tempo de retorno maior o risco. É um método simples e que mede o
tempo do retorno, em outras palavras, se mede também o risco, porque o futuro é incerto e
quanto mais tempo esperar para o retorno é mais arriscado.
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A DeYarman Enterprises, uma pequena fabricante de aparelhos médicos, está
avaliando dois projetos mutuamente excludentes aos quais chamou de Gold e Silver. A
empresa usa apenas o período payback para selecionar seus projetos. Os fluxos de caixa
relevantes e o período payback de três anos constam na tabela 2. Ambos têm período de
playback de três anos, o que sugere que são igualmente desejáveis.
Mas a comparação dos padrões de entradas de caixa ao longo dos três primeiros
anos mostra que a maior parte do investimento inicial de $50.000 do projeto Silver é
recuperada mais rapidamente do que com o Gold. Por exemplo, no primeiro ano, são
recuperados $40.000 dos $50.000 investidos no projeto Silver, contra apenas $ 5.000 do
investimento de $ 50.000 no Gold. Considerando-se o valor do dinheiro no tempo, o projeto
Silver evidentemente seria preferível ao Gold, apesar de ambos apresentarem períodos de
payback idênticos de três anos.
O enfoque do payback não leva plenamente em conta o valor do dinheiro no
tempo, que, se reconhecido, faria com que o projeto Silver fosse preferível ao Gold.
(GITMAN, 2010, p. 368). Veja a tabela 2.
Tabela 2 – Fluxos de caixa relevantes e período
payback
Projeto
Projeto
Investimento
Gold
Silver
inicial
$50.000
$60.000
1
$5.000
$12.000
2
$5.000
$14.000
3
$40.000
$16.000
4
$10.000
$18.000
5
$10.000
$20.000
Período
Payback
3 anos
3 anos
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VPL
$18.000
$18.000
$-4.228,21
$40.000
$50.000
$15.043,89
Fonte: Gitman , 2010.
O melhor projeto a ser escolhido é o projeto Silver, porque o retorno dele é o mais
garantido, logo no primeiro ano já recebe $40.000, ou seja, a maioria do dinheiro investido,
que é de $50.000. Já o projeto Gold também oferece a recuperação de três anos, só que em
parcelas menores, só a partir do terceiro ano que o projeto Gold oferece a recuperação do
dinheiro.
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Conforme Jordan (2014), as vantagens do período payback é que ele é fácil de
compreender, é adequado a incertezas dos fluxos de caixa posteriores e tende à liquidez. As
desvantagens são que o período payback ignora o valor do dinheiro no tempo, requer um
ponto de corte arbitrário, ignora fluxos de caixa, além da data do corte e tem tendência
contrária a projeto de longo prazo, tais como pesquisa e desenvolvimento e novos projetos.
2.3 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)
O VPL nada mais é do que uma ferramenta utilizada para ver a viabilidade de um
projeto. Ele é constituído pela somatória dos valores presentes dos fluxos estimados que
possam ser positivos ou negativos. Isso vai depender das entradas e saídas de caixa de uma
aplicação e é calculado a partir de uma taxa estipulada que é também a porcentagem esperada
pelo projeto no seu período de duração.
O VPL calcula o valor do dinheiro no tempo, como descreve Gitman, (2010,
p.369), “é uma técnica sofisticada de orçamento de capital, é calculado subtraindo-se o
investimento inicial do valor presente das entradas de caixa do projeto, sendo essa descontada
a taxa de custo de capital da empresa”, assim permitindo comparação entre o investimento
inicial com os retornos futuros.
De acordo com Puccini (2001), o valor presente líquido de um fluxo de caixa é
igual ao valor presente e suas parcelas futuras, que são descontadas com uma taxa de desconto
somado algebricamente com a grandeza colocada no ponto zero. No caso de investimentos, o
valor colocado no ponto zero é o mesmo valor desembolsado para realizar o investimento e
tem sinal negativo, porque representada uma saída de caixa.
Para o entendimento de Puccini (2011), o VPL “valor presente líquido” é igual a
zero, ou seja, ele acaba sendo descontado a uma taxa que contém o mesmo valor inicial do
dinheiro investido, fazendo assim com que o dinheiro se torne zero na escala do tempo.
Vamos a um exemplo, uma determinada empresa está pensando em substituir uma
de suas prensas antigas. Estão sendo consideradas três alternativas para substituição. Os
fluxos de caixa relevantes associados a cada uma constam na tabela 3 a seguir. O custo de
capital da empresa é de 15%. (GITMAN, 2010 p.384)
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Tabela 3 - Projetos mutuamente excludentes
Investimento
Prensa A
Prensa B
Prensa C
inicial
$85.000
$60.000
$130.000
1
$18.000
$12.000
$50.000
2
$18.000
$14.000
$30.000
3
$18.000
$16.000
$20.000
4
$18.000
$18.000
$20.000
5
$18.000
$20.000
$20.000
6
$18.000
$25.000
$30.000
7
$18.000
$40.000
8
$18.000
$50.000
VPL
$-4.228,21 $-2.584,34 $15.043,89
Fonte: Gitman 2010
Nos exemplos, temos os produtos A, B, C que são opções de compras de uma
prensa. Calculando o Valor Presente Liquido, a melhor opção de compra será a C, porque a
empresa ganharia mais. A pior prensa seria A, porque a empresa não recupera o dinheiro
investido. A prensa B também seria viável, só que correria mais riscos de não recuperar o
dinheiro investido na prensa e ainda ganharia menos do que o projeto C.
A vantagem de utilizar a método VPL é que é capaz de mostrar se o projeto vai
aumentar o valor da sua empresa. O cálculo de VPL revela a quantidade de dinheiro que o
projeto irá produzir. A desvantagem do cálculo do VPL é que ela exige que você faça
projeções de caixa. Você deve estimar o valor em dinheiro do custo do projeto, e também a
sua renda futura.
Na maioria das vezes, o cálculo VPL não será de cem por cento preciso. Em um
projeto podem surgir custos imprevistos que diminui a sua rentabilidade. Projeções de
resultados são difíceis de determinar com precisão exata. Além disso, um projeto pode
mostrar um fluxo de caixa negativo em vez de uma projeção positiva.
2.4 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)
Campos (2007) salienta que a Taxa Interna de Retorno de um investimento nada
mais é do que a taxa de juros de um investimento no qual o valor presente do fluxo de caixa é
igual a zero. Essa taxa tem característica como uma renumeração do capital investido, sendo
um método muito importante para identificar o risco de investimento de um projeto, se nós
considerarmos que em determinado projeto a taxa interna de retorno for maior que a taxa de
aplicação, o projeto será aceitável.
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A taxa TIR faz com que o valor atual do seu projeto seja igual a zero, assim, um
projeto só se torna atrativo quando a sua TIR é maior que o custo de capital do projeto e,
quando for menor, o projeto não deve ser aceito.
Gitman (2010) ressalta que a Taxa Interna de Retorno é a técnica mais usada das
técnicas sofisticadas de orçamento de capital, apesar de ser considerada mais difícil de ser
calcular a mão. Isso porque a TIR, em relação aos outros métodos, envolve cálculos
matemáticos muito complexos.
A avaliação do resultado da Taxa Interna de Retorno consiste no processo de sua
comparação com o custo de capital ou taxa de retorno esperada. Quando a taxa interna de
retorno é menor do que a taxa de aplicação, se entende que o investimento não é viável, e, por
outro lado, quando é maior, considera-se o investimento viável.
Ainda ressaltando as vantagens da taxa interna de retorno, Costa (2006, p. 180)
afirma que:
O beneficio desse método é que ele permite verificar se o custo de
oportunidade, tomado com base pelo usuário, é superior, igual à taxa de
desconto. Assim sendo, a taxa interna de retorno mede o custo de
oportunidade que se incorre na hipótese que o projeto não seja realizado. Por
outro lado, como o estudo é baseado nas diferenças, constata-se que o efeito
de variabilidade que pode apresentar o método do tempo de retorno ou de
recuperação de capital fica eliminado.
Entretanto para Oldcorn e Packer (1998), a TIR (Taxa interna de retorno), tem que
ser obtida através de várias tentativas de erro, ou seja, descontar o fluxo de caixa por várias
taxas, até que se encontre um valor presente igual ao capital do investimento inicial.
A interpretação do resultado da taxa interna de retorno consiste na sua
comparação com o custo de capital ou taxa de retorno desejado, para um melhor entendimento
da TIR, como exemplo de um projeto que custa 100 mil hoje e pagará e 110 mil daqui a anos.
Essa é a pergunta que devemos fazer: qual é a taxa interna de retorno desse investimento? A
resposta seria 10%, ou seja, para cada R$ teria retorno de 1,10, portanto a TIR é de 10%,
assim podemos dizer que a regra da TIR é um investimento aceitável se a TIR for superior ao
retorno exigido, do contrário, o projeto deve ser descartado.
Jordan (2014) afirma que surgem problemas na ferramenta TIR quando os
investimentos não são comuns ou quando tiver tentando decidir entre dois ou mais
investimentos para escolher qual é o melhor. No primeiro problema o que se deve saber é qual
é esse retorno do investimento não convencional, já, no segundo caso, deve ter em mente que
a TIR pode enganar, ou seja, mostrar valores falsos.
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Seguindo nessa ordem, Jordan (2014) diz que apesar de seus erros, a TIR é muito
usada na prática, ainda mais que o VPL, provavelmente ela se mantém porque supri uma
necessidade que o VPL não consegue preencher. Ao analisar investimentos, as pessoas e,
particularmente, os analistas financeiros escolhem falar sobre os valores em dinheiro, nesse
raciocínio semelhante, a TIR também parece mostrar um jeito simples de comunicar as
informações sobre uma proposta.
Então, em determinadas situações, a TIR teria uma
vantagem prática se comparada ao VPL, não podemos estimar o VPL, ao menos que saibamos
qual é a taxa de desconto apropriada, mas podemos estimar a TIR.
Segundo Jordan (2014), as vantagens da taxa interna de retorno é que ela é bem
relacionada ao VPL, frequentemente indicam decisões idênticas, fácil de compreender e
explicar, as desvantagens são que a TIR não consegue dar respostas em decisões múltiplas ou
não tratar os fluxos de caixa comum e pode levar a decisões erradas ao se compararem
investimentos mutuamente excludentes.
Vamos dar um exemplo simples, o custo inicial de um determinado do negócio foi
de $2.500,00 a receita liquida do primeiro ano foi $350, 00 a do segundo foi $500,00 a do
terceiro e a quarto teve uma receita liquida de $750,00. O quinto ano teve uma receita de
$800,00 e o sexto teve $1000,00 de receita, (Taxa Interna de Retorno) IRR = 14,96. Pode se
dizer que o investidor receberia 14,96 de retorno ao período, logo pode ser dizer que tendo
essa taxa o projeto será viável.
3 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Por meio do exposto, foi possível ampliar a compreensão e identificar a
importância que os métodos de avaliação de projetos têm para empresas, e a diferença que
eles fazem para decidir qual é o melhor projeto. Porque hoje em dia não podemos imaginar
uma empresa que viva sem fazer investimentos e, nesse sentido, não podemos imaginar uma
empresa que não utiliza alguns desses métodos citados para decidir qual projeto é mais viável.
Porém, esses métodos de avaliar têm suas limitações, como por exemplo, o
método payback que não considera o valor do dinheiro no tempo, ou seja, o dinheiro pode
perder o valor no tempo, ele é muito útil e mais seguro em curto prazo, mas se for um
investimento em longo prazo, as chances de errado aumentam, pois como ele não considera o
valor do dinheiro no tempo a empresa pode ter prejuízos futuramente.
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O VPL exige que você faça projeções. Deve-se estimar o custo do projeto, o
cálculo VPL não será sempre certo, às vezes ocorre imprevisto que poderá diminuir sua
rentabilidade, por isso tem essa falha, e as projeções de resultados são difíceis de determinar
com precisão exata. Além disso, um projeto pode ter em um fluxo de caixa negativo em vez
de uma projeção positiva. Isso porque pode ocorrer imprevisto.
Na ferramenta TIR, apresenta-se falha se for utilizada para analisar investimentos
que não são comuns ou quando se tenta decidir entre dois ou mais investimentos para escolher
o melhor, o que se deve saber é qual deve ser esse retorno do investimento não convencional,
já, no segundo caso, deve-se ter em mente que a TIR pode mostrar resultados errados.
Foram encontradas muitas dificuldades na realização desse trabalho pela falta de
matérias que abordam o assunto e também pela limitação de não conseguir realizar um estudo
de caso, pois existe muita resistência por parte das empresas em fornecer dados, e muito
provavelmente continuarão assim, pois ninguém vai querer expor os dados financeiros de sua
empresa. Destaca-se, também, que este estudo não se limita ao que foi abordado, sendo
possível a realização de pesquisas futuras como, por exemplo, a realização de um estudo de
caso que permitiria incluir não só estes métodos citados no trabalho, mas outros métodos de
análise de investimento, possibilitando utilizar os dados de uma organização, desse modo
trazendo mais clareza nos resultados.
A realização desse estudo foi de extrema relevância, pois foi possível perceber o
quanto os métodos de análises são essenciais para as empresas, para que consigam realmente
escolher o melhor projeto e ainda poder ter uma prévia do lucro esperado, fazendo com que se
desenvolvam rapidamente sem correr grandes riscos.
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