Atendimento Educacional Especializado Sala de Recursos Multifuncionais: Princípios Organizacionais e Atividades Práticas. Cinara Rizzi Cecchin1 RESUMO: O atendimento educacional especializado garante o direito do aluno com necessidades educacionais especiais de ter um ensino adequado as suas necessidades. Este pode ser ministrado em uma sala de recursos na sua própria escola ou em outro lugar. As salas de recursos multifuncionais são espaços onde se realiza o atendimento educacional especializado para alunos com necessidades educacionais especiais, por meio do desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, centradas em um novo fazer pedagógico que favoreça a construção de conhecimentos pelos alunos, subsidiando-os para que desenvolvam o currículo e participem da vida escolar. Além das competências que os professores necessitam para proporcionar uma educação de qualidade para todos, muitas vezes, são necessárias ajudas técnicas ou equipamentos específicos (Tecnologias Assistivas) para atender as individualidades, bem como a atuação conjunta de outros profissionais na promoção da acessibilidade. Palavras chaves: Sala de Recursos Multifuncionais - Inclusão – Tecnologias Assistivas. Introdução Estudos relatam que a característica essencial da deficiência mental é um funcionamento intelectual significativamente inferior à “média”, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, segurança, auto-cuidado, trabalho, vida doméstica, lazer, autosuficiência, saúde, uso de recursos comunitários, habilidades sociais/interpessoais e habilidades acadêmicas. Funcionamento intelectual - tem como base o QI - coeficiente de inteligência, antigamente usado. Funcionamento adaptativo - refere-se ao modo como os indivíduos enfrentam efetivamente as exigências comuns da vida e o grau em que satisfazem os critérios de independência pessoal esperados de alguém de seu grupo etário, bagagem sócio-cultural e contexto comunitário específicos. O conceito de deficiência mental e inteligência acima citado é questionado por diversos autores. Um dos mais renomados consultores na área Romeu Sassaki diz que inteligência não se “mede”. Em Cuba, o Centro de Diagnóstico e Orientação, do Ministério da Educação, detecta a deficiência mental, com base no quociente de inteligência (QI), resultante de testes que foram padronizados em outros contextos. Este modelo, tradicional, se configura danoso, em que, no melhor dos casos, o QI reflete apenas 20% dos fatores determinantes do sucesso, supondo-se que os 80% restantes dependem de fatores do entorno. Daí, as dúvidas: Poderão as pessoas com deficiência mental desenvolver sua (única) inteligência? Desenvolvendo-se a (única) inteligência nas pessoas com deficiência mental, poderemos proporcionar oportunidades para estimular seu desenvolvimento e crescimento pessoal? 1 Pedagoga Especialista em Educação Especial Ênfase Deficiência Mental, Curso de Autismo, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Abordagem Teacch filado à Universidade da Carolina do Norte, EUA. Curso de Atendimento Educacional Especializado Sala de Recursos Multifuncionais, MEC, SEESP. Professora da Sala de Recursos Multifuncionais do Município de Passo Fundo e Docente da Sala de Recursos Ênfase Deficiência Mental na Escola Estadual de Ensino Médio Professora Eulina Braga. A orientação crítica ao conceito tradicional de inteligência segundo Romeu Sassaki está centrada nos seguintes pontos: A inteligência foi normalmente concebida dentro de uma visão uniforme e reducionista, como um constructo unitário ou fator geral, a concepção dominante foi que a inteligência poderia ser medida de uma forma pura, com a ajuda de um instrumento padrão, o estudo da inteligência foi realizado de uma forma descontextualizada e abstrata, com independência dos desafios, das oportunidades concretas e dos fatores situacionais e culturais, pretendeu-se que a inteligência fosse uma propriedade estritamente individual, alojada somente na pessoa, e não no entorno e nas interações com outras pessoas, com os bens ou com a acumulação de conhecimentos. No entanto devemos trabalhar com as diversas inteligências, para que nossos alunos sejam valorizados nas suas potencialidades, hoje a inteligência é um dos temas mais estudados nas mais variadas áreas, tais como: Neurologia, Ciências Cognitivas, Psicologia, Educação e Informática. O neurólogo Gardner, autor da Teoria das Inteligências Múltiplas, define a inteligência como o conjunto de habilidades que permitem resolver problemas e especifica os vários tipos de habilidades ou inteligências: inteligência verbal-lingüística, inteligência lógico-matemática, inteligência corporal-cinestésica, inteligência musical, inteligência visual-espacial, inteligência naturalista, inteligência intrapessoal e inteligência interpessoal. Segundo os estudos de Vygotsky, o desenvolvimento das crianças que possuem deficiência mental dá-se em essência da mesma forma que o desenvolvimento de crianças que não possuem essa especificidade. Neste sentido segundo as práticas educacionais inclusivas e parafraseando Mantoan, devemos trabalhar com a turma toda partindo da certeza de que as crianças sempre sabem alguma coisa, de que todo educando pode aprender, mas no tempo e do jeito que lhe são próprios. É fundamental que o professor nutra uma elevada expectativa em relação à capacidade dos alunos de progredir e não desista nunca de buscar meios que possam ajudá-los a vencer os obstáculos escolares. De acordo com Beyer (2005) “é importante frisar que ele não fazia distinção, quanto ao desenvolvimento ontogenético, entre crianças com e sem necessidades especiais”(103). Propôs na verdade que compreendamos as linhas gerais do desenvolvimento dos sujeitos que não possuem deficiências para que possamos identificar quais as peculiaridades do desenvolvimento dos sujeitos com deficiências, sendo capaz, a partir desse conhecimento, de organizar uma ação pedagógica significativa à esses alunos. Organização das salas de recursos: Nas salas de recursos, os alunos podem ser atendidos individualmente ou em pequenos grupos, sendo que o número de alunos por professor no atendimento educacional especializado deve ser definido, levando-se em conta, fundamentalmente, o tipo de necessidade educacional que os alunos apresentam. Os princípios para organização das salas de recursos multifuncionais partem da concepção de que a escolarização de todos os alunos, com ou sem necessidades educacionais especiais, realiza-se em classes comuns do Ensino Regular, quando se reconhece que cada criança aprende e se desenvolve de maneira diferente e que o atendimento educacional especializado complementar e suplementar à escolarização pode ser desenvolvido em outro espaço escolar. Freqüentando o ensino regular e o atendimento especializado, o aluno com necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos, sendo de responsabilidade da família, da Escola, do Sistema e da sociedade. A sala de recursos multifuncionais é um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais projetadas para oferecer suporte necessário aos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento. No atendimento, é fundamental que o professor considere as diferentes áreas do conhecimento, os aspectos relacionados ao estágio de desenvolvimento cognitivo dos alunos, o nível de escolaridade, os recursos específicos para sua aprendizagem e as atividades de complementação e suplementação curricular. Incluem-se, nesses grupos, alunos que enfrentam limitações no processo de aprendizagem devido a condições, distúrbios, disfunções ou deficiências. Esses alunos que, muitas vezes, não têm encontrado respostas às suas necessidades educacionais especiais no sistema de ensino, poderão ser beneficiados com os recursos de acessibilidade por meio de ajudas técnicas e de tecnologias assistivas, utilização de linguagens e códigos aplicáveis e pela abordagem pedagógica que possibilite seu acesso ao currículo. Alunos que apresentam, ao longo de sua aprendizagem, alguma necessidade educacional especial, temporária ou permanente, compreendida, segundo as Diretrizes Nacionais para a educação Especial na Educação Básica, em três grupos: - alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares: aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica ou aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências; - alunos com dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos; - alunos que evidenciem altas habilidades/superdotação e que apresentem uma grande facilidade ou interesse em relação a algum tema ou grande criatividade ou talento específico. Esse atendimento deverá ser paralelo ao horário das classes comuns e pode atender alunos com deficiência, altas habilidades/superdotação, ou outras necessidades educacionais especiais. O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do currículo dos alunos com necessidades educacionais especiais, organizado institucionalmente para apoiar, complementar e suplementar os serviços educacionais comuns. Dentre as atividades curriculares específicas desenvolvidas no atendimento educacional especializado em salas de recursos se destacam: o ensino de Libras, o sistema Braille e o soroban, a comunicação alternativa, o enriquecimento curricular, dentre outros. Esse atendimento não pode ser confundido com reforço escolar ou mera repetição dos conteúdos programáticos desenvolvidos na sala de aula, mas devem constituir um conjunto de procedimentos específicos mediadores do processo de apropriação e produção de conhecimentos. Ter uma sala de recursos multifuncionais responde aos objetivos de uma prática educacional inclusiva que organiza serviços para atendimento educacional especializado disponibilizando aos educadores novas ferramentas pedagógicas para a participação efetiva dos alunos, melhorando o aprendizado em classe regular. Atribuições do Professor da Sala de Recursos Multifuncionais: O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar, como docente, nas atividades de complementação ou suplementação curricular específica que constituem o atendimento educacional especializado; atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao currículo e a sua interação no grupo; promover as condições de inclusão desses alunos em todas as atividades da escola; orientar as famílias para o seu envolvimento e a sua participação no processo educacional; informar a comunidade escolar a cerca da legislação e normas educacionais vigentes que asseguram a inclusão educacional; participar do processo de identificação e tomada de decisões acerca do atendimento às necessidades especiais dos alunos; preparar material específico para o uso dos alunos na sala de recursos; orientar a elaboração de material didático-pedagógico que possam ser utilizados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular; indicar e orientar o uso de equipamentos e materiais específicos e de outros recursos existentes na família e na comunidade e articular, com gestores e professores, para que o projeto pedagógico da instituição de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educação inclusiva. Também, na Sala de Recursos Multifuncionais, devem estar à disposição dos alunos um arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, conseqüentemente promover vida independente e inclusão, que são chamadas de Tecnologias Assistivas. Ajudas Técnicas e Tecnologias Assistivas na sala de recursos: Para possibilitar ou facilitar o acesso à comunicação e a informação as pessoas deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que são qualquer produto, instrumento, estratégia, serviço e prática, utilizado por pessoas com deficiência e pessoas idosas, especialmente produzido ou geralmente disponível para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia à pessoa com deficiência. São Tecnologias Assistivas desde artefatos simples, como uma colher adaptada até sofisticados programas especiais de computador que visam à acessibilidade. Ás vezes a adaptação de recursos é feita de maneira natural, de acordo com a necessidade e, principalmente porque alguém se preocupou em buscar soluções rápidas que possibilitassem a inclusão. Como uma classe que teve suas pernas serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma criança cadeirante ou um mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual pudesse sentir. Estes recursos artesanais, pesquisados e desenvolvidos pelos próprios professores ou pais, podem fazer a diferença entre poder ou não estudar junto com seus colegas. As Tecnologias da Informação e da Comunicação vem se tornando, cada vez mais, instrumentos de inclusão, uma vez que viabilizam a interação do sujeito com o mundo. As Ajudas Técnicas e Tecnologias Assistivas que serão utilizadas têm que partir de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um. Pois têm a finalidade de atender o que é específico dos alunos com necessidades educacionais especiais, buscando recursos e estratégias que favoreçam seu processo de aprendizagem, habilitando-os funcionalmente na realização de tarefas escolares. O objetivo das tecnologias assistivas são proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade. Seria a tecnologia destinada a dar suporte a pessoas com deficiência física, visual, auditiva, mental ou múltipla. Esses suportes, então, podem ser uma cadeira de rodas de todos os tipos, uma prótese, uma órtese, uma série infindável de adaptações, aparelhos e equipamentos nas mais diversas áreas de necessidade pessoal (comunicação, alimentação, mobilidade, transporte, educação, lazer, esporte, trabalho e outras). Apesar do atendimento especializado ser um passo importante para garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos e as tecnologias assistivas serem ferramentas que contribuem para a acessibilidade da informação e da comunicação, não há nada tão decisivo no processo de inclusão do que o ser humano. Sua efetivação requer a eliminação de preconceitos exigindo uma mudança de atitude e atenção especial à diversidade humana. Sugestões de materiais e recursos pedagógicos que podem ser utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou até na sala de aula regular. Há uma grande variedade de materiais e recursos pedagógicos que podem ser utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou até na sala de aula regular, entre eles destacam-se: os jogos pedagógicos que valorizam os aspectos lúdicos, a criatividade e o desenvolvimento de estratégias de lógica e pensamento; os jogos adaptados, como aqueles confeccionados com simbologia gráfica, utilizada nas pranchas de comunicação correspondentes à atividade proposta pelo professor; livros didáticos e paradidáticos impressos em letra ampliada, em Braille, digitais em Libras, livros de histórias virtuais, livros falados; recursos específicos como reglete, punção, soroban, guia de assinatura, material para desenho adaptado, lupa manual, calculadora sonora, caderno de pauta ampliada, mobiliário adaptados e muitos outros. São exemplos de atividades educacionais especiais: Língua Brasileira de Sinais – Libras, Tradução e interpretação de Libras, ensino de Língua Portuguesa para surdos; Sistema Braille; orientação e mobilidade, Soroban, escrita cursiva; Estimulação/intervenção precoce (favorecer o desenvolvimento cognitivo, sensóriomotor, de linguagem e sócio-afetivo de crianças da faixa etária que vai do nascimento aos três anos de idade); Interpretação de Libras digital, tadoma e outras alternativas de comunicação; Literatura em formato digital e material didático que respeite os preceitos do desenho universal; Tecnologias Assistivas e Ajudas Técnicas; Atividades cognitivas que desenvolvam as funções mentais superiores; Enriquecimento e aprofundamento curricular Atividades de vida autônoma e social. Tratando-se especificamente de cada tipo de deficiência compete ao professor: a- Alunos com surdez: Promover o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais-Libras e o aprendizado da Língua Portuguesa, como segunda língua, de forma dialógica, instrumental e como área do conhecimento, por meio do uso de tecnologias de informação, materiais bilíngües, convivência entre alunos; complementar os estudos referentes aos conhecimentos construídos nas classes comuns do ensino regular, considerando os aspectos lingüísticos que envolve a educação. b- Alunos com deficiência mental: Realizar atividades que estimulem o desenvolvimento dos processos mentais: atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, entre outros; fortalecer a autonomia dos alunos para decidir, opinar, escolher e tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e motivações; propiciar a interação dos alunos em ambientes sociais, valorizando as diferenças e a não discriminação. c- Alunos com deficiência visual: Promover e apoiar a alfabetização e o aprendizado pelo Sistema Braille; realizar a transcrição de materiais, braille/tinta, tinta/braille; produzir gravação sonora de textos; realizar a adaptação de gráficos, mapas, tabelas e outros materiais didáticos para uso de alunos cegos; promover a utilização de recursos ópticos (lupas manuais e eletrônicas) e não ópticos (cadernos de pauta ampliada, iluminação, lápis e canetas adequadas); adaptar material em caracteres ampliados para uso de alunos com baixa visão; desenvolver técnicas e vivências de orientação e mobilidade e atividades de vida diária para autonomia e independência; desenvolver o ensino e o uso do soroban; promover adequações necessárias para o uso de tecnologias de informação e comunicação. d- Alunos com deficiência física: Orientar o manejo de materiais adaptados de comunicação alternativa (quando for o caso); vivência de mobilidade e acesso a todos os espaços da escola; atividades de vida diária que envolvam a rotina escolar; adaptação ao uso de próteses de membros superiores ou inferiores; promover o aprendizado da informática acessível, identificando o melhor recurso de tecnologia assistiva; orientar o professor quanto ao uso de metodologia da educação física adaptada. e- Alunos com dificuldades de comunicação expressiva: Garantir o suprimento de material específico de Comunicação Aumentativa e Alternativa (pranchas, cartões de comunicação, vocalizadores e outros) que atendam à necessidade comunicativa do aluno no espaço escolar; adaptar material pedagógico (jogos e livros de histórias) com simbologia gráfica e construir pranchas de comunicação temáticas, para cada atividade; habilitar os alunos para o uso de softwares específicos de Comunicação Aumentativa e Alternativa, utilizando o computador como ferramenta de voz, a fim de lhes proporcionar expressão comunicativa; realizar atividades para desenvolver os processos mentais: atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, entre outros. f- Alunos com altas habilidades/superdotação: Garantir o suprimento de materiais específicos para o desenvolvimento das habilidades e talentos; promover ou apoiar a realização das adequações, complementações ou suplementações curriculares, por meio de técnicas e procedimentos de enriquecimento, compactação ou aceleração curricular. O cronograma com os horários para o atendimento aos alunos nas salas de recursos deve ser elaborado pela escola. Alunos surdos, por exemplo, podem demandar atendimento diário nas salas de recursos, uma vez que estão em processo de aprendizagem de dois instrumentos lingüísticos: Libras e Português. Como trabalhar com a turma toda, sugestões de atividades: Construir um portifólio , pasta com toda a produção do aluno para que possa ser apreciado por ele, pela família, escola e comunidade escolar observando os avanços alcançados no decorrer do ano; Para documentar a inteligência lingüística planejamos colocar no portifólio: Observações que antecedem à redação de um texto Rascunhos preliminares de projetos de redação Melhores amostras de redação Descrições escritas de investigações Fitas de áudio de debates, discussões, processos, de resolução de problemas Relatórios finais Interpretações teatrais Listas de verificação das habilidades de leitura Fitas de áudio com leitura ou narração de histórias Amostras de quebra-cabeças resolvidos Para documentar a inteligência lógico-matemática Listas de verificação de habilidades matemáticas Melhores amostras de trabalhos de matemática Anotações de cálculos/processos de solução de problemas Relatos finais de experimentos no laboratório de ciências Fotos de projetos da feira de ciências Documentação de projetos da feira de ciências (prêmios, fotos) Materiais de avaliação piagetianos Amostras de quebra-cabeças lógicos resolvidos Amostras de programas de computador criados ou aprendidos Para documentar a inteligência espacial Fotos de projetos Modelos tridimensionais Diagramas, gráficos de fluxo, esboços e/ou mapas mentais do pensamento Amostras ou fotos de colagens, desenhos, pinturas Vídeos de projetos Mostras de quebra-cabeças visuoespaciais resolvidos Para documentar a inteligência corporal-cinestésica Vídeos de projetos e demonstrações Amostras de projetos realizados Vídeos ou outros registros da "atuação" de processos de pensamento Fotos de projetos práticos Para documentar a inteligência musical Fitas de áudio com execuções, composições e colagens musicais Amostras de partituras escritas (executadas ou compostas) Letras de raps, músicas ou rimas escritas pelo aluno Discografias compiladas pelo aluno Para documentar a inteligência interpessoal Cartas enviadas e recebidas (por exemplo, escrever para obter informações de alguém) Relates de grupo Feedback por escrito de colegas, professores e especialistas Relates de conversas professor-aluno (resumidos/transcritos) Relatos de conversas pais-professor-aluno Relatos de grupo de colegas Fotos, vídeos ou relatórios de projetos de aprendizagem cooperativa Documentação de projetos de serviços comunitários (certificados, fotos) Para documentar a inteligência intrapessoal Anotações do diário Ensaios, listas de verificação, desenhos e atividades de auto-avaliação Amostras de outros exercícios de auto-reflexão Questionários Entrevistas transcritas sobre metas e pianos Inventários de interesse Amostras de passatempos ou atividades ao a livre Gráficos de progresso mantidos pelo aluno Observações de auto-reflexão sobre o próprio trabalho Para documentar a inteligência naturalista Anotações de pesquisas de campo em estudos da natureza Registros de participação em clubes ecológicos Fotos cuidando de animais ou plantas Vídeos de demonstração de um projeto naturalista Registro de esforços voluntários em atividades ecológicas Redações sobre amor pela natureza ou animais de estimação Fotos de coleções de elementos da natureza (por ex., folhas, insetos). Demais atividades: Construção de livro sobre sua história pessoal em etapas com a participação da família, incentivando a pesquisa, entrevista, interação, a fala, trabalhando a autoestima, reconstruindo sua história e construindo sua identidade; Uso do computador como ferramenta educativa para a construção do conhecimento através de atividades desafiadoras em softwares devidamente selecionadas conforme o objetivo proposto; Jogos pedagógicos já construídos e que poderão ser construídos com o aluno com material diverso, inclusive sucata que ele mesmo trás de casa e outros recursos disponíveis na comunidade, como ponto de partida para estabelecer relações com o conhecimento; Passeio estudo em diferentes lugares e espaços coletivos da cidade ( zoológico, museu, biblioteca, praças, meios de comunicação; rádio; tv; jornal, patrimônio da cidade, eventos e outros no sentido da construção da identidade, autonomia, o exercício da cidadania. Através destas atividades será possível trabalhar várias áreas do conhecimento( o movimento, música, artes, linguagem oral e escrita, natureza, sociedade , matemática) partindo da sua experiência pessoal e das impressões que ficaram da atividade. Organizar atividades que envolvam a oralidade incentivando a freqüência á biblioteca, interpretação oral, desenhos a partir da história, descrição de gravuras, complementação de histórias, contação de histórias, relatos, música, vídeo, debate, bate papo. Dar oportunidade à expressão pessoal para expor seus conhecimentos, encorajando-o para assumir suas vontades e desejos expressando seus sentimentos. Participação em situações de leitura de diferentes gêneros feita pelos adultos, como conto, poemas, parlendas, trava-línguas etc. Organizar atividades que envolvam histórias, teatros, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e outros grupos, que envolvam o canto e o movimento, simultaneamente, possibilitando a percepção rítmica, os movimentos do corpo e o contato físico, Confecção de instrumentos musicais a partir de sucatas para exploração e identificação de elementos da música, expressar sensações, sentimentos, improvisações, composições e interpretações musicais. Produzir trabalhos de arte, utilizando a linguagem do desenho, pintura, modelagem colagem e construção para que possa se expressar, interessar-se pelas próprias produções, pelas de outras crianças e pelas diversas obras artísticas ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura. Oferecer diferentes tipos de materiais (pedaços de madeiras, tecidos, cordas, embalagens)propor alguns problemas para a criança resolver como por exemplo: construir uma ponte de modo que ela não caia, montar uma cabana, construir um barco ou outros relacionado com o interesse do aluno e objetivo proposto. Manter plantas e pequenos animais na sala para atividade de registro, observação, comparação, relações ampliando os conhecimentos acerca dos seres vivos. Construção de um terrário com a ajuda dos alunos, Organizar jogos e brincadeiras de outras épocas e de hoje para conhecer as regras observar o que mudou, saber do que eram feitas e jogar. Jogos e atividades motoras para abordar a maior diversidade possível de possibilidades como correr, saltar, arremessar, receber, equilibrar objetos, equilibrar-se desequilibrar-se, pendura-se, arrastar, rolar, escalar, quicar, bolas, bater e rebater, com diversas partes do corpo e com objetos nas mais diferentes situações. Organizar brincadeiras e atividades físicas para explorar diferentes qualidades e dinâmicas do movimento como força, velocidade, resistência e flexibilidade, conhecendo gradativamente os limites e as potencialidades do seu corpo. Elaborar projetos para articulação de diversas áreas como : projetos sobre os animais, números, coleções, cores, plantas, jogos e brincadeiras, músicas, alimentos e vários outros projetos que surgirem conforme o interesse e a realidade dos alunos. Construir uma tabela matemática onde apareçam os números usados no cotidiano do aluno (data de nascimento, altura, peso, telefone, nº da casa, do sapato, da roupa) para trabalhar com situações numéricas. Uso do calendário diariamente para noções de dia, semana, mês , ano,organizar rotina, marcar compromisso importante do grupo. Organizar situações problemas que envolvam a matemática através do cotidiano estruturados e com vários graus de dificuldades conforme necessidade do aluno e partindo do que ele sabe dando subsídios para superação. Sugestão de filmes que abordam deficiência mental O oitavo dia (síndrome de Down) Meu nome é Rádio Sempre amigos Uma lição de amor Explorar histórias que abordem as diferenças Lúcia já vou indo- O gambá que não sabia sorrir Meu amigo Down em casa Diversidade Um amigo diferente? Meu amigo Down na rua O alce Shrek Procurando Nemo Como nasce a alegria Esquema corporal: reconhecimento, nomeação , localização de partes do corpo; descolamento no espaço,... Lateralidade: dominância lateral, definição lateral Noções de espaço Seriação (do maior para menor e vice-versa), classificação (por cores, por formas, por categorias) , proporcionalidade (maior, menor, igual), seqüenciação (histórias em quadrinhos) quantificação (mais, menos, igual).... Noções de tempo Localização no tempo (calendário, dias da semana, meses do ano, relógio,...) Brincadeiras como: dizer nome de animais, flores, cores sem repetir. Mostrar: uma série de figuras, retirá-las e pedir para nomeá-las Jogo da cobra (ludo) Ditado desenho Adquirir comportamentos adequados para trabalhar em grupo Modelar com argila, massa plástica Compor painéis com os temas em estudo, recortar (com dedos, com tesoura) e colar Fazer dobraduras Jogos pedagógicos Explorar a representação simbólica através de: desenho, modelagem, recorte e colagem, dramatização Partir do concreto sem permanecer nele Desenvolver auto-cuidados (saber dar informações pessoais, cuidados com asseio pessoal, vestuário, alimentação, locomoção, segurança pessoal Educação sexual Ouvir e reproduzir histórias Envolver-se em pesquisas Produzir ritmos com instrumentos de percussão para orientar a marcha, a dança, os movimentos do corpo Escrever receitas simples (usar símbolos para medidas de colher, xícara e rótulos correspondentes aos ingredientes (farinha, açúcar, chocolate,...) Enfiar contas em um cordão, obedecendo a uma seqüência de cores Montar quebra-cabeças Montar um álbum de desenhos sobre excursão feita Ordenar quadrinhos de uma história de acordo com a seqüência lógica (gibis) Observar o efeito de cozimento sobre diversos alimentos Organizar programas de TV, discutindo temas abordados em aula Construir regras de convivência com o grupo Construir com sucatas, máscaras, fantoches, cartazes, cenários Visitar espaços da comunidade Ler e escrever textos de acordo com a hipótese construída para a escrita (pré-silábica, silábica, silábica-alfabética ou alfabética). Freqüentar bibliotecas, escolher livros Realizar tarefas em computador Ler e comentar notícias de jornais Ouvir poesias Escrever poesias, músicas Assistir filmes e comentá-los Vivenciar exercícios de expressão corporal Utilizar o espaço de diferentes formas, para perceber os limites de seu próprio corpo, conscientizando-se do próprio espaço e o dos outros Dançar com o grupo compondo coreografias espontâneas ou ensaiadas Participar das atividades da classe, respeitando as peculiaridades do educando com deficiência mental Proporcionar ao aluno o conhecimento do seu corpo, levando-o a usa-lo como instrumento de expressão consciente na busca de sua independência e na satisfação de suas necessidades; Fortalecer a autonomia dos alunos para decidir, opinar, escolher e tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e motivações; REFERÊNCIAS: ALVES, Denise de Oliveira. Sala de Recursos Multifuncionais: espaços para atendimento educacional especializado. Brasília, 2006. 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