49676 Quarta-feira 7 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL O SR. PRESIDENTE (César Borges. Bloco/PR – BA) – As propostas de emenda à Constituição que acabam de ser lidas estão sujeitas às disposições constantes dos arts. 354 e seguintes do Regimento Interno. As matérias vão à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. O SR. PRESIDENTE (César Borges. Bloco/PR – BA) – A Presidência recebeu o Aviso nº 55, de 2009 (nº 85/2009, na origem), do Banco Central do Brasil, encaminhando, nos termos do inciso II do art. 7º da Lei nº 9.069, de 1995, o demonstrativo das emissões do real referente ao mês de agosto de 2009, as razões delas determinantes e a posição das reservas internacionais a elas vinculadas. A matéria vai à Comissão de Assuntos Econômicos. O SR. PRESIDENTE (César Borges. Bloco/PR – BA) – A Presidência recebeu o Aviso nº 56, de 2009 (nº 314/2009, na origem), do Ministro da Fazenda, encaminhando, nos termos do art. 41 da Resolução nº 43, de 2001, do Senado Federal, o relatório com as operações de crédito analisadas no âmbito daquela Pasta, no mês de agosto, a tabela demonstrativa da Dívida Consolidada Líquida dos Estados e do Distrito Federal e a relação entre a Dívida Consolidada Líquida e a Receita Corrente Líquida dos Municípios. O Ministro esclarece que os dados relativos às dívidas consolidadas dos Estados foram extraídos dos Relatórios de Gestão Fiscal dos entes da Federação, em cumprimento à Lei Complementar nº 101, de 2000. A matéria vai à Comissão de Assuntos Econômicos. O SR. PRESIDENTE (César Borges. Bloco/PR – BA) – Os Srs. Senadores Gerson Camata, Alvaro Dias, Sérgio Guerra e Flexa Ribeiro enviaram discursos à Mesa, que serão publicados na forma do disposto no art. 203 do Regimento Interno. S. Exªs serão atendidos. O SR. GERSON CAMATA (PMDB – ES. Sem apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, foi numa segunda-feira, 15 de setembro do ano passado, que o Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, especializado em grandes e complexas operações, entrou em colapso. Instituição com 158 anos de existência, sua quebra foi um marco da crise financeira que se alastrou pelo planeta. O pânico se espalhou e, num efeito dominó, a instabilidade predominou nas bolsas de todo o mundo. Entre outras conseqüências, os grandes bancos de investimentos que dominavam Wall Street desapa- Outubro de 2009 receram, absorvidos por outros, ou foram salvos por injeções de dinheiro do governo federal. A impressão inicial, naquele dia, era de que assistiríamos a uma reprise da Grande Depressão, a crise de 1929, que persistiu ao longo de toda a década de 1930 e só terminou com a Segunda Guerra Mundial. Seria, como ela, um longo e tenebroso período de recessão econômica, com fechamento de bancos, indústrias e comércio, e elevação drástica das taxas de desemprego. Transcorrido um ano, as previsões concretizaramse apenas em parte, felizmente. Depois de se recusarem a socorrer o Lehman Brothers, o governo e o Federal Reserve, o banco central americano, deram-se conta do erro e recorreram a injeções de capital nos mercados, compra de ações de entidades bancárias, garantias aos depósitos em contas monetárias e outras intervenções públicas. A decisão de permitir a falência do Lehman causou uma paralisação quase fatal nos mercados de capital mundiais, forçou os governos norte-americano e dos países europeus a liberarem trilhões de dólares para o sistema financeiro e mudou permanentemente a feição do setor bancário. Um ano depois, sinais de recuperação estão à vista. Mas o perigo não passou, tanto que o presidente Barack Obama julgou necessário lançar uma advertência a Wall Street no dia do primeiro aniversário do fim do Lehman Brothers. Para ele, há quem, no setor financeiro, esteja ignorando as lições do passado recente e ensaiando um retorno aos maus hábitos. “Nós não vamos voltar à era de comportamento irresponsável e excessos que originaram essa crise”, afirmou o presidente norte-americano. A advertência incluiu o aviso de que as instituições financeiras não devem esperar que o contribuinte americano resgate novamente os bancos. A verdade é que, apesar da lição tão recente, muitas instituições bancárias retomaram a prática de oferecer investimentos de alto risco, fazendo girar novamente a roleta do cassino em que havia se transformado a economia dos Estados Unidos até 2008. São hipotecas de alto risco e derivativos exóticos, os mesmos que se transformaram em “ativos podres” naquela época, e levaram ao fundo pesos-pesados do mercado bancário. O furacão que devastou esse mercado nos Estados Unidos deixou um rastro de destruição, o que justifica a advertência de Obama. Mais de uma centena de bancos médios e pequenos fecharam, e ainda existem 415 em situação difícil. Quanto aos grandes bancos, são estes que, salvos pelas injeções governamentais,