POTENCIAL AMILOLÍTICO DE BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS DE

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V Congresso Estadual de Iniciação Científica e Tecnológica do IF Goiano
IF Goiano- Campus Iporá
21 a 23 de setembro de 2016
POTENCIAL AMILOLÍTICO DE BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS DE
Anacardium othonianum Rizzini
MARQUES, Vinícius de Oliveira1; FARIA, Paula Sperotto Alberto2; SOUCHIE, Edson Luiz3;
CABRAL, Juliana Silva Rodrigues4; SANTANA, João das Graças5; SALES, Juliana de
Fatima3.
Estudante de Iniciação Científica – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Rio Verde GO. [email protected]; 2Colaborador - Universidade Federal de Goiás – Goiânia – GO; 3Colaborador Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Rio Verde; 4Colaborador - Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; 5Orientador - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano
– Campus Rio Verde. [email protected].
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RESUMO: Os micro-organismos representam uma importante fonte de produtos naturais que podem ser
soluções biotecnológicas. Esses organismos produzem enzimas que exercem papel importante em processos
industriais com alto valor econômico agregado ou ambientalmente desejado. Assim objetivou-se com este
trabalho avaliar o potencial amilolítico de bactérias endofíticas de Anacardium othonianum Rizzini. As 24
cepas bacterianas com DO ajustada a 0,6 foram inoculadas em placas de ágar amido em triplicata e mantidas
em estufa bacteriológica a 28 °C por 72h. Em seguida foi adicionado 3 ml de solução de lugol por placa e a
produção da enzima amilase foi detectada pela descoloração do meio em torno da colônia, devido à hidrólise
do amido. As cepas com maior potencial de síntese de amilase foram: Bacillus cereus Bac116, Bacillus
megaterium Bac165, Paenibacillus vortex Bac123 e Stenotrophomonas maltophilia Bac11. Conclui-se que
bactérias endofíticas de A. othonianum tem capacidade de sintetizar amilase.
Palavras-chave: Caju-de-árvore-do-cerrado, biotecnologia, amilase.
INTRODUÇÃO
Os micro-organismos que vivem dentro
da planta sem causar danos visíveis ou alterações
morfológicas no seu hospedeiro são conhecidos
como endofíticos (BULGARELLI et al., 2013).
Há um interesse crescente nestes microorganismos, pois podem atuar como promotores
do
crescimento
vegetal,
promovendo
solubilização de fósforo, síntese de sideróforos,
fitormônios e enzimas (SANTOYO et al., 2016).
As enzimas estão envolvidas em
processos como a decomposição de moléculas
complexas em unidades menores, que podem
estimular o crescimento das plantas (SANTOS &
VARAVALLO, 2011). A especificidade das
enzimas faz com que cada substrato tenha uma
enzima respectiva. No caso do amido, principal
polissacarídeo de reserva dos vegetais, é
degradado por enzimas amilolíticas (BRADER et
al., 2014). A aplicação de bactérias na produção
de amilase, que está entre as mais importantes
enzimas industriais, pode resultar em produtos
biotecnológicos, para serem utilizados na
sacarificação do amido e indústrias de alimentos,
fermentação, papel e têxtil (MONTEIRO &
SILVA, 2009).
Objetivou-se com este trabalho avaliar o
potencial amilolítico de 24 bactérias endofíticas
de Anacardium othonianum Rizzini.
MATERIAL E MÉTODOS
As 24 cepas de bactérias endofíticas
isoladas de A. othonianum foram cultivadas em 7
mL de caldo nutriente (3g L-1 de extrato de carne
e 5g L-1 de peptona) por 24 horas, a 30ºC, sob
agitação constante (90 rpm). Posteriormente, 100
µl de cultura bactéria ajustada a 0,6 DO foram
inoculados em triplicata em placas contendo meio
de cultura ágar amido (15 g L-1 de agar e 2g L-1 de
amido solúvel) e mantidas em estufa
bacteriológica a 28 °C por 72h. Em seguida foi
adicionado 3 mL de solução de lugol por placa.
Após cinco minutos, a produção da enzima
amilase foi detectada pela descoloração do meio
em torno da colônia, devido à hidrólise do amido,
conforme descrito por Coon et al. (1957).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A síntese de amilase foi detectada pela
mudança de coloração do meio (Figura 1).
Figura 1 – Síntese de amilase em meio Agar
amido por Bacillus cereus Bac116.
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Foi observado 4 cepas com capacidade de
síntese de amilase sendo: Bacillus cereus Bac116,
Bacillus megaterium Bac165, Paenibacillus vortex
Bac123 e Stenotrophomonas maltophilia Bac11
(Tabela 1).
Tabela 1 – Síntese de amilase por bactérias
endofíticas de Anacardium othonianum Rizzini.
Cepas
Amilase
Acinetobacter calcoaceticus Bac53
-*
Acinetobacter oleivorans Bac52
-
Acinetobacter pitti Bac78
-
Acinetobacter sp Bac109
-
Bacillus cereus Bac116
+
Bacillus licheniformis Bac124
-
Bacillus megaterium Bac165
+
Bacillus mycoides Bac160
-
Bacillus pumilus Bac93
-
Brevibacillus agri Bac199
-
Burkholderia nodosa Bac17
-
Citrobacter farmeri Bac12
-
Enterobacter cloacae Bac176
-
Enterobacter oryza Bac224
-
Enterobacteriaceae bacterium Bac172
-
Klebsiella pneumoniae Bac56
-
Lysinibacillus sphaericus Bac161
-
Paenibacillus vortex Bac123
+
Pantoea agglomerans Bac131
-
Pseudomonas denitrificans Bac55
-
Rhizobium tropici Bac117
-
Serratia marcescens Bac252
-
Stenotrophomonas nitritireduce Bac236
-
Stenotrophomonas maltophilia Bac11
+
*
(+) Presença e (-) ausência de síntese enzimática.
A síntese de amilases pelos gêneros
Bacillus (DAHIYA et al., 2015), Paenibacillus
(RAJESH et al., 2013) e Stenotrophomonas
(CASTRO et al., 2014) em meios de cultivo
contendo amido como fonte de carbono tem sido
descrita por diversos autores. Demonstrando que
esses isolados são candidatos, quanto à utilização
como produtos biotecnológicos na produção de
enzimas de interesse industrial.
CONCLUSÃO
Bacillus cereus Bac116, Bacillus megaterium
Bac165, Paenibacillus vortex Bac123 e
Stenotrophomonas maltophilia Bac11, são as
bactérias endofíticas de A. othonianum com maior
potencial amilolítico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRADER, G., COMPANT, S., MITTER, B.,
TROGNITZ, F., & SESSITSCH, A. Metabolic
potential of endophytic bacteria. Current opinion
in biotechnology, v. 27, p. 30-37, 2014.
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S., VAN THEMAAT, E. V. L., & SCHULZELEFERT, P. Structure and functions of the
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plant biology, v. 64, p. 807-838, 2013.
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SANTOS, T. T.; VARAVALLO, M. A.
Aplicação de microrganismos endofíticos na
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interesse
econômico.
Semina:
Ciências
Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 32, n. 2, p.
199-212, 2011.
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