Abordagens da gestão do risco sob a perspectiva da segurança do paciente e da qualidade em serviços de saúde Eduardo Hage Carmo Assessor – Dimon/Anvisa Brasilia, 15 de maio de 2013 Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Vigilância sanitária Conceito e escopo Conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Lei Orgânica da Saúde, 1990. Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Sistema Nacional de Vigilância Sanitária Art. 8º Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos1 e serviços2,3 que envolvam risco à saúde pública. 1. Medicamentos, alimentos, cosméticos, saneantes, insumos diagnósticos, equipamentos e materiais, imunobiológicos, sangue e hemoderivados, orgãos e tecidos humanos para transplante e, produtos radioativos utilizados em diagnósticos e terapia, produtos fumígeros, quaisquer produtos obtidos por engenharia genética ou outro procedimento. 2. atenção ambulatorial, regime de internação, apoio diagnóstico e terapêutico, que impliquem a incorporação de novas tecnologias. 3. aqueles relacionados com as atividades de portos, aeroportos e fronteiras e nas estações aduaneiras e terminais alfandegados, serviços de transportes aquáticos, terrestres e aéreos Lei 9.782, 1999 Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Iniciativas Estratégicas da Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Iniciativa 12 – Implantação de Sistema de Gestão de Risco Sanitário Elaborar alinhamento conceitual sobre Risco Sanitário com base em normas e referenciais existentes. Levantar práticas e metodologias de Vigilância Sanitária para a identificação, avaliação e classificação de riscos sanitários. Propor processo de identificação, avaliação e classificação de riscos sanitários. Identificar, definir e implementar soluções para sistematizar informações de fontes diversas, ampliando a capacidade de busca de informações estratégicas. Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Iniciativa 12 – Implantação de Sistema de Gestão de Risco Sanitário Estabelecer processos de trabalho integrados incluindo o tratamento do risco (efetividade da ação) e a avaliação de impacto da intervenção. Realizar levantamento das competências necessárias para a execução de processos de trabalho de gerenciamento de riscos uniformes Construir modelo de gerenciamento de risco para o SNVS Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Iniciativa 12 – Implantação de Sistema de Gestão de Risco Sanitário Estabelecer painel/sala de situação na Anvisa integrada à rede CIEVS (rede de alerta e resposta do Ministério da Saúde). Implantar estruturas e processos da Anvisa, especializada em emergências e crises relativas a produtos e serviços sob VISA, integrados ao sistema CIEVS Estabelecer os processos para comunicação do risco sanitário Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Iniciativa 10 – Ampliação do acesso seguro a produtos e serviços sujeitos à Visa, por meio da intensificação das ações de pré e pós uso Desenvolver um sistema de informação notificações de IRAS e Resistência Microbiana para Desenvolver instrumentos, fluxos e mecanismos para captação de notificações relacionadas a Eventos Adversos em serviços de saúde Desenvolver metodologia e ferramentas para monitoramento do risco sanitário em serviços de saúde a partir da avaliação de indicadores estabelecidos na regulamentação a se iniciar pelo monitoramento da qualidade das mamografias Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa Abordagem estabelecida na Anvisa – gestão do risco Existem práticas em vigor de abordagem do risco para diferentes processos, etapas e objetos de VISA gestão do risco, gerenciamento de risco, avaliação do risco Existem também instrumentos desenvolvidos, especialmente para determinação do risco (por exemplo, sistemas de informação) Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa Em execução • Capacitações em gestão do risco – ANVISA, A. Einstein • Mapeamento das concepções, práticas e metodologias na abordagem do risco no âmbito da Anvisa - questionário • Definição das necessidades para implantação de estrutura e processos para gerenciamento de emergências relacionadas à vigilância sanitária – articulação com CIEVS/SVS • Revisão dos procedimentos para comunicação de risco em situações de emergências Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa Em execução • Proposta de Resolução que Institui as ações de vigilância sanitária para segurança do paciente em serviços de saúde • Propostas de Protocolos do Programa Nacional de Segurança do Paciente Protocolo para prática de higiene das mãos em serviços de saúde Protocolo para prevenção de úlcera por pressão Protocolo para cirurgia segura Protocolo para prevenção de quedas Protocolo de identificação do paciente Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa O que é necessário fazer • identificação, avaliação e classificação de riscos • tratamento dos riscos • monitoramento e avaliação • comunicação de risco Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Identificação, avaliação e classificação de riscos Revisão de fontes e sistemas de informação existentes Identificação de outras fontes – formais e informais Definição de parâmetros, indicadores e metas para avaliação de riscos Utilização de procedimentos padronizados para classificação de riscos Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Revisão de fontes e sistemas de informação FONTES DE DADOS NÚMERO DE INDICADORES Sistemas informatizados da ANVISA 16 Planilha eletrônica 8 Sistemas informatizados de outros orgãos 10 Dot project (Software livre Anvisa) 10 Relatórios/documentos/atas 19 Sites 6 Sem informação 17 Total 86 Fonte: Plano de ação Anvisa 2012-2015 Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Identificação de outras fontes – formais e informais Proposta de Resolução que institui as ações de vigilância sanitária para segurança do paciente em serviços de saúde Art. 12 A notificação dos eventos adversos associados à assistência à saúde deve ser realizada mensalmente pelo NSP, até o 15º dia útil do mês, por meio de ferramenta eletrônica disponibilizada pela Anvisa. Parágrafo 1 – Os eventos adversos associados à assistência à saúde e relacionados ao uso de medicamentos, artigos e equipamentos médicohospitalares, produtos para diagnóstico de uso in vitro; sangue ou componentes e saneantes devem utilizar o sistema eletrônico NOTIVISA ou outro que venha substituí-lo Parágrafo 2- Os eventos adversos mencionados no caput deste artigo que evoluírem para o óbito devem ser notificados em até 24 horas a partir do ocorrido. Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Identificação de outras fontes – formais e informais RUMOR DETECTADO Realizar checagem da informação em sites oficiais (OMS, Europa, Pais) Informação está confirmada pelo órgão? Sim Não AVALIAR O EVENTO PELA ÓTICA NACIONAL: GOVERNABILIDADE: capacidade de intervenção ou ação sobre o evento, tem casos no país ou está relacionado de algum modo ao Brasil GRAVIDADE: consequências do evento (letalidade, taxa de hospitalização etc.) MAGNITUDE: dimensão do evento (incidência, a prevalência etc.) SEVERIDADE: frequência de sequelas e letalidade TRANSCENDÊNCIA: relevância social, importância, reconhecimento da população ao evento e desejo da comunidade de resolver o problema. VULNERABILIDADE: a permeabilidade à intervenção, a condição de modificação do processo, do quadro, conforme a capacidade científica e técnica de intervenção. Consultar o IHR/PAHO Diante da resposta Considera relevante para a saúde pública nacional? Sim Registrar na apresentação do CME avaliação Agênciacom Nacional de Vigilância Sanitária Não Fonte: Cievs/SVS Descartar www.anvisa.gov.br Definição de parâmetros, indicadores e metas para avaliação de riscos Indicador - Densidade de incidência de infecção primária da corrente sanguínea (IPCS) nos hospitais sentinelas Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Definição de parâmetros, indicadores e metas para avaliação de riscos Protocolo para prevenção de úlcera por pressão % Pacientes submetidos à avaliação de risco para UPP na admissão % Pacientes de risco recebendo cuidado preventivo apropriado para UPP % Pacientes recebendo avaliação diária para risco de UPP Incidência de UPP Protocolo para prevenção de quedas Índice de quedas [(nº de eventos / nº de pacientedia)*1000] Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Utilização de procedimentos padronizados para classificação de riscos Características do evento Magnitude, gravidade Evento inusitado ou inesperado Número de pessoas afetadas ou sob risco Abrangência – territorial, estabelecimentos envolvidos Complexidade de fatores envolvidos Necessidade de adoção de medidas imediatas evento – emergência risco iminente Existem guias? Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa O que é necessário fazer • identificação, avaliação e classificação de riscos • tratamento dos riscos • monitoramento e avaliação • comunicação de risco Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa O que é necessário fazer Tratamento do risco • Características do evento • Existência e disponibilidade de medidas efetivas “eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde” • Medidas reativas ou proativas • Nível de atuação sobre o evento Estabelecimento de saúde, VISA, ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa O que é necessário fazer • identificação, avaliação e classificação de riscos • tratamento dos riscos • monitoramento e avaliação • comunicação de risco Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa O que é necessário fazer Monitoramento e avaliação • Definição de estratégias para monitoramento • Indicadores – os mesmos utilizados na avaliação? • Compartilhar intervenções Agência Nacional de Vigilância Sanitária experiências de avaliação das www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa O que é necessário fazer • identificação, avaliação e classificação de riscos • tratamento dos riscos • monitoramento e avaliação • comunicação de risco Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Abordagem do risco na Anvisa O que é necessário fazer Comunicação de risco • características do evento • medidas existentes e adotadas • percepção do risco • definição da estratégia de comunicação • definição do instrumento alerta, comunicado, informe Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Fonte: Fernandes, T. M., 1999. Vacina Antivariólica: ciência, técnica e o poder dos homens. 1808-1920. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz. 104p. Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Obrigado [email protected] Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br