CAMPUS GUARUJÁ Qualidade de vida para pacientes renais

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SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIENCIAS INTEGRADAS DA
UNAERP – CAMPUS GUARUJÁ
Qualidade de vida para pacientes renais crônicos: os
benefícios da cinesioterapia vinculada ao convívio social em
ambiente de hemodiálise
Nazareti Pereira Ferreira Alves
Professora do curso de Fisioterapia – UNAERP – Guarujá [email protected]
Professora do curso de Fisioterapia – Faculdade do Clube Náutico Mogiano
Jéssica Liara Felicio de Andrade
Aluna do 8º Semestre do Curso de Fisioterapia da Faculdade do Clube Náutico
Mogiano - [email protected]
Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee
Resumo
O exercício físico pode reduzir e reverter o descondicionamento
progressivo que caracteriza a evolução da insuficiência renal crônica,
melhorando sua qualidade de vida, aspectos sociais, pessoais e familiares. O
presente estudo visou verificar os efeitos que exercícios terapêuticos
realizados durante a hemodiálise pode proporcionar para melhora da
qualidade de vida, diminuição de dor e das manifestações clínicas presentes
em pacientes renais crônicos. Participaram da pesquisa 9 voluntários com
diagnóstico de Insuficiência Renal Crônica que estão em tratamento em um
Instituto de Nefrologia do Alto Tietê.Foi aplicado no pré e pós tratamento, um
questionário para avaliação de qualidade de vida SF-36. A pesquisa foi
realizada durante 10 sessões, três vezes por semana, com duração de vinte
minutos para cada paciente durante as duas primeiras horas de diálise,
onde os pacientes encontram-se em ambientes de convívio com outros
indivíduos portadores de doença renal crônica e profissionais da área da
saúde. Conclui- se que realizar exercícios durante a diálise aumenta a
qualidade de vida dos pacientes contribui para mais fácil aderência ao
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exercício, agindo como uma intervenção eficiente dando motivação em um
ambiente monótono e leva a maior efetividade da diálise.
Palavras- chave: Exercícios Terapêuticos, Qualidade de Vida, Reabilitação.
Seção 4 – Fisioterapia – Trabalho de Conclusão de Curso
Apresentação – Pôster
1 Introdução
1.1 Insuficiência Renal Crônica
Schor, Srougi (1998), descrevem que os rins são responsáveis pela
eliminação de líquidos, solutos e produtos não viáveis ao organismo
como a uréia, o acido úrico, sulfatos e fósforos.
Os mesmos autores afirmam que outra função dos rins é a
conservação de substancias essências para a sobrevivência, como a
água, aminoácidos, açúcar, eletrólitos como sódio, potássio, bicarbonato
e cloreto. Dessa forma o rim deve ser entendido como um órgão
regulatório, que excreta e conserva água, contribuindo de maneira vital
para a preservação do equilíbrio interno do organismo.
Segundo Cunha et al; (2009) na insuficiência renal crônica ocorre
lesão nos rins onde há perda progressiva e irreversível da função renal,e
isso leva a perda da capacidade de manter o equilíbrio metabólico e
hidroeletrólitico.
Deteriorações musculares, fraqueza, emagrecimento, fadiga, edema,
alterações pulmonares, repercussões familiares e sociais, são
complicações que podem ocorrer no paciente com Insuficiência Renal
Crônica devido ao tratamento hemodialítico, alterando assim a qualidade
de vida (BASTOS et al; 2007).
Para Barros, (2010) a doença renal crônica é um problema de saúde
pública em todo o mundo se trata de uma doença progressiva, que
decorre da perda das funções renais, impedindo a eficaz eliminação de
resíduos metabólitos pelo organismo.
1.2 Hemodiálise
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De acordo com Thomas e Alchieri (2005), a hemodiálise, enquanto um
procedimento de apoio à função renal, consiste na remoção de substâncias
tóxicas e excesso de líquido por uma máquina de diálise, em um
procedimento cuja duração leva entre 2 e 4 horas, exigindo que o paciente se
desloque para a unidade de tratamento 3 vezes na semana.
Os presentes autores ainda referem que a dificuldade de adaptação do
paciente pode ser verificada logo no início do tratamento, pois já se trata de
uma situação em que a ansiedade se faz presente.
Martins, Cesarino, (2005) relatam que o tratamento hemodialítico é
responsável por um cotidiano monótono e restrito, e as atividades desses
indivíduos são limitadas após o início do tratamento, favorecendo o
sedentarismo e a deficiência funcional, que refletem diretamente em suas
AVD´S.
Sabe-se que o tratamento do paciente com insuficiência renal crônica,
por meio do tratamento dialítico, tem como objetivo aumentar a sobrevida,
mas também deve almejar a reabilitação, e com isso as atenções começaram
a se voltar para uma terapêutica que vise à melhora da qualidade de vida do
paciente renal crônico, como um fator relevante no cenário da terapêutica
renal, e não apenas a extensão da sua vida, (MARTINS, CESARINO, 2005).
De acordo com, Ochiro, Sannomiya, Soares, (2001), embora os
benefícios da hemodiálise sejam inquestionáveis, muitas complicações
podem ocorrer durante esse procedimento. As complicações mais comuns
ordenadas crescentemente são febre e calafrios, prurido, dor lombar, dor
torácica, cefaléia, náuseas e vômitos, câimbras e a hipotensão arterial
De acordo com a matéria apresentada na Revista do CREFITO-RS,
Pereira (2010) afirma que é de conhecimento de todos que as Doenças
Renais Crônicas levam a repercussões em todos os sistemas do corpo
acarretando descondicionamento físico e prejuízo na qualidade de vida.
O mesmo autor relata ainda que os pacientes submetidos à hemodiálise
apresentam problemas de mobilidade, fraqueza, câimbras, dores
musculares, dores articulares e distúrbios em membros inferiores.
Diante de tais comprometimentos, observa-se a necessidade da
introdução de exercícios físicos de forma terapêutica a fim de buscar e
oferecer melhora da qualidade de vida dos mesmos.
Considerando a afirmativa de Bastos et al; (2007) ao dizer que a
realização de exercícios durante as sessões de Hemodiálise traz vantagens
adicionais como maior aderência ao tratamento, conveniência de horário,
redução da monotonia do processo de diálise e facilidade de
acompanhamento médico.
Segundo os mesmos autores, programas de exercícios para pacientes
com Doença Renal Crônica em diálise constituem em um método seguro, de
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fácil aplicação, contribui para o controle pressórico, para o aumento da
capacidade funcional, melhora da função cardíaca, melhora da força
muscular e, conseqüentemente, melhora da qualidade de vida.
Abreu et al; (2006) afirmam em seus estudos uma melhora da força da
musculatura flexora das mãos em ambos os membros e da musculatura
respiratória, bem como no consumo máximo de oxigênio (VO2max) e
diminuição da pressão arterial sistólica (PAS) de repouso após um programa
de treinamento por exercícios.
2. Método
Participaram do estudo 9 voluntários de ambos os gêneros com idade
variando de 30 a 80 anos ,que realizam tratamento hemodialítico em uma
Instituição de Nefrologia do Alto Tiete.
Solicitou-se autorização para o Instituto de Nefrologia para que o
responsável permitisse a realização da pesquisa em suas dependências. Foi
utilizado um termo de Consentimento Livre e Esclarecido para que os
voluntários aceitassem participar voluntariamente da pesquisa e autorizasse
a utilização dos dados coletados, um questionário genérico para avaliar
qualidade de vida Medical Outcomes Survey 36 Item Short-form Study (SF36), aplicado no inicio do tratamento e após tratamento. As sessões eram
realizadas três vezes na semana totalizando dez sessões, sendo que o tempo
de cada sessão era de vinte minutos para cada paciente realizados sempre
durante as duas primeiras horas de diálise. As técnicas aplicadas foram
embasadas na cinesioterapia, ou seja, terapia por meio de movimentos,
utilizando recursos como alongamentos, mobilizações passivas e ativas e
fortalecimento muscular, que foram selecionados de acordo com as
necessidades e limitações de cada paciente.
3. Resultados
Após a aplicação do questionário SF-36, que tem por finalidade avaliar
a qualidade de vida, e que avalia os seguintes domínios: Estado Geral,
Vitalidade, Aspectos Sociais, Limitação por aspectos Emocionais e Saúde
Mental, apresentaremos os gráficos cujos resultados apresentam-se mais
expressivos.
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O paciente 1 no pré- tratamento apresentou 74 pontos de dor
diminuindo para 52 pontos. Já o paciente 2 apresentou 62 de pontuação
no pré , e 52 pontos pós- tratamento. Os pontos na avaliação do paciente
3 foram de 84 no pré e diminui para 51 pontos no pós . Houve grande
evolução no paciente 4 de 74 pontos na avaliação e 31 pontos na
reavaliação. O paciente 5 apresentou 74 pontos no pré tratamento e 41
no pós tratamento. O paciente 6 obteve 84 pontos na avaliação
diminuindo para 62 no pós atendimento. A pontuação do paciente 7 caiu
de 64 antes do tratamento para 31 após o tratamento. O paciente 8
iniciou o tratamento com 54 pontos e encerrou com 51 pontos. Já o
paciente 9 apresentou 74 de pontuação no pré atendimento, caindo para
41 no pós atendimento.
O paciente 1 permaneceu com pontuação 66,6 no inicio e no final do
tratamento sobre as Limitações por Aspectos Emocionais. O paciente 2
evoluiu de 66.6 pontos no pré tratamento para 100 no pós tratamento. Já o
paciente 3 permaneceu com 33.3 no pré e pós atendimento. O paciente 4
passou de 0 pontos na avaliação e encerrou com 33.3 pontos na reavaliação.
O paciente 5 permaneceu com pontuação de 100 do inicio ao fim do
atendimento. No pré tratamento os pacientes 6,8 e 9 obtiveram 33.3 pontos
no pré tratamento e no pós tratamento 66.6 pontos. O paciente 7 evoluiu
com pontuação 0 inicial e 66.6 ao final do tratamento
4. Conclusão
A qualidade de vida de pacientes renais crônicos é bastante prejudicada.
Contudo, As intervenções fisioterapêuticas realizadas no grupo de pacientes
submetidos a tratamento hemodialítico pode ser um recurso para minimizar
as complicações que podem ocorrer durante as sessões de hemodiálise.
Em relação aos domínios, pode-se observar melhora significativa nos
domínios sobre aspectos emocionais e dor.
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Sugere-se que a cinesioterapia aplicada aos pacientes renais crônicos
durante sessão de hemodiálise pode ter contribuído para melhora da
qualidade de vida dos mesmos.
5. Referências
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