PACIENTE RENAL CRÔNICO EM TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE: ALEXITIMIA E ADESÃO Tânia Rudnicki A doença renal crônica, enfermidade de instalação lenta, gradativa e irreversível da função renal, leva o indivíduo à limitações físicas, sociais e emocionais. Aspectos estes que dificultam sua adaptação e adesão ao tratamento dialitico, podendo acentuar características de afeto e comportamento. Estudos sobre aspectos emocionais de pacientes em hemodiálise apontam que eles compõem um grupo especial entre os portadores de doenças crônicas. Um dos aspectos, frequentemente prejudicial à obtenção dos resultados pretendidos com a terapêutica, é a não adesão à prescrição médica, tendo em vista que os portadores de doenças crônicas são potenciais candidatos ao seguimento inadequado da terapêutica. Dentre as alterações e patologias relacionadas às emoções em pacientes renais em hemodialise, destaca-se a alexitimia e a sintomatologia depressiva, que podem influenciar no diagnóstico, prognóstico e na forma de reação do enfermo à modalidade de tratamento da doença. Neste trabalho foi avaliado o grau de depressão e de alexitimia em 121 pacientes renais crônicos em tratamento de hemodiálise. Utilizou-se o Inventário de Depressão de Beck (BDI) e a Escala de Alexitimia de Toronto (TAS). Ao se fazer o cruzamento, verificou-se uma fraca correlação entre as variávies, não se encontrou associação entre depressão e alexitimia (P= 0, 184). O índice de pacientes com depressão mínima a leve foi alto (81%), comprovando dados encontrados em outros estudos sobre o tema. A prevalência de enfermos com alexitimia foi de 47%, sendo que a avaliação e identificação destes aspectos possibilitam um melhor entendimento e compreensão do doente renal, auxiliando para melhorar o atendimento psicológico, tornando-o mais adequado visando a adesão frente ao tratamento indicado.