LIMITES E POSSIBILIDADES DO BRINCAR NO CONTEXTO HOSPITALAR COM CRIANÇAS PORTADORAS DE DOENÇA RENAL CRÔNICA: A LINGUAGEM LÚDICA EM FOCO Autoras: Daniela Cristina Madeira, Samira Fiorezi Jajbhay, Maria Cristina de Oliveira Regina Palavras-chave: Hemodiálise, desenvolvimento, atividade lúdica. Introdução: A doença renal crônica ou aguda caracteriza-se pelo acumulo de substâncias tóxicas decorrente do mau funcionamento do rim, que pode conduzir a falência do órgão. Tal, desequilíbrio produz edema. Em decorrência dos níveis de substâncias não filtradas observa-se a alteração de muitos aspectos orgânico. Conforme o estágio da doença renal há a necessidade de hemodiálise e/ ou transplante. Existe também estudos indicando a incidência de co-morbidades associado a terapêutica da diálise como: “doenças cardiovasculares, hipertensão arterial sistêmica, anemia, susceptibilidade a infecção, elevada prevalência de infecção pelo vírus da hepatite tipo B e C, doenças ósseas, desnutrição, entre outras” (BARBOSA, 2006). Há também os riscos associados às disfunções hepáticas, afora atrasos no crescimento tanto físico como social e psicológico. O presente trabalho acontece dentro do ambulatório infantil de hemodiálise do Hospital das Clínicas de Campinas, onde ocorrem intervenções semanais através de jogos, brincadeiras e “contação” de estórias, por meio dos quais prioriza-se uma escuta sensível durante o tratamento das crianças, incluindo escuta dos pais, se necessário. Objetivo: O objetivo do trabalho é analisar mediante a atividade lúdica, que é oferecida às crianças, ainda em desenvolvimento, as estratégias mais adequadas para facilitar este processo, que pode ser prejudicado devido às limitações imposta pela doença. Metodologia: As intervenções são realizadas por uma aprimoranda em psicologia e uma discente do curso de pedagogia. Este projeto se estrutura por meio de supervisões semanais, para que se possam analisar os aspectos mais relevantes, bem como repensar práticas referente a esta práxis. Resultados: O espaço do brincar tem-se mostrado relevante no momento da diálise. Apesar das restrições decorrentes da terapêutica, o lúdico no contexto hospitalar exerce a função de melhorar a forma de lidar com conteúdos angustiantes, implicados em uma situação de doença crônica, oportunizando socialização com seus pares através dos jogos, facilitando a aprendizagem e a elaboração de situações vivenciais difíceis neste ambiente. Conclusão: O brincar como mediador para novas aprendizagens facilita a simbolização da concretude da realidade. A capacidade de utilizar o espaço do brincar como registro do simbólico, permite se posicionar subjetivamente (BARROS, 2011). O lúdico enquanto linguagem primordial das crianças possibilita a construção de modos de se colocar e (re) pensar o mundo, potencializando as crianças frente a seus limites. Referências: BARROS, Carolina Valério. O brincar e suas relações com a fantasia: Um estudo teórico clínico construído a partir das reflexões sobre “O brincar e o estatuto da fantasia”, categoria de análise da pesquisa “Indicadores de risco para o desenvolvimento infantil “(IRDI).São Paulo, 2011. BARBOSA, Dulce Aparecida et al. Co-morbidade e mortalidade de pacientes em início de diálise. Acta Paul Enferm, v. 19, n. 3, p. 304-9, 2006. WONG, Germaine et al. Health and wealth in children and adolescents with chronic kidney disease (K-CAD study). BMC public health, v. 14, n. 1, p. 307, 2014.