O Sr. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-Ce.) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, no dia 21 do corrente mês, em solenidade realizada no Ministério da Saúde, o Ministro Barjas Negri inaugurou as novas instalações do Auditório Emílio Ribas e oficializou a entrega de 739 máquinas do tipo proporção para realização de hemodiálise.. Estima-se, segundo informação do Ministério da Saúde, que 3 mil e 500 pessoas com insuficiência renal crônica serão beneficiadas com a distribuição desses equipamentos que permitirão a realização de hemodiálise com mais qualidade e segurança. A entrega dessas 739 máquinas é um grande passo no reaparelhamento de 100 centros de tratamento credenciados ao SUS, em 68 municípios de 21 Unidades da Federação. A aquisição e a distribuição dessas máquinas fazem parte do Projeto Hemodiálise, instituído em 1998, que “prevê a modernização dos equipamentos nos serviços de Terapia Renal Substitutiva (TRS)”, direcionada às pessoas que perderam ou tiveram redução da função renal. Hoje, existem 525 Centros de TRS cadastrados no SUS, com 8.603 máquinas instaladas. Por tratar-se de um procedimento de alta complexidade e elevado custo, estima-se que 53 mil e 700 renais crônicos, ou seja, 95% dos pacientes em diálise, estejam sendo tratados pelo SUS, através da realização, em cada um deles, de três sessões de hemodiálise por semana. 1 A Hemodiálise vem atravessando, porém, nos últimos anos, uma grave crise no Brasil. E ainda paira, na memória das pessoas, a lembrança do drama que resultou em 60 óbitos de pacientes de hemodiálise, no Instituto de Doenças Renais de Caruaru, em Pernambuco. A taxa de mortalidade aceitável de pacientes em programa de substituição da função dos rins por diálise é de 10%. No Brasil, este percentual chega a 25%. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, “apenas 33% dos pacientes com insuficiência renal crônica recebem tratamento adequado para a doença. Os 67% restantes morrem, antes mesmo de iniciar a diálise”. Estes dados são do ano 2000. E ciente da tendência de aprofundamento desta crise, o Ministério da Saúde vem investindo maciçamente para melhorar o atendimento e o tratamento, contribuindo, assim, para uma melhor qualidade de vida dos pacientes de diálise. Os esforços do Ministério da Saúde têm gerado resultados satisfatórios: - em 1997: o SUS realizou 4 milhões e 100 mil sessões de hemodiálise, beneficiando cerca de 29 mil pacientes, a um custo anual de R$ 300 milhões e 380 mil; - em 2002: estima-se que, ao final do ano, tenham sido realizadas 6 milhões e 850 mil sessões de hemodiálise, beneficiando 47 mil pacientes, a um custo de R$ 625 milhões e 390 mil. O crescimento é evidente, quando comparamos o período 1997-2002: incremento de 67% no número de sessões; 62% no número de pacientes atendidos e 129% nos investimentos realizados. 2 Ao lado dos esforços para ampliar o acesso dos portadores de insuficiência renal crônica aos serviços de diálise, o Ministério da Saúde tem, também, tido uma preocupação constante com o rígido controle sobre os serviços prestados, com o objetivo de garantir a sua qualidade. Ao lado do atendimento aos renais crônicos, através da realização de sessões de hemodiálise, da garantia do fornecimento gratuito de medicamentos e do acesso, quando necessário, à internação hospitalar, o Ministério da Saúde tem dirigido, também, os seus esforços no trabalho de prevenção. Em setembro do corrente ano, foi instituído o “Programa Nacional de Assistência aos Portadores de Doenças Renais”, com o objetivo de detectar e tratar precocemente as doenças renais para evitar a perda da função renal ou para retardar a ida do paciente para o tratamento dialítico. O acesso à realização do transplante renal é, também, uma das preocupações do Ministério da Saúde. Em 1997, foram realizadas 1.502 cirurgias de transplantes renais; em 2001, já foram 2.551 e, em 2002, estima-se que sejam efetuados 2.601 transplantes renais, representando, portanto, um incremento da ordem de 73% em relação a 1997. No tocante à alocação de recursos, em 2001 verificou-se uma elevação da ordem de 162% em relação a 1997. Com o objetivo de ampliar o acesso aos Serviços de Terapia Renal Substitutiva, o Ministério da Saúde transferiu o pagamento dos procedimentos dialíticos e dos exames para o Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), ou seja, o pagamento do tratamento é efetuado à parte pelo Ministério, 3 dispensando Estados e Municípios de usar os recursos de seus tetos financeiros recebidos mensalmente. O objetivo dessa medida é ampliar em, pelo menos, 10% o acesso dos pacientes portadores de insuficiência renal crônica à Terapia Renal Substitutiva. O Ministério da Saúde vem, portanto, reafirmando o seu objetivo de desenvolver ações de prevenção, de diagnóstico precoce, de tratamento e acompanhamento e, quando necessário, de encaminhamento para a realização de transplante renal. Em resumo: prestando uma assistência integral aos portadores de doenças renais crônicas. Era o que tínhamos a dizer. 4