CULTIVO DE GLADÍOLO EM VASOS COM DIFERENTES SUBSTRATOS E NÚMERO DE PLANTAS1 Leonita Beatriz Girardi2, Marcia Xavier Peiter², Marcelo Antonio Rodrigues³, Rogério Antonio Bellé², Fernanda Alice Backes²; Mauricio Neuhaus², Natalia Teixeira Schwab², Marília Lazarotto², Bruna Brandão² INTRODUÇÃO O gladíolo (Gladiolus sp.), popularmente conhecido como palma-de-santa-rita, pertence à Família das Iridáceas. Sua propagação se dá por meio da separação de bulbilhos aglomerados na base. A cultura tem grande importância como flor de corte devido a seu ciclo curto, fácil cultivo, baixo custo de implantação e rápido retorno econômico, e ainda, por se prestar a produção comercial de bulbos para a exportação. O cultivo protegido e em substrato tem como objetivo melhorar os aspectos fitossanitários e melhor distribuir a produção ao longo do ano. A necessidade de se avaliar diferentes substratos para o cultivo de espécies de flor de corte em estufa é fundamental para se analisar a qualidade das hastes florais. Assim, o objetivo do presente trabalho foi testar a qualidade das hastes florais de gladíolo cultivado em estufa com diferentes substratos e sob diferentes numero de plantas por vaso. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado em estufa climatizada no Colégio Politécnico da UFSM 1 - RS. Foram testados três substratos na produção de Resumo expandido apresentado no VII ENSub, 15 - 18 de setembro de 2010, Goiânia, Goiás Trabalho realizado no Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria, Apoio CAPES, PPGEA. ² Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av. Roraima – 1000 – Santa Maria – RS, Departamento de Fitotecnia, Setor de Floricultura. ³ Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria. 2 2 gladíolo da cultivar Yester, sendo eles: S1- 100% Casca de arroz queimada (CAQ); S2 100% Turfa; S3 - 50% Casca de arroz carbonizada + 50% turfa. Para cada tratamento, foram utilizados seis vasos, sendo cada vaso considerado uma repetição. Além dos substratos, foram testados diferentes números de plantas por vaso, plantando-se um, dois ou três bulbos por vaso, para cada um dos substratos . O plantio foi realizado em novembro de 2009 e a colheita em janeiro de 2010. As variáveis analisadas foram: altura da planta principal, altura do perfilho, número de floretes da planta principal, número de floretes do perfilho, comprimento da haste principal, comprimento da haste do perfilho. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, bifatorial 3 x 3 (substratos x populações de plantas). As médias para as variáveis analisadas foram comparadas por teste de Tukey a 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a planta principal, os diferentes substratos testados e populações de plantas não influenciaram nas variáveis testadas (altura da planta principal, número de floretes e comprimento da haste floral), provavelmente isso ocorreu devido a competição das plantas no vaso ou seja a planta principal restringiu o desenvolvimento dos perfilhos e por isso não estão apresentadas na Tabela 1. Já para o perfilho, observa-se as interações entre os tipos de substratos e as populações de plantas foram significativas. Para a altura do perfilho, houve diferença apenas para S3, onde esta foi maior quando existia apenas uma planta por vaso; quanto ao número de floretes do perfilho houve diferenças entre substratos e dentro do mesmo substrato com diferentes populações, sendo que a turfa foi a que apresentou melhores resultados, e para este substrato e para a combinação entre turfa e CAQ, o ideal seria apenas uma planta por vaso. Novamente, para turfa e a combinação de substratos, os melhores resultados para comprimento da haste do perfilho foram com 3 somente uma planta, já para CAQ não houve diferença entre populações. Os resultados da Tabela 1 indicam que, em geral, o substrato não altera os valores das variáveis analisadas e que, quando realizado o plantio de apenas um bulbo por vaso, observam-se resultados superiores. Tabela 1 – Resultados referentes ao desempenho de plantas de gladíolo em diferentes substratos e com diferentes números de plantas por vaso. Plantas por vaso 1 2 3 1 2 3 1 2 3 Variáveis APE (cm) CV:37,8% NFPE (nº) Cv:32,9% CPE (cm) CV:42,7% APP(cm) CV: 22,3% 1 2 3 100% Turfa 1,34Aa 0,95Aab 0,65Ab 19,8Aa 14,2Ab 10,0Ab 1,10Aa 0,84Aab 0,54Ab 1,35Aa 1,05Aa 0,97Aa Substratos 100% CAQ 50%Turfa + 50% CAQ 0,93Aa 1,22Aa 1,06Aa 0,68Aa 6,8Bab 11,8Aa 8,0Ab 0,73Aa 0,89Aa 0,59Aa 1,42Aa 1,03Aa 1,12Aa 0,33Bb 0,59Ab 16,8Aa 5,1Bb 7,5Ab 0,86Aa 0,31Bb 0,50Aab 1,18Aa 0,86Aa 0,89Aa *Médias seguidas por mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. Em que: APP: Altura da Planta Principal, APE: Altura do perfilho, NFP: Número de floretes da planta principal, NFPE: Número de floretes do perfilho, CP: Comprimento da haste principal, CPE: Comprimento da haste do perfilho. CONCLUSÕES O uso de turfa, casca de arroz queimada e a combinação entre os dois substratos são recomendados para a produção de gladíolo. O plantio de apenas um bulbo por vaso produz plantas mais vigorosas, tanto na altura da planta, comprimento da haste floral e no número de floretes.