PRODUÇÃO DE GLADÍOLO SOB DIFERENTES

Propaganda
PRODUÇÃO DE GLADÍOLO SOB DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS1
GIRARDI, Leonita Beatriz2; LAZAROTTO, Marília3; RODRIGUES, Marcelo
Antonio4; BELLÉ, Rogério Antônio5; BACKES, Fernanda Alice Antonello6;
NEUHAUS, Mauricio7; BRANDÃO, Bruna Schmitz8; DALL´AGNESE, Luciana9
1
Trabalho de Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria
Curso de Pós–graduação em Engenharia Agrícola, PPGEA (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
3
Curso de doutorado do PPGAGRO, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil
4
Setor de Floricultura do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa
Maria, RS, Brasil
5
Setor de Floricultura da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
6
Setor de Floricultura da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
7
Curso de Pós–graduação em Engenharia Agrícola, PPGEA (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
8
Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
9
Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
E-mail: [email protected]
2
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi comparar cinco cultivares de gladíolo Sunset, Tradehorn, Yester,
T704 e Peter Pears e três densidades de plantas por vaso, (1,2 e 3 pl. por vaso) em substrato
combinado com 50% casca de arroz queimada e 50% de turfa. As variáveis analisadas foram: altura
total da planta (m), altura do primeiro perfilho (m), número de floretes por planta, número de floretes
do primeiro perfilho, comprimento da haste floral da planta principal (m) e comprimento da haste floral
do primeiro perfilho (m), comprimento e largura da folha mediana (cm). Os resultados indicam que a
densidade de uma planta por vaso oferece as melhores condições para desenvolvimento das plantas
com médias superiores para as variáveis analisadas. As variedades Tradehorn e Yester
apresentaram os melhores resultados na avaliação da qualidade de gladíolo, nas condições ideias de
cultivo (uma planta por vaso), seguidas de Sunset e T704. A variedade Peters Pears não mostrou
bons resultados para comercialização nas condições da região do estudo.
Palavras-chave: Flor-de-corte; Densidade de plantas; Qualidade; Gladiolus grandiflorus.
1. INTRODUÇÃO
O gladíolo (Gladiolus grandiflorus) também conhecido como palma-de-santa-rita
pertencente a família Iridaceae, encontra-se entre as mais importantes flores de corte do
pais (Tombolato et al. 1998). A simplicidade de cultivo, ciclo curto, baixo custo de
1
implantação, rápido retorno econômico, além do uso de seus bulbos para consumo interno e
exportação são alguns dos motivos para seu sucesso (Barbosa e Lopes,1994).
O gladíolo é uma planta pouco exigente em fertilidade do solo, desenvolvendo-se
melhor em solos mais arenosos e bem drenados que são desfavoráveis à incidência de
doenças, principalmente as fúngicas, causadoras da podridão dos bulbos (Paiva et al.,
2005). Seu cultivo pode ser realizado durante todo o ano, desde que, as exigências térmicas
sejam atendidas e, sobre tudo, que não ocorram geadas e nem temperaturas muito
elevadas, pois em certas variedades pode ocorrer a queima das brácteas o que prejudica a
qualidade das hastes florais (Fermino e Grolli, 1999). Considerado como planta heliófila,
normalmente é cultivado a campo, a pleno sol (Bongers, 2001). No entanto, produz bem em
estufas especialmente em regiões de temperaturas mais amenas (Paiva, et al. 1999;
Infoagro, 2002). No Rio Grande do Sul, a produção de gladíolo é realizada quase que
totalmente a campo, mas com o clima subtropical com inverno rigoroso e presença de
geadas e verão com temperaturas chegando a 35 Co, o cultivo em estufa se torna uma
alternativa para certas cultivares sensíveis a temperaturas extremas.
De acordo com Ruppenthal e Castro (2005), uma das exigências para a produção de
bulbos e flores de gladíolo é a adequada adubação, tanto mineral como orgânica. Neste
contexto, observa-se a importância da utilização de um substrato adequado. Segundo Mello
(2005), os substratos assumem cada vez maior importância na área da horticultura e está
relacionado, em geral, com o cultivo em recipientes (fora do solo). O solo mineral foi o
primeiro material utilizado no cultivo em recipientes, sendo que atualmente, a maior parte
dos substratos é uma combinação de dois ou mais componentes, com a finalidade de
adequar as características químicas e físicas especificas para cada cultivo.
O material empregado para a elaboração de substratos varia de acordo com a
disponibilidade de matéria-prima e com os substratos comerciais disponíveis no mercado
local (Silva, 2000). O mesmo autor ainda relata que, no estado do Rio Grande do Sul, cerca
de 80% dos floricultores do utilizam misturas próprias para elaborar seus substratos. Daudt
(2002) verificou que os principais substratos utilizados em viveiros de plantas ornamentais
no RS eram a vermiculita, o esterco animal, material orgânico compostado e resíduos
agroindustriais, como a casca de arroz, de acácia e de pinus. A utilização de resíduos
disponíveis localmente, além de ser uma alternativa mais econômica, pode ser uma forma
de reutilização de produtos normalmente descartados.
Além do cuidado na escolha do substrato, existem outras informações inexistentes
a respeito do cultivo de gladíolo. Espécies cujo cultivo pode ser realizado tanto para corte
2
como conduzido em vaso necessitam de controle do crescimento das plantas no vaso para
se obter um produto com a qualidade desejada pelo mercado, como boa composição de
altura, rigidez da haste e boa sanidade das folhas. Assim, a harmonia de vaso é um atributo
muito desejado no mercado de flores. Entretanto, o número de mudas por vaso pode variar
com o vigor do cultivar (Backes et al., 2005). Apesar de o gladíolo ser intensamente
cultivado e comercializado no país, não existe um padrão ideal definido para a população
(ou densidade) de plantas a ser utilizada por vaso.
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento e a
qualidade de gladíolo (Gladiolus grandiflorus), em substrato, sob diferentes densidades de
planta por vaso.
2. METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado em estufa climatizada no Colégio Politécnico da
Universidade Federal de Santa Maria – RS. Foi utilizado um substrato combinado de 50%
casca de arroz queimada+50% turfa, na produção de gladíolos das cultivares Sunset, Trade
horm, Yester, T704, Peter Pears. Os bulbos foram provenientes de empresas produtoras de
São Paulo.
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado bifatori
Foram utilizados três densidade de plantas por vaso, que constituíam os tratamentos, a
saber: um, dois e três bulbos por vaso, com seis repetições, em As plantas foram cultivadas
em vasos de 25 l com diferentes densidades de plantas, plantando-, para cada tratamento,
sendo cada vaso uma repetição, totalizando 18 vasos por cultivar.
O plantio foi realizado em novembro de 2009 e a colheita em janeiro de 2010. As
irrigações foram realizadas por micro tubos individuais, conforme a demanda hídrica da
planta e a adubação de acordo com a recomendação para a cultura. As variáveis analisadas
foram: altura da planta principal (m), altura do primeiro perfilho (m), número de floretes da
planta principal, número de floretes do primeiro perfilho, comprimento da haste floral da
planta principal (m) e comprimento da haste floral do primeiro perfilho (m), comprimento (cm)
e largura da folha mediana (cm).
O
delineamento
experimental foi
inteiramente
casualizado
bifatorial
3x5
(populações de plantas x cultivares). As médias para as variáveis analisadas foram
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância.
3
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
As inflorescências do gladíolo utilizadas para a comercialização são classificadas em
função do comprimento de haste e número de botões florais, conforme a Tabela 1. Mesmo
que as hastes colhidas não atinjam estes padrões de qualidade, os mesmos podem ser
comercializados no mercado interno, uma vez que estes padrões são exigências para o
mercado externo.
Tabela 1 – Classificação das inflorescências de gladíolo para comercialização, segundo a
cooperativa de Holambra – São Paulo.
Tipo de inflorescência
Comprimento da haste
No de botões/inflorescência
Extra
> 120 cm (1,2 m)
> 16
I
100-120 cm (1-1,2 m)
12-16
II
80-100 cm (0,8-1m)
8-12
III
60-80 (0,6-0,8 m)
<8
Todas as variedades, exceto a Peter, se enquadram na classe Extra (Tabela 1)
quando considerado o número de floretes ou botões da inflorescência, como pode ser visto
na Tabela 2 que apresenta os resultados de quando foi plantada apenas uma planta por
vaso. Se analisado o comprimento da haste da planta principal, a variedade Yester pertence
à classe I e as demais, exceto Peter, à classe II. A variedade Peter, desta forma, não se
enquadra em nenhuma das classes consideradas para comercialização. Para a altura da
planta principal e do perfilho e comprimento da haste da planta principal de plantas de
gladíolo os resultados foram superiores para as variedades Trade e Yester, sendo a
variedade Peter a de resultados inferiores para as três variáveis. Já para número de floretes
da planta principal e do perfilho e comprimento da folha todas as variedades foram
estatisticamente iguais, exceto a variedade Peter que foi, novamente, a de resultados
menores.
4
Tabela 2 – Resultados médios para variáveis de mudas de gladíolo em substrato casca de arroz
carbonizada + turfa, com uma população de planta por vaso.
Variedades
Variáveis
AP
APER
NFL
NPE
CP
CPE
CFOL
LFOL
Sunset
1,07 ab*
0,97 ab
20,2 a
18,0 a
0,84 ab
0,78 ab
0,60 a
1,88 ab
Trade
1,09 a
1,06 a
18,8 a
17,2 a
0,87 a
0,85 a
0,65 a
2,81 a
Yester
1,21 a
1,23 a
17,2 a
16,8 a
1,00 a
0,97 a
0,59 a
2,43 ab
T704
0,96 ab
1,02ab
16,3 a
16,2 a
0,80 ab
0,93 a
0,58 a
2,50 ab
Peter
0,48 b
0,12 b
6,5 b
6,2 b
0,36 b
0,34 b
0,21 b
1,17 b
CV (%)
* Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%
de probabilidade de erro. Em que: AP: Altura da planta principal (m), APER: Altura do perfilho (m),
NFL: número de floretes da planta principal, NPE: número de floretes do perfilho, CP: comprimento da
haste da planta principal (m), CPE: comprimento da haste do perfilho (m), CFOL: comprimento da
folha (cm), LFOL: largura da folha (cm).
Para o comprimento da haste do perfilho as variedades Yester, Trade e T704 foram
as de maior média, seguidas de Sunset e Peter, respectivamente. Para a largura da folha,
Trade foi a que obteve resultado superior, porém não diferindo de Sunset, Yester e T704. Os
resultados demonstram que, na densidade de uma planta por vaso, a variedade Trade
apresentou características mais elevadas de qualidade. Algumas destas variáveis também
foram observadas por Mello (2006), em trabalho com lírio-asiático cultivado em vasos com
diferentes substratos.
Pereira et al. (2009), trabalhando com diferentes tensões de água no solo para
produção de gladíolo encontraram valores de altura da planta entre 73,1 a 96,4 cm,
comprimento da haste principal entre 87,8 a 116,4 cm e número de flores entre 9 e 13,
resultados que variaram de acordo com a fase fenológica da planta.
A variedade T704 foi superior às demais para a altura da planta principal e do
perfilho quando plantadas duas plantas por vaso (Tabela 3). A variedade Peter foi a que
apresentou médias inferiores para estas duas variáveis. O número de floretes da planta
principal e do perfilho, comprimento da haste do perfilho e comprimento da folha foi
estatisticamente igual para todas as variedades, exceto Peter, com médias inferiores. A
largura da folha foi maior para Trade, Yester e T704. Para comprimento da haste da planta
principal, não houve diferenças estatísticas entre variedades.
5
Tabela 3 - Resultados médios para variáveis de mudas de gladíolo em substrato casca de arroz
carbonizada + turfa, com população de duas planta por vaso.
Variedades
Variáveis
AP
APER
NFL
NPE
CP
CPE
CFOL
LFOL
Sunset
0,86ab
0,77ab
17,8 a
15,0 a
0,73 a
0,69 a
0,62 a
1,26 b
Trade
0,74ab
0,72ab
14,5 a
13,7 a
0,57 a
0,56 a
0,52 a
2,36 a
Yester
1,06ab
0,95ab
17,6 a
13,3 a
0,86 a
0,85 a
0,61 a
2,41 a
T704
1,14 a
1,10 a
16,5 a
15,0 a
0,79 a
0,86 a
0,53 a
2,35 a
Peter
0,41 b
0,43 b
5,2 b
4,8 b
0,40 a
0,31 b
0,22 b
1,03 b
CV (%)
* Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de
5% de probabilidade de erro. Em que: AP: Altura da planta principal (m), APER: Altura do perfilho (m),
NFL: número de floretes da planta principal, NPE: número de floretes do perfilho, CP: comprimento da
haste da planta principal (m), CPE: comprimento da haste do perfilho (m), CFOL: comprimento da
folha (cm), LFOL: largura da folha (cm).
Como já relatado por Viana et al. (2008), o número de plantas por recipiente
influencia a disponibilidade de água e nutrientes para as plantas. No caso do presente
estudo, quando a população de plantas por vaso é duplicada, as médias para as variáveis
analisadas diminuem. O maior número de plantas por vaso resulta em menor crescimento e
vigor, por restringir o desenvolvimento do sistema radicular (Bezerra, 2003). Desta forma,
quanto ao número de floretes, somente Sunset e T704 ficariam na classe Extra (Tabela 1).
Nos padrões de comprimento de haste, a variedade Yester pertence à classe II e as demais,
na classe III, exceto Trade e Peter que ficariam fora dos padrões de comercialização.
Backes et al. (2005), em estudo com lisianthus em vaso em casa de vegetação,
avaliaram diferentes cultivares em vaso as quais foram cultivadas sob densidades de três,
quatro e cinco plantas, estes observaram efeito significativo de densidade de plantas para a
maioria das características avaliadas com exceção de diâmetro de botão floral. Verificaram
que, em vasos com três e quatro plantas, a altura das hastes florais foi superior, em média
52,4 e 51,1 cm, respectivamente, comparando aos vasos com cinco plantas, cuja média das
hastes florais foi de 46,6 cm. Provavelmente isto ocorreu devido a maior competição das
plantas no vaso. Este resultado foi semelhante ao obtido neste estudo, em que os vasos
com apenas uma planta apresentou efeito positivo e significativo para todas as variáveis de
produtividade e qualidade de hastes.
6
Para altura da planta principal, número de floretes da planta principal e do perfilho e
largura da folha, todas as variedades foram estatisticamente idênticas (Tabela 4). A altura
do perfilho e comprimento da haste da planta principal e do perfilho foram superiores para a
variedade Yester. O comprimento da folha foi superior em Sunset, porém Trade e Yester
não diferiram desta.
Tabela 4 - Resultados médios para variáveis de mudas de gladíolo em substrato casca de arroz
carbonizada + turfa, com população de três planta por vaso.
Variedades
Variáveis
AP
APER
NFL
NPE
CP
CPE
CFOL
LFOL
Sunset
0,90 a
0,78 ab
17,3 a
12,7 a
0,72 ab
0,67 ab
0,62 a
1,75 a
Trade
0,78 a
0,74 ab
14,5 a
13,2 a
0,64 ab
0,58 ab
0,47 ab
2,21 a
Yester
1,08 a
1,04 a
13,4 a
13,3 a
0,98 a
0,88 a
0,61 ab
2,08 a
T704
0,69 a
0,64 b
10,1 a
9,3 a
0,60 b
0,56 ab
0,38 b
1,62 a
Peter
0,72 a
0,72 ab
10,3 a
9,6 a
0,59 b
0,55 b
0,37 b
1,89 a
CV (%)
* Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%
de probabilidade de erro. Em que: AP: Altura da planta principal (m), APER: Altura do perfilho (m),
NFL: número de floretes da planta principal, NPE: número de floretes do perfilho, CP: comprimento da
haste da planta principal (m), CPE: comprimento da haste do perfilho (m), CFOL: comprimento da
folha (cm), LFOL: largura da folha (cm).
Quando analisada a população de três plantas por vaso, verifica-se que os valores
das variáveis que são importantes para a comercialização são ainda menores daquelas com
duas plantas por vaso, já que apenas a variedade Sunset ficaria na classe Extra quanto ao
número de floretes. Yester se enquadra na classe II e as demais, na classe III, exceto Peter
que não se enquadra em nenhuma das classes. Todas as variedades, exceto a Peter, se
enquadram na classe Extra (Tabela 1) quando considerado o número de floretes ou botões
da inflorescência. Se analisado o comprimento da haste da planta principal, a variedade
Yester pertence à classe I e as demais, exceto Peter, à classe II. A variedade Peter, desta
forma, não se enquadra em nenhuma das classes consideradas para comercialização.
Viana et al. (2008) constataram que a utilização de menores densidades de plantas
de roseira (Rosa sp.) por vaso resultou em menor número de hastes por área, porém com
maior número de hastes com maior valor comercial, resultado confirmado no presente
estudo com plantas de gladíolo.
7
A cultivar Peter obteve várias plantas perdidas (mortas) durante o experimento, isso
explica seu desempenho inferior comparado as outras variedades, sendo que os substratos
utilizados não eram totalmente estéreis, pode ter havido a contaminação por agentes
patogênicos, os quais se instalaram aos bulbos e ocorreu o apodrecimento. A fusariose ou
podridão-de-bulbos causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. gladioli, é considerada,
segundo Dallavalle et al. (2005) a doença mais séria do gladíolo nas condições do Brasil, e
constitui fator limitante pela frequência e severidade com que afeta a cultura, além disso, os
mesmos autores relaram que esta enfermidade reduz a produção de bulbos e flores.
O gladíolo pode ser facilmente cultivado a campo, principalmente em regiões de
clima temperado, no entanto, para regiões em que há ocorrência de geadas, a sazonalidade
da produção é dificultada, sendo desta forma o cultivo em estufa e casa de vegetação como
determinantes para manter a produção. Matsunaga (1995) salienta ainda que a
sazonalidade de produção de flores dificulta a comercialização. Uma solução de caráter
técnico seria implantação de estufas climatizadas para viabilizar uma produção contínua, de
forma a uniformizar a oferta de produto que, como resultado, refletiria em uma demanda
permanente de mercado. Assim sendo, ressalta-se a importância e a necessidade de
estudos empíricos da sazonalidade do mercado de produtos agrícolas no Brasil, incluindo,
nesse caso, flores e plantas ornamentais. A sazonalidade e os fatores que a influenciam, se
bem conhecidos e avaliados, permitirão uma prospecção mais efetiva em torno de previsões
de mercado.
5. CONCLUSÃO
O plantio de apenas uma planta por vaso é recomendado para maior qualidade do
gladíolo e, consequentemente, maior valor comercial.
As variedades de gladíolo Tradehorn e Yester apresentam as melhores
características para avaliação da qualidade de gladíolo, nas condições ideias de cultivo
(uma planta por vaso), seguidas de Sunset e T704.
A variedade Peters Pears não apresenta boas características para comercialização
nas condições da região do estudo.
REFERÊNCIAS
BACKES,F. A. A. L. BARBOSA, J. G. BACKES, R. L. RIBEIRO, J. M. O. MORITA, R. M. Produção de
lisianthus (Eustoma grandiflorum Shinn.) em vaso sob diferentes densidades de plantas. Acta
Sciencia Agronômica, Maringá, v. 27, n. 2, p. 237-241, 2005.
8
BEZERRA,F. C. Produção de mudas de hortaliças em ambiente protegido. Fortaleza: Embrapa
Agroindústria Tropical. 22 p. (Documentos, 72), 2003.
BONGERS,F. A serviço das flores. Agroanalysis, São Paulo, v.21, n.8, p.32-34, 2001.
DALAVALLE,E. D’AULERIO, A. Z. VERARDI, E. BERTACCINI, A. Detection of RAPD polymorphisms
in gladiolus cultivars with differing sensitivities to Fusarium oxysporum f. sp. gladioli. Plant Molecular
Biology Reporter, v. 20, p.: 305a–305f, 2002.
DAUDT,R. H. S. Censo da produção de flores e plantas ornamentais no Rio Grande do Sul/Brasil na
virada do milênio. 2002. 124 p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
FERMINO,M. H. GROLLI, P. R. (1999) Produção de Gladíolos. In: AUTORES, Plantas Ornamentais:
Aspectos para produção. Universidade de Passo Fundo. p.131-136.
MATSUNAGA, M. Potencial da floricultura brasileira. Agroanalysis, São Paulo, v.15, n.9, p.56, 1995.
MELLO,R. P. Consumo de água do lírio asiático em vaso com diferentes substratos. 74 f. 2006.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria,
RS, 2006.
PAIVA,P. D. O. SIMÕES, F. C. VIEIRA, F. A. Cultura do gladíolo. Lavras: UFLA (Boletim técnico.
Série extensão, 59), 1999.
PAIVA,P. D. O. CERATTI, M. RESENDE, M. L. Cultivo do Gladíolo. In: Informe Agropecuário.
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. Floricultura.v. 26, n.227, 2005.
PEREIRA,J. R. D. CARVALHO, J. A. PAIVA, P. D. O. SILVA, D. J. SOUZA, A. M. G. SOUZA, K. J.
Crescimento e produção de hastes florais de gladíolo cultivado sob diferentes tensões de água no
solo. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 33, n. 4, p. 965-970, jul./ago. 2009.
RUPPENTHAL,V. CASTRO, A. M. C. Efeito do composto de lixo urbano na nutrição e produção de
gladíolo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 29, p.145-150, 2005.
9
SILVA,L. C. A demanda de substrato na Floricultura. In: KÄMPF, A. N.; FERMINO, M. H. (Ed.)
Substrato para plantas: a base da produção vegetal em recipientes. Porto Alegre : Gênesis, p. 163164, 2000.
TOMBOLATO,A. F. C. COSTA, A. M. Micropopagação de plantas ornamentais. Campinas: Instituto
Agronômico, 72 p. (Boletim técnico 174), 1998.
VIANA,T. V. A. ALVES, A. M. SOUSA, V. F. AZEVEDO, B. M. FURLAN, R. A. Densidade de plantas
e número de drenos influenciando a produtividade de roseiras cultivadas em vaso. Horticultura
Brasileira, Campinas, v. 26, n. 4, p. 528 – 532, 2008.
10
Download