Teste prático para Avaliação Física e Química de

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Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
10 a 12 de novembro de 2010
Teste prático para Avaliação Física e Química de Substratos
para Plantas
Ananda Helena Nunes Cunha CAPES, Rafael Batista Ferreira, Rônega Boa Sorte
Vargas, Juliano Queiroz Santana Rosa, Atelene Normann Kämpf
Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas – UnUCET - UEG
Anápolis-GO. CEP: 75.132-400, Brasil
[email protected]
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: PourThru, métodos expeditos, propriedades físicas e químicas.
1
INTRODUÇÃO
O termo “substrato para plantas’’ se refere ao suporte físico para cresci-
mento de raízes de plantas cultivadas em recipientes, em substituição ao solo in situ
(ROSA apud FERMINO, 2007), e pode ser formado por um único material, como pó
de coco e casca de pinus, também pela mistura de dois ou mais materiais como casca de pinus e vermiculita (KÄMPF et. al., 2006). É fundamental para o cultivo de setores como: floricultura, olericultura, florestal e citricultura.
Ao observar qualquer substrato de perto, constata-se que este é formado
por partículas com espaços entre elas. As partículas são denominadas de sólidos
(S), enquanto os espaços são os poros (P). Há materiais que os sólidos predominam
como areia e solo. Em outros materiais ocorrem mais poros do que sólidos, como
exemplo pó de coco (KÄMPF et. al., 2006).
Um bom programa nutricional é essencial para o crescimento de plantas
de qualidade superior. O monitoramento do substrato para pH e condutividade
elétrica (CE) com o método de extração PourThru permite verificar o seu balanço
iônico (pH) e quantificar os nutrientes (CE). Os valores fornecem indícios sobre o
desempenho da cultura antes que os sintomas de deficiência ou toxicidade
apareçam (CAVINS et al., 2000).
O uso de substrato está ligado à relação entre poros e sólidos de cada
material. No trabalho demonstrou-se como quantificar o volume de sólidos e poros, e
caracterizou-se as demais propriedades físicas e químicas, pois são ferramentas
práticas para avaliar o substrato e definir o seu manejo. Apesar da simplicidade dos
testes apresentados, os resultados são indicativos úteis na tomada de decisões e
monitoramento das práticas culturais.
2
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado na Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos
(EA) da Universidade Federal de Goiás – UFG. Os substratos utilizados para os
testes encontram-se na Tabela 1. Os substratos foram adquiridos na própria escola
localizada em Goiânia – GO.
Tabela 1 – Substratos utilizados
Amostras
1
Substratos
Composto (mistura)
Descrição
Mistura a partir de grama verde, folha de árvore e
2
Solo
esterco bovino
Solo obtido através de horizonte B w de latossolo
3
4
Areia
Substrato comercial
vermelho eutroférrico argiloso
Areia quartzosa lavada
Substrato Bioplant®
A metodologia citada foi descrito por Kämpf et. al. (2006), o qual é
demonstrado técnicas de preparo de substratos, com testes de avaliação da
qualidade deste insumo, para assim, facilitar no manejo do mesmo durante o cultivo
desejado. Os testes foram feitos em nível de campo, e podem ser realizados por
qualquer produtor. As avaliações feitas foram:
- Avaliação das propriedades físicas
- Avaliação das propriedades químicas.
3
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como observado na Tabela 2, a densidade dos sólidos foi diferente: a
amostra de solos e areia apresentaram densidade maior que a composto (mistura) e
o Bioplant® e devido à isso o volume deslocado pela areia e pelo solo foi acima de
600 ml enquanto o composto e o substrato comercial deslocaram volumes abaixo de
500 ml.
Tabela 2 – Avaliação dos sólidos, poros e porosidade total dos quatro substratos.
Amostra
Composto
Solo
Areia
Substrato
1
(1)
Densidade. Vol.
Úmida
g.L-1
516
1150
1687
565
(2)1
Dados estimados
(3)
(4)
Umidade
P:S
Massa
%g
44
14
3
26
Volume
mL.L-1
227
161
50
147
(5)
PT
% vol.
3,03
1,8
0,65
2,34
75
65
40
66
comercial
Dados determinados.
Quanto aos poros a areia possui menor relação poros/sólidos e menor
porosidade total em porcentagem de volume.
Quando comparado com outras literaturas a densidade úmida do
Plantmax (substrato comercial) apresentou densidade (590 g.L -1) próxima às do
composto e do substrato comercial (516 e 565 g.L -1, respectivamente). Em se
tratando de porosidade total, o composto demonstrou volume (%) mais próximo dos
resultados obtidos por outros trabalhos (73, 80, e 99%). Os demais substratos
apresentaram porosidade baixa.
Na Tabela 3 a areia se difere dos outros substratos uma vez que a
capacidade de recipiente (g.L -1) e (% vol.) e CE possuiu valores menores. Possui pH
maior que os demais substratos.
Tabela 3 – Avaliação da capacidade de recipiente (retenção de água), espaço com ar e
valores de pH e condutividade elétrica (CE) de três substratos.
Amostras
(1)
Cap. de
(2)
Cap. Recipiente (%
-1
Composto
Areia
Substrato
recipiente (g.L )
vol.)
356
294
484
36
30
48
pH
CE
H2O
mS.cm-1
5,05
7,5
6,56
2,3
0,25
7,5
comercial
Para a escolha do melhor substrato ou mistura a se utilizar deve-se levar
em consideração os testes apresentados e que se deseja cultivar.
O pH da água, quando comparado com a literatura não possui variações,
uma vez que os resultados apresentados foram em torno de 7,0, próximos ao
encontrados no estudo. Já para a CE a areia se aproximou da vermiculita, e os
demais substratos se aproximou do Plantmax.
Dificilmente encontram-se dados quantitativos na literatura que se ajustem
exatamente ao material disponível. As pesquisas e os artigos publicados, em geral,
tratam de produtos comerciais consagrados (como Turfa Canadense, por exemplo)
os quais nem sempre apresentam semelhanças com os materiais locais ou regionais.
Para suprir tal deficiência, o consumidor deve se familiarizar com o substrato em uso de forma a criar seus próprios valores referenciais de padrão de qualidade, a partir da observação do produto e dos resultados nele obtidos. Após identificar as principais propriedades do substrato antes do uso, a preocupação se volta
para as alterações resultantes do manejo durante o cultivo ou manutenção da planta
no recipiente. Testes freqüentes devem monitorar:
• a reação (valor de pH),
• a salinidade (valor “EC” ou condutividade elétrica),
• a compactação do material no recipiente (perda de volume, especialmente do espaço de aeração, aumentando a resistência contra a penetração das raízes), e
• a observação contínua e sistemática da planta e seu aspecto fitossanitário.
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os testes demonstrados podem ser feitos em nível de campo, podendo
ser executado por qualquer produtor, em um galpão ou local protegido. O mesmo
demonstra facilidade em ser realizado, apresentando praticidade de monitoramente
e controle ao produtor, onde o mesmo poderá realizado durante o cultivo.
Os testes citados permitem ao produtor orientar-se sobre o preparo do
substrato a ser utilizado, desde conhecimentos básicos sobre os mesmos, quanto à
preparação de misturas e a sua qualidade.
5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVINS, T. J; WHIPKER, B.E; FONTENO, W.C; HARDEN, B; McCALL, I; GIBSON, J. L.
Monitoring and managing pH and EC using the PourThru extraction method. Horticulture
Information Leaflet. n. 590. New 7. 2000.
FERMINO, M. H. Substratos para plantas: História, caracterização, métodos de análise
e materiais componentes. Porto Alegre: FEPAGRO, 2007. Apostila.
KÄMPF, A. N; TAKANE, R. J; SIQUEIRA, P. T. V. Floricultura: técnicas de preparo de
substratos. 1.ed. Brasília: LK Editora e comunicações, 2006. 132p.
ROSA, Juliano Queiroz Santana. Relatório de Estágio Curricular Obrigatório realizado
na fundação Estadual de Pesquisa agropecuária, em Porto Alegre, RS, no período de
29 de dezembro de 2008 a 27 de fevereiro de 2009, 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) Agronomia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO.
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