2.2 A Estrutura do átomo: Histórico

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Índice
1. Introdução.......................................................................................................................................... 2
1.1 Antiguidade ..................................................................................................................................... 3
2. Revisão Bibliográfica ....................................................................................................................... 4
2.1 A atomística .................................................................................................................................... 4
2.2 A Estrutura do átomo: Histórico ................................................................................................... 5
2.2.1 John Dalton (modelo da bola de bilhar) .................................................................................. 6
2.2.2 Joseph John Thomson............................................................................................................... 7
2.2.3 Ernest Rutherford ....................................................................................................................... 8
2.2.4 Niels Bohr .................................................................................................................................. 10
2.2.5 O Modelo Quântico de Erwin Schrödinger (modelo atual) ................................................. 11
3. Aplicações na Ciência e Tecnologia ........................................................................................... 13
3.1 ITER ............................................................................................................................................... 13
3.2 Incertezas da fusão nuclear ....................................................................................................... 15
3.3 Energia do Sol .............................................................................................................................. 15
3.4 Reator comercial .......................................................................................................................... 16
4. Efeito do trabalho na formação do aluno ................................................................................... 17
5. Conclusão........................................................................................................................................ 18
6. Bibliografia ....................................................................................................................................... 19
1. Introdução
A ciência ocupa em nosso mundo moderno e tecnológico um papel tão
importante que a idéia que tendemos a formar sobre ela é de um conjunto de
disciplinas matemáticas complexas, cuja compreensão paira muito acima das
cabeças do publico leigo, mas essa não é exatamente a verdade.
Um exemplo interessante de como a ciência transforma idéias em
descobertas cada vez mais aprofundadas é a história do átomo. Em qualquer artigo
científico
sobre
o
assunto,
publicado
por
alguma
revista
especializada,
encontraremos a palavra átomo associada a poderosos aceleradores de partículas
(que, em geral, não sabemos bem o que são ou como funcionam), dentro dos quais
ocorrem estranhos fenômenos que permitem aos cientistas confirmar a existência de
subpartículas de nomes impossíveis de lembrar como quarks, léptons ou mésons.
Esta história começou há muito tempo atrás, a filosofia como saber
voltada para o conhecimento do mundo e sua constituição, nasceu na antiguidade.
Ainda assim por meio da análise de fragmentos e citações posteriores de outros
filósofos. O principal tema abordado pelos filósofos foi o problema cosmológico, ou
seja como o mundo se organiza.
Existiram:
 Escola jônica antiga, da qual o primeiro filósofo foi Tales Mileto
(624-548 a.c);
 Escola jônica nova, com seu principal representante em
Heráclito;
 Escola eleática, na qual se destacava Parmênides;
 Escola itálica (ou Pitagórica), marcada pela figura de Pitágoras;
 Escola atomista, do norte da Grécia, com erudito Demócrito;
 Sofistas, grupo de transição. Enquanto os primeiros présocráticos se concentram nos estudos da natureza, os sofistas, como
Demócrito e Górgias, encaminham os estudos humanos, peculiares ao
período seguinte.
No
período
Socrático
tem-se
a
verdadeira
sistematização
dos
pensamentos com as figuras de Sócrates (469-399 a.c), Platão (427-347 a.c) e
Aristóteles (384-322 a.c).
Neste período houve uma maior preocupação com a questão acerca da
decomposição das coisas e as causas de suas transformações. Embora muitas
vezes precárias e erradas, as hipóteses levantadas neste período tiveram a
importância de superar o estágio da crença nos mitos. Nasceu neste período o
método de pensamento racional.
Pensando na origem do mundo e em sua constituição, cada filósofo
estabeleceu um elemento como iniciador de todos os processos da vida. Vendo na
água o elemento primordial, Tales estabeleceu sua doutrina, porque ela se encontra
em todas as partes sob alguma forma. Já o filósofo Anaxímenes definiu o ar como o
elemento capaz de gerar todas as estruturas existentes. As diversas formas seriam
definidas pelas suas diversas densidades. Pela rarefação se formaria o fogo e
condensado formaria os demais seres. Anaximenes foi o primeiro a criar hipótese de
que a luz da lua é recebida do sol.
Heráclito definiu que tudo está em constante transformação e o fogo seria
o elemento capaz de gerar esta mobilidade, afirmou “Tudo flui e nada permanece”.
Demócrito, embora considerado filósofo pré-socrático, foi contemporâneo
de Sócrates. Foi o principal representante da escola atomista. As obras de
Demócrito, como as de muitos outros autores da antiguidade, desapareceram no
início da era cristã. Nestas obras Demócrito descartava totalmente o misticismo,
propondo que os átomos imutáveis se movem no vazio e compõem todas as coisas
pela diversidade de suas posições.
1.1 Antiguidade
A origem da palavra átomo se deu na antiguidade, acreditava-se que
dividindo a matéria em pedaços cada vez menores, chegaria-se num ponto onde
partículas, cada vez menores, seriam invisíveis ao olho humano e, segundo alguns
pensadores, indivisíveis. Graças a essa propriedade, receberam o nome de átomos,
termo que significa indivisíveis, em grego. Foi quando surgiu entre os filósofos
gregos o termo atomismo, essa teoria não foi popular na cultura ocidental, dado o
peso das obras de Aristóteles na Europa. No entanto essa idéia ficou presente até o
princípio da Idade Moderna.
2. Revisão Bibliográfica
2.1 A atomística
Em 1860, os cientistas já tinham descoberto mais de 60 elementos
químicos diferentes e tinham determinado sua massa atômica. Atualmente são
conhecidos pouco mais de 100, sendo eles encontrados naturalmente. Cada um é
caracterizado por um átomo que apresenta um número atômico (Z) e uma massa
atômica (A).
As propriedades químicas e físicas e a natureza periódica dos elementos
são determinadas pela distribuição dos elétrons ao redor do núcleo. Como a
emissão de raios X ocorre em nível atômico, torna-se necessário o conhecimento
geral da estrutura atômica.
Em 1829, o químico J. W. Döbenreiner organizou um sistema de
classificação de elementos no qual estes agrupavam-se em grupos de três
denominados tríades. As propriedades químicas dos elementos de uma tríade eram
similares e suas propriedades físicas variavam de maneira ordenada com sua
massa atômica.
Alguns anos mais tarde, o químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleev
desenvolveu uma tabela periódica dos elementos segundo a ordem crescente das
suas massas atômicas. Dispôs os elementos em colunas verticais começando pelos
mais levianos e, quando chegava a um elemento que tinha propriedades
semelhantes às de outro elemento, começava outra coluna. Em pouco tempo
Mendeleev aperfeiçoou a sua tabela acomodando os elementos em filas horizontais.
O seu sistema permitiu-lhe predizer com bastante exatidão as propriedades de
elementos não descobertos até o momento. A grande semelhança do germânio com
o elemento previsto por Mendeleev conseguiu finalmente a aceitação geral deste
sistema de ordenação que ainda hoje segue-se aplicando.
2.2 A Estrutura do átomo: Histórico
Parmênides propôs a teoria da unidade e imutabilidade do ser, esta,
estava em constante mutação através dos postulados de Heráclito.
O atomismo foi a teoria cujas intuições mais se aproximaram das
modernas concepções científicas sobre o modelo atômico.
No século V a.C. (450 a.C.) Leucipo de Mileto juntamente a seu discípulo
Demócrito de Abdera, (400 a.C.), considerado o pai do atomismo grego, discorreram
sobre a natureza da matéria de forma elegante e precisa.
Demócrito, propôs que a realidade, o todo, se compõe não só de átomos
ou partículas indivisíveis de natureza idêntica, conforme proposto por Parmênides.
Demócrito acreditava que o vácuo era um não ente. Esta tese entrou em franca
contradição com a ontologia parmenídea.
Heráclito postulava que não-ente (vácuo) e matéria (ente) desde a
eternidade interagem entre si dando origem ao movimento. E que os átomos
apresentam as propriedades de: forma; movimento; tamanho e impenetrabilidade e,
por meio de choques entre si, dão origem a objetos.
Segundo Demócrito a matéria era descontínua, portanto, ao invés dos
corpos macroscópicos, os corpos microscópicos, ou átomos não interpenetram-se
nem dividem-se, sendo suas mudanças observadas em certos fenômenos físicos e
químicos como associações de átomos e suas dissociações e que qualquer matéria
é resultado da combinação de átomos dos quatro elementos: ar; fogo; água e terra.
Aristóteles, ao contrário de Demócrito, postulou a continuidade da matéria, ou, não
constituída por partículas indivisíveis.
Em 60 a.C., Lucrécio compôs o poema De Rerum Natura, que discorria
sobre o atomismo de Demócrito.
Os filósofos porém, adotaram o modêlo atômico de Aristóteles, da matéria
contínua, que foi seguido pelos pensadores e cientistas até o século XVI d.C.
Ainda no final da década de 1880, não se sabia nada sobre a estrutura
atômica. Então parecia razoável supor que os átomos continham milhares de
elétrons.
O hidrogênio apresentava 900 elétrons, o que correspondia à metade de
sua massa, a mesma razão se manteria para outros átomos como o oxigênio com
14000 ou 15000.
Segundo estas anotações o ferro teria em torno de 50000 elétrons e um
átomo de ouro cerca de 180000 elétrons.
2.2.1 John Dalton (modelo da bola de bilhar)
O professor da universidade inglesa New College de Manchester, John
Dalton foi o criador da primeira teoria atômica moderna na passagem do século XVIII
para o século XIX.
Em 1803 Dalton publicou o trabalho Absorption of Gases by Water and
Other Liquids, (Absorção de gases pela água e outros líquidos), neste delineou os
princípios de seu modelo atômico.
Segundo Dalton:
 Átomos de elementos diferentes possuem propriedades diferentes entre si.
 Átomos de um mesmo elemento possuem propriedades iguais e de peso
invariável.
 Átomos são partículas maciças, indivisíveis e esféricas formadoras da
matéria.
 Nas reações químicas, os átomos permanecem inalterados.
 Na formação dos compostos, os átomos entram em proporções numéricas
fixas 1:1, 1:2, 1:3, 2:3, 2:5 etc.
 O peso total de um composto é igual à soma dos pesos dos átomos dos
elementos que o constituem.
Em 1808, Dalton propôs a teoria do modelo atômico, onde o átomo é uma
minúscula esfera maciça, impenetrável, indestrutível, indivisível e sem carga. Todos
os átomos de um mesmo elemento químico são idênticos. Seu modelo atômico foi
chamado de modelo atômico da bola de bilhar.
Em 1810 foi publicada a obra New System of Chemical Philosophy (Novo
sistema de filosofia química), nesse trabalho havia testes que provavam suas
observações, como a lei das pressões parciais, chamada de Lei de Dalton, entre
outras relativas à constituição da matéria.
 Os átomos são indivisíveis e indestrutíveis;
 Existe um número pequeno de elementos químicos diferentes na natureza;
 Reunindo átomos iguais ou diferentes nas variadas proporções, podemos
formar todas as matérias do universo conhecidas;
Para Dalton o átomo era um sistema contínuo. Apesar de um modelo
simples, Dalton deu um grande passo na elaboração de um modelo atômico, pois foi
o que instigou na busca por algumas respostas e proposição de futuros modelos.
Modelo de Dalton: A matéria é constituída de diminutas partículas amontoadas como
laranjas (Figura 1).
Figura 1: Segundo a teoria de Dalton
2.2.2 Joseph John Thomson
A estrutura do átomo começou a ser descoberta no início do século XX.
Em torno de 1910, acumularam-se muitas evidências de que o átomo continha
elétrons. J.J. Thomson propôs um modelo de átomo, no qual os elétrons carregados
negativamente estariam localizados no interior de uma distribuição contínua de
carga positiva. E devido à repulsão mútua os elétrons estariam distribuídos na esfera
de carga positiva.
Num átomo que esteja no seu estado de menor intensidade de energia
possível, os elétrons estariam fixos em suas posições de equilíbrio. Já nos átomos
excitados, os elétrons vibrariam em torno de sua posição de equilíbrio. Como a
teoria do eletromagnetismo prevê que um corpo acelerado e em vibração pode emitir
radiação eletromagnética, era possível entender, qualitativamente, a emissão de
radiação por átomos excitados com base no modelo de Thomson (Figura 2).
Figura 2: Modelo de Thomson
2.2.3 Ernest Rutherford
As bases para o desenvolvimento da física nuclear foram lançadas por
Ernest Rutherford ao desenvolver sua teoria sobre a estrutura atômica. O cientista
estudou por três anos o comportamento dos feixes de partículas ou raios X, além da
emissão de radioatividade pelo elemento Urânio. Uma das inúmeras experiências
realizadas, foi a que demonstrava o espalhamento das partículas alfa. Esta foi base
experimental do modelo atômico do chamado átomo nucleado onde elétrons
orbitavam em torno de um núcleo. Durante suas pesquisas Rutherford observou que
para cada 10.000 partículas alfa aceleradas incidindo numa lâmina de ouro, apenas
uma refletia ou se desviava de sua trajetória. A conclusão foi que o raio de um
átomo poderia ser em torno de 10.000 vezes maior que o raio de seu núcleo.
Rutherford e Frederick Soddy ainda, descobriram a existência dos raios gama e
estabeleceram as leis das transições radioativas das séries do tório, do actínio e do
rádio O modelo atômico de Rutherford ficou conhecido como modelo planetário, pela
sua semelhança com a formação do Sistema Solar. Em 1911, Ernest Rutherford
propôs o modelo de átomo com movimentos planetários. Este modelo foi estudado e
aperfeiçoado por Niels Bohr, que acabou por demonstrar a natureza das partículas
alfa como núcleos de hélio.
Em 1914, Rutherford concluiu que a demonstração do modelo de
Thomson estaria inadequada, e propôs um novo modelo, onde, todas as cargas
positivas, e sua massa estariam concentradas em torno de uma pequena região no
centro do átomo, chamada de núcleo e os elétrons circulavam em torno deste
núcleo.
O modelo de Rutherford mantinha ainda o mesmo inconveniente que o
modelo de Thomson, a não estabilidade do átomo. Os elétrons estariam girando
acelerados ao redor do núcleo, e de acordo com a teoria eletromagnética, todos os
corpos carregados emitem radiações na forma de radiação eletromagnética. O
elétron tenderia a perder energia até atingir o núcleo e toda a matéria entraria em
colapso. Isto, porém não foi observado experimentalmente.
Então o problema da instabilidade do átomo levou a elaboração de um
novo modelo proposto por Bohr (Figura 3).
Figura 3: Modelo de Rutheford
2.2.4 Niels Bohr
A teoria orbital de Rutherford encontrou uma dificuldade teórica resolvida
por Niels Bohr.
 No momento em que temos uma carga elétrica negativa composta pelos
elétrons girando ao redor de um núcleo de carga positiva, este movimento
gera uma perda de energia devido a emissão de radiação constante. Num
dado momento, os elétrons vão se aproximar do núcleo num movimento em
espiral e cair sobre si.
Em
1911,
Niels
Bohr
publicou
uma
tese
que
demonstrava
o
comportamento eletrônico dos metais. Na mesma época, foi trabalhar com Ernest
Rutherford em Manchester, Inglaterra. Lá obteve os dados precisos do modelo
atômico, que iriam lhe ajudar posteriormente.
Em 1913, observando as dificuldades do modelo de Rutherford, Bohr
intensificou suas pesquisas visando uma solução teórica.
Em 1916, Niels Bohr retornou para Copenhague para atuar como
professor de física. Continuando suas pesquisas sobre o modelo atômico de
Rutherford.
Nomeado diretor do Instituto de Física Teórica, Bohr propôs em 1925 um
modelo parecido com o de Rutherford. Entretanto seu modelo era baseado em
quatro postulados:
1) Um elétron de um átomo se move em uma órbita circular, bem definida, em
torno do núcleo sob a influência da atração colombiana entre o elétron e o
núcleo. Estas órbitas bem definidas são chamadas de estados estacionários
do elétron;
2) Um elétron só pode se mover em uma órbita na qual seu momento angular
orbital L é um múltiplo inteiro de h (constante de Planck dividida por 2π). Este
postulado implica na quantização da energia do elétron;
3) O elétron que se move em uma órbita em torno do núcleo não emite radiação
eletromagnética;
4) Um átomo emite radiação eletromagnética somente quando um elétron faz
uma transição de um estado estacionário para outro. A energia da radiação
emitida é dada pela equação:
i f E = E − E (3.1)
Onde:
Ei e Ef são as energias dos elétrons nos orbitais inicial e final,
respectivamente.
O modelo de Bohr mostrou que os elétrons de um átomo podem ser
convenientemente representados por níveis de energia num diagrama chamado de
nível de energia (Figura 4).
Figura 4: Modelo de Bohr-Rutheford
2.2.5 O Modelo Quântico de Erwin Schrödinger (modelo atual)
Proposto por Schrödinger em 1932 o modelo abandona a idéia de orbitais
bem definidos para o elétron. Na teoria quântica, o elétron é representado por uma
função de onda ψ. O quadrado do módulo da função de onda do elétron |ψ|2 fornece
a probabilidade de se encontrar o elétron numa certa região do espaço próximo ao
núcleo. O orbital é a região do espaço, onde temos grande probabilidade de
encontrar determinado elétron. O elétron em cada instante estaria num ponto, dentro
do orbital.
Porém, não se sabe, exatamente, em qual região se encontraria o elétron,
num dado instante. Então segundo o modelo não se pode dizer que o elétron gira ao
redor do núcleo. O elétron se encontraria em movimento dentro do orbital.
Enquanto permanecer no orbital, o elétron não pode ganhar e nem perder
energia. Na mecânica quântica, os elétrons deixariam de ter orbitais e, formariam
nuvens de probabilidade de diferentes tamanhos e formas. Essa configuração é
conhecida como estado quântico e a ela estão associados quatro números
quânticos:
1) Número quântico principal (n), um número positivo inteiro;
2) Número quântico orbital (I), valores dentro de n –1;
3) Número quântico magnético (m), representado por 2I + 1;
4) Número quântico spin (s).
O número quântico principal está associado à dependência entre a função
de onda do elétron e a distância r do núcleo, e, portanto há probabilidade de se
encontrar o elétron a certa distância do núcleo. Os números quânticos I e m estão
associados ao movimento angular do elétron e à dependência angular da função de
onda do elétron.
No atual modelo o elétron não pode mais ser compreendido como uma
“esfera” de carga elétrica negativa, girando ao redor do núcleo. No modelo quântico
o elétron é um ente físico com carga negativa, caracterizado pelo seu estado
quântico. Quando ocorre a mudança de um estado quântico ocorre à emissão de
radiação eletromagnética. Isso leva ao conceito de níveis de energia.
O átomo deixou de ser indivisível como acreditavam filósofos gregos
antigos e Dalton. O modelo atômico portanto, passou a se constituir na verdade, de
uma estrutura mais complexa (Figura 5):
Figura 5: Modelo atômico atual
3. Aplicações na Ciência e Tecnologia
3.1 ITER
Originalmente chamado de International Thermonuclear Experimental
Reactor – (Reator Termonuclear Experimental Internacional) a instalação é agora
conhecida oficialmente por suas iniciais ITER (que, em latim, significa "o
caminho"). Consiste em uma usina de fusão nuclear que vai abrigar o maior reator
do tipo Tokamac: uma gigantesca câmara de vácuo em forma de anel na qual uma
mistura de hidrogênio é mantida sob confinamento magnético.
Figura 6: Tokamak KSTAR, Daejeon, Coréia do Sul
Através de um consórcio internacional, foi assinado um acordo entre
China, União Européia, Índia, Japão, Rússia, Coréia do Sul e Estados Unidos
para construir (está sendo construído desde 2007) um multibilionário reator
experimental de fusão nuclear que irá replicar os processos nucleares do Sol.
O projeto tem por objetivo pesquisar uma alternativa limpa e sem
limites para as cada vez menores reservas de combustíveis fósseis, embora a
fusão nuclear permaneça como uma tecnologia ainda não comprovada. Alguns
pesquisadores negam que ela seja possível, embora acreditem que o projeto
ajudará muito no avanço da Física.
O local já está em construção, no centro da planície atualmente deserta
localizado em
Cadarache (Bouches-du-Rhône, França,
será
construído
o
gigantesco reator Tokamak, dentro de um prédio de 57 metros de altura, com
outros quatro andares subterrâneos (Figura 7).
Figura 7: Instalações do projeto de fusão nuclear.
Criado sob o amparo da Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA), o projeto ITER é o programa de cooperação científica internacional mais
importante após a Estação Espacial Internacional (ISS).
Os países que integram o projeto internacional de fusão nuclear ITER
concordaram em realizar um investimento de cerca de US$ 21 bilhões (R$ 48
bilhões) para começar a gerar energia limpa e barata até 2027.
Por tudo isso, o projeto, que triplicou de orçamento nos últimos anos, é
considerado um dos experimentos científicos mais ambiciosos do planeta.
3.2 Incertezas da fusão nuclear
Para alcançar o objetivo do Iter, os cientistas terão que criar
artificialmente temperaturas de cerca de 150 milhões de graus Celsius, que por
sua vez transformam partículas atômicas em um gás incandescente, o plasma.
O problema é que, até hoje, o máximo de energia obtido por meio de
plasma foi o equivalente a cerca de 70% da energia investida em produzir o gás.
Em outras palavras, ainda não se sabe como transformar a fusão
nuclear em uma atividade economicamente viável.
No entanto, cientistas envolvidos no projeto acreditam que o Iter seja a
melhor forma de obter uma fonte de energia limpa e renovável.
"Nós temos apenas um número limitado de fontes de energia. A fusão
é uma delas. O investimento nessa tecnologia vale a pena, porque vai
possibilitar uma recompensa de longo prazo, para os seus filhos, netos e
bisnetos", afirmou o físico David Campbell, do Iter.
O Iter começou em 1985, quando os então presidentes dos Estados
Unidos, Ronald Reagan, e da União Soviética, Mikhail Gorbachev, decidiram
fechar um acordo internacional para desenvolver energia a partir da fusão
nuclear.
Os sete integrantes do projeto esperam que seu sucesso não só
garanta a energia do futuro, mas divisas referentes aos royalties a serem obtidos
com a venda das tecnologias para outros países ou empresas.
3.3 Energia do Sol
Ao invés de dividir o núcleo de um átomo - o princípio por trás da atual
geração de energia nuclear - o projeto irá tentar fundir núcleos atômicos.
Em uma reação de fusão, a energia é liberada quando núcleos
atômicos leves - os isótopos de hidrogênio deutério e trício - são fundidos para
formar um núcleo atômico pesado. Para dominar a fusão como uma fonte de
energia, entretanto, é necessário aquecer um gás a temperaturas acima de 100
milhões de graus Celsius. Isso é muitas vezes mais quente do que o centro do
Sol.
Um dos atrativos da fusão é a quantidade mínima de combustível
necessário - a liberação de energia de uma reação de fusão é 10 milhões de
vezes maior do que em uma típica reação química, tal como a queima de um
combustível fóssil.
No entanto, o projeto tem sido criticado por grupos ambientalistas
como o Greenpeace, que argumenta que o enorme custo irá desviar fundos de
outras áreas da pesquisa de energias alternativas, sem nenhuma garantia de
que um método efetivo de simular e controlar o processo de fusão possa vir a
ser alcançado.
3.4 Reator comercial
O presidente Chirac descreveu o reator experimental como "uma mão
estendida para as gerações futuras." Se o ITER tiver sucesso, um protótipo
comercial será construído e, sempre se ele tiver sucesso, a tecnologia da fusão
nuclear poderá ser espalhada ao redor do mundo.
A União Européia irá pagar metade do custo de construção do reator,
com o restante dividido entre os outros parceiros. O projeto irá empregar 400
cientistas.
Depois de anos de negociações, o Japão concordou em 2005 em
retirar sua candidatura para sediar o projeto - em troca de 20% dos postos de
trabalho, incluindo o cargo de diretor geral. O engenheiro japonês Kaname Ikeda
foi nomeado no início de Novembro como coordenador do projeto (Figura 8).
Figura 8: Projeto japonês.
4. Efeito do trabalho na formação do aluno
A presente atividade e sua posterior apresentação têm a função de
promover o aumento do conhecimento dos temas propostos por meio de pesquisas,
e um maior envolvimento com atividades que serão rotina na futura vida profissional
de qualquer candidato à engenharia: como a explanação de idéias em palestras.
Somente entrando em contato com as informações acumuladas por
diferentes áreas das atividades humanas, pode-se adquirir uma visão mais
abrangente, cujo uso será voltado principalmente para a previsão e/ou solução dos
problemas que certamente surgirão em qualquer vida.
Ao perceber que tudo aquilo que buscamos todas as tentativas de
explicação do funcionamento da natureza, já se encontram há séculos na teoria do
conhecimento, podemos nos sentir integrantes nesta busca. Todos nós sentimos a
força da gravidade, a qual possibilita até mesmo a formação da nossa atmosfera,
porém, quando precisamos operar conceitos que a envolvem, perdemos o fôlego. E
isto vem quase sempre como sintoma de uma educação anterior. É a este tipo de
interação que se precisa buscar. É essencial entender os conceitos para depois
visualizá-los com o auxilio da Matemática.
A importância da pesquisa para o método científico vem do fato de que
vários de seus conceitos se sustentam por axiomas definidos como irrefutáveis
(claro por observações prévias); sendo preciso conhecer certas premissas para
progredir em outros conceitos. Localizar no tempo e no espaço as descobertas que
possibilitaram a evolução da tecnologia; saber onde, quando, por quem e porque tais
situações foram observadas, favorece muito a fixação das informações.
É isto o que se propõe com tal atividade, mas muito mais do que ser
considerado somente um treinamento, deve-se ter em mente – e esta é a parte de
cada um para além da instituição – que todo este processo deve ser tomado
instintivamente, com ímpeto permanente, sem esquecer-se que mesmo na ciência é
preciso ter fé, pois, muitas vezes se trabalha com o invisível, com o muito pequeno
de estruturas que podem ser modificadas conscientemente, embora não sejam
vistas, como é o caso das estruturas atômicas. Só assim pode-se perceber que o
milagre da vida está em caminhar sobre a terra e não sobre a água.
Como escreveu um poeta persa: Se alguém lhe disser que a pérola
existe, você pode esvaziar o mar mil vezes com uma xícara e não a encontrará. É
preciso ser um mergulhador.
5. Conclusão
Ao estudarmos o desenvolvimento histórico dos modelos atômicos,
pudemos concluir que a origem da palavra átomo provém do atomicísmo grego e
significa “indivisível”, idéia que prevaleceu por séculos, mas que foi comprovado não
ser verdadeira, já que há possibilidade de rompimento do núcleo do átomo,
formando partículas cada vez menores, onde a menor partícula ainda não foi
encontrada.
Os modelos atômicos são tentativas dos cientistas (ao longo da história)
de imaginar (visualizar) o que é impossível serem observado a “olho nu”.
Na medida em que os estudos sobre os átomos foram se aprimorando,
foram surgindo novos modelos atômicos, pois os modelos antigos não eram capazes
de explicar todos os fenômenos sofridos pela matéria.
Conhecemos um pouco a respeito dos modelos de John Dalton (bola de
bilhar), Thomson (elétrons no centro de uma massa contínua), Rutherford (átomo
nucleado), modelo de Niels Bohr (diagrama de nível de energia) e o modelo
Quântico de Schrodinger (que é o modelo atual).
O átomo, princípio fundamental de qualquer tipo de matéria, foi
indispensável na obtenção de respostas importantes para a humanidade, e apesar
de hoje já ser aplicado em vários campos científicos e industriais (produção de
armas de destruição em massa, produção de energia e até mesmo no tratamento de
doenças) ainda possui um imenso potencial para pesquisas e aplicações na
indústria. Um exemplo disso é o ITER, que pudemos conhecer e entender um pouco
sobre essa “aposta” dos cientistas para uma fonte alternativa de geração de energia
limpa e renovável.
O átomo, embora já esteja sendo estudado há milhares de anos, ainda
pode guardar respostas importantes para problemas ainda não solucionados pelo
homem.
6. Bibliografia

BOHR, Niels Henrik David; Física Atômica e Conhecimento Humano: ensaios
1932-1957, Rio de Janeiro, Contraponto, 1962.

HEISENBERG, Werner, Física e filosofia, Brasília, Editora da UnB, 1998.

Wikipédia, a enciclopédia livre.

Maciel, Noémia; Eu e a Química, Porto Editora, 2003
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