Projeto Mafteach CÉLULAS-TRONCO 1. Introdução: As células-tronco são células que possuem a melhor capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras. Devido a essa característica, as células-tronco são importantes, principalmente na aplicação terapêutica, sendo potencialmente úteis em terapias de combate a doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes tipo-1, acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, traumas na medula espinhal e nefropatias. O principal objetivo das pesquisas com células-tronco é usá-las para recuperar tecidos danificados por essas doenças e traumas. Elas são encontradas em células embrionárias (do embrião) e em vários locais do corpo, como no cordão umbilical, na medula óssea, no sangue, no fígado, na placenta e no líquido amniótico. As três categorias de células-tronco são: Células-tronco embrionárias Células-tronco adultas - encontradas em tecidos adultos Células-tronco da medula espinhal No embrião em desenvolvimento, as células-tronco podem se diferenciar em tipos de tecidos especializados. Em organismos adultos, as células-tronco e as células progenitoras atuam como um sistema de reparo para o corpo, tornando a repovoá-lo de células especializadas. Como as células-tronco podem rapidamente crescer e se transformar em células especializadas com características consistentes com células de vários tecidos, como músculos ou nervos, seu uso nas terapias médicas tem sido proposta. Em particular, as linhagens de células-tronco embrionárias, as células-tronco embrionárias originárias de clonagem terapêutica e células-tronco adultas do cordão umbilical ou da medula óssea são candidatas promissoras. As células-tronco embrionárias são pluripotentes e podem se desenvolver em mais de 200 tipos de células do corpo adulto, quando recebem o estímulo necessário. As células-tronco adultas são células indiferenciadas encontradas no corpo e que se dividem para repovoar células moribundas e regenerar tecidos danificados. Também conhecidas como somáticas, podem ser colhidas em crianças e em adultos. As células adultas têm uma capacidade de diferenciação muito mais reduzida que a embrionária. Por exemplo, uma célula-tronco adulta retirada do fígado de uma pessoa, terá a capacidade de se multiplicar em células do fígado desse indivíduo. E assim com as células adultas retiradas de outros tecidos. Já a célula embrionária é como um coringa, e é capaz de se transformar em qualquer outro tecido do corpo humano, como ossos, nervos, músculos e sangue. 2 - Religiões: A)Judaísmo De acordo com o judaísmo, temos permissão e obrigação Divinas de pesquisar a fim de curar o ser humano. Ou seja, isso não se constitui em um desafio à vontade Divina. Nós não achamos que isso seja "brincar de Deus". Pelo contrário, o judaísmo acredita que Deus convidou o ser humano a ser Seu sócio na obra da Criação. O homem, tem o direito e o dever de aperfeiçoar a obra Divina, que, em certos casos, foi deixada inacabada por Ele. De acordo com o judaísmo, é uma obrigação desenvolver este mundo da melhor forma possível para que ele seja proveitoso ao ser humano. A concepção dessa sociedade entre Deus e a humanidade está claramente expressa e definida nas palavras dos nossos grandes pensadores e legisladores judeus. Tal associação explica a razão pela qual, em todos os séculos, grandes médicos e cientistas judeus se destacaram a ponto de ter participado da descoberta de tantas curas, Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin Página 1 Projeto Mafteach como antibióticos eficazes contra moléstias infecciosas e outros. E, por essa razão, o judaísmo não tem absolutamente nada contra as novas tecnologias. Somos favoráveis às complexas cirurgias para quem delas necessita. O judaísmo é categórico: o ser humano deve “se igualar” a Deus quanto ao preceito de curar a doença e aliviar a dor, ao máximo. Todavia, é importante ter em mente que cada descoberta, científica ou tecnológica, pode ser potencialmente uma bênção, ou o oposto. Será uma bênção quando acrescentar dignidade ao homem, e quando realmente reduzir a dor, a doença e a miséria. E será uma maldição quando for usada irresponsavelmente. A ciência e a tecnologia aqui estão para servir à humanidade, e não para se servir dela. Essa é a razão pela qual cada nova descoberta precisa ser analisada pelos grandes sábios judeus, competentes tanto no âmbito da lei (halachá) quanto em matéria científica, a fim de certificar se a novidade transgride algo que seja proibido pela halachá. Os sábios, obviamente, terão de analisar também se, ao permitir certas descobertas, não estarão encorajando a extrapolação e facilitando que coisas proibidas sejam autorizadas. Checar se não há qualquer contradição com matéria de fé, moral e ética etc. Sobre as células tronco a opinião judaica mais comum é que não há dúvida de que tais pesquisas podem realmente gerar um gigantesco potencial de cura e de aplicação terapêutica. Sabe-se que devido à sua versatilidade, os cientistas esperam um dia poder utilizar tais células na recuperação de tecidos danificados, como em lesões na medula espinhal ou no tratamento de doenças graves, como diabetes, mal de Alzheimer, mal de Parkinson, etc. As pesquisas em questão aparentemente são essenciais para a cura de muitas enfermidades. Há dois tipos de células-tronco: o das adultas, que podem ser encontradas na medula óssea, no sangue, no cordão umbilical e também em fetos prematuramente expelidos, sendo que o judaísmo não tem nada contra sua utilização (desde que os fetos não provenham de abortamento provocado). O segundo tipo são células-tronco de tecido embrionário que motivam um grande questionamento: é permitido extraí-las? Porque essa hipótese implica na interrupção do desenvolvimento do embrião, ocasionando a destruição do mesmo. Enquanto certos filósofos e determinadas crenças tentam diferenciar entre os vários estágios da fertilização, afirmando que há uma fase de implantação, outra de iniciação da atividade cerebral etc., nós, judeus, consideramos um embrião já implantado na parede uterina como um feto e que já há vida nesse feto. Por isso, não há possibilidade de se permitir o abortamento com o intuito de pesquisar células-tronco, mesmo nos casos em que tais tecidos fetais possam prover uma terapia que salvará a vida de um paciente. O judaísmo não permite, de forma alguma, sacrificar um feto inocente para salvar uma outra vida. Isso é totalmente impensável e imoral. A única exceção à regra ocorre quando o feto "não-inocente" põe em risco a existência da mãe. Nesse caso, optamos por salvar a mãe, em detrimento do feto (o conceito de rodef, na halachá).Não é permitido interromper a vida do feto mesmo que esteja nos primeiros 40 dias de gestação, quando é tido pelo Talmud (Yevamot 69b) como "líquido" (esse conceito indica apenas que, em caso de aborto, não serão aplicadas as leis relativas à pureza pós-parto). A lei judaica proíbe categoricamente fazer um aborto voluntário, mesmo no início da gestação. Pela lei judaica, tais embriões pré-implantados não chegam ao estado de feto enquanto não forem depositados no útero. A proibição de assassínio, de se abreviar a vida do próximo, baseada no versículo do Gênese (9:6), "Aquele que derrama sangue humano deverá ter seu próprio sangue derramado por homem, pois Deus fez o homem à Sua imagem", vale apenas a partir do momento em que o feto está dentro do útero da mãe (Talmud, Sanhedrin 57b). Enquanto esse embrião pré-implantado estiver em um petri dish, ou em um meio artificial, ele não conseguirá (sem auxílio externo) desenvolver a vida que possui. Assim, pela Torá, aquele que interrompe a vida de um embrião pré-implantado não é considerado homicida. Consequentemente, a "sobra" dos embriões que foram criados em tratamentos de infertilidade pelo método F.I.V. (recurso permitido em determinadas circunstâncias), que foi congelada e não será implantada, mas posteriormente descartada, pode eventualmente ser usada para pesquisas com células-tronco. B) Catolicismo A Igreja Católica e diversos outros grupos religiosos têm o apoio de fiéis e algumas associações civis na luta contra a pesquisa com as células-tronco embrionárias. Sua defesa Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin Página 2 Projeto Mafteach argumenta que utilizar embriões para a extração de células-tronco é como se fosse praticado um assassinato, já que o processo destruiria o embrião. Fontes: Site wikipedia.com.br Site celula-tronco.com Site http://br.answers.yahoo.com Site www.morasha.com.br Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin Página 3