(Glycine max (L.) M

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1
VIV
III
Universidade Comunitária da Região de Chapecó
UNOCHAPECÓ
DIEGO DALLASTA
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill), EM
LABORATÓRIO, SUBMETIDAS A DIFERENTES DOSES DE BIOESTIMULANTE
Chapecó – SC, 2010
2
Diego Dallasta
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill), EM
LABORATÓRIO, SUBMETIDAS A DIFERENTES DOSES DE BIOESTIMULANTE
Monografia (Relatório do Trabalho de Conclusão
de Curso), apresentado à UNOCHAPECÓ como
parte dos requisitos para obtenção do grau de
Engenheiro Agrônomo.
Orientadores: Eng. Agr. Mestre Prof. Lúcia
Salengue Sobral e Eng Agr. Mestre Prof. Gelso
Marchioro
3
Chapecó – SC, 2010
Agradecimentos
Após cinco anos da minha vida dedicados ao curso de Agronomia, olho para trás e vejo
quantas coisas boas aprendi e compreendi. Quantos amigos, professores, experiências e
sabedoria. Sei que cursar uma universidade é um privilégio.
É um privilégio também possuir uma família que propicia tudo que necessito para viver
e me deu a oportunidade de estudar e vislumbrar um futuro promissor. Agradeço a todos que de
alguma forma me ajudaram nessa caminhada e a Deus pela saúde e pela vida.
4
RESUMO
Auxina, citocinina e giberelina são hormônios vegetais encontrados em várias partes
dos vegetais. Suas funções principais são a de alongamento e divisão celular. Seus modos de
ação ainda são desconhecidos, mas vários trabalhos indicam os benefícios que trazem as
plantas, como maior número de vagens e produtividade em Soja. Este trabalho analisou um
bioestimulante que contém estes 3 hormônios. O trabalho foi realizado no Laboratório de
Sementes da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, utilizando 6 tratamentos com 4
repetição, sendo que cada repetição utilizou-se de 200 sementes. Analisou-se a percentagem de
germinação, plântulas normais e anormais, comprimento médio da raiz aos 7 dias, massa seca e
massa verde da parte aérea e sistema radical. Não foram encontradas diferenças estatísticas para
as variáveis estudadas.
Palavras chave: Fitoregulares, bioestimulante, soja.
SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................................III
LISTA DE ILUSTRAÇÕES......................................................................................V
5
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................6
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................7
3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................27
5 CONCLUSÃO......................................................................................................... 33
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................34
7 REFERÊNCIAS.......................................................................................................35
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
6
Ilustração 1 - Análise de variância para a percentagem de plântulas normais de sementes de
soja
(Glycine max L. Merril) em diferentes dosagens do bioestimulante
“Stimulate”. Chapecó (SC) 2010.......................................................................26
Ilustração 2 - Análise de variância para a percentagem de plântulas anormais de sementes de
soja (Glycine max L. Merril) em diferentes dosagens do bioestimulante
“Stimulate”.Chapecó (SC) 2010........................................................................26
Ilustração 3 - Análise de variância para comprimento do sistema radical de soja (Glycine max
L. Merril) em diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó.
(SC) 2010..........................................................................................................27
Ilustração 4 - Análise de variância para massa seca da parte aérea de soja (Glycine max
L.Merril) em diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC)
– 2010................................................................................................................27
Ilustração 5 -
Análise de variância para massa seca do sistema radical da soja (Glycine max
L. Merril) em diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó
(SC) – 2010.....................................................................................................27
Ilustração 6 -
Análise de variância para massa verde da parte aérea da soja (Glycine max L.
Merril) em diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC)
– 2010..............................................................................................................27
Ilustração 7 -
Análise de variância para massa verde do sistema radical da soja (Glycine max
L. Merril) em diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó
(SC) – 2010.....................................................................................................28
Ilustração 8 -
Análise de variância para sementes mortas da soja (Glycine max L. Merril) em
diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC) –
2010...................................................................................................................28
7
1 INTRODUÇÃO
O grão da soja é um dos principais produtos de exportação brasileira, gerando inúmeros
empregos no campo e na cidade, tanto na sua produção como em seu beneficiamento e em toda
cadeia de processamento de seus derivados.
As tecnologias de produção desta oleaginosa estão evoluindo nas ultimas décadas de
forma benéfica, passando do plantio convencional para o Sistema Plantio Direto e introdução
de cultivares geneticamente modificados, que além de aumentarem seu rendimento médio
causam menos impacto ambiental, pelo menor uso de agrotóxicos e água.
No mercado há disponível uma série de produtos para o meio agrícola, a fim de
aumentar a eficiência de alguns processos fisiológicos da planta. Os bioestimulantes são
produtos compostos por alguns hormônios que as plantas utilizam para seu crescimento e
processos fisiológicos. Neste sentido, o produto “Stimulate”, produzido pela empresa Stoller do
Brasil, com os hormônios vegetais citocinia, giberelina e auxina, tem a função de incrementar o
crescimento e desenvolvimento vegetal, com maior enraizamento e maior produtividade.
Este produto, porém, não é usado comumente pelos agricultores. Por isso, se faz a
necessidade de estudos que comprovem a sua eficiência.
Diante disto o objetivo deste trabalho foi avaliar a germinação de sementes da soja
(Glycine Max (L) Merrill), em laboratório, submetidas a diferentes doses do bioestimulante
“Stimulate”.
8
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Histórico
A soja é uma planta muito antiga, sendo que alguns autores acreditam que sua
domesticação ocorreu por volta de 1500 e 1027 a.C.. O lugar provável de sua origem é na
China. A primeira aparição da soja em referências escritas foi em um herbário medicinal – o
Pen Tsao Kong Mu, escrito pelo imperador Shen Nung no ano de 2838 a.C. (FUNDAÇÃO
CARGILL, 1999; SEDIYAMA, 2009).
Conforme a Fundação Cargill (1999), no ocidente este vegetal começou a ser estudado
no final do século XIX, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A planta então
gerou interesse por parte de indústrias de óleos vegetais. Mas somente no ano de 1930 é que
pesquisadores norte-americanos e canadenses desenvolveram variedades da planta com alto
teor de óleo, expandindo-se assim, por todo o EUA.
No Brasil foi introduzida em 1891, no estado da Bahia. Posteriormente, em 1901
experimentos foram realizados no Rio Grande do Sul. Até meados de 1930, a planta era
experimentada em alguns pontos deste estado, e a cidade de Santa Rosa foi que começou a
produzir em escala, expandindo para a região das missões. Nessa época a soja era usada na
alimentação de suínos (FUNDAÇÃO CARGILL, 1999; CASTRO E KLUGE, 1999).
Já a primeira referência sobre a soja no Brasil consta em relatos de Gustavo Dutra, no
ano de 1882. As primeiras cultivares não se adaptaram as latitudes da Bahia, por isso em 1891
cultivares foram introduzidas em São Paulo onde o clima é semelhante ao dos Estados Unidos
da América. (SANTOS, 1998 apud SEDIYAMA, 2009; CASTRO E KLUGE, 1999)
9
Segundo Sediyama (2009) a soja após ser introduzida no Rio Grande do Sul, expandiuse para Santa Catarina, onde colonizadores gaúchos plantaram no oeste e no vale do Rio do
Peixe. No Paraná a partir dos anos 60 começou a ocupar os campos com efetividade e no
cerrado a partir dos anos 80. As principais causas da expansão da cultura foram à semelhança
do clima sul brasileiro com aquele do sul dos EUA, operação TATU no RS, na qual foi
promovida a calagem e adubação dos solos, incentivos fiscais e troca mundial da gordura
animal pela vegetal.
Importância da Soja
Segundo o IBGE (2010) o Brasil vai colher 69 milhões de Mg na safra 2010/2011,
baixando 0,2% em relação à safra passada por causa de um decréscimo esperado na
produtividade média.
Sediyama (2009), relata que a soja é uma das plantas mais importantes do mundo, com
alto teor de proteínas (40%) e óleo (20%) podendo fornecer óleo para alimentação humana,
produção de biodiesel, desinfetantes, lubrificantes, sabões etc. Pode ser utilizada como adubo
verde, forragem, silagem, feno e pastagem. Ainda possui uma importante função na
alimentação humana e animal em forma de farelo e na manufaturação de muitos produtos
processados e semiprocessados.
Conforme a Fundação Mato Grosso (2007) para produzir 1 kg de carne de frango, são
necessários 0,5 kg de farelo de soja e para produção de 0,5 kg de farelo de soja necessita-se de
0,63 de soja. Visto que o consumo per capita de frango no Brasil é de 38,1 kg/ano, somente via
frango o consumidor brasileiro consome 23,23 kg de soja/ano. Ainda conforme a mesma 1 kg
de carne suína contém 0,6 kg de farelo de soja. Necessita-se 0,75 kg de para fazer 0,6 kg de
farelo. Sendo o consumo per capita de carne de suíno de 11,6 kg/ano, via suíno cada brasileiro
consome 8,7 kg de soja/ano.
A população brasileira é de aproximadamente 180.000.000 de pessoas. Se
multiplicarmos o consumo de soja via frango mais o consumo de soja via suíno, obtém-se um
10
total de 5.747.000 Mg. Isto significa uma área de cultivo de aproximadamente 2.128.000
hectares de produção de soja que são consumidos pelos brasileiros via frango e suíno
(FUNDAÇÃO MATO GROSSO, 2007).
2.2. Classificação botânica e morfológica
Segundo Castro e Kluge (1999) a soja é uma planta herbácea, anual, ereta, entre 60 e 90
cm de altura, caule ramificado, esverdeado e piloso. As folhas são alternas, trifolioladas,
pecioladas, estipuladas e o fruto é do tipo vagem contendo entre 3 e 5 sementes. Pertence a
divisão Angiospermae, classe Dicotyledoneae, subclasse Archichlamideae, ordem Rosales,
família Fabaceae, Gênero Glycine, espécie Glycine Max (L) Merrill.
A cada 100 sementes de soja o peso varia de 2 a 30 g, com forma variando entre
globosa, elipsoidal e oval. O crescimento pode ser de hábito determinado, quando ao entrar no
estádio reprodutivo a planta atinge aproximadamente 90% de sua altura e matéria seca final, ou
de hábito indeterminado, quando uma gema axilar mantém atividade após o florescimento e
continua desenvolvendo nós e alongando as plantas (SEDIYAMA, 2009).
2.3 Ecofisiologia da planta
Conforme Embrapa (2008) a água representa 90% do peso da soja, e atua em quase
todos os processos bioquímicos e fisiológicos, como solvente, através do qual os gases, solutos
e minerais entram nas células e movem-se pela planta. Também atua na manutenção e
distribuição do calor.
A disponibilidade da água é importante em todas as fases de crescimento da cultura,
mas em duas fases sua falta traz mais problemas: na germinação-emergência e floraçãoenchimento de grãos. Nesta fase de floração-enchimento de grãos a planta atinge a maior
necessidade de água (7-8 mm/dia). A necessidade total da cultura varia de 450 a 800 mm,
dependendo das condições climáticas, do manejo da cultura e duração do ciclo (EMBRAPA,
2008).
11
Segundo a Química Industrial Brasileira (1984) a temperatura ideal para o melhor
desenvolvimento da cultura da soja varia entre 25 e 30°C, porém existem algumas variedades
adaptadas a condições de maior temperatura.
O crescimento é rápido e uniforme com temperatura de 25°C, e nulo ou pequeno para
temperaturas inferiores a 10°C ou superiores a 40°C. A floração somente é induzida com
temperaturas superiores a 13°C. Assim, lavouras semeadas no mesmo instante, podem ter
floração em épocas diferentes, em virtude das altas temperaturas, e acarretar plantas com
diferentes tamanhos (EMBRAPA, 2008).
Ao atingir umidade de 50%, ocorre a germinação da semente de soja, sendo que a
emergência da plântula ocorre de 5 a 7 dias após a germinação (CASTRO; KLUGE, 1999).
Sediyama (2009) esclarece que a semente germina quando 50% de seu peso seco sejam
ocupados pela água, o que no solo ocorre de 4 a 5 dias após a semeadura. Se a umidade do solo
for baixa a semente poderá ficar viável por um mês no solo, mas sofrerá ataque de pragas
fungos.
Conforme Castro e Kluge (1999) a raiz da planta cresce em todo o ciclo. A raiz primária
cresce em profundidade, e as primeiras raízes laterais crescem horizontalmente nos primeiros
40-50 dias, e quando atingem aproximadamente 35 cm curvam-se para baixo, aprofundando-se
no solo. Em condições normais as primeiras folhas são unifolioladas e abrem-se após 5 a 7 dias
da germinação, e a primeira folha trifoliolada abre-se entre 9 a 11 dias, expandindo-se ente os
dias 15-17.
O florescimento varia de 40 a 70 dias após a emergência, conforme a cultivar. O
florescimento começa entre os nós 8 e 10 e progride para cima e para baixo. A frutificação se
inicia de 10 a 15 dias após o florescimento (CASTRO; KLUGE, 1999).
2.4. Rotação de culturas
12
De acordo com Sediyama (1985) apud Sediyama (2009) a rotação de culturas é um
processo em que se alterna na mesma área e no mesmo período do ano, culturas diferentes em
uma seqüência regular, como por exemplo o cultivo trienal de milho, algodão e soja.
Conforme Potafós (1993) os objetivos da prática de rotação de culturas são organização
e distribuição das culturas na propriedade, manutenção da matéria orgânica do solo, auxilio no
controle de plantas daninhas, insetos e reduzir a erosão.
Este modelo de produção se baseia na premissa da diversificação das atividades na área
de cultivo, a fim de aumentar a sustentabilidade ecológica. Isto melhora os recursos produtivos,
diminui o ataque de herbívoros e de patógenos, diminui a população de plantas espontâneas e
contribui para maior produtividade por área (SANTOS et al, 2007)
Além disso o aumento do conteúdo de matéria orgânica no solo favorece na manutenção
ou melhoria da fertilidade do solo, fixando principalmente nitrogênio (N). No caso do controle
de plantas daninhas algumas se adaptam a certas culturas, ao passo que em outras culturas elas
não conseguem se reproduzir, devido aos tratos culturais e ciclo vegetativo. A mesma idéia
funciona para o controle de moléstias, pois os patógenos possuem preferências por certas
espécies, e quando a rotação acontece, seus ciclos são quebrados. Sistemas radicais diferentes
exploram distintas profundidades e nutrientes, melhorando a utilização de água e adubos
(POTAFÓS, 1993).
2.5 Manejo do solo
2.5.1. Sistema de plantio direto
13
Conforme a Embrapa (2008) o Sistema Plantio Direto é um sistema que visa à
conservação do solo, se contrapondo ao sistema convencional. Seus princípios são o não
revolvimento do solo e a cobertura permanente do solo para realização de rotação de culturas.
O plantio é feito sobre os resíduos de outras culturas, controlando-se plantas invasoras
antes do plantio, reduzindo substancialmente a erosão do solo (POTAFÓS, 1993)
2.5.2 Sistema convencional
O sistema convencional somente deverá ser utilizado, quando for impossível realizar o
Sistema Plantio Direto. Se bem utilizado, o sistema convencional também pode permitir a
conservação do solo e altas produtividades (EMBRAPA, 2008).
2.6 Fixação biológica de nitrogênio
Conforme a Embrapa (2008) o nitrogênio é o elemento mais requerido pela cultura de
soja, sendo que para produzir 1000 kg, necessita-se cerca de 80 kg de N. As principais fontes de
N para a planta são os adubos nitrogenados e a fixação biológica de nitrogênio (FBN), sendo
que esta ultima, é realizada através de bactérias do gênero Bradyrhizobium, quando entram em
contato com as raízes da planta através dos pelos radicais, formam-se os nódulos. Dependendo
de sua eficiência a FBN pode suprir toda a necessidade da cultura. A dose recomendada é de
100 mL de inoculante líquido por 50 kg de sementes.
Peoples e Craswell (1992) apud Sediyama (2009) afirmam que a soja pode fixar até 450
kg/ha de Nitrogênio, demonstrando que através da fixação biológica de N a mesma obtém toda
sua necessidade deste nutriente com um custo extremamente baixo.
2.7 Tratamento de sementes
A aplicação de fungicidas reduz a nodulação e a FBN, e a maior freqüência de efeitos
negativos ocorre em solos de primeiro ano de cultivo, com baixa concentração de
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Bradyrhizobium spp. Para obtenção de melhores resultados na cultura, nesse caso, deve-se
evitar o tratamento de sementes com fungicidas, a não ser que as sementes possuam alta
qualidade fisiológica e o solo apresente boa disponibilidade hídrica e temperatura adequada
para rápida germinação e emergência (EMBRAPA, 2008).
Conforme a Fundação Mato Grosso (2007) em solos já consolidados com plantio direto,
utilizando-se sementes de boa qualidade, é aconselhável a utilização de tratamento químico
com fungicida para evitar a deterioração e morte de plântulas por fungos. As sementes também
poderão ser tratadas com inseticidas, tanto como medida de prevenção das sementes no solo
como após sua germinação. Os inseticidas podem reduzir a germinação e no vigor quando as
sementes tratadas são armazenadas por longo período. Faz-se necessário então semear as
sementes logo após o tratamento.
Estudos afirmam que o cobre (Co) e molibdênio (Mo) tornam a FBN mais eficiente
para a maioria dos solos onde é cultivada a soja. As indicações técnicas são de 2 a 3 g de Co e
10 a 12 g de Mo por ha, via semente ou em pulverização foliar, nos estádios V3-V5
(EMBRAPA, 2008).
É importante que também seja feita a inoculação com novas estirpes de Bradirhizobium
que proporcionem maior capacidade de fixação biológica de N do que as estirpes naturais do
solo. A seqüência correta no tratamento completo é primeiro fungicidas e inseticidas, depois os
micronutrientes e por último os inoculantes (FUNDAÇÃO MT, 2007).
2.8 Fitormônios
O desenvolvimento das plantas é controlado por diversos fatores, como genéticos e
ambientais e fatores fisiológicos ou hormonais. A germinação de sementes, crescimento,
floração, frutificação entre outros, são influenciados por compostos orgânicos. A palavra
hormônio vem do termo grego horman que significa excitar, e nas plantas este termo é utilizado
como fitormônio, para definir substâncias orgânicas que ocorrem naturalmente e tem a função
de regulação nas plantas (FlOSS, 2008).
15
Taiz e Zeiger (2006) definiram hormônios vegetais como moléculas vegetais
sinalizadoras, que funcionam como mediadores na comunicação intercelular e interagindo com
proteínas especificas chamadas de receptoras. Eles ressaltam que estes sinalizadores são
responsáveis por efeitos marcantes nos vegetais, mesmo em concentrações pequenas.
Conforme Floss (2008) até o presente momento, oito grupos de substâncias são
considerados fitormonios: 1 - auxinas; 2 – giberelinas; 3 – citocininas; 4 – etileno; 5 – ácido
abscísico e outros inibidores; 6 – ácido jasmônico; 7 – ácido salicíclico; 8 – retardadores de
crescimento.
2.10.1 Auxinas
Auxina é uma palavra de origem grega (auxein) que significa crescer, e é essa sua
função nas plantas, pois atua no mecanismo interno de crescimento vegetal, como crescimento
do caule, folhas, raiz, floração, frutificação, germinação de sementes, dormência apical dentre
outras funções (FLOSS, 2008).
Taiz e Zeiger (2006) confirmam que a auxina foi o primeiro hormônio vegetal a ser
considerado, destacando-se como o primeiro hormônio de crescimento. Afirmam ainda que a
auxina promove o crescimento de caule e coleóptilos, sempre trabalhando com alongamento
celular, aumentando a capacidade de extensão das células.
De acordo com Ferri (1985) as auxinas nos vegetais são sintetizadas em partes novas,
como meristema apical, gemas axilares, folhas jovens e o meristema das raízes sendo
translocadas para os órgãos da planta que controlam o crescimento.
Kerbauy (2004) relata que a biossíntese da auxina se dá em locais de divisão celular
rápida, especialmente no meristema apical do caule, folhas jovens, frutos em desenvolvimentos
e sementes. Suas principais funções são a divisão, crescimento e diferenciação celular. Salienta
ainda que ela induz a acidificação da parede celular com conseqüente afrouxamento da mesma,
induz também alguns processos viabilizam a continuidade do crescimento celular com também
absorção de solutos osmóticos (potássio, por exemplo).
16
A) Funções fisiológicas das auxinas
A.1 Crescimento do caule
Segundo Floss (2008) o crescimento do caule se da pelo alongamento das células, e não
por sua multiplicação. As auxinas participam deste processo aumentando a plasticidade e
elasticidade da parede celular, permitindo o aumento de volume da célula. São encontrados
altos níveis deste composto nas regiões de crescimento do caule.
Esse hormônio provoca o crescimento do caule por atividade mitótica e aumento de
volume (vacuolização) das células meristemáticas do ápice. Conforme o autor o número de
células é importante, mas é o aumento de volume que possibilita um crescimento do caule em
extensão (FERRI, 1985).
Kerbauy (2004) salienta que o crescimento das células vegetais não meristemáticas é
caracterizada pela sua expansão em até 3 dimensões, ou por alongamento, que caracteriza-se
pela expansão em um só sentido. As células de caules e raízes se expandem por alongamento,
sendo que seus diâmetros aumentam menos de 5%.
A.2 Crescimento das folhas
O teor de auxina se relaciona diretamente com o crescimento das folhas, embora seu
modo de atuação não seja totalmente conhecido. Enquanto a concentração de auxina for maior
na folha que no pecíolo, a folha mantém-se verde. Quando a síntese de auxina é paralisada, a
folha entra em senescência (FLOSS, 2008).
Conforme Taiz e Zeiger (2006) a abscisão foliar, que é a perda de folhas por uma planta,
é retardada com o uso de auxina. Segundo os autores, as folhas novas possuem altos teores de
auxina, decrescendo nas maduras e tornando-se baixo quando as folhas entram em senescência.
Ferri (1985) afirma que o crescimento foliar pela auxina envolve divisão, expansão e
diferenciação celular. Embora seu modo de ação não seja totalmente conhecidos, em folhas
jovens acontece à síntese da auxina, e com o envelhecimento deste tecido esta atividade
diminui.
17
A.3 Crescimento da raiz
De acordo com Floss (2008) as raízes são extremamente sensíveis as auxinas, sendo que
quando se aplica auxina em órgãos isolados ocorre um aumento paralelo a sua concentração até
certos níveis onde ocorre um efeito inibitório. Pequenas concentrações que não fazem efeito em
gemas e caules, já apresentam efeito inibitório na raiz.
Raízes laterais são encontradas acima da zona de alongamento e pilífera, originando-se
de pequenos grupos de células no periciclo. A auxina estimula a divisão destas células,
formando maiores quantidades de raízes laterais e adventícias. Na horticultura tem sido muito
importante o uso de auxinas para formação de raízes adventícias na propagação vegetativas de
plantas por estaquia (TAIZ E ZEIGER, 2006; FERRI, 1985).
A.4 Germinação das sementes
Na germinação das sementes, as auxinas translocam as giberelinas das células do
embrião para as do endosperma. Atuam também na alongação das novas células formadas na
divisão celular no embrião (FLOSS, 2008)
Castro e Vieira (2003) apud Klahold et al (2006) relatam que Stimulate aplicado via
tratamento de sementes na cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L) proporcionou uma
melhor uniformidade na germinação das sementes, surgindo plantas de melhor qualidade com
raízes mais volumosas tornando a massa seca, crescimento e comprimento total maiores de que
a testemunha.
A.5 Desenvolvimento de flores e frutos
Taiz e Zeiger (2006) explicam que vários estudos sugerem que a auxina regula o
desenvolvimento do fruto. Sendo que a auxina é produzida no pólen, endosperma e embrião das
sementes, o estimulo inicial de crescimento do fruto pode resultar da polinização.
18
Não se sabe ao certo o modo de ação das auxinas no desenvolvimento de uma flor,
inclusive em vários casos ela abortou as flores das espécies estudadas. Porém essa inibição
parece ser um efeito secundário, em virtude da produção de etileno induzida pela auxina.
Membros da família Bromeliaceae apresentam respostas positivas na floração quando tratadas
com auxina. Em botões florais de cucumis, quando as flores estão em estagio bissexual a
aplicação de auxina leva a formação de flores femininas, enquanto giberelina de flores
masculinas. Evidencia-se uma correlação positiva entre os níveis de auxina e giberelina no
ovário, antes da fertilização, com a formação de frutos partenocárpicos. A aplicação de auxinas
sintéticas em arvores frutíferas, no estagio de estabelecimento dos frutos, causa efeito de raleio.
Já a aplicação na fase de maturação do fruto, o mantém na árvore por mais tempo, até seu
completo desenvolvimento (KERBAUY, 2004).
2.10.2 Giberelinas
Sua ação como promotora de crescimento pode ou não ser semelhante a auxina, pois
também estimula a divisão celular ou a elongação celular. As folhas novas é o local onde se
encontram maiores quantidades de giberelinas, as quais podem ser transportadas para o restante
da planta (FLOSS, 2008).
Kerbauy (2004) confirma que a giberelina atua no alongamento e divisão celular, como
também na regulação do crescimento, floração, ciclo celular e mobilização de reservas do
endosperma.
Para Ferri (1985) os efeitos biológicos da giberelina são a floração, expressão sexual,
partenocarpia, senescência, abscisão, germinação, quebra de dormência e crescimento.
A) Funções fisiológicas
A.1 Floração
Uma das importantes ações das giberelinas é que podem induzir a floração em plantas
mantidas em condições não induzidas, por isso podem substituir uma condição ambiental, sem
19
a qual a espécie continuaria na forma vegetativa. Os maiores efeitos são encontrados em
plantas de dias longos (PDL) para indução floral, e as que necessitam de período de frio,
conhecido como vernalização (FLOSS, 2008).
Para Ferri (1985) as giberelinas possuem papel importante na floração, podendo
substituir condição específicas do meio ambiente, sem a qual a planta permaneceria em estado
vegetativo. Bons resultados são encontrados em plantas que necessitam dias longos e nas que
precisam de vernalização (período de frio). Um exemplo de plantas de regiões temperadas que
necessitam de vernalização é a cenoura e rabanete, que podem ser induzidas a floração com
giberelina exógena.
Conforme Floss (2008) a velocidade de floração também pode ser acelerada pela ação
de giberelinas, pois uma planta de Kalanche daigremontianum que necessita de um ano ou mais
além da germinação para florescer, após o tratamento com esta substância levou cerca de três
meses para florescer.
Taiz e Zeiger (2004) ressaltam a importância da giberelina no alongamento de caules e
também na germinação de sementes, quebrando a dormência e atuando na mobilização das
reservas do endosperma. Já no desenvolvimento pode ajudar a planta a passar do estádio
juvenil para o maduro, indução floral, determinação e estabelecimento do sexo.
A.2 Germinação e quebra de dormência
As giberelinas atuam na germinação das sementes, trabalhando com a quebra da
dormência e no controle da hidrólise de reservas, da qual depende o embrião em crescimento
(FLOSS, 2008; FERRI 1985).
Esse fitormônio pode trabalhar em uma das seguintes fases na germinação: ativação do
crescimento vegetativo do embrião, enfraquecimento da camada do endosperma que envolve o
embrião e restringe seu crescimento e mobilização de reservas energéticas do endosperma
(TAIZ E ZEIGER, 2004).
20
Além de trabalharem na quebra de dormência, as giberelinas atuam na aceleração da
germinação de sementes não dormentes aumentando a hidrólise da reserva (FERRI, 1985).
As alfaces requerem luz vermelha para sua germinação, e as giberelinas substituem essa
necessidade. Também outras espécies que requerem baixas temperaturas ou dias longos na
quebra de dormência podem ser estimuladas com giberelina para substituir esses fatores
ambientais (FLOSS, 2008).
Segundo Floss (2008) as giberelinas exercem um papel chave na quebra de dormência
de outros órgãos, como as gemas de inverno nas macieiras e pereiras ou de órgãos de
armazenamento subterrâneos, como as batatas.
A.3 Crescimento de plantas anãs
Ao longo dos anos foram descobertas plantas mutantes que não sintetizam giberelinas.
Por causa desta mutação, as plantas possuem entrenós curtos, e aproximadamente um quinto da
estatura normal. A aplicação de giberelinas reverte esse nanismo, apresentando um fenótipo
semelhante ao normal (FLOSS, 2008).
Taiz e Zeiger (2004) relatam que as giberelinas atuam fortemente no crescimento de
entre nós, principalmente em plantas anãs, rosetas e na família gramineae. Junto com esse
feito, é observado diminuição na espessura do caule e tamanho de folhas, bem como uma
coloração mais amarelada das ultimas.
2.10.3 Citocininas
O termo Citocinina vem do grego (cito = célula e cinina = divisão), pois sua função é
promover a divisão celular, que é caracterizado como a primeira fase da divisão celular
(FLOSS, 2008)
21
Para Ferri (1985) as funções das citocininas são de divisão celular, alongamento celular,
retardamento da senescência, dominância apical e germinação.
Conforme Taiz e Zeiger (2004) o principal papel das citocininas está relacionado com a
divisão celular, mas outras funções ela empenha, como a senescência foliar, mobilização de
nutrientes, dominância apical, formação e atividade dos meristemas apicais, desenvolvimento
floral, germinação de sementes e quebra de dormência de gemas.
Já para Keubauy (2004), as citocininas possuem papel fundamental na divisão celular,
mas também atua na diferenciação celular, estabelecimento de drenos, retardamento da
senescência e fotomorfogênese.
A) Funções fisiológicas
A.1 Alongamento celular
Além da divisão celular, a citocinina pode promover o alongamento celular. Células de
raízes de fumo submetidas a tratamentos com cinetina se expandiram até quatro vezes o seu
tamanho. Já em ervilha as citocininas não promovem o alongamento no caule, e sim seu
crescimento lateral, gerando um aumento no diâmetro (FLOSS, 2008).
Ferri (1985) afirma que a citocinina atua no alongamento celular, atividade esta que foi
provado em bioensaios com cotilédones de rabanete. Em estudos com células corticais de
fumo, com aplicação de citocinina exógena, demonstraram que as mesmas cresceram até 4
vezes. Também se comprovou que as bactérias Rhizobium japonicum que são responsáveis pela
fixação de nitrogênio em leguminosas, secreta uma citocinina fundamental na formação de
nódulos nas raízes destas plantas hospedeiras.
A.2 Retardamento da senescência
De acordo com Floss (2008) o efeito da citocinina pode retardar o envelhecimento das
folhas, pois quando tratadas permaneceram verdes por mais de vinte dias quando comparadas a
22
testemunhas. Parece que são retardadas a degradação de proteínas foliares e o desaparecimento
de clorofila que acontece nesse estágio.
Na visão de Kerbauy (2004) as citocininas retardam a senescência foliar. Esta atividade
foi comprovada por bioensaios, nos quais uma folha em estágio inicial de senescência era
submetida à ação da citocinina. Nos pontos onde o fitormonio entrava em contato com a folha a
coloração verde permanecia por mais tempo. Não se sabe ao certo o modo de ação.
O modo de ação deste hormônio vegetal na senescência pode estar ligado ao
retardamento da degradação de proteínas foliares e o desaparecimento da clorofila, que
ocorrem nesta fase (FERRI, 1985).
A.3 Germinação de sementes
As citocininas promovem germinação em algumas espécies que somente germinam no
escuro (Cucumis anguria, o maxixe) e também quebram a dormência de outras espécies. Em
feijão e trigo essa molécula parece ser necessária para a indução da enzima amilase para a
hidrólise de amido. A função mais importante da citocinina em qualquer espécie é de promover
a divisão celular no embrião promovendo a emergência das plântulas (FLOSS, 2008).
Ferri (1985) sugere que as citocininas promovem a germinação em algumas espécies e
substituem alguma condição ambiental, como em determinadas variedades de alface que
necessitam luz vermelha para germinar. Em estudos com picão preto (Bidens pilosa) respostas
semelhantes foram obtidas, sendo que a citocinina promoveu a germinação da planta e ainda
teve um efeito sinérgico com a luz vermelha.
2.9 Utilização de regulador de crescimento
23
Reguladores de crescimentos são fórmulas orgânicas, naturais e sintéticas, que podem
de alguma maneira modificar processos morfológicos e fisiológicos das plantas. Podem
interferir na germinação, enraizamento, floração, granação e senescência (EMBRAPA, 2008).
Em estudos realizados em Campinas – SP, sob condições de campo em um Latossolo
Vermelho Distroférrico com textura muito argilosa (> 65%), verificou-se que a aplicação de
Stimulate na cultura da soja, tanto em tratamento de sementes como no estádio V5,
proporcionaram diferenças significativas e positivas nas seguintes avaliações: altura da planta,
número de vagens, peso de 1000 grãos e produtividade. (BRANCALIÃO et. al. 2007)
Silveira et. al. (2007) em experimento conduzido em casa de vegetação na UFRB, com
aplicação de Stimulate no estádio V1 de cinco em cinco dias até R1, concluíram que a altura da
planta de soja em duas cultivares foi beneficiada.
Vieira et al (2007) analisaram o crescimento e desenvolvimento inicial da cultura da
soja em casa de vegetação e concluíram que a aplicação de Stimulate via pulverização foliar e
tratamento de sementes, foi significativo para maior altura das plantas e quantidade superior de
massa seca da raiz. Já a velocidade diária de crescimento, tamanho total da raiz e tamanho da
raiz principal, não apresentaram efeitos significativos.
Albrecht et al (2007) conduziram um estudo na Fazenda Experimental do Iguatemi, da
Universidade Estadual de Maringá (UEM), em um Latossolo Vermelho Eutrófico de textura
média, aplicando Stimulate e Sett (Cálcio e Boro) em diferentes estádios fenológicos. Os
resultados mostraram que aplicando 250 ml de Stimulate por ha, na cultura da soja, ocorreram
diferenças significativas positivas quanto à altura das plantas, número de sementes por vagem,
número de vagens por planta e produtividade, quando comparadas a testemunha. Enquanto a
testemunha obteve uma produtividade média de grãos de 2901 kg/ha, um tratamento com a
mesma adubação, porém aplicados 250 ml de Stimulate/ha em R1, obteve 3552 kg/ha de soja.
2.10 Stimulate
24
O Stimulate® é um produto da Stoller do Brasil, composto por 0,005% de ácido
indolbutírico (auxina), 0,009% de cinetina (citocinina) e 0,005% de acido giberélico
(giberelina).
O produto é considerado um biorregulador, pois age na planta garantindo um adequado
equilíbrio hormonal, estimulando a formação de plantas mais eficientes, que expressem todo
seu potencial genético e consigam explorar ao máximo o ambiente onde estão inseridas,
gerando altas produtividades. (STOLLER, 2010).
25
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local
O experimento foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes da Área de
Ciências Exatas e Ambientais da Universidade Comunitária da Região de Chapecó
(UNOCHAPECÓ), com sementes de soja, cultivar Coodetec 206, safra 2009-2010.
3.2 Tratamentos
Corresponderam ao tratamento das sementes, antes da semeadura, com diferentes doses
do bioestimulate “Stimulate”: 0 ml (testemunha); 2; 2,5; 3; 3,5 e 4ml.
As sementes foram imersas nas diferentes dosagens (2 ml de calda) por 10 minutos e,
posteriormente, semeadas em substrato papel germitest na forma de rolo papel umedecido com
água destilada na proporção de 2,5 vezes o peso do substrato seco. Para cada repetição foram
utilizadas 200 sementes, distribuídas em quatro rolos (4x50 sementes).
O teste de germinação foi realizado em BOD marca Quimis em temperatura constante
de 25º C.
3. Variáveis respostas
3.3.1 Percentagem final de germinação
A avaliação e cálculo do número de plântulas normais e anormais, e sementes
deterioradas, obtidas no teste de germinação, foram efetuados de acordo com as prescrições das
Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
26
3.3.2 Comprimento médio da raiz das plântulas normais
O comprimento radical das plântulas foi obtido com auxilio de uma régua no 7º dia do
teste de germinação, medindo-se o comprimento da raiz principal de 20 plântulas de cada
repetição, escolhidas aleatoriamente.
3.3.3 Massa verde e seca média da raiz e parte aérea
Estes parâmetros foram determinados no 7º dia do teste de germinação com as 20
plântulas, anteriormente selecionadas. Foram pesadas as plântulas (raiz e parte aérea) frescas
para obtenção da massa verde e logo, em seguida, submetidas à secagem em estufa com ar
forçado e temperatura constante de 65º C até peso constante.
3.4 Análise estatística e delineamento experimental
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro repetições. Os
resultados foram submetidos à análise de variância através do teste F e as médias comparadas
pelo teste de Tukey a 0,05 de significância, o software utilizado foi o Assistat.
27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O teste F a 5% de probabilidade não foi significativo para as variáveis estudadas:
porcentagem de plântulas normais, anormais e sementes mortas; comprimento médio da raiz
das plântulas normais e massa verde e seca da raiz e parte aérea (Tabelas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8).
Tabela 1 – Análise de variância para a percentagem de plântulas normais de sementes de soja (Glycine
max L. Merril) em diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC) –
2010.
Causas da Variação
Tratamentos
Resíduo
Total
Média Geral: 69,87654
G.L.
5
18
23
S.Q.
106,62754
194,63859
301,26614
CV%: 4,70595
Q.M.
21,32551
10,81326
F
1,9722
Tabela 2 – Análise de variância para a percentagem de plântulas anormais de sementes de soja (Glycine
max L. Merril) em diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC) –
2010.
Causas da Variação
Tratamentos
Resíduo
Total
Média Geral: 16,07161
G.L.
5
18
23
CV%:
S.Q.
175,20990
257,01506
432,22497
23,51167
Q.M.
35,04198
14,27861
F
2,4542
Tabela 3 – Análise de variância para comprimento do sistema radical de soja (Glycine max L. Merril)
em diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC) – 2010.
Causas da Variação
Tratamentos
G.L.
5
S.Q.
9,39712
Q.M.
1,87942
F
2,4610
28
Resíduo
Total
Média Geral: 8,90958
18
23
13,74658
23,14370
CV%: 9,80852
0,76370
Tabela 4 – Análise de variância para massa seca da parte aérea de soja (Glycine max L. Merril) em
diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC) – 2010.
Causas da Variação
Tratamentos
Resíduo
Total
Média Geral: 2,45167
G.L.
S.Q.
5
0,06548
18
0,30965
23
0,37513
CV%: 5,34980
Q.M.
0,01310
0,01720
F
0,7613
Tabela 5 – Análise de variância para massa seca do sistema radical da soja (Glycine max L. Merril) em
diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC) – 2010.
Causas da Variação
Tratamentos
Resíduo
Total
Média Geral: 0,20875
G.L.
S.Q.
5
0,02164
18
0,02563
23
0,04726
CV%: 18,07462
Q.M.
0,00433
0,00142
F
3,0398
Tabela 6 – Análise de variância para massa verde da parte aérea da soja (Glycine max L. Merril) em
diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC) – 2010.
Causas da Variação
Tratamentos
Resíduo
Total
Média Geral: 14,04250
G.L.
5
18
23
CV%:
S.Q.
16,64520
71,21145
87,85665
14,16427
Q.M.
3,32904
3,95619
F
0,08415
Tabela 7 – Análise de variância para massa verde do sistema radical da soja (Glycine max L. Merril)
em diferentes dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC) – 2010.
Causas da Variação
Tratamentos
Resíduo
Total
Média Geral: 2,16167
G.L.
S.Q.
5
0,80783
18
4,36090
23
5,16873
CV%: 22, 77000
Q.M.
0,16157
0,24227
F
0,6669
Tabela 8 – Análise de variância para sementes mortas da soja (Glycine max L. Merril) em diferentes
dosagens do bioestimulante “Stimulate”. Chapecó (SC) – 2010.
Causas da Variação
G.L.
S.Q.
Q.M.
F
29
Tratamentos
Resíduo
Total
Média Geral: 8,86276
5
18
23
32,01322
158,82405
190,83727
CV%: 33,51607
6,40264
8,82356
0,7256
No presente trabalho não ocorreram, conforme mencionado anteriormente, diferenças
significativas para as variáveis estudadas, porém Castro e Vieira (2001) realizando trabalho
com soja em laboratório, em 4 sub amostras de 50 sementes por repetição estatística, semeadas
em papel toalha umedecido na proporção de duas vezes e meia o seu peso, como rolo sendo
colocado em um germinador a 25˚C, obtiveram diferença estatística com o uso de Stimulate na
dose de 0,4 ml/0,5 kg de semente para germinação, porém nessa dose a porcentagem de
plântulas normais ficou em torno de 50%, evidenciando que possivelmente em sementes com
menor qualidade fisiológica o bioestimulante cause efeito satisfatório.
Também Santos (2009) trabalhando com doses de 3,5;7,0;10,5;14,0;17,5 e 21,0 ml de
Stimulate /0,5 kg de sementes de soja, encontrou diferenças significativas para a variável
plântula anormal. Por equação determinou-se que a dose de 4,2 ml obteve 4,4% de plântulas
anormais, enquanto o valor máximo (12ml) obteve 19,3% de plântulas anormais. Também
tratou sementes de soja com Stimulate em doses de 0,0 a 12 ml do biorregulador/kg de
sementes e controle com 6 ml de água, aplicando o produto diretamente sobre a semente com
uma pipeta graduada. Os resultados concluíram diferenças estatísticas, pois enquanto a
testemunha obteve 88,8% de germinação a dose com 4,6 ml de Stimulate/Kg de sementes
conseguiu 94,7% de germinação. Após essa dose do estimulante vegetal a germinação foi
prejudicada, ficando em 79,%6 na dose de 12ml de Stimulate/Kg de semente.
Por outro lado, Dario et al. (2002), realizaram experimento aplicando “Stimulate” na
cultura da soja sob irrigação de aspersão. Foram feitos tratamentos com as seguintes doses:
0,25; 0,50 e 0,75 L por 100 kg-1 de sementes (produto comercial); no momento da semeadura
em pulverização dirigida nas linhas de sementes, nas doses de 0,50, 1,00 e 1,50 L ha-1 (produto
comercial) e em pulverização foliar, aos 43 dias do ciclo, nas doses de 0,25, 0,50, 0,75 L ha -1
30
(produto comercial). Os autores não encontraram diferenças estatísticas quanto ao percentual de
germinação, medido no sétimo dia após a germinação, número de vagens e rendimento de
grãos.
Em contrapartida, Santos (2004) afirma que a variável percentagem de germinação não
foi influenciada significativamente em experimento com algodoeiro, utilizando-se doses de
3,5;7,0;10,5;14,0;17,5 e 21,0 ml de stimulate /0,5 kg de sementes e controle 10,5 ml de água
destilada/0,5 kg de sementes, aplicando-se em tratamento de sementes. Também, Silva et al.
(2008) observaram não haver diferença significativa na germinação de algodão tratado com
Stimulate quando comparado com a testemunha.
Segundo Ferri (1985) as giberelinas tem um papel chave na quebra de dormência e no
controle da hidrólise das reservas. Relata que esse hormônio também atua na quebra de
dormência de outros órgãos, como as gemas no inverno em árvores e arbustos de regiões
temperadas e órgãos de armazenamento subterrâneo, como as batatas. Além disso, as
giberelinas aceleram a germinação de sementes não dormentes, e cita o exemplo em cevada
onde giberelinas exógenas produzidas e liberadas pelo embrião são liberadas para o
endosperma fornecendo assim açucares a aminoácidos durante seu desenvolvimento inicial.
Conforme Taiz e Zeiger (2006) as giberelinas podem ser exigidas para umas das
seguintes etapas na germinação: ativação do crescimento vegetativo do embrião,
enfraquecimento da camada de endosperma que envolve o embrião e restringe seu crescimento
e mobilização de reservas energéticas do endosperma.
Kerbauy (2004) diz que as giberelinas são importantes para quebra de dormência em
sementes de algumas espécies, principalmente as não domesticadas, as quais dependem de luz
ou baixas temperaturas e estes parâmetros podem ser substituídos por giberelinas exógenas.
Sendo assim a giberelina é considerada reguladora natural dos processos associados a
germinação. Ele propõe ainda que este hormônio não esta associado diretamente a quebra de
dormência, mas sim na promoção da germinação. Também relata que Giberelina em conjunto
31
com citocinina podem substituir vários fatores ambientais, bem como promover a germinação e
minimizar os efeitos inibitórios de auxinas.
Com relação ao sistema radical, Kolling (2009) em experimento realizado na
Universidade Comunitária da Região de Chapecó observou diferenças significativas no
tamanho do sistema radical em trigo cultivado em rizotron, utilizando a dose recomendada pelo
fabricante. Castro e Vieira (2001) testaram Stimulate nas concentrações de 1, 2, 3, 4 e 5 ml do
produto por 0,5 kg de soja, em um volume de calda de 3 ml. Observaram que a concentração de
1,3 ml de Stimulate por 0,5 kg de soja proporcionou o maior crescimento radicular, ao passo
que na concentração de 3,7 ml do bioestimulante obtiveram o menor crescimento em
comparação com a testemunha
Conforme Floss (2008) as raízes são extremamente sensíveis as auxinas, de modo que
quantidades insuficientes para promover o crescimento de gemas em caules, já causam efeito
inibitório em raízes.
Ferri (1985) destacou que as raízes são sensíveis as auxinas, sendo que quando aplicado
em órgãos isolados, promove crescimento até certo ponto, após o qual tem ação inibitória.
Já Taiz e Zeiger (2004) ressaltam que a auxina pode produzir um inibidor de
crescimento de raiz, o etileno. No entanto, se não houver produção de etileno, ou esta seja
bloqueada, concentrações muito pequenas de auxinas são capazes de promover o crescimento
em raízes, ao passo que concentrações maiores que seriam necessárias para o crescimento de
caules e coleóptilos, causem efeitos inibitórios nos crescimento radicular.
Levitt (1975) apud Castro e Vieira (2001) chama atenção pelo fato de os hormônios
trabalharem muitas vezes em sinergia e em algumas vezes em seqüência, sendo que citocinina e
giberelina atuam na fase inicial de crescimento e auxina em fases posteriores.
Para massa seca radical, Kolling (2009), utilizando Stimulate na cultura do trigo
implantado em rizotron, também não observou diferença estatística. Já Klahold et al. (2003)
em estudo com a cultivar de soja MSOY 7204 e o bioestimulante Stimulate, como tratamento
32
das sementes e pulverização foliar, obtiveram diferenças estatísticas para a produção de massa
seca radical. O tratamento em destaque foi 3,0 ml de Stimulate em tratamento de sementes, a
cada 0,5 kg da cultivar.
Conforme Larcher (2006) a matéria seca da planta é aumentada pelo carbono não
consumido na respiração, sendo que pode ser consumido no crescimento ou na reserva. O
aumento de massa nas plantas por produtos de assimilação, pode ser descrito como aumento da
massa pelo aumento de matéria seca pelo período de produção.
Os autores destacam que as raízes das plantas são extremamente sensíveis as auxinas,
sendo que valores insuficientes para causar crescimento em partes aéreas das plantas, poderiam
causar um efeito inibitório em raízes (FERRI, 1985; FLOSS, 2008).
Por sua vez, Klahold et al. (2003) utilizaram o bioestimulante em tratamento de
sementes (entre 3 e 5 ml de Stimulate/0,5 kg de semente) e aos 58 dias após a germinação, via
foliar (entre 0,075 e 0,225 ml de Stimulate), e não obtiveram diferenças estatísticas positivas
para massa seca da parte aérea em nenhum dos tratamentos em relação à testemunha.
Alleoni et al. (2000) cultivando feijão cultivar carioca, aplicaram Stimulate via
sementes na dose de 250 ml/ha, reaplicando ou não via foliar 750 ml/ha em uma, duas ou três
aplicações. Não obtiveram diferenças estatísticas em comparação com a testemunha para peso
das plantas ao florescimento. Almeida (2008) testando Stimulate não encontrou diferenças
estatísticas para massa seca foliar de Nicotiana tabacum L. tipo Brasil-Bahia.
33
4. CONCLUSÃO
A aplicação do bioestimulante não apresentou influência significativa para a
germinação e desenvolvimento de plântulas de soja em condições de laboratório.
34
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Recomenda-se a realização de estudo com sementes com diferentes níveis de vigor para
verificar se o produto tem influência no percentual de germinação dos lotes com baixa
germinação.
Sugere-se também a experimento à campo com relação ao ciclo completo da cultura,
para avaliação de outros parâmetros fisiológicos como o rendimento.
35
Utilizar o bioestimulante em diferentes espécies.
REFERÊNCIAS
.
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