Enviado por libenimarques

MODELO DE TCC

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
CCET – CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ISADORA BATISTA DE LEMOS
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: UMA PROPOSTA
SUSTENTÁVEL E INCLUSIVA PARA BELÉM/PA
BELÉM – PARÁ
2014
3
ISADORA BATISTA DE LEMOS
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: UMA PROPOSTA
SUSTENTÁVEL E INCLUSIVA PARA BELÉM/PA
Trabalho de Conclusão de Curso de
Graduação apresentado ao Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia da
Universidade da Amazônia como
requisito para obtenção do grau em
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora: Professora Marcela
Marçal e Maciel Monteiro
BELÉM - PARÁ
2014
4
ISADORA BATISTA DE LEMOS
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: UMA PROPOSTA
SUSTENTÁVEL E INCLUSIVA PARA BELÉM/PA
Trabalho de Conclusão de Curso de
Graduação apresentado ao Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia da
Universidade da Amazônia como
requisito para obtenção do grau em
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientadora:
Professora
Marçal e Maciel
Banca Examinadora
Marcela Marçal e Maciel Monteiro
Orientadora – UNAMA
Prof. Max Tonny Lopes Andrade
UNAMA
Rosilene Costa Andrade
Arquiteta e Urbanista
Apresentado em: ___ /___ / ___
Conceito: ________________________
BELÉM - PARÁ
2014
Marcela
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida, por traçar o meu caminho e
pelas minhas conquistas em minha caminhada.
À minha mãe, por se sacrificar sempre para me proporcionar o
melhor.
À minha irmã, pelo apoio e incentivo durante o término dessa etapa.
À minha orientadora Marcela Marçal, pela sua sabedoria e por exigir
de mim muito mais do que eu supunha ser capaz de fazer. Agradeço por
transmitir seus conhecimentos e por ter confiado em mim, sempre ali me
orientando e dedicando parte do seu tempo a mim.
As amigas Ananda e Ana Carolina, pela paciência que tiveram
comigo e por sempre darem o apoio necessário para concluir essa etapa em
nossas vidas.
6
RESUMO
O presente trabalho tem como foco a implantação de materiais e
alternativas sustentáveis em habitações de interesse social (população de
baixa renda) na cidade de Belém/PA, onde o projeto pudesse ser reproduzido
em larga escala, como os programas de moradia popular já implantados pelo
Governo Federal. Segundo os padrões de moradias dos programas “Minha
Casa, Minha Vida”, o programa de necessidades é de uma residência de 02
quartos, 01 sala de estar/jantar, 01 cozinha, 01 banheiro e área de serviço.
Este programa foi inserido dentro das normas de acessibilidade da NBR 9050,
a fim de atender pessoas com dificuldade de locomoção e que sejam também
acessíveis financeiramente à população de baixa renda. O projeto foi
concebido com a escolha e especificação de materiais de baixo custo e com
mínimo impacto no meio ambiente, como por exemplo, o tijolo solo-cimento,
utilizado como alvenaria; telhas de fibra vegetal, que garantem maior conforto
térmico, acústico e estético, entre outros, dando ênfase ao valor estético
regional, utilizando os conceitos de arquitetura sustentável. Foi elaborado
orçamento físico-financeiro, comparando-se os dois sistemas construtivos:
proposta com materiais e alternativas sustentáveis e, proposta de uma
construção tradicional, obtendo-se a diferença de R$ 20.759,83 entre as duas
propostas. A proposta com materiais acessíveis teve maior custo, entretanto,
garantiu-se maior conforto térmico no interior do edifício que proporcionará uma
economia a longo prazo nas contas de energia e de água do morador.
Palavras chave: Habitação de interesse social. Inclusão social. Habitação
sustentável. Sustentabilidade.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Simulação dos espaços de manobra em uma planta
residencial (Fonte: SÃO PAULO, 2010).
26
Figura 2: Proposta de adaptação em uma residência atendida pela
Fundação Isabel Gemio (Fonte: http://casadecor.es/galeria/suseta-demaria-para-la-fundacion-isabel-gemio-y-asem/
<acessado
em
13/05/2014>).
27
Figura 3: Logomarca do programa do Governo Federal (Fonte:
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/viver-sem-limite-0
<acessado em 05/04/2014>)
28
Figura 4: Plantas baixas da proposta de uma unidade (Fonte:
http://lares.org.br/2013/artigos/785-1110-2-RV.pdf).
30
Figura 5: Zoneamento Bioclimático Brasileiro (Fonte: NBR 195220-3,
2003).
32
Figura 6: Localização das células com dados medidos (Fonte: NBR
195220-3, 2003).
33
Figura 7: Carta bioclimática adaptada (Fonte: NBR 195220-3, 2003).
34
Figura 8: Zona Bioclimática 8 (Fonte: NBR 195220-3, 2003).
35
Figura 9: Carta Bioclimática da cidade de Belém (Fonte: Programa
Analysis Bio).
36
Figura 10: Belém – Velocidades Predominantes (Fonte: Programa SolAr, Labeee).
37
Figura 11: Belém – Frequência de ocorrências (Fonte: Programa SolAr, Labeee).
37
Figura 12: Influência das aberturas na ventilação cruzada (Fonte:
Montero apud Evans e Schiller, 1994, p. 101).
39
Figura 13: Dispositivos de sombreamento (Fonte: BAGNATI, 2013).
40
8
Figura 14: Acesso seguro a um edifício através de rampas com
corrimãos e guarda corpos (Fonte: SÃO PAULO, 2010).
42
Figura 15: Projetos devem prever a possibilidade de deslocamento de
paredes ou divisórias para ampliar dormitórios ou outros ambientes
(Fonte: SÃO PAULO, 2010)
43
Figura 16: Percurso simples e intuitivo (Fonte: SÃO PAULO, 2010).
43
Figura 17: Informações de fácil percepção (Fonte: SÃO PAULO, 2010).
44
Figura 18: Sistema de alavanca adequado permite que um cadeirante
abra uma janela com facilidade (Fonte: SÃO PAULO, 2010).
44
Figura 11: Leque de cores da Cal Ecológica
49
Figura 20: Tijolo Solo-cimento (FONTE: http://construdeia.com/tijolosolo-cimento/)
49
Figura 21: Edifício construído com tijolo de Solo-cimento (FONTE:
http://construdeia.com/tijolo-solo-cimento/)
Figura
22:
Ecoplacas
instaladas
50
externamente
(Fonte:
http://organum.com.br/ecoplacas.asp)
50
Figura 23: Localização do terreno (Fonte: Google Earth, 2014).
54
Figura 24: Terreno escolhido para a proposta (Fonte: Google Earth,
2014).
55
Figura 25: Residências construídas em madeira (Fonte: Google Earth,
2014).
56
Figura 26: Modelo de casa elevada do solo para proteção contra as
inundações (Fonte: Google Earth, 2014).
56
Figura 27: Sala de Estar (Fonte: Autor).
59
Figura 28: Cozinha e área de serviço (Fonte: Autor).
59
Figura 29: Dormitório 01 (Fonte: Autor).
60
9
Figura 30: Dormitório 02 (Fonte: Autor).
60
Figura 31: Banheiro (Fonte: Autor).
61
Figura 32: Organograma (Fonte: Autor).
61
Figura 33: Fluxograma (Fonte: Autor).
62
Figura 34: Partido arquitetônico proposto (Fonte: Autor).
63
Figura 35: Forma volumétrica básica visualizada de quatro pontos de
vista. (Fonte: Autor).
64
Figura 36: Partido arquitetônico proposto (Fonte: Autor).
65
Figura 37: Estação de tratamento de esgoto domiciliar. (Fonte:
Catálogo técnico - Estações compactas para tratamento de esgoto
domiciliar Fortlev, 2014).
10
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS
Gráfico 01: Número de pessoas sem acesso à rede de esgoto,
segundo as Grandes Regiões – 2008 (Fonte: IBGE, Diretoria de
Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais,
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, 2008).
16
Tabela 1: Transmitância térmica, atraso térmico e fator de calor
solar admissíveis para cada tipo de vedação externa. (Fonte:
Fonte: NBR 15 220-3, 2003)
40
Tabela 2: Aberturas para ventilação. (Fonte: Fonte: NBR 15 2203, 2003).
40
Tabela 3: Programa de necessidades. (Fonte: Autor).
58
Tabela 4: Estratégias Bioclimáticas Utilizadas (Fonte: Autor).
66
Tabela 5: Elementos de acessibilidade adotados (Fonte: Autor).
67
Tabela 6: Materiais sustentáveis adotados (Fonte: Autor).
69
11
LISTA DE MAPAS
Mapa 01: Rodovia Belém-Brasília (Fonte: Google Earth, 2014).
23
Mapa 02: Localização do terreno nas Zonas Especiais de
Interesse Social (ZEIS). (Fonte: Plano Diretor do Município de
Belém, 2008).
54
12
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice 01 – Planilha orçamentária de uma casa padrão popular
com materiais e técnicas tradicionais.
Apêndice 02 - planilha orçamentária de uma casa padrão popular
com princípios de sustentabilidade e acessibilidade.
Apêndice 03 – Projeto arquitetônico.
13
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
15
1.1. OBJETIVOS
1.1.1. Objetivo geral
18
1.1.2. Objetivo específico
18
1.2. METODOLOGIA
1.2.1. Metodologia de pesquisa
19
1.2.2. Metodologia do processo projetual
19
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. BREVE HISTÓRICO DA HABITAÇÃO NO BRASIL
21
2.1.1. O caso da Região Metropolitana de Belém (RMB)
23
2.2. A PROBLEMÁTICA HABITACIONAL NO BRASIL
25
2.2.1. Habitação social inclusiva
26
2.3. REFERÊNCIAS DE PROJETOS DE HABITAÇÃO SOCIAL INCLUSIVA
2.3.1. No âmbito internacional
27
2.3.2. No âmbito nacional
28
2.3.3. No âmbito local
30
2.4. ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
2.4.1. Breve conceito
31
2.4.2. Zoneamento bioclimático brasileiro
32
2.4.3. Características climáticas de Belém
35
2.4.4. Diretrizes bioclimáticas para Belém
38
2.5. ACESSIBILIDADE E DESENHO UNIVERSAL
41
2.5.1. NBR 9050
41
2.5.2. Conceito de desenho universal
41
2.5.3. Habitação acessível
45
2.6. SUSTENTABILIDADE PARA HABITAÇÃO SOCIAL
47
2.6.1. Materiais de baixo impacto ambiental
48
2.6.2. Importância do entorno construído
51
3. PROCESSO PROJETUAL
3.1. LOCALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO
53
14
3.1.1. Descrição do terreno
54
3.1.2. Características do entorno do terreno
55
3.1.3. Legislação urbanística para o local
57
3.2. PROGRAMA DE NECESSIDADES
3.2.1. Atividades e funções dos ambientes propostos
58
3.2.2. Pré-dimensionamento
59
3.2.3. Organograma e Fluxograma
61
3.3. PARTIDO ARQUITETÔNICO
63
3.3.1. Estudo volumétrico
64
3.3.2. Setorização
64
3.4. MEMORIAL JUSTIFICATIVO
65
3.4.1. Elementos da arquitetura bioclimática
65
3.4.2. Arquitetura acessível
67
3.4.3. Elementos de sustentabilidade
68
3.5. ORÇAMENTO
70
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
73
APÊNDICES
76
15
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
O processo de ocupação e o crescimento urbano do centro de
Belém geraram uma transição dos habitantes de baixa renda para as áreas
mais periféricas da cidade. Nessas áreas, encontraram preços de moradias
mais acessíveis por serem menos valorizadas e não possuírem uma
infraestrutura mínima adequada, representando a maioria das cidades
brasileiras.
A proposta de normas urbanísticas sustentáveis para a habitação de
interesse social pelo município de Belém tem como objetivo a melhoria da
qualidade dos projetos e obras dos empreendimentos habitacionais. O objetivo
deste trabalho é conceituar a habitação de interesse social e sua inter-relação
ação com o meio urbano, estabelecendo metodologia e diretrizes capazes de
direcionar projetos arquitetônicos e especificação técnica da nova habitação no
sentido de obter uma residência eficiente no uso de energia e no consumo
d’água, durável, confortável, saudável, de fácil manutenção, econômica nos
gastos com a habitação e adequada à cultura local.
Desta forma, serão discutidos os aspectos de sustentabilidade nas
habitações de interesse social no Brasil a fim de desenvolver-se uma
metodologia para aplicação e difusão desses conceitos em Belém, projetos de
habitações de interesse social mais adequados às necessidades e ao bemestar das famílias. Tais propostas de habitação social não devem ficar só no
baixo custo, mas também visar a melhorar a qualidade de vida e a proteger o
meio ambiente.
Atualmente, a construção civil é o segmento que mais consome
matérias-primas e recursos naturais no planeta e é o terceiro maior
responsável pela emissão de gases poluentes na atmosfera, compreendidos aí
toda a cadeia que une fabricantes de materiais e usuários finais. A Construção
Sustentável tem, portanto, papel fundamental no desenvolvimento e incentivo
de toda uma cadeia produtiva que possa alterar seus processos para um foco
mais ecologicamente correto, de forma a reverter o quadro de degradação
ambiental e poluição, bem como para preservar os recursos naturais para
futuros usos (IDHEA, 2006).
16
A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) de 2008,
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE mostrou que
34,8 milhões de brasileiros não possuem acesso com a rede coletora de
esgoto; na Região Norte o número é de 8,8 milhões de pessoas (Gráfico 1). No
estado do Pará, apenas 1,7% dos domicílios é atendida pela rede de esgoto,
onde apenas 4,2% do esgoto é tratado. No Brasil, um país com milhões de
pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, cerca de 70% das enfermidades
que dão entrada nos hospitais tem sua origem na falta de saneamento básico
(IDHEA, 2007).
A necessidade de se procurar meios de construção habitacional de
baixo custo para a população carente é uma realidade. Propor uma arquitetura
direcionada para o meio ambiente, utilizando-o para desenvolver materiais
alternativos para a construção, que podem ser encontrados na própria região,
além de escolher materiais industrializados que não interfiram na saúde do
habitante, é a alternativa mais consciente para sobrevivermos no futuro. Esta é
uma das metas da pesquisa científica, contribuir para um projeto maior de
inclusão social.
Entretanto, o custo de se construir de forma ambientalmente correta
é superestimado pelos agentes imobiliários e pelas construtoras em geral. A
questão financeira, a qual contribui para que o problema habitacional se torne
mais grave no Brasil, faz com que a procura por um modelo de habitação mais
17
econômico desperte um grande interesse dos órgãos governamentais assim
como da população em geral.
É possível pensar em arquitetura sustentável quando se trata de
habitação de interesse social, pois esta trabalha com questões de valores
estéticos e culturais diferentes dos tradicionais. Alternativas como essas visam
a um futuro melhor para todos, incluindo a cidade e o meio ambiente, pois
revitalizarão áreas abandonadas que poderiam ser depredadas e ajudam a
evitar a destruição de novas áreas, com a produção de novos materiais, ou
seja, promovem a sustentabilidade na construção.
De acordo com a concepção da busca de uma construção
sustentável para uma unidade residencial voltada à população de baixa renda,
este trabalho insere a cidade de Belém/PA, com todos seus aspectos físicos,
político, geográfico e cultural para concretizar a proposta. Situada ao norte do
estado do Pará, a capital faz parte da Mesorregião Metropolitana de Belém. O
senso de 2000 realizado pelo IBGE apresenta que a população do município
de Belém é de 1.393.399 habitantes.
A cidade de Belém por estar situada próxima a linha do equador,
possui um clima quente e úmido, tipicamente equatorial onde as chuvas são
constantes, influência direta da floresta amazônica. A vegetação predominante
no município de Belém é caracterizada pelas condições climáticas, topográficas
e geológicas, sendo facilmente encontrado vegetação higrófila, Floresta
Tropical Pluvial, com vegetação densa e sempre verde.
Segundo os princípios da arquitetura sustentável, envolver a
população na elaboração da habitação na qual será utilizada pelos próprios é
extremamente importante. Como todo e qualquer projeto, fez-se necessário
uma pesquisa que funcionasse como entrevista com um cliente, na qual o
profissional de arquitetura pudesse entender as principais necessidades dos
moradores. A partir dessas informações, pode-se elaborar um projeto
arquitetônico de uma unidade familiar composta por 2 quartos, 1 sala, 1
cozinha e 1 banheiro, utilizando os conceitos de arquitetura sustentável, além
do orçamento da mesma para uma comparação com as construções de casas
convencionais.
18
Esta pesquisa procura buscar uma alternativa de habitação para a
população de baixa renda do município de Belém, que possa ser reproduzida
em larga escala na capital e região metropolitana, dentro dos princípios de
arquitetura sustentável, prestando atenção no custo desta casa de acordo com
o praticado no mercado.
1.1.
OBJETIVO GERAL
Desse modo, o presente trabalho tem por objetivo geral elaborar um
projeto arquitetônico de uma habitação social, na cidade de Belém-PA, com
ênfase nos princípios de sustentabilidade e inclusão social.
1.1.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Desenvolver uma proposta arquitetônica, adotando os conceitos da
arquitetura bioclimática;
2. Propor um projeto que atenda a NBR 9050 e os conceitos de desenho
universal na habitação social;
3. Especificar materiais de construção de baixo impacto ambiental e
disponíveis na região;
4.
Elaborar
e
comparar
orçamento
físico-financeiro
do
projeto,
considerando uma proposta com materiais tradicionais e outra com materiais
de baixo impacto ambiental;
19
1.2.
METODOLOGIA
1.2.1. Metodologia de pesquisa
O presente item do trabalho será dividido em duas etapas de
metodologia de pesquisa. Essas etapas têm o objetivo de arrecadar dados para
análise e posteriormente servirem de fonte para o processo projetual. Abaixo
as etapas de pesquisa:
Etapa 1 – Revisão de literatura, por meio da qual serão analisados e
revisados os fatos históricos através de pesquisas bibliográficas, pesquisa
documental, levantamento de dados junto ao IBGE - Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, procurando conhecer a realidade do tema abordado;
Etapa 2 – Referências de projetos em habitação social inclusiva e
sustentável, o que inclui uma pesquisa sobre as habitações inclusivas e
habitações sustentáveis, voltadas para o interesse social, dentro da Região
Metropolitana de Belém, no Brasil e no mundo.
1.2.2. Metodologia do processo projetual
O processo projetual será dividido em sete etapas, para melhorar o seu
desenvolvimento e garantir um resultado final satisfatório. Abaixo as etapas do
processo projetual:
Etapa 1 – Escolha do terreno. Uma das etapas mais importantes do
processo, pois implica na localização, orientação, legislação urbanística do
terreno e entorno que deve ser inserido em uma área com deficiência
habitacional. Devido esses fatores, procurou-se escolher um terreno vazio,
localizado em um ZEIS – Zona Especial de Interesse Social, para poder
atender as necessidades da região;
Etapa 2 – Programa de necessidades e pré-dimensionamento.
Desenvolvimento do programa de necessidades para uma família de até quatro
pessoas, considerando uma delas portador de alguma deficiência motora. O
pré-dimensionamento foi voltado a atender às dificuldades e necessidades do
cadeirante, procurando facilitar sua locomoção no interior da residência.
Etapa 3 – Organograma e Fluxograma. Etapa em que analisou-se a
relação dos espaços entre si, setorizando os ambientes em social, íntimo e
20
serviço. O fluxograma analisa a relação dos fluxos com os ambientes internos e
serão divididos em fluxo do morador e fluxo do cadeirante.
Etapa 4 – Partido arquitetônico. Definição das características gerais do
projeto. Resultado de uma série de dados e análises dos itens abordados.
Etapa 5 – Desenvolvimento do projeto e detalhamentos. Foi dada
continuidade no projeto, desenvolvendo seu projeto arquitetônico detalhado.
Etapa 6 – Elaboração de orçamento físico financeiro. Elaboraram-se
dois orçamentos físicos financeiros, sendo um voltado a uma construção
tradicional, com materiais tradicionais e outro voltado a proposta com materiais
e soluções sustentáveis e inclusivas. No final foi feita uma comparação entre os
dois orçamentos e uma avaliação para ver qual será mais econômico e
eficiente.
Etapa 7 – Redação final do trabalho. Onde são expostos e comparados
os resultados finais, com as avaliações de cada orçamento.
21
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1.
BREVE HISTÓRICO DA HABITAÇÃO NO BRASIL
Após o golpe de 1964, a demanda industrial acelerou e iniciou a
exigir um número maior de habitações para seus trabalhadores. Para isso,
criou-se o Banco Nacional de Habitação (BNH), surgindo em resposta ao
governo militar e a crise no setor habitacional do país. Ignorando-se as críticas
ao BNH, sabe-se que sua criação foi de extrema importância, devido a este
período (1964-1986) ser o único em que o Brasil teve uma política, em âmbito
nacional, direcionada à questão habitacional.
Os objetivos do BNH eram fornecer moradias para a demanda da
população e, estabilizar a construção civil como poder econômico, devido ao
modo de adquirir as moradias, por meio de financiamentos da casa própria.
Essas tentativas transformaram o ramo da construção civil em um polo de
investimentos políticos. Outro fator importante para a aceleração da política
habitacional foi a liberação do FGTS no financiamento das moradias. (BRAGA,
et al, 2009)
Infelizmente, a capacidade de atender às necessidades do país foi
insuficiente para sanar a deficiência habitacional, que agravou-se na segunda
metade do século XX, no acelerado processo de urbanização.
O método implantado pelo BNH (adesão da moradia própria como
único meio de aquisição da casa própria e carência de estratégias que
incorporem processos de escolha na produção da habitação) pouco auxiliou no
combate do problema em que o órgão propôs-se a resolver, causando uma
exclusão da população de menor renda, que acabou por optar pela construção
informal, ficando carentes de infraestrutura e equipamentos sociais e, se
distanciando das áreas urbanizadas. (BRAGA, et al, 2009)
Em 1986, por interesses políticos, o BNH, responsável pela grande
produção habitacional no país, extinguiu-se juntamente com a política nacional
da habitação. Com isso, houve um aumento nos problemas de moradia, ao
mesmo tempo em que a quantidade de financiamento destinada aos projetos
de habitação diminuiu, gerando uma grande necessidade de intervenção do
governo,
para
aderir
a
um
sistema
diferente,
comparados
aos
de
22
anteriormente. Iniciou-se uma nova fase na política habitacional brasileira,
consagrada como pós-BNH.
Nesta nova etapa, surgiram programas com princípios inovadores,
como o de desenvolvimento sustentável, tipologias diferentes, incentivos a
processos participativos, parcerias, integração de projetos e articulação com a
política urbana, diferenciando-se do modelo do BNH, criando-se programas de
urbanização de favelas, de assentamentos precários e etc. No entanto, essas
ações não conseguiram começar uma nova política e geraram péssimas
consequências do ponto de vista socioeconômico e urbano. (BRAGA, et al,
2009)
A implantação desses programas não gerou resultados positivos no
déficit habitacional da população de baixa renda, acentuando a característica
original das políticas habitacionais brasileiras: o privilégio das classes de renda
média. Esses resultados revelam o desastre nos programas públicos e a
incompetência dos recursos de mercado para enfrentarem o problema.
Além da escassa quantidade de unidades habitacionais, há também
moradias com problemas de acesso à infraestrutura ou adensamento
excessivo, que necessitam de ações articuladas com políticas urbanas,
fundiárias e de saneamento. Por isso, são necessárias mudanças reais na
ação e operação do poder público.
Em 2005 obtiveram-se alterações importantes no setor de
financiamento habitacional. “[...] Houve uma substancial elevação dos
investimentos, ampliação do subsídio e foco mais dirigido para a população de
baixa renda.” (BRAGA, 2009). As perspectivas nunca foram tão boas para o
combate em grande escala do problema habitacional para a população de
baixa renda, desde os anos 80.
Entretanto, o crédito habitacional crescente poderá causar um boom
imobiliário, se não tomarem medidas no planejamento habitacional e, mais uma
vez, a população de baixa renda poderá ser excluída, como consequência do
processo de exclusão no setor habitacional.
23
2.1.1. O caso da região metropolitana de Belém (RMB)
No auge da borracha, a cidade de Belém se desenvolveu e ganhou
a implantação de inúmeros serviços urbanos (bondes elétricos e iluminação
pública, serviços de esgoto, limpeza urbana e forno crematório, corpo de
bombeiros, calçamento de ruas e avenidas etc.) no governo do Intendente
Antônio Lemos (1897-1912), consolidando o rumo da cidade em direção ao
atual bairro do Marco, a partir da Avenida Almirante Barroso e vias adjacentes.
Foi também no ciclo da borracha que aconteceu o crescimento da Região
Bragantina, com o aparecimento dos núcleos agrícolas.
Nos anos 60, o estado do Pará foi influenciado pela rodovia BelémBrasília (Mapa 1), construída anos antes, com o intuito de aproximar a
economia regional, especialmente do Pará, da economia do resto do país. Em
compensação, essa rodovia aumentou as diferenças regionais já existentes e
separou as indústrias mais frágeis de Belém, pela fácil entrada na Amazônia,
de produtos manufaturados das demais regiões (PINHEIRO, 2007).
Mapa 1: Rodovia Belém-Brasília.
Fonte: Google Earth, 2014.
24
Ao mesmo tempo, a rodovia facilitou o aparecimento de pequenos
novos núcleos urbanos e enfatizou o crescimento demográfico da Região
Metropolitana de Belém (RMB), graças ao intenso fluxo migratório.
Entre 1960 e 1970 houve um adensamento populacional decorrente
da intensificação do processo de verticalização, quando a área central de
Belém já estava estabilizada. Os melhores terrenos, de posse de pessoas mais
abastadas, juntamente com equipamentos e serviços urbanos, deram inicio ao
processo de valorização urbana e à especulação imobiliária.
O fato de o município de Belém possuir relevo e características
similares ao da Região Amazônica influenciou muito no processo de ocupação
urbana da RMB. Enquanto as áreas de melhor solo recebiam as camadas de
maior renda, o restante da população (menor renda) ocupava somente as
áreas alagadas.
Cabe ressaltar que, no processo de ocupação urbana de Belém,
áreas com cotas inferiores a 4,0 metros, propensas a inundações na maior
parte do ano, estão incorporadas á paisagem da cidade, como as áreas
próximas aos canais – “baixadas”, onde a população de baixa renda se instalou
e se tornaram focos de ações de melhorias de saneamento e de habitação de
baixa renda.
As ocupações da população de baixa renda se estabeleceram ao
longo do processo de periferização/metropolização da pobreza, principalmente
entre os anos de 1960 e 1990, ao longo de dois eixos: BR-316 e a rodovia
Augusto Montenegro, onde as ocupações estavam relacionadas diretamente à
questão da moradia, às manifestações e mobilizações das baixadas e invasões
pelo direito de morar na RMB, das baixadas e invasões. “[...] Constata-se uma
reprodução simultânea de subespaços físicos e sociais marcados pela
segregação e pobreza urbana, entre os quais três se destacam: as baixadas,
invasões de terras e conjuntos habitacionais.” (PINHEIRO, Andréa at al, 2007).
25
2.2.
A PROBLEMÁTICA HABITACIONAL SOCIAL NO BRASIL
A habitação social está diretamente relacionada à obrigação de
regularizar a habitação urbana para a população de menor renda e menos
favorecida. Tal habitação deve ser provida, principalmente, pelo setor público,
cuja principal meta é melhorar as condições de vida da população.
No Brasil, existe um déficit habitacional de 5,6 milhões de domicílios
(habitações precárias, coabitação familiar, ônus excessivo com aluguel e
domicílios com adensamento excessivo de moradores em domicílios situam-se
alugados): 83% urbano e 17% rural; sendo 89% concentrado nas famílias com
renda até 3 salários mínimos. Mais de 3 milhões de domicílios em
assentamentos precários urbanos, 85% em regiões metropolitanas, com
diferentes tipos de inadequações e famílias de baixa renda. Cerca de 11
milhões de domicílios apresentam carência de serviços de infraestrutura
urbana (não dispõem de acesso a, ao menos, um dos serviços básicos:
iluminação elétrica, rede de abastecimento de água com canalização interna,
rede de esgotamento sanitário ou fossa séptica e coleta de lixo). (WEBER,
2011).
Atualmente, o problema da habitação se deve ao fato de a
população não possuir um poder aquisitivo adequado às necessidades de cada
família. Desse modo, a população de menor renda, que não pode pagar um
aluguel em um bairro com melhores infraestruturas e muito menos adquirir um
imóvel próprio, busca como alternativa ocupar terrenos periféricos das cidades,
onde são mais baratos, devido aos imóveis nas grandes cidades, terem
alcançado preços exacerbados, distanciando-se da realidade grande parte da
população.
26
2.2.1. Habitação social inclusiva
Há algumas décadas atrás, a acessibilidade das habitações não era
levada em consideração, devido à falta de consciência dos constrangimentos
que a inacessibilidade impunha a diversas pessoas. Se houvesse alguém que
não pudesse utilizar era porque deveria sofrer de alguma incapacidade. A
incapacidade das pessoas motivava a inacessibilidade das mesmas.
Pessoas com deficiência motora questionaram o motivo dessa
situação. A partir deste momento, conscientizaram-se de que possuíam o
direito de usufruir das cidades e dos edifícios, de forma autônoma, tal qual seus
concidadãos (SIMÕES, et al 2014). Assim começou-se a falar em
acessibilidade: primeiramente entendida como um direito de acesso.
A habitação acessível passou por inúmeras fases ligadas ao modo
como a sociedade encarava a situação das pessoas portadoras de
deficiências. No inicio, a solução era assegurar um alojamento em instituições
adequadas às necessidades dessas pessoas, o que acabou por ser uma
solução segregadora, que futuramente deu lugar a habitações especialmente
criadas para pessoas portadoras de deficiência (figura 1). Atualmente, o
espaço urbano é acessível apenas àqueles que possuem um poder aquisitivo
para pagar por ele, como consequência, poucos podem possuí-lo.
Figura 1: Simulação dos espaços de manobra em uma planta residencial
Fonte: SÃO PAULO, 2010
27
2.3.
REFERÊNCIAS
DE
PROJETO
DE
HABITAÇÃO
SOCIAL
INCLUSIVA
2.3.1. No âmbito internacional
Pelos diversos cantos do mundo, encontramos pessoas com alguma
deficiência física e/ou motora. Infelizmente, a maior parcela dessa população
com mobilidade reduzida não possui uma moradia adequada às suas
limitações. Espalhados pelo mundo, poucos são os projetos habitacionais
inclusivos e acessíveis financeiramente, o que faz com que a população
deficiente faça pequenas adaptações nas próprias residências, a fim de facilitar
a locomoção e a independência delas mesmas.
Na Espanha, a Fundação Isabel Gemio trabalha com cadeirantes com
diversos tipos de limitações e proporcionou algumas soluções (figura 2) para
adaptar ambientes dos seus pacientes que não poderiam custear tamanhas
reformas. Entre elas estão os vãos de portas maiores, pisos para o melhor
deslocamento na cadeira de rodas, bancadas com altura adaptável, etc.
Figura 2: Proposta de adaptação em uma residência atendida pela Fundação Isabel Gemio
Fonte: http://casadecor.es/galeria/suseta-de-maria-para-la-fundacion-isabel-gemio-y-asem/
<acessado em 13/05/2014>.
Nota-se uma grande deficiência na promoção de habitações sociais
inclusivas por parte das federações internacionais, apenas pequenas soluções
28
de adaptação de residências, na maioria das vezes, pagas pelo próprio
morador.
2.3.2. No âmbito nacional
O Governo Federal tem promovido programas de habitação social
espalhados pelo país, entre eles o programa “Viver sem Limite - Plano Nacional
dos Direitos da Pessoa com Deficiência” (figura 3), que contratou a construção
de casas adaptadas para atender pessoas com alguma deficiência. O
programa tem como meta atingir 1,2 milhão de habitações adaptáveis até o fim
de 2014.
Figura 3: Logomarca do programa do Governo Federal
Fonte: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/viver-sem-limite-0 <acessado em
05/04/2014>
De acordo com o último censo realizado pelo IBGE em 2010, o Brasil
possui 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, representando
23,91% da população brasileira. O Viver sem Limites constatou que, mesmo
que a condição de deficiência esteja presente nos diversos grupos sociais,
existe uma enorme relação entre a pobreza e o agravamento das condições de
deficiência.
O programa foi criado no exemplo de pessoas com deficiência e
corresponde à união de várias políticas públicas como, maior acesso à
educação; inclusão social; atenção à saúde e acessibilidade. Essas ações
garantem os direitos das pessoas com deficiência, levando em consideração as
inúmeras dificuldades e necessidades em diversas fases de suas vidas.
A cidade de São Paulo promove um programa de revitalização do
centro urbano degradado e abandonado, enfatizando a moradia. Iniciado em
2004, o Programa Pró-Centro propôs, por meio do Programa Morar no Centro,
29
reverter a desvalorização imobiliária e a recuperação da função residencial com
transformação do perfil econômico e social da área central. O objetivo foi
recuperar e requalificar edifícios que se encontravam vazios, subutilizados e
degradados para uso residencial, destinados à venda a famílias com renda
entre zero e seis salários mínimos ou locação social, que tinha como público
alvo famílias ou pessoas sós com renda inferior a três salários mínimos.
Conjuntamente com a recuperação das edificações seriam executadas ações
de melhoria ambiental em um perímetro chamado de “Perímetro de
Reabilitação Integrada do Habitat” na região da Luz (CARLI, 2013).
Entretanto, a permanência dos moradores às unidades a serem
reabilitadas levou a equipe a propor o bem-estar aos usuários por muitos anos
e não apenas camuflar algo que se deteriorará e acabará por tornar as
unidades obsoletas. Nesse sentido, a proposta de intervenção e adaptação de
edifícios degradados para fins habitacionais veio pelo Instituto Brasil Acessível,
onde se pretende demonstrar a viabilidade de recuperá-los para uso por todos
os segmentos etários da população, bem como por pessoas que apresentem
ou que venham a apresentar diminuição temporária ou permanente de suas
habilidades, fatos naturais na vida do homem, ou seja, aplicar um conceito
mais inclusivo na reabilitação desses empreendimentos. Para isso, as
propostas tiveram como premissa projetos elaborados com base nos preceitos
do desenho universal (figura 4), com vistas para moradias inclusivas que
permitam uso seguro, confortável e independente por muitos anos e que sejam
acessíveis financeiramente (CARLI, 2013).
30
Figura 4: Plantas baixas da proposta de uma unidade.
Fonte: http://lares.org.br/2013/artigos/785-1110-2-RV.pdf
2.3.3. No âmbito local
O município de Belém possui 103.948 mil pessoas com alguma
deficiência motora, representando aproximadamente 7,28% da população do
município. Com o incentivo do Viver sem Limite criado pelo Governo Federal, o
município de Belém aderiu-se ao programa juntamente com mais outros 11
municípios da região, a fim de melhorar e facilitar a vida de seus habitantes.
A cidade de Belém possui alguns projetos habitacionais que não foram
projetadas para atender às necessidades físicas de seus ocupantes, entre eles
deficientes físicos e idosos com mobilidade reduzida. A alternativa proposta e
escolhida para resolver esses problemas foi instalar essas pessoas nos
pavimentos térreos, entretanto as adaptações necessárias internas, na sua
maioria das vezes, foram realizadas por seus próprios moradores.
31
2.4.
ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
2.4.1. Breve conceito
A arquitetura bioclimática consiste em harmonizar as construções ao
meio ambiente em que está inserida. Busca melhorar as condições de conforto
térmico e minimizar os impactos ambientas e o seu consumo energético,
procurando utilizar os recursos disponíveis na natureza como o sol, ventos,
chuvas, vegetação.
Para se ter um projeto sustentável bem feito, é preciso utilizar os
conhecimentos e técnicas da arquitetura bioclimática, a fará com que o edifício
seja climaticamente estável, sem perdas ou ganhos desnecessários de calor,
ainda assim, possuindo o máximo de iluminação natural. Os projetos de
arquitetura bioclimática buscam racionalizar o consumo energético, evitando o
uso de sistemas artificiais, como ar condicionado, iluminação artificial durante o
dia, etc.
32
2.4.2. Zoneamento bioclimático brasileiro
A NBR 15220 dividiu o território brasileiro em oito zonas relativamente
homogêneas quanto ao clima (figura 5). Para cada uma destas zonas,
formulou-se um conjunto de recomendações técnico-construtivas, objetivando
otimizar o desempenho térmico das edificações, através de sua melhor
adequação climática.
Figura 5: Zoneamento Bioclimático Brasileiro
Fonte: NBR 195220-3 ,2003.
Dividiu-se o território brasileiro em 6500 células, onde cada uma foi
caracterizada pela sua posição geográfica e pelas médias mensais das
temperaturas máximas; médias mensais das temperaturas mínimas e as
médias mensais das umidades relativas do ar (figura 6).
Desta quantidade, 330 células contaram com os dados das Normais
Climatológicas medidos desde 1961 a 1990, em 206 municípios; e dados das
Normais Climatológicas e de outras fontes, medidos desde 1931 a 1960, em
124 municípios. O clima das demais células foi estimado por interpolação
33
(médias mensais de temperaturas máximas e mínimas; médias mensais de
umidades relativas).
Figura 6: Localização das células com dados medidos
Fonte: NBR 195220-3 (2003).
O procedimento adotado para classificar as zonas bioclimáticas, foi
através de uma Carta Bioclimática, adaptada ao Brasil, a partir da sugerida por
Givoni (figura 7). O método escolhido para classificar, foi a inserção de
informações mensais de temperatura e umidade relativa do ar de cada
município no gráfico. Com a aplicação desses dados no gráfico e de cálculos
realizados, consegue-se identificar o clima de cada região, as recomendações
bioclimáticas aplicáveis em cada município estudado, assim como o percentual
das estratégias acumulados no decorrer do ano. Para cidades com mesma
zona bioclimática, as mesmas estratégias de conforto térmico são aceitáveis.
34
Figura 7: Carta bioclimática adaptada
Fonte: NBR 195220-3 (2003).
As zonas da carta correspondem às seguintes estratégias:
A- Zona de aquecimento artificial (calefação)
B- Zona de aquecimento solar da edificação
C- Zona da massa térmica para aquecimento
D- Zona de conforto térmico (baixa umidade)
E- Zona de conforto térmico
F- Zona de desumidificação (renovação do ar)
G + H- Zona de resfriamento evaporativo
H + I- Zona de massa térmica de refrigeração
I + J- Zona de ventilação
K- Zona de refrigeração artificial
L- Zona de umidificação do ar
35
2.4.3. Características climáticas de Belém
Por estar próximo da linha do Equador, a cidade de Belém tem os raios
solares incidindo mais perpendicularmente sobre as superfícies, fazendo com
que a cidade possua um clima quente (MACHADO, RIBAS, OLIVEIRA, 1986).
O alto índice de pluviosidade e umidade unem-se às elevadas temperaturas
durante o ano todo, causando pouca variação entre as temperaturas diurnas e
noturnas. Por ser um clima demasiadamente quente e úmido, é necessário o
movimento de ar para amenizar as condições climáticas (CAMARGO, 2011).
A principal causa do desconforto térmico são os altos níveis de
radiação solar incidente nas edificações, combinado com as elevadas
temperaturas acima dos 30°C, podendo ser ressaltado com altos índices de
umidade.
Segundo a NBR 15220, a cidade de Belém encontra-se dentro das
diretrizes construtivas para a Zona Bioclimática 8 (figura 8).
Figura 8: Zona Bioclimática 8
Fonte: NBR 195220-3 (2003).
Na carta bioclimática (figura 9) de Belém, obtida com o software
Analysis Bio verifica-se as condicionantes climáticas.
36
Figura 9- Carta Bioclimática da cidade de Belém
Fonte: Programa Analysis Bio
O resultado obtido pelo Analysis Bio mostra que, para a cidade de
Belém, o conforto térmico no ambiente interno é praticamente inexistente,
representando 0,706% do total de horas do ano, e o desconforto por calor está
presente em 99,1%, sendo causado pelas altas taxas de umidade e altas
temperaturas que variam de 22,7 ºC a 31,4º C (CAMARGO, 2011). Esse
resultado faz com que a cidade fique de fora da zona de conforto estabelecida
pela carta bioclimática.
A ventilação é o elemento climático mais importante para tentar garantir
o conforto térmico da região. A cidade de Belém tem predominância de ventos
lestes, seguidos de nordeste, com velocidade média de 1,9m/s (RORIZ, 1989).
Quando não se consegue suprir com apenas com a ventilação natural, é
necessário o uso de meios artificiais (resfriamento artificial), para garantir
conforto e salubridade aos ambientes.
Com
o
programa
Sol-Ar
do
Labeee,
obteve-se
velocidades
predominantes e frequências de ocorrências de ventilação em Belém, de
acordo com as figuras 10 e 11.
37
Figura 10 – Belém – Velocidades Predominantes
Fonte: Programa Sol-Ar, Labeee
Figura 11 – Belém – Frequência de ocorrências
Fonte: Programa Sol-Ar, Labeee
38
2.4.4. Diretrizes bioclimáticas para Belém
Para se construir uma edificação seguindo os princípios de arquitetura
bioclimática, deve-se seguir estratégias a serem adotadas nas edificações
inseridas na zona 8, caso da cidade de Belém. As estratégias são:
 As
sensações
térmicas
são
melhoradas
através
da
desumidificação dos ambientes. Esta estratégia pode ser obtida
através da renovação do ar interno por ar externo através da
ventilação dos ambientes;
 A ventilação cruzada é obtida através da circulação de ar pelos
ambientes da edificação (figura 12). Isto significa que se o
ambiente tem janelas em apenas uma fachada, a porta deveria
ser mantida aberta para permitir a ventilação cruzada. Também
se deve atentar para os ventos predominantes da região e para
o entorno, pois o entorno pode alterar significativamente a
direção dos ventos e;
 O uso de resfriamento artificial será necessário para amenizar a
eventual sensação de desconforto térmico por calor.
Para obter resultados dessas estratégias, a NBR 15220 também
estabeleceu diretrizes a serem seguidas no processo projetual do edifício. No
caso da cidade de Belém (por estar inserida na zona 8), as vedações externas
da edificação devem ser leves e refletoras, assim como suas coberturas (tabela
1). Devem possuir grandes aberturas para ventilação (tabela 2), e estas devem
estar sombreadas (figura 13), proporcionando ventilação cruzada permanente
pelo interior do edifício.
39
Figura 12: Influência das aberturas na ventilação cruzada.
Fonte: Montero apud Evans e Schiller, 1994, p. 101
40
Tabela 2: Transmitância térmica, atraso térmico e fator de calor solar admissíveis para cada
tipo de vedação externa.
Fonte: NBR 15 220-3, 2003.
Tabela 2: Aberturas para ventilação.
Fonte: NBR 15 220-3, 2003.
Figura 13: Dispositivos de sombreamento.
Fonte: BAGNATI, 2013
41
2.5.
ACESSIBILIDADE E DESENHO UNIVERSAL
Os termos acessibilidade e desenho universal estão estritamente
relacionados. Para a NBR 9050, 2004, acessibilidade é a possibilidade e
condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com
segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento
urbano e elementos.
O termo desenho universal consiste na criação de ambientes e
produtos que possam ser usado por todas as pessoas, na sua máxima
extensão possível (MACE, 1991) e, surgiu devido às reivindicações de dois
segmentos sociais, compostos por pessoas com deficiência e profissionais da
área. Com isso, busca atender a necessidade de acesso a qualquer tipo de
pessoa, possuidora ou não de alguma deficiência.
2.5.1. NBR 9050
A NBR 9050 visa proporcionar à maior quantidade possível de
pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou
percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente,
edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos.
Tem como objetivo estabelecer critérios e parâmetros técnicos a serem
observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de
acessibilidade.
2.5.2. Conceito de desenho universal
O termo Desenho Universal consiste na criação de ambientes,
mobiliários e produtos que possam ser usados por todas as pessoas, sem
necessidade de adaptação ou projeto especializado para pessoas com
deficiência. É o processo de criar produtos que são acessíveis a todas as
pessoas, independente de suas características pessoais, idade ou habilidades
(CARLETTO, CAMBIAGHI, 2007). Ainda segundo as autoras, a meta é que
qualquer ambiente ou produto poderá ser alcançado, manipulado e usado,
42
independentemente do tamanho do corpo do indivíduo, sua postura ou sua
mobilidade.
A principal ideia do Desenho Universal é acabar com a necessidade de
ambientes adaptados e produtos especiais para pessoas com deficiências,
garantindo que possam ser utilizados por todos, com segurança e autonomia
os diversos ambientes construídos (figura 14).
Segundo Carletto (2008), a expressão Desenho Universal foi definida
em sete princípios, que passaram a ser adotados mundialmente em obras de
acessibilidade e planejamentos. O primeiro aborda o Uso Equitativo, propondo
espaços, mobiliário, objetos e produtos que possam ser utilizados por pessoas
com capacidades diferentes; abolir a segregação do usuário; garantir
privacidade, segurança e proteção e; criar e fornecer produtos atrativos para
todos.
Figura 14: Acesso seguro a um edifício através de rampas com corrimãos e guarda corpos
Fonte: SÃO PAULO, 2010.
O segundo trata do Uso Flexível, criando ambientes ou sistemas
construtivos que atendam às necessidades com diferentes habilidades,
admitindo adequações e; possibilitar adaptabilidade às necessidades do
usuário, de tal forma que as dimensões dos ambientes possam ser modificadas
(figura 15).
43
Figura 15: Projetos devem prever a possibilidade de deslocamento de paredes ou divisórias
para ampliar dormitórios ou outros ambientes.
Fonte: SÃO PAULO, 2010.
O terceiro principio é o Uso simples e intuitivo, permitindo fácil
compreensão do espaço; eliminando complexidades desnecessárias e;
disponibilizar informações segundo a ordem de importância (figura 16). O
quarto fala sobre a informação de fácil percepção, utilizando diferentes meios
de comunicação; disponibilizando formas e objetos de comunicação com
contrastes adequados; maximizando com clareza as informações essenciais e;
facilitar o uso do espaço e equipamento (figura 17).
Figura 16: Percurso simples e intuitivo.
Fonte: SÃO PAULO, 2010.
44
Figura 17: Informações de fácil percepção.
Fonte: SÃO PAULO, 2010.
A tolerância ao erro está no quinto princípio, que considera a
segurança na concepção de ambientes e a escolha dos materiais de
acabamento e demais produtos. O sexto busca proporcionar um esforço
mínimo, dimensionando adequadamente elementos e equipamentos a fim de
serem utilizados de maneira mais eficiente e com o mínimo de esforço e;
minimizando ações e esforços repetitivos que não podem ser evitados (figura
18).
Figura 18: Sistema de alavanca adequado permite que um cadeirante abra uma janela com
facilidade
Fonte: São Paulo, 2010.
45
Por fim, o sétimo e último principio, aborda sobre o dimensionamento
de espaços de acesso e uso abrangente, garantindo uso e acesso confortáveis;
possibilitando o alcance visual de ambientes e produtos; permite acomodar
variações ergonômicas e; possibilita a utilização dos espaços pelos diversos
tipos de órteses nas suas atividades cotidianas.
2.5.3. Habitação acessível
Todo e qualquer cidadão tem direito a uma moradia digna. Conceber e
desenvolver um projeto de habitação acessível para todos os tipos de pessoas,
seguindo as diretrizes do desenho universal, é colocar todas as necessidades
do indivíduo a frente de qualquer outro interesse.
A habitação deve oferecer espaços adequados, que proporcionem
conforto, segurança e bem estar. Deve garantir moradia de qualidade para o
usuário e assegurar satisfação por um período maior que sua vida. Esta
habitação estará preparada para abrigar qualquer família por toda a vida,
sempre garantindo segurança e autonomia na realização das atividades para
todos os integrantes, independente da idade, condição física, mental ou
psicológica (SENA, 2012). O projeto de uma habitação acessível deve prever
sistemas construtivos que permitam a flexibilização dos espaços. Deve
também, prever a possibilidade do usuário instalar equipamentos e mobiliários
nas paredes, como barras de segurança.
Segundo a cartilha “Desenho Universal: habitação de interesse social”,
desenvolvida pelo Governo do estado de São Paulo, o projeto deve contemplar
outros aspectos, como: adequação de portas e largura dos corredores; correta
solução de abertura de portas e janelas; facilidade de manobra e acesso às
janelas em todos os ambientes; soluções adequadas para ventilação; correta
intercomunicação entre ambientes e locação dos pontos de comando;
instalação de interruptores paralelos e/ou intermediários para quartos e
corredores; pontos para instalação de campainhas com sinais sonoros e/ou
luminosos; reserva de área para instalação de elevadores ou plataformas;
adequação na altura de visibilidade nas áreas de estar; instalação de
46
revestimentos antiderrapantes; especificação de metais sanitários adequados
e; instalação de bancadas nas áreas molhadas.
As diretrizes elaboradas para o uso em habitações acessíveis
determinam parâmetros de dimensões mínimas e máximas de ambientes e de
alcance de comandos. Para toda e qualquer construção ou reforma, as normas
da NBR 9050 devem ser consideradas, a fim de garantir a maior qualidade de
vida aos ocupantes.
47
2.6.
SUSTENTABILIDADE PARA HABITAÇÃO SOCIAL
A massificação da produção de moradias populares para atender o
déficit habitacional do país acabou por criar extensos conjuntos habitacionais,
formados por uma monótona repetição de tipologias que acabam eliminando a
identidade local, destruindo com a paisagem urbana (LISBOA, AMADO, 2010).
O termo arquitetura sustentável busca alternativas mais sustentáveis
que o padrão construtivo usual, para habitações de interesse social (ZUNINO,
LAGO, 2010), preservando o meio ambiente e os recursos naturais. A partir de
pequenas soluções como a boa orientação e implantação do edifício,
ventilação e iluminação naturais adequadas ao clima da região, consegue-se
maximizar o desempenho do edifício. Estes são fatores primordiais para
tornarem um edifício mais eficiente e mais econômico.
A sustentabilidade na habitação de interesse social deve ser
alcançada como o processo pelo qual os atores envolvidos na
produção participem de todas as etapas do ciclo de vida: projeto;
construção; uso; manutenção e pós-uso, gerando justiça social,
democracia e operando racionalmente os recursos naturais (PISANI,
2010).
A
construção
de
edifícios
sustentáveis
tem
como
modelo
o
desenvolvimento de soluções e alternativas que enfrentem os principais
problemas ambientais atuais, não se esquecendo das alternativas tecnológicas
e as edificações para todos os usuários (IDHEA, 2006).
Para uma construção ser considerada sustentável, deve possuir
características básicas como, mínimo consumo de energia e água durante e
após a execução da obra, fazer uma gestão ambiental da implantação da obra,
utilizar materiais e matérias primas eco eficientes, evitar a geração de resíduos
e a contaminação durante a vida útil do edifício, integrar-se com o entorno e ao
ambiente natural, adaptar-se às necessidades futuras dos usuários e possuir
um interior saudável livre de VOC`s e COV`s (IDHEA, 2006).
Segundo o IDHEA (2006) as diretrizes para as edificações sustentáveis
podem ser resumidas em nove passos, que estão em conformidade com os
principais sistemas de avaliação e certificação de obras no mundo. Estes são:
1. Planejamento sustentável da obra;
2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais;
48
3. Eficiência energética;
4. Gestão e economia da água;
5. Gestão dos resíduos na edificação;
6. Qualidade do ar e do ambiente interior;
7. Conforto termo-acústico;
8. Uso racional de materiais;
9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis.
2.6.1. Materiais de baixo impacto ambiental
Para a escolha de materiais e produtos a serem utilizados em uma
obra sustentável, deve-se “[...] obedecer a critérios básicos como a origem da
matéria
prima,
transformação,
extração,
emissão
de
processamento,
poluentes,
gastos
com
biocompatibilidade,
energia
para
durabilidade,
qualidade, dentre outros” (ARAÚJO, 2006), que possam classificá-los como
sustentáveis e assim, garantir melhor qualidade de vida dos usuários e entorno.
Para uma obra ser considerada sustentável, esta deve começar com os
materiais de baixo impacto ambiental utilizados em sua construção. De acordo
com PISANI (2010), estes materiais para serem considerados sustentáveis,
devem gerar um baixo impacto no ambiente em sua produção; ser produzidos
através de matérias primas de fontes renováveis; os componentes utilizados
em sua fabricação devem ser fabricados com materiais reciclados; o transporte
deve ser evitado – procurar matérias sustentáveis na região da construção do
edifício, para evitar o transporte em longas distâncias; não devem produzir e/ou
eliminar resíduos tóxicos; e buscar o uso de tecnologias alternativas em sua
produção.
O mercado de produtos para construção sustentável vem crescendo
nos últimos anos, devido à população começar a se preocupar com o tema.
Atualmente encontramos produtos como a Cal Ecológica, Tijolo solo-cimento,
Ecofix (fixador desenvolvido para substratos naturais e ecológicos), Ecoplacas,
Ecorrepel hidrofugante, Ecotintas, entre outros.
49
Dos itens citados acima, a Cal Ecológica une as qualidades de uma
tinta tradicional às modernas tecnologias para pintura e é uma versão
sustentável e aperfeiçoada da cal usual (figura 19). Não possui resinas
petroquímicas do tipo alquídica, acrílica ou PVA, solventes e compostos
orgânicos voláteis (COV’s) em sua formulação. O produto é altamente indicado
a pessoas com alergias ou baixa resistência a tintas com produtos químicos.
Figura 12 - Leque de cores da Cal Ecológica
O Tijolo solo-cimento (figura 20 e 21), em seu processo de fabricação
não acarreta desmatamento nem queima de carvão, que lançaria resíduos
tóxicos no meio ambiente (CASTRO, SILVA, 2011).
Figura 20: Tijolo Solo-cimento
FONTE: http://construdeia.com/tijolo-solo-cimento/
50
Figura 21: Edifício construído com tijolo de Solo-cimento
FONTE: http://construdeia.com/tijolo-solo-cimento/
As Ecoplacas são chapas planas e recicladas, produzidas a partir de
diversos tipos de embalagens plásticas, EVA (etil-vinil-acetato), cargas vegetais
e minerais (figura 22). As Ecoplacas podem ser utilizadas como fechamento de
paredes e como divisórias internas, tipo Drywall. Por serem impermeáveis e
resistentes à exposição solar, podem ser utilizadas externamente.
Figura 22: Ecoplacas instaladas externamente.
Fonte: http://organum.com.br/ecoplacas.asp
Estes são apenas alguns exemplos que podem ser aplicados na
construção de edifícios sustentáveis. Trata-se de produtos aliados a obras
ecológicas, sustentáveis, rústicas ou naturais.
Além de produtos de baixo impacto ambiental, devemos pensar
também em soluções que causem um menor impacto no meio ambiente. Os
51
principais pontos que devemos solucionar são a questão da racionalização da
água e a economia de energia.
A sustentabilidade ambiental da água tem como o objetivo racionalizar
o seu consumo. Utilizar o aproveitamento de águas pluviais, drenagem,
tratamento de esgoto, uso de equipamentos de baixo consumo, aumentar as
áreas permeáveis, são algumas alternativas a serem utilizadas como soluções
para a questão da água (PISANI, 2010).
Para garantir maior economia de energia, algumas soluções podem ser
aplicadas como, o emprego de energia solar (através de placas fotovoltaicas);
orientar corretamente as habitações, buscando atender iluminação e ventilação
naturais mais eficientes; utilização de materiais isolantes térmicos e acústicos;
uso de lâmpadas e outros equipamentos de baixo consumo; uso de vegetação
e áreas verdes, para amenizar o clima; minimizar as perdas no canteiro de
obras; utilização de mão de obra especializada e; reduzir os custos de
manutenção da edificação (PISANI, 2010).
2.6.2. Importância do entorno construído
O espaço adjacente a uma edificação chama-se entorno. O entorno
construído implica na construção de qualquer edificação, principalmente se
esta for projetada com os princípios de sustentabilidade. O ambiente construído
é o elemento definidor do espaço urbano e define o caráter e os marcos
importantes de uma cidade, fazendo com que ela se torne agradável aos seus
habitantes
(COMISSÃO
DAS
COMUNIDADES
EUR0PEIAS,
2004).
Consequentemente, a qualidade do edifício a ser construído influencia a
qualidade do ambiente urbano.
O entorno construído de uma edificação ocasiona impactos sobre a
mesma, fazendo com que seja necessário estudar possibilidades de melhorias
em seu desempenho ambiental. O entorno é influenciado pelos programas e
projetos das políticas públicas e da paisagem. Devido aos atributos de
legibilidade, visibilidade e ambiência, necessitou-se unir o atributo de qualidade
ambiental
destes
espaços
como
gerenciadores
e
determinantes
do
comportamento térmico, lumínico e acústico do edifício (CONGRESSO
52
INTERNACIONAL
DE
REHABILITACÍON
DEL
PATRIMONIO
ARQUITETÓNICO Y EDIFICACIÓN, 2012)
Ainda segundo o Congresso Internacional de Rehablitación del
Patrimonio Arquitectonico y Edificación (2012), o entorno, intervém inteiramente
na observação do objeto arquitetônico e da paisagem cultural e o seu
comportamento diante do meio ambiente irá refletir no comportamento do
próprio edifício.
53
3. PROCESSO PROJETUAL
3.1. LOCALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO
O terreno escolhido para desenvolver a proposta de uma habitação de
interesse social sustentável e inclusiva, localiza-se na Passagem Elvira, entre a
Passagem Matilde e a Passagem Torres (próximo a Avenida João Paulo II), no
bairro Curió-Utinga, Belém-PA. O terreno encontra-se inserido em uma Zona
Especial de Interesse Social (ZEIS), especificamente na ZEIS-m (mapa 2).
De acordo com o Plano Diretor do Município de Belém (2008), as ZEIS
são parcelas do território que devem receber tratamento diferenciado, para
facilitar as ações de urbanização, regularização fundiária e habitação,
permitindo a melhoria das condições para a permanência da população local.
Segundo o Art. 97 do Plano Diretor do Município de Belém, as ZEIS
são caracterizadas por apresentar:
I - ocupação predominantemente de padrão socioeconômico de
baixa renda;
II - uso predominantemente habitacional;
III - ilegalidade na propriedade ou informalidade na posse da terra;
IV - precariedade e insuficiência de infraestrutura básica para
atender os moradores;
V - inexistência ou déficit de equipamentos comunitários de saúde,
educação, esporte e lazer.
Devido a essas características da ZEIS, o terreno foi escolhido nessa
área, com o intuito de que ideia referente ao projeto possa ser reproduzida e
ser aplicada no entorno do terreno.
54
Mapa 2: Localização do terreno nas Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS).
ZEIS-m
Fonte: Plano Diretor do Município de Belém, 2008.
3.1.1. Descrição do terreno
O terreno é formado por um polígono de quatro lados regular, e possui
10 x 28 metros, sendo 10 metros de testada e 28 metros de comprimento, e
área de 280m² (figura 23). Entretanto, para o desenvolvimento do projeto, o
terreno será parcelado, e será utilizado aproximadamente ½ de sua área total.
Figura 23: Localização do terreno
Fonte: Google Earth, 2014.
55
O terreno encontra-se em uma área alagável e abandonada (figura 24).
Não possui muros com definições dos limites laterais e não existe qualquer
manutenção ou infraestrutura adequada como rede de esgoto. A rede elétrica
chega às casa através de postes da concessionária de energia elétrica e a área
recebe abastecimento de água potável pela concessionária responsável.
Figura 24: Terreno escolhido para a proposta.
Fonte: Google Earth, 2014.
3.1.2. Características do entorno do terreno
Por estar inserido em uma área alagável, a maioria das residências do
entorno foram construídas elevadas do solo, com o intuído de minimizar o
contato com as inundações (figura 25). Devido às características de uso e
ocupação da área urbana serem os terrenos públicos ou particulares ocupados
por população de baixa renda; loteamentos irregulares e; imóveis subutilizados,
a maior parte das habitações foi construída em madeira (figura 26) e sem a
mínima infraestrutura adequada (Belém, 2008).
56
Figura 25: Residências construídas em madeira.
Fonte: Google Earth, 2014.
Figura 26: Modelo de casa elevada do solo para proteção contra as inundações.
Fonte: Google Earth, 2014.
57
3.1.3. Legislação urbanística para o local
As ZEIS por receberem um tratamento diferenciado das demais zonas,
obedece às diretrizes estabelecidas pela Política Municipal de Habitação, onde:
§1º. Os proprietários de lotes ou glebas localizados em Zonas
Especiais de Interesse Social poderão apresentar propostas de plano
de urbanização.
§2º. Após a implantação do plano de urbanização não será permitido
remembramento de lotes, exceto para implantação de equipamentos
comunitários.
§3º. Nas ZEIS não poderá ser utilizada, em nenhuma hipótese, a
doação de imóveis pelo Poder Público Municipal.
§4º. O plano de urbanização para cada ZEIS deverá ser analisado
pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano e aprovado em lei pela
Câmara Municipal (Plano Diretor do Município de Belém, 2008).
Segundo a Política Municipal de Habitação, deve-se priorizar o uso de
propriedade do Poder Público para implantar projetos habitacionais de
interesse social; estimular o uso dos vazios urbanos, incluindo-os em uma
política habitacional de interesse social; promover condições de participação da
iniciativa privada; definir normas urbanísticas às condições socioeconômicas da
população na área, dentre outros. A Lei especifica ainda, a criação de
instrumentos próprios, com o intuito de garantir o acesso à moradia da
população residente na área, onde for inviável a regularização urbanística.
Devido as ZEIS serem uma área de interesse social, não existem
modelos
urbanísticos
definidos,
com
áreas
e
afastamentos
mínimos
estabelecidos em lei. Portanto, será aceito a ocupação total do lote para a
construção da habitação de interesse social sustentável e inclusiva.
58
3.2.
PROGRAMA DE NECESSIDADES
3.2.1. Atividades e funções dos ambientes propostos
Será proposta uma habitação com uma sala de estar/jantar, cozinha,
área de serviço, dois quartos e um banheiro, onde a principal função será
garantir o conforto da família residente, com os princípios de acessibilidade e
sustentabilidade.
Tabela 3: Programa de necessidades.
AMBIENTE
Sala de Estar/Jantar
ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS
Conversas e refeições
em grupos, atividades
relacionadas ao convívio
social
FUNÇÃO
Destinado ao convívio
familiar durante o tempo
de lazer ou de refeições
Ambiente para o preparo
Cozinha
Preparo de refeições
de refeições e
armazenamento de
mantimentos
Higienização de roupas
Área de Serviço
Higienização de roupas
e itens diversos da casa
pessoais, cama, mesa e
banho e
armazenamento de
produtos de limpeza
Dormitório 01
Descanso e repouso
Dormitório 02
Descanso e repouso
Banheiro
Fonte: Autor.
Banho, necessidades
fisiológicas
Destinado ao descanso
noturno do usuário
Destinado ao descanso
noturno do usuário
Higienização pessoal e
necessidades
fisiológicas
59
3.2.2. Pré-dimensionamento
O pré-dimensionamento foi desenvolvido com as dimensões mínimas
necessárias para o deslocamento de uma cadeira de rodas no interior da
residência.
Figura 27: Sala de Estar
Fonte: Autor
Figura 28: Cozinha e área de serviço
Fonte: Autor.
60
Figura 29: Dormitório 01.
Fonte: Autor.
Figura 30: Dormitório 02.
Fonte: Autor.
61
Figura 31: Banheiro.
Fonte: Autor.
3.2.3. Organograma e fluxograma
Desenvolveu-se o organograma com base em uma residência
composta de: sala de estar, dois dormitórios, um banheiro, cozinha e área de
serviço.
Figura 32: Organograma
Fonte: Autor.
62
O fluxograma foi desenvolvido com base em dois fluxos: o dos
moradores e o morador cadeirante. Apenas um quarto foi definido para atender
a necessidade do cadeirante.
Figura 33: Fluxograma
Fonte: Autor.
63
3.3.
PARTIDO ARQUTETÔNICO
Após os estudos com o pré-dimensionamento e os dados levantados, a
proposta
de
uma
habitação
de
interesse
social
foi
definida
com
aproximadamente 50m² de área construída. Para isso, desenvolveu-se a
proposta abaixo com 57,84m² construídos.
Figura 34: Partido arquitetônico proposto.
Fonte: Autor
64
3.3.1. Estudo volumétrico
Desenvolveu-se um modelo volumétrico simples, sem definição de
esquadrias ou acabamentos básicos, para visualizar a forma e os quatro
ângulos da edificação proposta. Abaixo os quatro ângulos da forma:
Figura 35: Forma volumétrica básica visualizada de quatro pontos de vista.
Fonte: Autor.
3.3.2. Setorização
A proposta da edificação foi dividida em três setores: íntimo, social e
serviço. Abaixo a planta de setorização dos ambientes:
Figura 36: Partido arquitetônico proposto.
Fonte: Autor.
65
3.4.
MEMORIAL JUSTIFICATIVO
A proposta da habitação de interesse social sustentável e inclusiva
para o município de Belém é um projeto com sistemas construtivos eco
eficientes e soluções arquitetônicas adequadas para garantir maior conforto
térmico e eficiência energética interligada ao projeto arquitetônico. Foram
adotadas estratégias para inclusão social, como vãos de portas maiores, área
para o raio de giro do cadeirante, banheiro totalmente adaptado para atender
uma pessoa com mobilidade reduzida, entre outras.
3.4.1. Elementos da arquitetura bioclimática
A partir dos estudos realizados sobre as características bioclimáticas
da região do município de Belém, foram propostas alternativas mais eficientes
para melhorar o conforto térmico no interior do edifício, como por exemplo, a
ventilação cruzada, sombreamento e vegetação próxima à edificação.
Com o programa Fluxo Vento foi realizado o estudo de ventilação,
para esquematizar o “caminho” que o vento percorrerá. Devido à localização do
terreno e a implantação da casa serem desfavoráveis ao sentido da ventilação,
foi proposto balancins acima do forro em lambris de madeira e tela, para
fazerem a troca de calor com o meio externo. Os quartos foram os mais
prejudicados, por não haver ventilação cruzada permanente neles, somente
quando as portas e janelas estiverem totalmente abertas. Para melhorar o
microclima local e o conforto término no interior da edificação, foi proposta a
utilização de vegetação nativa da região próxima às janelas dos mesmos e
beiral de 80 cm em toda a cobertura. A tabela 4 apresenta as estratégias
bioclimáticas adotadas.
66
Tabela 4: Estratégias Bioclimáticas Utilizadas
Fonte: Autor
67
3.4.2. Arquitetura acessível
Tratando-se de acessibilidade, o programa da edificação foi
elaborado para atender pessoas com dificuldade de locomoção, como
cadeirantes e idosos. Como proposta de adaptação, foi pensado no banheiro
totalmente adaptado, vãos de portas maiores, maior espaço de circulação nos
ambientes e um layout sem obstáculos, favorecendo a circulação entre os
cômodos. A tabela 5 apresenta os elementos de acessibilidade adotados.
Tabela 5: Elementos de acessibilidade adotados
Fonte: Autor.
68
3.4.3. Elementos de sustentabilidade
Como solução para reduzir a degradação ambiental, a edificação foi
pensada com materiais de baixo impacto e alternativas sustentáveis. Para o
aproveitamento de águas pluviais em sistemas impróprios para o consumo
humano (descargas, torneiras de jardim, etc), foi pensado em calhas coletoras
no beiral do telhado, redirecionando a água captada para uma caixa d’água de
500L instalada acima da área de serviço. A edificação contará também com um
sistema de tratamento de esgoto domiciliar, composto por filtro e reator
anaeróbio, que conseguem tratar uma quantidade maior de esgoto (figura 37).
Figura 37: Estação de tratamento de esgoto domiciliar.
Fonte: Catálogo técnico - Estações compactas para tratamento de esgoto domiciliar Fortlev,
2014.
69
Além das estratégias acima, o uso de materiais de baixo impacto
ambiental proporcionou maior sustentabilidade à obra e garantiu maior conforto
térmico na mesma. A tabela 6 apresenta os materiais utilizados.
Tabela 6: Materiais sustentáveis adotados
Fonte: Autor.
70
3.5.
ORÇAMENTO
De acordo com a planilha orçamentária de uma casa padrão popular
com materiais e técnicas tradicionais (apêndice 01), o valor para a obra é de
R$51.855,29 (cinquenta e um mil oitocentos e cinquenta e cinco reais e vinte e
nove centavos). Nesta planilha foram adotados os materiais tradicionais
utilizados em construções dos programas habitacionais. Foram considerados
10% e 12% do valor total da obra, para as instalações elétricas e hidráulicas
respectivamente.
Para fazer a comparação entre a construção tradicional e o projeto
proposto, foi feita outra planilha orçamentária, considerando uma casa padrão
popular com princípios de sustentabilidade e acessibilidade (apêndice 02). O
valor calculado é de R$72.615,12 (setenta e dois mil seiscentos e quinze reais
e doze centavos). Nesta planilha foi adotado o uso de materiais alternativos e
sustentáveis, assim como a adaptação da unidade para pessoas com
mobilidade reduzida.
71
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo com políticas habitacionais voltadas para diminuir o déficit
habitacional no país, o problema habitacional continua crescendo nas grandes
cidades do Brasil. Não há seriedade na prevenção do crescimento
desordenado, muito menos na implantação de infraestruturas básicas nas
regiões mais periféricas, tornando as moradias cada vez mais precárias. Parte
desse problema é devido a oportunidades de empregos nos centros urbanos,
fazendo com que pessoas vindas de outras cidades, ocupem as áreas mais
periféricas e carentes de infraestrutura.
A maioria dos projetos habitacionais procura resolver somente o
problema do déficit habitacional, sem pensar na funcionalidade das unidades,
ou até mesmo, nas limitações de parte da população como idosos, cadeirantes,
etc. Outro fator que não é levado em consideração é a sustentabilidade da
região, onde estes projetos serão inseridos, causando grande dano ao meio
ambiente. Como alternativa desse problema, a proposta de uma habitação de
interesse social sustentável e inclusiva foi de extrema importância, devido ao
projeto atender a toda e qualquer pessoa, com limitações físicas ou não, e
garantir maior conforto, economia e qualidade de vida, causando poucos
impactos no meio ambiente.
Habitação de interesse social, além de ser uma tentativa de diminuir o
déficit habitacional tem necessariamente de atender aos princípios de
habitação saudável oportunizando melhor qualidade de vida aos
usuários. Seria desejável, que os projetos de habitação de interesse
social caminhassem no sentido de incorporarem o uso de formas
alternativas e sustentáveis de fontes energéticas que produzissem
melhor desempenho na qualidade de vida dos usuários [...]
(CONCEIÇÃO, 2009).
A proposta de habitação de interesse social sustentável e acessível
foi pensada nesses fatores. A ideia foi concebida com o intuito de amenizar o
problema habitacional na região metropolitana de Belém, buscando atender às
limitações das pessoas com mobilidade reduzida e, também, minimizar os
impactos ambientais na região.
Após a conclusão dos dois orçamentos comparativos, chegou-se à
conclusão de que o projeto proposto teria um gasto maior em sua construção,
em torno de R$20mil, devido à utilização de materiais mais eficientes e à
adaptação para pessoas com mobilidade reduzida. Entretanto, com os
72
materiais e soluções adotadas, a edificação se tornaria muito mais econômica
e confortável internamente, em razão dos materiais e soluções adotados no
projeto.
73
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INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA HABITAÇÃO ECOLÓGICA,
Artigo.
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