Entendemos moradia como sinônimo de cidade. E entendemos que a produção de habitação em grande escala constitui a parte básica na produção da cidade. Projetos de arquitetura coletiva devem gerar setores visíveis e compreensíveis que organizem a escala enfrentando a cidade real e rejeitando formalismos heróicos. Acreditamos que a reprodução da habitação deve valorizar a variedade e a identidade, alcançadas através de um relacionamento de respeito à geografia e de solidariedade ao existente. O projeto localiza-se na zona sul do município de São Paulo, na região da represa Guarapiranga, em área de proteção aos mananciais. A área de intervenção totaliza 5,4ha e está inserida em uma Zona Especial de Interesse Social- ZEIS 1. É composta por áreas públicas e loteamentos ocupados irregularmente. A diretriz geral do projeto é criar ao longo do curso d’água existente um eixo central verde, caracterizado como um parque linear, que estrutura todo o conjunto das intervenções. Ele é um eixo de animação que qualifica a área, estimulando um sentimento de identificação nos seus moradores. Os equipamentos de educação e lazer, são instalados nas extremidades desse eixo, funcionando como pontos de atração, justamente para estimular as pessoas a circularem e, assim, garantir a segurança e animação do local. Os edifícios de habitação fazem a interface entre a rua oficial do entorno e o parque na área interna. Eles possuem sempre acessos pelas duas faces para garantir a circulação e, com isso, a segurança e manutenção das áreas externas e internas do conjunto.