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asma

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Universidade Federal do Pará
Instituto de Ciências da Saúde – Faculdade de Enfermagem
Ciências Morfofisiológicas – Anatomia
Docentes: Ênio Santos
CASO CLÍNICO – ASMA
Atividade Avaliativa da turma de
Enfermagem do período 2019.4.
Discente: Leonardo de Paula
Vieira Martinez
Matrícula: 201906540064
Belém – PA
Dezembro, 2019
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CASO CLÍNICO
Uma paciente do sexo feminino, 43 anos, branca, procurou atendimento ambulatorial devido a
dispneia recorrente, em geral associada asibilância, constrição torácica e tosse, com início há seis
meses. Os sintomas surgiram após um quadro de infecção respiratória e foram agravados por
mudanças do clima, atividade física e exposição a mofo domiciliar. Os sintomas aliviavam
espontaneamente e, em duas ocasiões, melhoraram depois de realizada nebulização com salbutamol
durante atendimento na emergência. No último mês, os sintomas passaram a ser diários e limitaram
a atividade da paciente. Ela afirmou nunca ter fumado. Ao realizar exame, foram verificados: bom
estado geral, mucosas úmidas e coradas, ausência de cianose, pressão arterial de 120/80 mmHg,
frequência cardíaca de 80 bpm, frequência respiratória de 18 rpm. O aparelho cardiovascular
evidenciou ritmo cardíaco regular, 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros e o aparelho
respiratório, murmúrio vesicular presente em ambos os campos pulmonares, alguns sibilos
expiratórios em bases bilaterais. No abdome, não foram observadas alterações. O exame radiológico
do tórax foi normal.
DISCUSSÃO
Asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns, juntamente com a rinite alérgica e a
doença pulmonar obstrutiva crônica. As principais características dessa doença pulmonar são
dificuldade de respirar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas
pioram à noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos,
à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e a mudanças climáticas.
A paciente apresenta sintomas muito sugestivos de asma, inclusive com natureza episódica e com
alívio espontâneo e pelo broncodilatador. Ao realizar exame físico, o achado de sibilância
expiratória bilateral reforça a probabilidade diagnóstica de asma. A história, o exame clínico e o
exame radiológico do tórax descartam a ocorrência de outras doenças respiratórias. A partir da
espirometria, verifica-se a alteração funcional característica da doença: limitação reversível do fluxo
aéreo. Deve-se observar a significativa resposta no VEF1 ao broncodilatador de 880 mL e de 58%
em relação ao valor basal, com normalização dos fluxos aéreos. Atenta-se ainda para o fato de se
tratar de asma com início na vida adulta, desencadeada por infecção respiratória, mas depois
agravada também por outros fatores, configurando significativa hiper-responsividade das vias
aéreas. Como a paciente ainda não estava em tratamento, a asma é classificada como grave
(sintomas diários, limitação da atividade física, duas visitas à emergência, VEF1 de 50% do previsto
e com variabilidade de mais de 30%).
ETIOLOGIA DA DOENÇA
Os fatores que influenciam o risco de asma podem ser divididos nos que causam o surgimento
(primeiramente fatores genéticos, mas também ambientais) e nos que agravam a doença (fatores
ambientais). Alguns fatores agem nas duas situações. Entretanto, os mecanismos que influenciam o
desenvolvimento e a manifestação da asma são complexos e interativos.
Entre os aspectos ambientais estão a exposição à poeira e barata, aos ácaros e fungos, às variações
climáticas e infecções virais (especialmente o vírus sincicial respiratório e rinovírus, principais
agentes causadores de pneumonia e resfriado, respectivamente). Há uma sobreposição entre os
fatores ambientais que influenciam o risco de desenvolver asma e os fatores que desencadeiam os
sintomas da doença. Além disso, o momento em que ocorre a exposição a fatores ambientais, como
infecções nos primeiros anos de vida, parece ser significativo, pois modifica o risco de asma em
uma pessoa geneticamente suscetível. Ainda que os alérgenos de ambientes internos e externos
sejam bem definidos como fatores que agravam a asma, a função específica no surgimento da
doença não está bem esclarecida. Enquanto alguns estudos sugerem que a exposição a alérgenos
seja um fator causal no surgimento de asma, outros propõem que a exposição precoce da criança a
determinados alérgenos pode protegê-la contra a sensibilização e a ocorrência de asma.
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Sensibilizantes ocupacionais contribuem para a incidência de asma em centros urbanos. A
exposição pré e pós-natal à fumaça de cigarro está associada a maior risco de desenvolver asma na
primeira infância. O papel de poluentes atmosféricos como fator causal da asma ainda é
questionado.
Para os fatores genéticos - característicos da própria pessoa -, destacam-se o histórico familiar de
asma ou rinite e obesidade, tendo em vista que pessoas com sobrepeso têm mais facilidade de
desencadear processos inflamatórios, como a asma. A asma apresenta um componente hereditário
que é complexo. Múltiplos genes estão envolvidos na patogênese da asma. Os genes podem
interagir tanto com outros genes quanto com fatores ambientais para determinar a suscetibilidade à
asma. Além disso, diferentes genes podem estar envolvidos em diferentes grupos étnicos. Em casos
de asma, existem diferenças relacionadas ao sexo que não são bem compreendidas. Em crianças, a
prevalência de asma é duas vezes maior no sexo masculino. Com o crescimento, a diferença
diminui, e, na vida adulta, a prevalência é maior no sexo feminino.
FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA
A principal característica fisiopatogênica da asma é a inflamação brônquica. Ela ocorre em todos os
pacientes asmáticos.
A patogênese da asma é variada, pois compreende muitas vias biológicas, células inflamatórias e
mediadores que desempenham papéis diversificados em diferentes fenótipos da doença. As
características imuno-histopatológicas incluem infiltração celular inflamatória, envolvendo
neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, ativação de mastócitos e lesão celular epitelial. O padrão mais
estudado é o que envolve os eosinófilos.
A resposta inflamatória alérgica é iniciada pela interação de alérgenos ambientais e linfócitos
T auxiliares-2 (Th-2). Estes produzem citocinas responsáveis por início e manutenção do processo
inflamatório. A interleucina (IL)-4 apresenta um papel importante no aumento da produção de
anticorpos IgE específicos ao alérgeno.
Os mastócitos e os basófilos, quando estimulados pela IgE, liberam mediadores químicos (IL-1, IL2, IL-3, IL-4, IL-5), fatores estimulantes de colônias de macrófagos e granulócitos, interferon gama
e fator de necrose tumoral alfa, que causam broncoconstrição e recrutamento de outras células
inflamatórias, como neutrófilos, linfócitos T e macrófagos, que também liberam mediadores
inflamatórios contribuindo para a cascata inflamatória. Esse processo desencadeia alterações na
integridade epitelial, anormalidades no controle autonômico e no tônus da via aérea, alterações na
permeabilidade vascular, hipersecreção de muco, mudanças na função mucociliar e aumento da
reatividade do músculo liso da via aérea.
Em alguns pacientes, o processo inflamatório ocasiona alterações estruturais persistentes nas vias
aéreas, incluindo fibrose sub-basal, hipersecreção de muco, lesão de células epiteliais, hipertrofia de
musculatura lisa e angiogênese.
Em casos de asma, o principal evento fisiológico é o estreitamento das vias aéreas, que resulta em
limitação do fluxo aéreo e sintomas da doença. Vários fatores contribuem para o estreitamento das
vias aéreas: contração da musculatura lisa das vias aéreas, edema das vias aéreas, espessamento das
vias aéreas devido a alterações estruturais (remodelamento) e hipersecreção mucosa.
A hiper-responsividade das vias aéreas é a anormalidade funcional característica da asma. Nessa
alteração, ocorre o estreitamento das vias aéreas mediante estímulos que seriam inócuos a uma
pessoa normal; porém, no indivíduo asmático, causam limitação do fluxo aéreo variável e sintomas
intermitentes. A hiper-responsividade está associada a inflamação e reparo das vias aéreas e é
parcialmente reversível com a realização de tratamento.
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SINAIS E SINTOMAS:
Os principais sintomas de pacientes asmáticos são:
•Dispneia
•Tosse
•Tosse crônica
•Aperto no peito
•Sibilância
Nos casos de significativa obstrução das vias aéreas, os pacientes podem apresentar:
•Cianose
•Taquipneia
•Tiragem intercostal
•Confusão mental
DIAGNÓSTICO
Para estabelecer o diagnóstico de asma, o profissional deve:
•Identificar sintomas episódicos de obstrução do fluxo aéreo;
•Identificar obstrução do fluxo aéreo que seja pelo menos parcialmente reversível;
•Excluir diagnósticos alternativos.
O diagnóstico de pacientes com asma é predominantemente clínico e envolve a identificação dos
seguintes sintomas: dispneia, tosse, sibilância, aperto no peito ou desconforto torácico. Esses
sintomas são episódicos e melhoram espontaneamente ou com o uso de medicações para asma
(broncodilatadores ou corticosteroides). Os sintomas podem ser mais frequentes à noite ou nas
primeiras horas da manhã.
O diagnóstico da asma é principalmente clínico, obtido após consulta e avaliação pelo médico, mas
também é confirmado pelo exame físico e pelos exames de função pulmonar (espirometria). Sempre
que possível, o médico solicitará a prova de função pulmonar para confirmar o diagnóstico e
classificar a gravidade de cada caso. Em crianças de até os cinco anos, o diagnóstico é somente
clínico, tendo em vista a dificuldade de realizar outros exames funcionais e complementares.
Ademais, o diagnóstico de asma é fundamentado por meio da ocorrência de sintomas característicos
e confirmado pela demonstração de limitação variável do fluxo de ar.
Opta-se pela realização de espirometria como método para determinar o fluxo aéreo e estabelecer o
diagnóstico de asma. É possível utilizar também a medida do pico de fluxo expiratório (PFE) para a
confirmação diagnóstica de asma, porém ela apresenta mais variabilidade e limitação do que a
espirometria. Resultados de espirometria ou medidas do PFE normais, sendo esses exames
realizados quando o paciente estiver assintomático, não descarta o diagnóstico de asma.Em
indivíduos sintomáticos com resultado de espirometria normal e ausência de reversibilidade
significativa ao uso de broncodilatador, o diagnóstico pode ser confirmado por meio de verificação
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de hiper-responsividadedas vias aéreas, utilizando teste de broncoprovocação pela metacolina,
carbacol, histamina ou exercício.
Os seguintes achados aumentam a probabilidade de asma: variabilidade sazonal dos sintomas;
sintomas em resposta ao exercício, com exposição a alérgenos e ao ar frio; sintomas após tomar
aspirina ou betabloqueadores; história de atopia; história familiar de asma ou doença atópica e
sintomas precipitados por irritantes não específicos, como fumaças e cheiros fortes.
Por isso, na consulta, o profissional vai perguntar, entre outras coisas, se a pessoa tem ou teve
episódios recorrentes de falta de ar e chiado no peito; se já usou broncodilatador oral ou inalatório
para aliviar os sintomas; se há episódios de tosse persistente, principalmente à noite e no início da
manhã; se acorda com frequência à noite por causa de falta de ar ou acessos de tosse; se nota algum
dos sintomas após exposição a mofo, poeira, animais, fumaça de cigarro, perfumes ou após
resfriados, riso e choro; e se alguém da família tem ou teve asma, alergias ou outros problemas
respiratórios.
O pulmão de uma pessoa asmática é mais sensível, o que faz com que fatores externos, como a
poeira, causem falta de ar, o que normalmente não aconteceria em alguém que não tem a doença.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Para que se obtenha o diagnóstico de asma, é necessária a exclusão de diagnósticos alternativos.
Nesse sentido, diagnósticos diferenciais estão no quadro abaixo:
Outras causas de sibilos pouco comuns e que podem induzir um errôneo diagnóstico de asma
incluem: deposição amilóide, síndrome carcinóide, condromalacia, aneurismas da aorta
descendente, bócio mergulhante, granulomas, granulomatose alérgica com angiite (Síndrome de
Churg-Strauss), torção brônquica pós-lobectomia, estenose por irradiação e a sepsis.
1. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Na prática clínica, algumas patologias, com maior frequência, mimetizam a asma. A doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) nos adultos talvez seja a mais comum. Embora ambas possam
coexistir (> 10% dos pacientes com asma têm características de DPOC), às vezes torna-se um
desafio para o clínico distingui-las. Ambas apresentam semelhanças entre si, pois ambas são
doenças crônicas, apresentam inflamação com limitação ao fluxo aéreo, causam broncoconstrição e
consequente dispnéia, acometem as pequenas vias aéreas e secretam muco. Na maioria das vezes a
asma inicia-se na infância, enquanto que a DPOC é mais prevalente em adultos, ocorrendo com
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maior frequência na sexta e sétima décadas, ocorrendo nítida associação com o tabagismo. Quando
o início da asma ocorre na idade adulta em pacientes fumantes, a distinção nem sempre é clara. Um
fator importante é a atopia, pois a grande maioria dos asmáticos são atópicos, apresentando por
vezes outras doenças como a rinite alérgica e o eczema, devendo ser ressaltado, entretanto, que nem
todo o atópico apresenta asma. A asma caracteriza-se pela hiperresponsividade brônquica que
predispõe o paciente ao broncoespasmo quando exposto a agentes desencadeantes como a inalação
de poeira doméstica, polens, pêlos, substâncias excretadas por animais, irritantes (fumaça de
cigarro, poluição ambiental, smog , gás natural, propano), pó de giz, odores fortes, aerossóis
químicos, mudanças de temperatura e pressão do ambiente, etc. Os sintomas da asma variam de um
dia para outro. A DPOC caracteriza-se pela dispneia durante o exercício. As provas de função
pulmonar contribuem para o diagnóstico e para distinguir uma doença da outra. Embora ambas
sejam doenças obstrutivas, as provas funcionais são normais nos asmáticos leve intermitentes e leve
persistentes. A obstrução na DPOC se deve primariamente à obstrução fixa das vias aéreas e ao
consequente aumento na resistência das mesmas e é sempre progressiva. Por outro lado, a asma
caracteriza-se pela reversibilidade da obstrução ao uso de broncodilatadores, muitas vezes com
resultados espetaculares, e normalização dos parâmetros, ao contrário da DPOC, que responde mal
aos broncodilatadores e o seu VEF1 permanece sempre abaixo dos 80% do teórico. Os asmáticos no
período intercrises apresentam provas funcionais normais. O pico de fluxo expiratório (PFE) na
asma apresenta uma variabilidade > 20% no decurso do dia, o que não ocorre na DPOC. Quando as
provas funcionais não forem capazes de estabelecer o diagnóstico, pode-se indicar o teste de
provocação brônquica com a metacolina. Na asma a resposta é considerada positiva se o VEF1 cair
mais de 20% ou quando de queda > 45% na condutância específica. Alguns autores preconizam
investigar a deficiência do inibidor de protease alfa1-antitripsina (AAT) nos pacientes adultos
jovens com diagnóstico de asma brônquica com obstrução irreversível pois, a deficiência de AAT
aumenta o risco de DPOC. Do ponto de vista histopatológico, tanto na asma quanto na DPOC
(sobretudo na grave) ocorre a inflamação da parede brônquica. Na asma grave, mas não na DPOC,
há hipertrofia do músculo liso das vias aéreas. Na asma, mesmo nas formas leves observa-se o
espessamento da membrana basal, característica ausente na DPOC. Na asma há fibrose subepitelial,
enquanto que na DPOC a fibrose é peribronquiolar, por fora das vias aéreas, o que leva a seu
estreitamento progressivo. Na asma não existe destruição das paredes alveolares, o que é
característico dos casos de DPOC.
2. Insuficiência Cardíaca Congestiva
Outra patologia que produz sibilância e em muitas ocasiões confunde-se com a asma,
principalmente nas salas de emergência, é a insuficiência cardíaca congestiva (ICC), em decorrência
de falência ventricular esquerda. Tanto a asma como a ICC provocam dispneia, sibilos, ortopneia e
opressão torácica. Até recentemente acreditava-se que os sibilos e o broncoespasmo da ICC eram
decorrência do edema da mucosa, líquido intraluminal e edema intersticial, em consequência da
elevação da pressão de enchimento do ventrículo e átrio esquerdos, com aumento da resistência
vascular sistêmica, ou seja, um broncoespasmo com mediação unicamente hemodinâmica. A
congestão com o ingurgitamento dos vasos brônquicos pode reduzir a luz das vias aéreas
periféricas, com aumento da resistência ao fluxo aéreo, determinando alterações de ventilaçãoperfusão, com elevação do gradiente alvéolo-arterial P(A-a)O2, hipoxemia, e aumento na relação
VD/VT . Sabe-se na atualidade que as vias aéreas na ICC são hiperresponsivas, e talvez este seja
outro fator com implicações na fisiopatologia da dispneia. Snashall e Chung avaliaram a obstrução
brônquica em pacientes com ICC e estenose mitral através de testes de provocação com metacolina,
acetilcolina e histamina, tendo obtido resultados consistentes que comprovavam a
hiperresponsividade em 69% dos pacientes examinados. A broncoconstrição inflamatória da ICC
parece ser mediada pelas terminações nervosas de fibras-C desmielinizadas nos brônquios, na
circulação pulmonar e no parênquima pulmonar (receptores J ou justacapilares). Em animais de
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experimentação (cão), estes receptores sob estimulação vagal, têm a sua atividade quintuplicada
como resultado do edema pulmonar. Cabanas et al. estudaram como a congestão vascular estimula
as fibras-C na parede brônquica, desencadeando o reflexo de broncoconstrição em pacientes com
ICC, pela provocação com a metacolina inalada. Neste estudo, o pré-tratamento com a metoxamina
(10 mg por inalação), um agente agonista adrenérgico a1-receptor-seletivo com potente ação
vasoconstritora, prevenia um declínio no VEF1 após a inalação da metacolina. Este efeito protetor
da metoxamina era abolido quando 6 dos 12 indivíduos recebiam a fentolamina, um antagonista aadrenérgico. A administração de salbutamol levava a reversão do quadro em 43% dos casos em que
a VEF1 reduzira-se sob o efeito da metacolina. Os autores concluíram que a hiperresponsividade
brônquica aos agentes agonistas colinérgicos é frequente em pacientes com insuficiência ventricular
esquerda e pode contribuir para o broncoespasmo e dispneia frequentemente observada nestes
pacientes. A broncoconstrição pode ser mediada pelo menos em parte pela dilatação dos vasos
brônquicos. Estes achados sugerem que a estimulação das fibras-C pode aumentar a vasodilatação
brônquica. Muitas vezes para o diagnóstico, exames complementares são necessários, como as
provas de função pulmonar, ecocardiografia com doppler e raramente o cateterismo cardíaco.
3. Obstrução Respiratória Alta
Várias condições que determinam obstrução de vias aéreas superiores configuram um grupo de
doenças que pode se confundir com a asma, dentre elas os tumores, as estenoses, os pólipos, a
paralisia das cordas vocais, o edema de laringe, a epiglotite, as malformações vasculares, a
amiloidose, os granulomas, a disfunção das cordas vocais, etc. Os tumores podem ser os benignos,
malignos ou metastáticos. Os tumores malignos mais frequentes são os da laringe (epidermóide).
Quando comparado com a laringe e os brônquios, o tumor de traqueia é um sítio raro de tumoração
maligna, sendo, entretanto, os mais comuns, o carcinoma adenomatoso cístico, o epidermóide e por
vezes a extensão de um carcinoma broncogênico primário. Pacientes com neoplasia de traqueia são
frequentemente tratados como asmáticos por longos períodos até que o diagnóstico correto seja
efetuado.As metástases podem determinar obstrução e sibilância, sendo os tumores primários mais
comuns, os linfomas e os adenocarcinomas de mama e cólon. Embora o sarcoma de Kaposi
acometa principalmente a pele, os gânglios e o trato gastrintestinal, é comum em pacientes com
SIDA determinar obstrução alta por comprometimento laríngeo e traqueal, confundindo-se com a
asma. A obstrução das vias aéreas superiores não é bem discriminada pela espirometria, pois o
VEF1 só cai quando a luz se reduz a um diâmetro inferior a 6 mm. A curva fluxo-volume
expiratória/inspiratória permite determinar o nível da obstrução e a natureza da lesão. Os efeitos
dinâmicos das lesões das vias aéreas altas dependem de sua situação intratorácica ou extratorácica,
se é fixa ou variável e de sua extensão. As vias aéreas extratorácicas estão submetias à pressão
atmosférica, enquanto que as intratorácicas à pressão pleural.
CLASSIFICAÇÃO DA ASMA
A asma tem cura?
A asma não tem cura, mas com o tratamento adequado os sintomas podem melhorar e até mesmo
desaparecer ao longo do tempo. Por isso é fundamental fazer acompanhamento médico correto e
constante, a maioria das pessoas com asma pode levar uma vida absolutamente normal.
A asma pode matar?
Sim, a asma pode matar em casos extremos e raríssimos. Quando a crise está muito intensa e não
é feito o tratamento correto, a asma pode levar à morte. Se a pessoa tiver alguma outra complicação
clínica (problema de saúde), o corpo pode ficar ainda mais debilitado. No surgimento dos primeiros
sintomas, procure um médico imediatamente.
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Quais são as possíveis complicações da asma?
A asma pode desencadear uma série de processos que podem resultar em complicações, algumas
graves.
As principais complicações da asma são:
•Capacidade reduzida de se exercitar ou fazer outras atividades.
•Insônia.
•Alterações permanentes no funcionamento dos pulmões.
•Tosse persistente.
•Dificuldade para respirar, a tal ponto que precise de ajuda (ventilação).
•Hospitalização e internação por ataques severos de asma.
•Efeitos colaterais de medicações usadas para controlar a asma
•Morte.
Tendo em vista essas informações existe uma classificação quanto a gravidade da asma, com base
nos consensos atuais, a gravidade da asma é classificada conforme a intensidade de tratamento
necessária para que se atinja o adequado controle da doença, demonstrada na tabela a seguir:
MANIFESTAÇÕES
CLÍNICA
GRAVIDADE (*)
Intermitente
Persistente leve
Persistente
moderada
Persistente
grave
Sintomas
2x/semana ou
menos
Mais de
2x/semana, mas
não diariamente.
Diários
Diários ou
contínuos
Despertares noturnos
2x/semana ou
menos
3-4x/mês
Mais de
1x/semana
Quase diários
Necessidade de agonista
beta-2 adrenérgico para
alívio
2x/semana ou
menos
Menos de
2x/semana.
Diários
Diária
Limitação de atividades
Nenhuma
Presente nas
exacerbações
Presente nas
exacerbações
Contínua
Exacerbações
Igual 1/ano ou
nenhuma/ano
Igual ou mais de
2/ano
Igual ou mais
de 2/ano
Igual ou mais
de 2/ano
VEF1 ou PFE
Igual ou maior Igual ou maior
60%-80%
que 80%
que 80% previsto previsto
previsto
Variação VEF1 ou PFE
Menor que
20%
Igual ou menor
que 60%
previsto
Menor que 20%- Maior que 30% Maior que
30%
30%
TRATAMENTO
Após a identificação da doença é necessário o inicio do tratamento da mesma para que o paciente
acometido possa gozar da plenitude de suas funções sem apresentar crises e futura piora pela
negligência no tratamento. Dessa forma, os objetivos para o manejo eficaz da asma incluem atingir
e manter o controle dos sintomas, manter níveis de atividade normais, inclusive exercício, manter a
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função pulmonar o mais próximo possível do normal, prevenir agravamento da doença, evitar
efeitos adversos das medicações para asma e prevenir mortalidade.
O objetivo do tratamento da asma é melhorar a qualidade de vida da pessoa, por meio do controle
dos sintomas e pela melhora da função pulmonar. O tratamento medicamentoso é realizado junto
com medidas educativas e de controle dos fatores que podem provocar a crise asmática.
A definição do tratamento é feita a partir dos sintomas, do histórico clínico e da avaliação funcional
conforme cada caso. São utilizados medicamentos para alívio rápido dos sintomas e para
manutenção do controle da crise. A base do tratamento da asma persistente é o uso continuado de
medicamentos com ação anti-inflamatória, também chamados controladores, sendo os
corticosteroides inalatórios (bombinha) os principais. Pode-se associar também medicamentos de
alívio, com efeito broncodilatador.
Em todos os casos, é preciso reduzir a exposição aos fatores desencadeantes/agravantes da asma. A
cada consulta, o paciente deve receber orientações para o autocuidado - identificação precoce dos
sintomas, como proceder em caso de crise, controle e monitoramento da asma -, e ser agendado
para reconsulta conforme a gravidade apresentada.
O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece tratamento gratuito desde 2011 aos asmáticos por meio
do Programa Farmácia Popular. Medicamentos como brometo de ipratrópio, dirpoprionato de
beclometasona e sulfato de salbutamol podem ser obtidos, gratuitamente, com a apresentação do
CPF e da receita médica.
O nível de controle atual da asma determina a escolha do tratamento farmacológico. Se a asma não
estiver controlada com o regime terapêutico corrente, o tratamento deve ser escalonado até que se
obtenha o controle da doença. Se o controle for obtido por três meses, o tratamento pode ser
desescalonado até se atingir a etapa mais baixa que possibilite manter o controle. Se a asma é
parcialmente controlada, deve ser considerado aumento no tratamento. A sequência e a utilização
das medicações apresentadas podem variar conforme a sua disponibilidade local.
Os corticosteroides inalados são as medicações para controle mais custo-efetivas disponíveis
correntemente. Entretanto, o uso de corticosteroides inalados não cura a asma e, quando
interrompido, ocorre deterioração do controle clínico da doença em semanas em uma significativa
proporção de pacientes.
Os ß-2-agonistas de ação rápida inalados são as medicações de escolha para alívio da
broncoconstrição e dos sintomas e para o pré-tratamento da broncoconstrição induzida pelo
exercício, tanto em adultos quanto em crianças. O uso frequente das medicações para alívio,
especialmente o uso diário, é um sinal de alerta para a deterioração do controle da asma e indica a
necessidade de reavaliar o tratamento.
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A educação do paciente é parte fundamental da terapêutica da asma e deve integrar todas as fases do
atendimento ambulatorial e hospitalar. Deve-se levar em conta aspectos culturais e abranger
aspectos de conhecimento da doença, incluindo medidas para redução da exposição aos fatores
desencadeantes e adoção de plano de autocuidado baseado na identificação precoce dos sintomas. A
cada consulta, o paciente recebe orientações de autocuidado, plano escrito para exacerbações e
reagendamento para nova consulta conforme a gravidade apresentada. O paciente deve ser educado
sobre a natureza da doença, os sintomas, os fatores desencadeantes e a maneira de evitar ou reduzir
a sua exposição, as medicações para tratamento e sua finalidade, o uso correto dos dispositivos
inalatórios, o reconhecimento de sintomas iniciais de exacerbação e sobre o tratamento das crises no
domicílio. Deve-se fornecer o plano de automanejo por escrito.
PREVENÇÃO
As exacerbações da asma podem ser causadas por diversos fatores. A redução dessas exposições
pode contribuir para o controle da asma. Dessa forma, evitar exposição por tabagismo ativo ou
passivo e exposição ocupacional é muito importante no manejo da doença. No entanto, como
muitos pacientes asmáticos reagem a múltiplos fatores que geralmente são ubíquos no ambiente,
evitar exposição a esses fatores pode ser impossível ou muito limitante para o paciente.
A asma é uma inflamação dos brônquios sem uma causa aparente, mas é possível controlar as crises
e até prevenir que elas aconteçam com algumas medidas simples.
•Mantenha o ambiente limpo.
•Evite acúmulo de sujeira ou poeira.
•Tome sol. A vitamina D está relacionada a uma série de doenças do aparelho imunológico,
como a asma.
•Evite cheiros fortes.
•Tome a vacina da gripe.
•Não fume.
•Se agasalhe, principalmente na época de frio.
•Pratique atividades físicas regularmente.
•Tenha alimentação saudável.
•Beba bastante líquido (água).
•Mantenha o peso ideal.
Os fatores de risco podem ser divididos em ambientais e próprios do paciente, como é o caso dos
aspectos genéticos, obesidade e sexo masculino (durante a infância).
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Os fatores ambientais são representados pela exposição à poeira, infecções virais, alérgenos como
ácaros, pólen, pelo de animais, fumaça de cigarro, irritantes químicos e poluição ambiental,
mudanças climáticas, exercícios físicos vigorosos, estresse emocional e até mesmo alguns tipos de
medicamentos. Quando não houver como evitar a exposição, o paciente pode seguir alguns
cuidados, como:
•evitar atividades físicas ao ar livre, especialmente em dias frios;
•evitar baixa umidade ou exposição em dias com muita poluição;
•não fumar e evitar ambientes fechados com pessoas fumando.
Alguns estudos apontam que a redução de peso em pacientes obesos com asma demonstra melhora
na função pulmonar, nos sintomas, morbidade e na condição de vida.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1)
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/asma. Acesso em: 06 de Dezembro de 2019
2)
http://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5673/asma.htm. Acesso em: 06 de
Dezembro de 2019
3)
Dr. Pierre d’Almeida Telles Filho; Asma Brônquica. Disponível em:
https://www.asmabronquica.com.br/medical/diagnostico_diferencial.html. Acesso em: 06 de
Dezembro de 2019.
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