Hemostasia e coagulação Prof: Giselle Senac 2019 Hemostasia Hemostasia (o cessamento da perda de sangue de um vaso danificado) na qual a parede de vaso sanguíneo danificado é coberta por um coágulo de fibrina para parar a hemorragia e ajudar a reparar o vaso danificado. Coagulação Coagulação do sangue é um processo complexo no qual o sangue forma coágulos sólidos. É uma parte importante da hemostasia coagulação Em um indivíduo normal, a coagulação é iniciada dentro de 20 segundos após a lesão ocorrer ao vaso sanguíneo causando dano às células endoteliais. coagulação As plaquetas formam imediatamente um tampão plaquetário no local da lesão. Essa é a chamada hemostasia primária. A hemostasia secundária acontece quando os componentes do plasma chamados fatores de coagulação respondem (em uma completa cascata de reações) para formar fios de fibrina, que fortalecem o tampão plaquetário. coagulação Ao contrário da crença comum, a coagulação a partir de um corte na pele não é iniciada pelo ar ou através da secagem da área, na verdade ocorre através das plaquetas que se aderem e que são ativadas pelo colágeno do endotélio do vaso sanguíneo que fica exposto, quando cortado o vaso. Hemostasia Primária FASE VASCULAR Hemostasia Primária Endotélio Vascular Regulação do tônus vascular e da função plaquetária Lúmen Endotélio Membrana basal Média Envolvimento no processo de coagulação Contribuição para o sistema fibrinolítico Adventicea Hemostasia Primária Vasoconstrição: primeiramente o vaso lesado se contrai. A vaso constrição pode acontecer de duas formas: Reflexo nervoso - Ação da endotelina - Fase Vascular Hemostasia Primária Hemostasia Primária Adesão: Inicia-se quando as plaquetas se aderem ao endotélio vascular. Essa aderência acontece com uma ligação entre a glicoproteína na superfície das plaquetas e colágeno exposto durante a lesão do endotélio. Essa ligação é mediada pelo fator de von Willebrand que funciona como uma "ponte" entre a superfície da plaqueta e o colágeno. Ativação - Adesão Plaquetas ativadas: Muda para forma esférica emissão de pseudópodes (prolongações espinhosas) aumento de superficie adesão ao subendotelio de parede lesionada Agregação Plaquetária Hemostasia Primária As plaquetas aderem à matriz extracelular em locais de lesão e tornam-se ativadas. Secretam produtos dos grânulos (p. ex., ADP) e sintetizam tromboxane A2 (TXA2). O ADP liberado estimula a formação do tampão hemostático primário. Agregação plaquetária: As plaquetas expõe complexos fosfolipídios importantes na via intrínseca da coagulação. Aderência plaquetária Agregação plaquetária Hemostasia primaria https://www.youtube.com/watch?v=axSP HXTaqQc Agregação Plaquetária Hemostasia Primária Coagulação do sangue https://www.youtube.com/watch?v=1nthK 0mvc2s Hemostasia secundária CASCATA DE COAGULACAO A cascata de coagulação pode ser desencadeada por 2 vias distintas (via intrínseca e via extrínseca), que podem ser estimuladas simultaneamente ou não. CASCATA DE COAGULACAO O final da reação em cascata iniciada pelas 2 vias é uma via comum para a formação do coágulo sanguíneo Hemostasia Secundária Via Intrínseca Todos os componentes requeridos para Via Extrínseca Iniciada pela presença de inciar estão circulando no sangue tromboplastina tecidual e cálcio Dispara pelo contato com colágeno do dano tecidual Via Comum Leva a formação do coágulo incluindo o tampão e a produção de fibrina Fisiologia dos fatores de coagulação via intrínseca fator XII fator XI fator IX fator VIII via extrínseca fator III fator VII via comum fator X fator V fator II fator I fator XIII Fisiologia dos fatores de coagulação (nomes segundo o Comitê de Nomenclatura Internacional [1962]) Fator Fator Fator Fator Fator Fator Fator (I) (II) (III)1 (IV) (V) (VII) (VIII) Fator Fator Fator Fator Fator (IX) (X) (XI) (XII) (XIII) Fisiologia dos fatores de coagulação (nomes segundo o Comitê de Nomenclatura Internacional [1962]) Fibrinogênio (I) Protrombina (II) Tromboplastina tecidual (III)1 Cálcio (IV) Proacelerina (V) Proconvertina (VII) Fator anti-hemofílico (VIII) Fator de Christmas (IX) Fator de Stuart-Prower (X) Ant. da trombop. plasmática (XI) Fator de Hageman (XII) Fator estabilizador da fibrina (XIII) 1Tromboplastina tecidual = fator tecidual. via extrínseca conhecida por via extrínseca. Depende de um fator não-circulante - fator tecidual (TF) - que é uma lipoproteina que faz parte das membranas celulares. Quando a célula endotelial sofre lesão, expõe o TF que ativa o FVII na presença do cálcio Fica então formado um complexo com a participação do TF, FVII e do cálcio. Vía Extrínseca Vía Extrínseca Após a lesão vascular, o fator tecidual (fator III) é lançado e forma junto ao fator VII ativado um complexo (Complexo FT-FVIIa) que irá ativar o fator X. O fator X ativado junto ao co-fator VII ativado formam um complexo (Complexo protrombinase) que irá ativar a protrombina em trombina. Vía Intríseca Vía Intríseca Necessita dos fatores de coagulação VIII, IX, X, XI e XII além das proteínas pré-calicreína (PK), cininogênio (HK) e íons cálcio. Começa quando a PK, o HK, fator XI e XII são expostos a cargas negativas do vaso lesado, isso é chamado de "fase de contato". A pré-calicreína então converte-se em calicreína e esta ativa o fator XII. O fator XII ativado acaba convertendo mais prekalicreína e ativando o fator XI. Na presença de íos cálcio, o fator XI ativado ativa o IX. Por sua vez o fator IX ativado acaba ativando o fator VIII, o qual ativa o fator X. Via comum Formação da Trombina O ponto comum entre as duas vías é a ativação do fator X em fator Xa. Por sua vez, o Fator Xa converte a protrombina em trombina. A trombina tem várias funções: A principal é a conversão do fibrinogênio em fibrina. O fibrinogênio é uma molécula constituída por dois pares de três cadeias diferentes de polipeptídeos. A trombina converte o fibrinogênio em monômeros de fibrina e ativa o fator XIII. Por sua vez, o fator XIIIa liga de forma cruzada a fibrina à fibronectina e esta ao colágeno. Ativação dos fatores VIII e V e seus inibidores, a proteína C (na presença de trombomodulina). Ativação do Fator XIII. Co-fatores da coagulação Cálcio: Age mediando a ligação do Fatores IXa e Xa junto as plaquetas através da ligação terminal dos resíduos gamma-carboxi dos fatores IXa e Xa junto a fosfolípideos da membrana das plaquetas. O cálcio também está presente em vários pontos da cascata da coagulação. Vitamina K: Adiciona um carboxil ao ácido glutâmico residual dos fatores II, VII, IX e X e também as proteínas C, S e Z. Proteína C: Age degradando os fators Va e VIIIa. É ativado pela trombina em presença da trombomodulina e da co-enzima porteína S. Antitrombina: Age degradando as serino proteases (trombina, FXa, FXIIa e FIXa) Inibidor do Fator Tissular: Inibe o FVIIa relacionado com a ativação do FIX e FX. Exemplos de anticoagulantes farmacológicos: Heparina Varfarina Tempo de protrombina O tempo de protrombina (TP) ou tempo de atividade da protrombina (TAP) e seu derivado índice internacional normalizado, também conhecido como razão normalizada internacional (IIN, RNI ou INR), são medidas laboratoriais para avaliar a via extrínseca da coagulação. TP Em outras palavras, é um exame usado para determinar a tendência de coagulação do sangue. O tempo de protrombina normal é de cerca de 11 a 14,6 segundos. Quanto maior for o TP, menor será a concentração de protrombina no sangue. O TP mede os fatores II, V, VII, X e o fibrinogenio TP Como três fatores da via extrínseca são vitamina K dependentes (fatores II, VII e X) o teste é também muito usado para monitoramento do uso de anticoagulantes orais O TP encontra-se alargado em casos de deficiência de alguns fatores abaixo: Fatores da via extrínseca: Fator VII Fator II Fator X INR/RNI Índice internacional normalizado (INR) Como são usados diferentes tipos de fator tissular na obtenção do TP, a Organização Mundial de Saúde preconizou o uso do índice internacional normalizado (INR ou IIN) para padronizar mundialmente o resultado obtido durante o teste. Isso significa que o resultado do INR é praticamente o mesmo se usado em diferentes laboratórios no mundo inteiro. O INR nada mais é do que o TP corrigido a padrões mundiais. O uso de anticoagulantes orais é avaliado somente pelo INR. Para o cálculo do INR cada fabricante do fator tissular fornece o ISI. Normalmente o ISI fica entre 1,0 e 1,4. Antitrombina III (AT III) Uma glicoproteína plasmática que regula a ação da cascata de coagulação. Pessoas que possuem baixos níveis de AT III correm o risco de desenvolver uma coagulação excessiva (vide CIVD). TTPa Tempo de Tromboplastina Parcial ativada O TTPa pode ser utilizado com sucesso para monitorar pacientes em terapia com anticoagulantes e para avaliar a chamada via intrínseca da coagulação. Fibrinólise Fibrinólise É uma resposta ao depósito de fibrina formado no organismo de um indivíduo. O plasminogênio liberado pelas células endoteliais é ativado em plasmina cuja função é degradar a fibrina formada Sistema fibrinolítico Responsável pela degradação dos coágulos de fibrina produzidos a partir da conversão do fibrinogênio a fibrina Composto por enzimas ativadoras e reguladoras produzidas por diversos sistemas, sendo a principal enzima ativadora, a plasmina. Sistema fibrinolítico A plasmina é formada a partir de um precursor: o plasminogênio produzido pelo fígado. A degradação da fibrina e fibrinogênio pela plasmina produzem produtos de degradação da fibrina (PDF) que atuam como inibidores da coagulação. Atua sobre o fator V e VIII degradando-os. Sistema fibrinolítico Ativadores da fibrinólise (Ativadores do plasminogênio): Fator XIIa Calicreína u-PA – ativador de plasminogênio tipo uroquinases t-PA – ativador de plasminogênio tecidual Proteína C e S: aumentam liberação de t-PA além de clivarem o fator V e VIII Estafilo e estreptoquinases Sistema fibrinolítico Inibidores da fibrinólise: Alfa 2 antiplasmina – α 2-AP (F) Inibidor do ativador de plasminogênio – PAI-1 TAFI – Inibidor fibrinólise ativado por trombina