SP, 17/10/14. Ciências Resumo do conteúdo: alimentos + sistema digestório Tabela nutricional: Caloria (kcal): unidade de medida utilizada para medir a quantidade de energia dos alimentos. 1g de carboidrato – 4kcal 1g de proteína – 4kcal 1g de gorduras – 9kcal Nutrientes: Nutrientes são compostos químicos presentes nos alimentos, necessários para o funcionamento de um organismo. Carboidrato: Funções: Armazenam e fornecem energia ao organismo, que é usada nos processos metabólicos do organismo (ex. digestão) e gasta na realização de atividades, como mexer os braços e correr. Assim, são essenciais, pois sem eles, o homem não têm energia para a pratica de atividades. Participam da formação de estruturas de células e de ácidos nucleicos. Representantes: Carboidrato simples (açucares): são digeridos de forma rápida pelo organismo, e por isso, a sensação de fome é rápida. Exemplos: açúcar refinado, cana, frutas, geleia, leites e derivados. Carboidrato complexo (amido): São digeridos de forma mais lenta pelo organismo. A vantagem é que são mais nutritivos e a sensação de ter um alimento no organismo se prolonga. Exemplos: tubérculos (mandioca, batata, beterraba, cenoura, cará, mondioquinha), grãos (lentilha, feijão, grão de bico, soja, aveia, trigo). Amido: O amido é formado por milhares de moléculas de glicose unidas. É a principal forma de armazenamento de energia das plantas, principalmente nas épocas de dormência e germinação, e por isso, está presente nas raízes, frutos e também nas sementes. Açúcares: Lactose: é o açúcar presente nos leites e seus derivados. É exclusiva do mesmo pois é unicamente produzida nas glândulas mamarias. Sacarose: é um solido cristalino de sabor doce encontrado em diversas plantas, que a produzem na fotossíntese, em especial cana-de-açúcar e beterraba. Frutose: é o açúcar presente nas frutas. Celulose: O que é: É um polissacarídeo (polissacarídeo: muitos açucares) de origem fibrosa, vegetal, presente dentro da célula. Importância: Nos vegetais, é o principal componente estrutural (parede celular), dá rigidez e resistência ao mesmo. Nos animais, auxilia na formação do bolo fecal, pois retém parte da água, evitando a diarreia, deixando as fezes com consistência adequada e evitando intestino “preso”. Por que não é digerível pelos seres humanos: Não possuímos a celulase, enzima responsável por quebrar as moléculas da celulose. Não há microrganismos no tubo digestório que auxiliem na digestão desse polissacarídeo. Por que apenas os animais ruminantes (ex: ovelha, hiama e vacas) e o cupim digerem a celulose: Esses animais possuem a celulase, a enzima (tesoura que quebra os alimentos) responsável por triturar a celulose. Tem dentes fortes. Sistema digestório adaptado (microrganismos), o alimento vai primeiro para a pança, e em seguida, volta para o estômago. Fibras: Importância das fibras: Evita absorção de colesterol e gorduras. Aumenta as fezes. Evita intestino “preso”. Absorve a água, deixa fezes com consistência adequada. Diminuí o câncer intestinal. Proteínas: Funções: o o o o Estrutural: forma células, tecidos (ex: pele) e órgãos (ex: músculos e coração) Forma: Glóbulos vermelhos, que transportam oxigênio. Glóbulos brancos, responsável pelo sistema imunológico (anti-corpos). Enzimas. Hormonios (ex: do crescimento, sexual) Em ultimo caso, podem virar energia. Representantes: Origem animal: carnes, frutos do mar, laticínios, ovos. Origem vegetal: o Leguminosos (vagens): feijão, soja, ervilha, lentilha, grão de bico. (SÃO OS UNICOS QUE PEGAM NITROGÊNIO DO AR) o Chia, trigo, cevada, quinua, aveia, cogumelo. Aminoácidos: é a menor unidade da proteína (aa + aa + aa + ...). Para forma uma proteína, são necessários mais de 100 aminoácidos. Dos 20 tipos, o organismo produz apenas 8. Para que as células fabriquem proteína, é necessário ter aminoácido. Gorduras: Funções: Fornecimento de energia reserva. Lubrificante. Transportar vitaminas A, B, K, E. Isolante térmico (impede saída de calor). Forma membrana celular. Proteção contra traumas mecânicos (batidas). Formação de hormônios. Representantes: Origem animal: cane, frutos do mar, lacticínios, ovos, óleos animais, manteiga. Origem vegetal: abacate, azeitonas/azeites, milho, cacau, canela, soja, aveia, cevada. Sementes: caju, amendoim, nozes, pistache, gergelim. Energéticos – carboidratos (energia rápida) e gorduras (energia reserva). Construtores – proteínas (pode virar energético em ultimo caso). Metabolismo: Um animal pode ser entendido como um conjunto de células vivas que necessitam retirar do meio as condições para a sua sobrevivência, ou seja, elementos e substancias químicas diversas, como fontes de energia e matéria prima para os processos vitais, além de calor para que as reações químicas aconteçam na temperatura adequada. O ser vivo é capaz de absorver substancias do meio e transforma-las pelos processos metabólicos. Metabolismo é o conjunto de reações químicas (catalisadas por enzimas) que ocorrem nos seres vivos e que estão relacionadas com o crescimento, reprodução e produção de energia. Reações químicas: No dia a dia, nos deparamos com diversas reações químicas, mas nem todas ocorrem na mesma rapidez. Umas são rápidas e outras lentas. Os catalizadores são substancias capazes de acelerar essas reações químicas sem serem consumidos. Os catalizadores dos seres humanos recebem o nome especial de enzimas. Sem elas, as reações químicas que normalmente ocorrem nos seres vivos seriam tão lentas a um ponto de serem inviáveis à vida. As reações químicas podem ser aceleradas por diversos fatores, tais como: temperatura e aumento da área de contanto das substancias. Quanto maior a temperatura e a área de contato, mais rápida é a reação. A digestão: Para que as reações ocorram, reagentes são necessários. Os reagentes estão no sangue e entram nas células através da membrana. Muitos vieram dos órgãos especiais, como o tubo digestivo e o sistema respiratório. O tubo digestivo recebe os alimentos e fornece para o sangue substancias para que ele leve para as células. Os alimentos são misturas de variadas substancias, como água, sais minerais, vitaminas, proteínas, gorduras, amido e açúcares. As partículas que formam os alimentos têm tamanhos diferentes. As pequenas atravessam as membranas das células e as células que formam a parede do tubo digestivo e entram no sangue sem precisarem ser quebradas. É o caso da água, dos sais minerais, das vitaminas e de alguns açucares, a glicose por exemplo. Outras substâncias têm moléculas grandes, e não passam do tubo digestivo para o sangue. É o que acontece com o amido, as proteínas e gorduras. No tubo digestivo, essas substâncias passam por reações químicas e são transformadas em moléculas pequenas capazes de atravessar as membranas celulares. Esse processo é chamado de digestão. Assim, a digestão é importante pois permite que as substancias com moléculas grandes sejam aproveitadas. Essas moléculas maiores são quebradas e se tornam capazes de atravessar a parede do intestino delgado, chegar às correntes sanguíneas e ser entregue às células. O caminho do alimento no sistema digestório é o seguinte: 𝑏𝑜𝑐𝑎 → 𝑓𝑎𝑟𝑖𝑛𝑔𝑒 → 𝑒𝑠ô𝑓𝑎𝑔𝑜 → 𝑒𝑠𝑡ô𝑚𝑎𝑔𝑜 → 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑜 𝑑𝑒𝑙𝑔𝑎𝑑𝑜 → 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑜 𝑔𝑟𝑜𝑠𝑠𝑜 → 𝑟𝑒𝑡𝑜. Ocorrem as reações da digestão na boca, no estômago e no intestino delgado. Digestão na boca: I. Trituração e maceração: Na boca, os alimentos sólidos são quebrados pelos dentes e transformam-se em uma pasta. No estomago, os alimentos são macerados, pois as contrações das paredes desse órgão amassam ainda mais o alimento. Esse processo aumenta a área de contato do alimento com as enzimas (a superfície diminui) e deixa a digestão mais rápida, uma vez que as enzimas agem sofre a superfície do alimento e apenas depois que a primeira camada é digerida inicia-se a digestão da segunda, e assim por diante. A mastigação ajuda tanto a ação da enzima da saliva como a digestão que vai ocorrer no estomago. II. Ação das enzimas na boca: Conforme já dito, ainda na boca, o alimento transforma-se em uma pasta. Isso acontece devido ao fato de o mesmo misturar-se com a saliva. Esses dois processos (mastigação e insalivação) tornam mais fácil de engolir o alimento (a deglutição). Além disso, a saliva possui uma enzima (a amilase salivar ou ptialina), que age sobre o amido, transformando-o em dois açúcares: glicose e maltose. Portanto, os alimentos que contêm amido começam a ser digeridos ainda na boca. A amilase salivar atua sobre um pH neutro. O caminho pelo tubo digestivo (movimentos peristálticos): Para descer pelo esôfago, o alimento necessita da força motriz, que é fornecida pelos músculos. Esses realizam contrações progressivas, os chamados movimentos peristálticos, forçando o alimento a descer da garganta até o reto. Digestão no estomago e no intestino: I. O estomago: Quando chega ao estomago, o alimento já está amolecido, mas fica ainda mais mole devido ao movimento das paredes do estomago. Isso permite com que o alimento se misture com o suco digestivo, cujos principais ingredientes são a pepsina (enzima) e o acido clorídrico, o chamado suco gástrico. A pepsina é a responsável por decompor a proteína dos alimentos dentro do estomago em aminoácidos. Essa, porém, só atua na presença do ácido clorídrico, que ajuda a amolecer o alimento. O acido clorídrico é muito forte, mas não causa nenhum dano ao estomago. Uma membrana de muco viscoso, que forra as paredes do estomago e protege-as contra o acido. O pH do estomago é muito ácido, em torno de 3,0. O suco gástrico e a saliva podem ser produzidos não havendo alimento no estomago devido aos seguintes estímulos: Visual Emocional (stress) Mecânico (mastigar) Gástrico (paladar) Olfativo. Quando o suco gástrico é produzido sem haver alimento no estomago devido a um dos seguintes estímulos acima, este ataca o muco, o que dá origem à gastrite. II. Intestino delgado: Depois do estomago, o alimento segue para o intestino delgado, que trata do alimento em quantidades muito pequenas por vez. Por isso, para evitar que o mesmo fique sobrecarregado, a passagem do alimento é feita sobre controle do musculo circular denominado piloro, que significa “porteiro”. No intestino delgado começam as reações essenciais que decompõem o alimento. Essas reações podem ser divididas em quatro etapas: 1ª etapa – O pâncreas produz substancias que deixam o pH alcalino (8,0). Essas substancias são jogadas/levadas ao intestino delgado, através da ligação do mesmo com o pâncreas. 2ª etapa – Fígado produz a bile, e a mesma é lançada ao intestino, através da ligação que esses dois órgãos possuem. Para “receber” a bile, a vesícula biliar contrai-se. A bile é uma substância muito importante na digestão de óleos e gorduras, mas não produz enzimas. Não tendo enzimas, a bile não digere gorduras ou óleos, mas transforma essas substancias em gotas muito pequenas. Essa transformação aumenta a área de contato entre as gorduras (ou óleos) e os sucos digestivos, tornando a digestão mais rápida. 3ª etapa – O pâncreas e o intestino delgado produzem enzimas que digerem os alimentos: Amilase pancreática e amilase intestinal: amido ≫ glicose + glicose + glicose + ... Tripsina: proteínas ≫ aminoácidos + aminoácidos + aminoácido + ... Lipase: gorduras (lipídios) ≫ ácido graxos + glicerol + ácido graxos + glicerol + ... 4ª etapa - Sob ação dos sucos digestivos, os produtos finais da digestão passam para o sangue, passagem chamada absorção. Apenas as substancias absorvidas pelo sangue são uteis para o nosso corpo. A celulose, por exemplo, que não pode ser digerida pelos seres humanos, é eliminada nas fezes. Os sucos pancreáticos liberados no intestino delgado são: suco pancreático (que digere amido) e suco entérico (que possuí enzimas que digerem proteínas, gorduras e açúcares). O intestino é cheio de curvas e dobras (as vilosidades). A células também são cheias de dobras, as micro vilosidades. Essas dobras aumentam muito a área de absorção do alimento, torna-a mais eficiente. III. Intestino grosso: O material que não foi absorvido passa para o intestino grosso. Suas paredes também se contraem e relaxam, impulsionando os alimentos que sobraram da digestão. As fezes demoram cerca de 24 horas para percorre-lo, uma vez que o intestino grosso é um tubo de 1,20m de comprimento. Nesse trajeto, apenas a água passa para o sangue, os demais nutrientes já foram absorvidos no intestino delgado. Além disso, algumas vitaminas e sais minerais são absorvidos. As fibras têm uma importante função no intestino delgado, pois quando os movimentos peristálticos do intestino grosso são lentos, muita água é absorvida e as fezes tornam-se duras. A ingestão de fibras ajuda a diminuir esse problema, pois aumentam os movimentos peristálticos. Do mesmo modo, se os movimentos peristálticos são muito rápidos, não há absorção de água, e nesse caso, as fezes tornam-se menos consistentes e a disenteria pode sobrevir. O reto, parte final do intestino grosso, normalmente se encontra vazio. Ele se enche com as fezes pouco antes de serem eliminadas. Pâncreas: O pâncreas tem duas funções: Produzir um suco enzimático (ou pancreático) para o processo de digestão. Esse suco contém muitas enzimas digestivas que atuarão no intestino delgado. As enzimas pancreáticas são tão poderosas que são produzidas em uma forma inativa. Produzir um hormônio chamado insulina. Essa ajuda a controlar a quantidade de açúcar presente no sangue. Fígado: Quando os nutrientes chegam ao fígado, alguns deles continuam sendo decompostos. Os aminoácidos, por exemplo, são quebrados para produzir energia. A glicose é a maior fonte de energia rápida do corpo. No entanto, não é usada de uma só vez, parte da glicose é armazenada para ser usada nos momentos em que não há alimento sendo digerido. O fígado é responsável por reunir moléculas de glicose para construir moléculas maiores, substancias chamadas glicogênio. Parte do glicogênio é armazenado no fígado, e parte é armazenada nos músculos e em outros tecidos. As hemácias tem tempo de vida de 3 meses, ficam velhas e inúteis depois disso. O fígado ajuda na decomposição e reciclagem de algumas moléculas de hemácias. O ferro é parte importante da hemácias e é armazenado no fígado para uso posterior. Esse órgão também tem a função de decompor substancias nocivas como o álcool e certas drogas, tornando-as inofensivas. Além disso, o fígado produz bile e armazena vitaminas. Assim, se a vesícula biliar de uma pessoa é retirada, essa continua a produzir a bile, pois a vesícula biliar apenas “recebe” a bile que é produzida pelo fígado. Nesse caso, a bile caí sobre o intestino delgado e por consequência, a digestão de gorduras fica prejudicada, mas não é inexistente.