Digestão, intestino e diabetes A digestão se inicia quando olhamos ou imaginamos o alimento: quanto mais saboroso, mais enzimas, sucos digestivos e ácidos são liberados, o que será a base de todo o processo digestivo. Na boca deve ocorrer uma boa mastigação, resultando na quebra (hidrólise) das cadeias que formam os carboidratos (pães, massas, açúcares etc.), o que facilita a ação das enzimas digestivas, por isso a enorme importância da mastigação correta. A seguir o alimento desliza pelo esôfago até o estômago, onde são digeridas as proteínas, utilizando especialmente o ácido clorídrico, que é muito ácido, juntamente com algumas enzimas, destacando-se a pepsina e a gastrina – aqui fica uma informação básica: é de vital importância que a acidez do ácido clorídrico seja perfeita (pH2) para que essas enzimas possam atuar. Quando isso não acontece, como nos casos de grande ingestão de líquidos durante as refeições ou quando não mastigamos direito ou não temos um horário determinado para nos alimentar, todo o processo digestivo é comprometido, o que pode, inclusive, aumentar a probabilidade de sobrepeso e de desencadearmos algumas doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus, tireoidite de Hashimoto, entre outras. O alimento fica no estômago até três horas. É importante salientarmos que no estômago absorve-se quase somente álcool, um pouco de água e pouquíssimas gorduras. A seguir o bolo alimentar dirige-se ao intestino delgado, onde realmente ocorre grande parte da digestão e, principalmente, a quase totalidade da absorção dos nutrientes, processo este que dura de cinco a 10 horas ou mais. Lembremos também que o intestino delgado mede em torno de sete metros de comprimento e o intestino grosso, em média de um metro e meio a dois metros (alonga-se nos casos de constipação crônica). Neste, os alimentos ficam parados de três a cinco dias. No intestino grosso (cólon), ao contrário do intestino delgado, absorve-se basicamente água. As bactérias benéficas ali presentes produzem algumas vitaminas, especialmente a cianocobalamina (vitamina B-12), tiamina ou vitamina B1, a riboflavina, ou vitamina B2, e a vitamina K, todas absorvidas no intestino grosso. Então, percebe-se a importância de alguns cuidados: Fazer as refeições sempre no mesmo horário Mastigar muito bem os alimentos Ingerir pouquíssimo líquido durante as refeições (não mais do que meio copo ou 100 ml) para não alterar a acidez e a ação enzimática, que é muito importante para nossa digestão. No entanto, devemos ingerir dois ou três copos de água entre 30 e 45 minutos antes do desjejum do almoço e do jantar para contribuir para a desintoxicação e controlar o apetite, além de ajudar na digestão e na absorção dos nutrientes Ter muito cuidado com eventuais intolerâncias ou alergias alimentares: qualquer alimento e/ou bebida que ocasione algum desconforto deverá ser retirado da dieta Por último, lembrar-se de que o intestino é responsável por 80% da nossa imunidade e por 90% da produção do nosso principal neurotransmissor cerebral: a serotonina Um estudo científico publicado recentemente nos Estados Unidos indica que a alteração no intestino é que seria a responsável direta pela instalação do diabete mellitus, doença de alta complexidade e que afeta milhões de seres humanos. Em resumo, devemos ter um imenso cuidado com todo o processo digestivo e a perfeita funcionalidade do intestino. Sem isso é impossível uma vida com saúde e qualidade.