Síndrome do Intestino Irritável (SII)

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Síndrome do Intestino Irritável. Disponível em < http://www.nutconsult.com/artigos-sii.htm> Acesso em 24 de fevereiro de 2015 às
19h.
Síndrome
do
Intestino
Irritável
A síndrome do intestino irritável (SII) é uma das desordens gastrointestinais mais comuns, atingindo de 10 a 20% da população
americana
adulta.
As
mulheres,
em
especial,
são
as
mais
acometidas.
As causas ainda são incertas, porém já foram identificados alguns fatores causais, como: supercrescimento bacteriano, fúngico e
parasitário (disbiose intestinal), stress, dieta inadequada, alergias e intolerâncias alimentares, produção enzimática insuficiente,
intolerância à lactose, e irregularidades na secreção de hormônios intestinais responsáveis pela motilidade. No entanto não há
uma única causa especifica, sendo importante identificar as causas para cada indivíduo, e trabalhá-las de acordo com a sua
especificidade bioquímica.
Inúmeras conferências internacionais já foram realizadas a fim de propor critérios diagnósticos para identificar a SII. Foram
estabelecidos os Critérios de Manning e os de Roma, que propõem identificar a SII através do conjunto dos sintomas que persistem
por um determinado período. Estes incluem: dor e distensão abdominal constante, urgência para evacuar com posterior alivio da
dor, sensação de evacuação incompleta, alternância entre a diarréia e constipação, gases, náuseas, azia e excreção excessiva de
muco. Os pacientes ainda podem apresentar algum grau de ansiedade ou depressão, dor de cabeça, anorexia e fadiga. Por se tratar de
uma desordem meramente funcional, sem se observar qualquer tipo de alteração estrutural, o diagnostico da SII é obtido
basicamente por exclusão de desordens que apresentem sintomas parecidos ou iguais como doença diverticular, câncer de cólon,
diarréia infecciosa, infecção parasitária, doença celíaca, disbiose intestinal, intolerância à lactose, entre outras.
Há evidências de que as hipersensibilidades alimentares estão presentes em ½ a 2/3 dos portadores de SII. Recomenda-se identificar
os possíveis alergenos alimentares e evitá-los por alguns meses (dieta de eliminação) ou mesmo rodiziá-los. Muitas vezes, há
necessidade de evitar não somente o alimento alergênico, mas outros alimentos da mesma família. Os maiores causadores de SII são
o leite e derivados, os grãos (em especial o trigo e o milho), café, chá, frutas cítricas e chocolate. A intolerância a dissacarídios
(sacarose, maltose, lactose, manitol, sorbitol, lactose e frutose) é um achado extremamente comum. A intolerância a lactose é uma
das principais causas da SII, sendo o seu diagnostico obtido através do teste da glicose ou através da exclusão por pelo menos 15
dias de leite e derivados da alimentação. Outra causa comum para a SII é a infecção por parasitas ou fungos como a cândida
albicans e sua identificação pode ser feita através da solicitação do exame coprológico funcional.
Alguns outros alimentos devem ser eliminados temporariamente do cardápio de pacientes portadores de SII: os alimentos
gordurosos, assim como refeições com grande conteúdo de lipídios (estimula a contração colônica) e o consumo de álcool (por
precipitar espasmos colônicos).
A suplementação com probióticos (as pesquisas utilizam sobretudo o L. plantarum) está muito recomendada em pacientes com SII,
onde a disbiose intestinal pode ser uma das possíveis causas. Auxiliam reduzindo a formação de gases através de um maior
equilíbrio da microbiota intestinal, assim como estimulando o sistema imune a prevenir uma resposta desagradável a determinados
antígenos. O seu uso parece ser um dos caminhos a se obter uma redução dos sintomas apresentados pelos pacientes.
Uma dieta rica em fibras é recomendada para os portadores de SII, seja através da ingestão de maiores porções de frutas, hortaliças e
cereais integrais, ou mesmo através da suplementação, sendo a semente de psillium uma boa opção, assim como o farelo de arroz,
uma vez que é rico em fibras solúveis e insolúveis, antioxidantes e possui propriedades antiinflamatórias naturais. A fibra deve ser
adicionada de maneira gradual para não incrementar a distensão abdominal e a produção de gases. Embora muito recomendada, a
fibra pode piorar a sintomatologia de alguns pacientes.
A suplementação de glutamina adicionada a sucos ou tomada em jejum também apresenta benefícios, uma vez que é utilizada pelo
trato gastrointestinal como uma fonte energética para recuperação do epitélio intestinal.
A utilização de ácidos graxos essenciais Omega 3 (óleo de peixe e óleo de semente de linhaça) em combinação com os ácidos
graxos Omega 6 (óleo de borage) auxiliam na lubrificação do trato digestivo, alem de contribuírem para a redução da dor e da
inflamação associada à síndrome do intestino irritável pela síntese de prostaglandinas e leucotrienos inflamatórios.
O uso de ervas como a camomila, melissa, valeriana e alecrim na forma de chás ou cápsulas estão indicadas, devido ao seu efeito
antiespasmótico, aumentando a liberação de gases, estimulando o tônus do estômago, reduzindo, assim, a dor. O gengibre também
possui propriedades, reduzindo a formação dos gases, podendo ser utilizado na alimentação ou em chá puro ou combinado com as
outras ervas mencionadas anteriormente.
Uma suplementação de vitaminas e minerais deve ser fornecida ao paciente, com atenção especial ao cálcio e ao magnésio, cujas
propriedades são anti-espasmóticas.
Além das medidas nutricionais mencionadas, os indivíduos com SII se beneficiam com técnicas de relaxamento e modificação do
seu estilo de vida, procurando reagir com menor stress às situações do cotidiano.
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