55º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009 Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 119 Estimativa de mistura genética em indivíduos com síndrome do intestino irritável do estado da Bahia Lopes, MPP1; Abe-Sandes, K1,2,3; Machado, TMB1,2; Guedes, J 4; Meyer, R1; Lemaire, DC1,3 Instituto de Ciências da Saúde - Laboratório de Imunologia – UFBA – Bahia Laboratório Avançado de Saúde Pública – LASP/CPqGM/FIOCRUZ 3 Departamento de Ciências da Vida – Universidade do Estado da Bahia –UNEB 4 Faculdade de Medicina- Universidade Federal da Bahia 1 2 Palavras-chave: ancestralidade genômica, síndrome do intestino irritável, marcadores informativos de ancestralidade (AIMs), mistura populacional, heterogeneidade genética A população brasileira apresenta alta heterogeneidade genética resultado do processo de miscigenação entre ameríndios, europeus e africanos, sendo a contribuição africana preponderante na Bahia. A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma desordem funcional do trato gastrointestinal caracterizada por dor abdominal e alteração da motilidade e sensibilidade intestinal, acompanhada por desconforto. Pode manifestar-se na forma diarréica, obstipante ou mista. A patogenia da SII é complexa e pouco entendida. Estudos genéticos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de identificar possíveis marcadores desta doença. Até o momento nenhum estudo foi realizado com objetivo de associar marcadores informativos de ancestralidade (AIMs) com SII. O objetivo deste trabalho é estimar a ancestralidade genômica dos pacientes com SII e de um grupo controle e verificar se pacientes e controles são homogêneos do ponto de vista genético. A população do estudo foi constituída por 40 pacientes atendidos no Ambulatório Magalhães Neto do Hospital Universitário Edgard Santos (HUPES), todos diagnosticados com SII baseados nos critérios clínicos de Roma III e 116 controles, doadores de sangue, provenientes do Serviço de Transfusão Sanguínea (STS). O DNA genômico foi extraído dos leucócitos do sangue periférico pelo método de Salting-out (extração salina) e a genotipagem foi feita por PCR convencional e PCR-RFLP, para os AIMs AT3I/D, APO, SB19.3, PV92, GC e RB2300. As análises estatísticas foram realizadas no programa GENEPOP versão 3.4 online e ADMIX. As frequências do alelo *1 encontradas nos pacientes foram 0,57; 0,80; 0,61; 0,22; 0,48; 0,39, para os marcadores AT3-I/D, APO, SB19.3, PV92, GC e RB2300, respectivamente. Para os controles estas frequências foram 0,42; 0,82; 0,63; 0,28; 0,45; 0,44, respectivamente. A estimativa de mistura populacional do grupo de pacientes foi 36,5% européia, 25,4% ameríndia e 38,1% africana. Já nos controles foi 35,5% européia, 33,0% ameríndia e 31,5% africana. Comparando essas estimativas não observou-se diferenças estatisticamente significantes. Mas a análise de diferenciação populacional mostrou diferença significativa para o marcador AT3-I/D. As duas populações diferem do ponto de vista genético, tanto pela diferença na contribuição africana, sendo maior nos pacientes, como por conta do marcador AT3-I/D, de origem africana, também mais frequentes nos pacientes. Apoio Financeiro: FAPEX