Leucemia/Linfoma de Células T do Adulto – Diagnóstico por

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Leucemia/Linfoma de Células T do Adulto – Diagnóstico por
Imunofenotipagem em paciente oligossintomático com
eosinofilia ao hemograma
RESENDE, F. D. O. ; DE ALBUQUERQUE, T. C. G. ; JÁCOMO, R. H.
LABORATÓRIO SABIN DE ANÁLISES CLÍNICAS - DF
[email protected]
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
MATERIAL E MÉTODOS
A investigação de eosinofilia envolve a exclusão de causas primárias como alergia,
Os seguintes marcadores foram analisados: CD1a, CD2, CD3, CD4, CD5, CD7,
parasitose sistêmica, pneumonia eosinofílica e outras. Doenças específicas da
CD8, CD11b, CD13, CD14, CD16, CD19, CD25, CD34, CD45, CD56, CD57, CD64, CD71,
hematopoese que estejam associadas a eosinofilia são raras, principalmente as doenças
CD235a, kappa, lambda, TCRalfa/beta, TCRgama/delta e repertório vBeta do TCR (todos
mieloproliferativas crônicas e normalmente entende-se que a eosinofilia não é indicação
da Beckton and Dickson - BD, exceto o último, da Beckman Coulter). Foi utilizado
para estudo imunofenotípico da hematopoese.Descrição do caso: Mulher, 66 anos, foi
protocolo usual para marcação de antígenos de membrana, aquisição em citômetro de
avaliada por hematologista devido a eosinofilia (>4.500/uL) persistente há 8 meses, sem
fluxo (BD FACSCanto II) e análise no software Infinicyt (Cytognos).
alterações de outras séries. Apresentava-se assintomática, sem lesões cutâneas ou
queixas respiratórias e apresentava investigação prévia para parasitose. Amostra de
sangue de aspirado da medula óssea foi encaminhada para imunofenotipagem, com
hipótese de neoplasia mieloproliferativa crônica.
RESULTADOS
A análise inicial evidenciou 35,16% de eosinófilos com expressão habitual dos antígenos pesquisados e 33,80% de linfócitos, com predomínio de linfócitos T (89,49%) com relação
CD4/CD8 de 5,33. Foi feita a expansão do painel para marcadores T, mantendo-se em cada tubo o CD4 PerCP e CD3 APC para estratégia de gate, e também estudo do repertório vBeta do
TCR, mantendo-se CD4 e CD3 em cada tubo do painel. Evidenciou-se que as células CD3+CD4+ apresentavam expressão de CD2(forte), CD5(forte), CD25 e TCR alfa/beta, sem expressar
CD7 ou os demais marcadores T pesquisados. A soma das 24 formas vBeta estudadas foi 24,32% (esperado: 72,35%) . A sorologia para HTLV I/II por quimioluminescência em equipamento
Architect (Abbot) foi positiva, confirmada por Western Blot (gap p19 I/II, gag p24 I/II, env gp46 I/II, env gp21 I/II, gag p19-I e env gp46-I positivos e env gp46-II negativo) – HTLV I positivo..
A
B
C
D
E
F
Figura 2. Western blot para proteínas do HTLV.
gap p19 I/II, gag p24 I/II, env gp46 I/II, env gp21
I/II, gag p19-I e env gp46-I positivos e env gp46II negativo).
G
H
Figura 1. Estratégia de análise no software Infinicyt. A: Separação das populações conforme a
expressão de CD45 e a complexidade (SSC). B: Padrão de expressão maturativo normal dos
neutrófilos (amarelo) e dos eosinófilos (rosa). C: Com gate em células CD3+ (T), subpopulações
evidenciando relação CD4/CD8 de 5,33. D: População CD3+CD4+CD8- (amarela) com expressão
de CD25; E: perda de CD7 e CD2 discretamente mais forte; F: CD5 forte e sem marcadores NK
(CD16) e; G: (CD56 e CD57). H: Exemplo da análise do repertório vBeta do TCR, com gate em
células CD3+CD4+.
CONCLUSÃO
O presente caso evidencia uma expansão de linfócitos T CD4+ com fenótipo anômalo – CD2(forte),CD5(forte), CD7-, CD25+ e repertório vBeta com restrição das formas estudadas,
sugerindo clonalidade. O presente caso mostra uma doença linfoproliferativa crônica T com fenótipo compatível com Leucemia/Linfoma de Células T do Adulto corroborado pela sorologia
positiva para HTLV.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ohshima K. Jaffe ES, Kikuchi M. Adult T Leukemia/Lymphoma in Swerchow SH, Campo E, Harris NL, Jaffer ES, Pileri SA, Stein H, Thiole J, Wardiman JW. Who Classification of
Tumors of Hematopoietic and Lymphoid Tissues. 2002. 281-284.
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