PARA PUBLICAÇÃO IMEDIATA 16 de março de 2015 Contactos de Imprensa: Anne-France Quentric +33 1 70 80 80 40 [email protected] Audrey Saluzzo +33 7 60 80 63 50 [email protected] Raphaele Vauconsant +33 1 47 59 38 95 [email protected] Painel de peritos apela a uma colaboração mais estreita entre a saúde humana e a saúde animal Peritos em saúde humana e saúde animal apelaram às comunidades médica, veterinária, de saúde pública e cuidados de saúde afins no sentido de colaborarem mais estreitamente na prevenção e no combate às doenças em duas vertentes: Doenças infeciosas que podem ser transmitidas entre pessoas e animais, como a gripe, a raiva, o vírus Ébola e o vírus do Nilo Ocidental Doenças comuns a pessoas e animais, como por exemplo a artrite, o cancro, a diabetes e alergias. AMESTERDÃO, PAÍSES BAIXOS - 16 de março de 2015 - Um painel de peritos em cuidados de saúde humanos e animais apelou a uma maior colaboração no combate à crescente ameaça de doenças infeciosas transmitidas por animais e a uma inovação mais eficaz sob a égide desta nova iniciativa, no sentido de prevenir e tratar doenças crónicas vulgares que são comuns a pessoas e animais. Este apelo à ação surgiu num simpósio satélite que decorreu hoje no 3.º Congresso Internacional One Health em Amesterdão*. A iniciativa foi patrocinada pela empresa de saúde animal Zoetis. Pessoas e animais estão mais intimamente ligados do que nunca A crescente expansão de empreendimentos suburbanos significa que há cada vez mais pessoas a invadirem reservas naturais que tendem a escassear, o que coloca os seres 1 humanos e os animais em contacto mais próximo com animais selvagens. Ao mesmo tempo, não cessa de aumentar o número de agregados urbanos que adotam animais de estimação, que se integram cada vez mais na vida familiar e vivem em estreito contacto com os seus donos. Pessoas e animais estão mais ligados do que nunca, pelo que as doenças zoonóticas, que se transmitem entre animais e seres humanos, representam uma preocupação muito concreta, e não só no mundo em vias desenvolvimento. [1] As doenças infeciosas transmitidas por animais vão continuar a representar, no futuro, um sério problema de saúde. Mais de 60% de todas as doenças infeciosas que afetam a humanidade têm origem em animais selvagens e 75% das doenças emergentes em seres humanos são zoonóticas. [1,3] É provável que a prevalência das doenças zoonóticas aumente em resultado não só da associação cada vez mais estreita com os animais, mas também do aumento das deslocações globais e do comércio atual de animais exóticos, só para referir alguns exemplos. [1] Dado que a adoção de medidas preventivas eficazes ultrapassa as possibilidades de qualquer organização do setor da saúde, assiste-se a uma crescente colaboração entre um conjunto muito diversificado de entidades públicas e privadas, investigadores, médicos e veterinários ao abrigo da iniciativa "One Health"’para proteger a saúde de seres humanos e animais, bem como para garantir o abastecimento de alimentos seguros e acessíveis. [1] “A saúde animal também está associada à saúde dos seres humanos e a ligação entre ambas é fundamental, quer falemos de doenças zoonóticas que se transmitem entre animais e pessoas ou de doenças crónicas que afetam pessoas e animais por igual”, referiu Anton Pijpers, Professor de Medicina Veterinária na Universidade de Utrecht. Alejandro Bernal, Presidente da IFAH-Europa*, a organização que representa os fabricantes de vacinas e medicamentos para fins veterinários e de outros produtos para a saúde animal na Europa, esclareceu: “A deteção e o controlo das doenças nos animais não devia ocorrer apenas depois de se manifestarem casos em seres humanos, o que sucede quase sempre; devia começar quando se detetam pela primeira vez surtos de doenças zoonóticas em animais. Por conseguinte, necessitamos de uma abordagem integrada homem-animal, em vez da clássica abordagem individualizada, com a utilização racional de agentes anti-infeciosos, vacinas e outras medidas de controlo, tanto em seres humanos como em animais. A colaboração e o modelo comercial vigentes necessitam de otimização. Há ferramentas, metodologias e competências que permitem abordar estes problemas, mas é necessário 2 investir em novas soluções sustentáveis e, mais importante, melhorar a cooperação entre a saúde humana e a saúde animal.” Melhor colaboração no presente para enfrentar os problemas do futuro É necessário que organizações como a IFAH, EFPIA*, OMS*, FAO* e OIE* trabalhem em conjunto com os governos nacionais na recolha dos impactos diretos e indiretos das doenças zoonóticas e revelem os custos associados, o que, com o tempo, levaria a mais dedicação à prevenção e ao controlo das doenças zoonóticas e não ao tratamento depois de afetados seres humanos. Magda Chlebus, Diretora de Política Científica da Federação Europeia das Associações da Indústria Farmacêutica (EFPIA), sublinhou que “A saúde, nas suas vertentes humana, animal e ambiental, enfrenta inúmeros desafios comuns ou afins. O sucesso em fazer-lhes frente dependerá, mais do que nunca, da nossa capacidade de integrar os conhecimentos, as ciências e as tecnologias de muitos setores e empresas. A ameaça de bactérias resistentes é um desafio que exige essa colaboração e coordenação.” A EFPIA convidou empresas do setor da saúde animal a enfrentarem em conjunto o desafio "One Health" no quadro da iniciativa comunitária público-privada Iniciativa sobre Medicamentos Inovadores. Confirmando o seu empenho nas colaborações no âmbito da iniciativa "One Health", Michelle Haven, veterinária e Vice-Presidente Sénior da secção Desenvolvimento, Alianças e Soluções Empresariais da Zoetis, afirmou: “Entusiasma-nos a ideia de fomentar uma colaboração mais estreita entre a saúde humana e a saúde animal. Acreditamos que ela pode realmente acelerar o desenvolvimento de ferramentas e tecnologias de saúde sofisticadas que não só protegem melhor contra doenças infeciosas, como também ajudam a enfrentar alguns dos principais desafios em termos de doenças crónicas do século XXI, como as doenças cardiovasculares e a osteoartrose. Uma abordagem "One Health" também pode ser uma mais-valia para novas empresas de biotecnologia e empresas start-up, que podem comercializar as suas invenções mais cedo no mercado veterinário.” Haven referiu dois exemplos nos quais a adoção da iniciativa "One Health" para controlar uma doença zoonótica se revelou um êxito. Ao abrigo da iniciativa "One Health", grupos multidisciplinares uniram-se com o objetivo de erradicar a raiva tanto em cães como em seres humanos antes de 2030. Michelle Haven realçou ainda a colaboração entre a Zoetis, a 3 Organização de Investigação da Comunidade Científica e Industrial, na Austrália, e a Fundação Henry M. Jackson no desenvolvimento de uma vacina para controlar o vírus Hendra, uma doença zoonótica que pode colocar em perigo a vida de cavalos e pessoas e que tem um impacto económico. Como o Prof. Adrian Hill, Diretor do Instituto Jenner, Universidade de Oxford, teve ocasião de explicar: “Muitas vezes, o encerramento de uma área e a sua colocação em quarentena por motivo de um surto representa um prejuízo mais importante do que o da infeção ou abate de animais. As reações da imprensa e o abrandamento económico têm impactos muito mais graves do que os da própria doença. Foi o que sucedeu com os surtos do vírus Hendra na Austrália.” Colaboração "One Health" para prevenção de doenças crónicas A abordagem colaborativa "One Health" não se limita às doenças veiculadas por animais que infetam seres humanos; inclui igualmente medicamentos "translacionais". É o conceito segundo o qual os conhecimentos de certas áreas são aplicados noutras áreas. A título de exemplo, muitas doenças similares manifestam-se tanto em animais como em seres humanos: osteoartrose, doenças renais, doenças cardiovasculares e diferentes cancros, só para referir algumas. Nestes casos, o conhecimento acumulado numa área de investigação pode ser convertido em soluções válidas para outras espécies. [9] Casos muitos práticos do que se refere incluem a partilha de bibliotecas de compostos entre investigadores da saúde animal e da saúde humana e o desenvolvimento de novos modelos in vivo na fase de investigação préclínica que aceleram o desenvolvimento de novos medicamentos. Daqui resultam igualmente vantagens financeiras, já que os produtos encontram novas utilizações e novos mercados em diferentes espécies. A Zoetis atua na área dos medicamentos translacionais, disponibilizando conhecimento especializado em biofarmacêutica veterinária (anticorpos monoclonais e outras proteínas terapêuticas) para a avaliação de outros alvos que não espécies de roedores. Atribui-se uma prioridade cada vez maior ao reforço das relações entre organizações de saúde humana e de saúde animal para que possam estar prontas a responder aos problemas do futuro. A título de uma contribuição muito concreta para a iniciativa "One Health", a Zoetis está a organizar debates entre peritos, no formato de mesas-redondas, com representantes de entidades da saúde humana e da saúde animal. Esses debates decorrerão no dia 17 de março de 2015 e incidirão sobre formas de melhorar a colaboração tanto ao nível da saúde humana como da saúde animal. 4 Para mais informações sobre o 3.º Congresso Internacional One Healh, queira visitar o site http://www.iohc2015.com/. Quem é a Zoetis Zoetis (zô-EH-tis) é a principal empresa de saúde animal, dedicada a apoiar os clientes e as suas atividades. Contando com uma experiência de mais de 60 anos no setor da saúde animal, a Zoetis descobre, desenvolve, fabrica e comercializa vacinas e medicamentos para fins veterinários, complementados por produtos de diagnóstico e testes genéticos, com o apoio de uma gama variada de serviços. Em 2014, a empresa gerou uma receita anual de $4,8 mil milhões. Com cerca de 10 000 colaboradores em todo o mundo no início de 2015, a Zoetis está ao serviço de veterinários, produtores de gado e pessoas que criam e cuidam de animais de criação e de estimação, e os seus produtos estão à venda em 120 países. Para obter mais informações, visite www.zoetis.com. ### * Simpósio Satélite IOHC - Segunda-feira, 16 de março de 2015 Doenças similares – soluções similares: apelo a uma colaboração mais estreita entre saúde humana e saúde animal 1. Alejandro Bernal – Presidente da Federação Internacional de Saúde Animal (IFAH) Europa – Perspectiva da IFAH sobre a iniciativa “One Health” - Bélgica 2. Magda Chlebus – Diretora de Política Científica da Federação Europeia das Associações da Indústria Farmacêutica (EFPIA) – O interesse da EFPIA na iniciativa “One Health” e as oportunidades resultantes da Iniciativa sobre Medicamentos Inovadores (IMI) – Bélgica 3. Professor Anton Pijpers – Vice-Presidente da Direção Executiva da Universidade de Utrecht – A interligação entre pessoas saudáveis e a saúde animal - Países Baixos 4. Professor Adrian Hill – Diretor do Instituto Jenner, Universidade de Oxford – “Respostas rápidas a novas epidemias” – Reino Unido 5. Dr. Emmanuel Hanon – Vice-Presidente Sénior, Diretor de Investigação e Desenvolvimento de Vacinas da GSK – A necessidade de inovação e alianças “One Health” na Saúde Humana – Bélgica 6. Dr.ª Michelle Haven – Vice-Presidente Sénior, Diretora de Desenvolvimento, Alianças e Soluções Empresariais da Zoetis – A necessidade de inovação e alianças “One Health” na Saúde Animal – EUA Referências 1. Kahn LH, Kaplan B, Steele JH (2007) Confronting zoonoses through closer collaboration between medicine and veterinary medicine (as 'one medicine'). Vet Ital 43: 5-19. 2. Bidaisee S, Macpherson CN (2014) Zoonoses and one health: a review of the literature. J Parasitol Res 2014: 874345. 3. (2011) French position on the One Health concept. Paris: French Ministry of European and Foreign Affairs. 5 4. 5. 6. 7. 8. 9. (2014) Rabies: Fact Sheet #99. Geneva: World Health Organization. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099/en/ Last accessed February 2015. Fooks AR, Banyard AC, Horton DL, Johnson N, McElhinney LM, et al. (2014) Current status of rabies and prospects for elimination. Lancet 384: 1389-1399. Global Alert and Response (GAR): Hendra Virus (HeV) Infection. World Health Organization. http://www.who.int/csr/disease/hendra/en/ Last accessed February 2015. Middleton D (2014) Hendra virus. Vet Clin North Am Equine Pract 30: 579-589. Eisler MC, Lee MR, Tarlton JF, Martin GB, Beddington J, et al. (2014) Agriculture: Steps to sustainable livestock. Nature 507: 32-34. Lerner H, Berg C. (2015) The concept of health in One Health and some practical implications for research and education: what is One Health? Infect Ecol Epidemiol. 2015:25300. CSIRO: Organização de Investigação da Comunidade Científica e Industrial (Agência Federal Australiana para a Ciência) EFPIA: Federação Europeia das Associações da Indústria Farmacêutica FAO: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura IFAH: Federação Internacional de Saúde Animal OIE: Organização Mundial da Saúde Animal OMS: Organização Mundial de Saúde 6