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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA
1.
Dor
DESIGNAÇÃO DO CURSO - 6
2.
FUNDAMENTAÇÃO:
A dor é um fenómeno complexo, multidimensional, com efeitos nefastos na saúde e desafiador
para os profissionais de saúde, por se depararem com ela diariamente. Ela está presente na
generalidade das situações patológicas que requerem cuidados de saúde, cuja prevenção e
tratamento é um dever dos profissionais de saúde e um direito dos que dela sofrem (1,2), pelo
que exige acção planeada, organizada e validada cientificamente (3). Avaliar e tratar a dor é
hoje, um dos principais indicadores de qualidade dos cuidados (4,5). Embora nos últimos anos o
panorama seja menos sombrio, o subtratamento da dor continua a ser amplamente
reconhecido (2-8). As razões desta evidência são em alguns aspectos pouco claras, mas estão
identificados como factores facilitadores a falta de sensibilização e formação (mitos,
preconceitos e atitudes incorrectas), a dificuldade em conceptualizar e quantificar a dor, falta de
avaliação da dor, insuficiente pesquisa e treino dos profissionais de saúde e a deficiente
organização dos serviços de saúde (5). Neste momento, o desafio mais sério que se coloca é a
falta de sensibilização e formação dos profissionais de saúde (5,6) que se traduz na prática por
uma preparação escolar insuficiente e uma aprendizagem em contexto clínico que perpetua o
subtratamento. Neste sentido, e porque o tratamento da dor é uma prioridade consignada na
estratégia nacional de saúde (6,9) surge este Curso que foi planeado tendo em conta as
orientações e recomendações emanadas no Plano Nacional de Luta Contra a Dor, a Circular
Normativa nº 9/DGCG de 14/6/2003, Agence Nationale d’Acreditation et d’Évaluation en Santé,
Internacional Association for the Study of Pain, American Academy of Pediatrics , American
Pain Society, Royal College of Nursing US Department of Health and Human Services, US
Public Health Service, National Institutes of Health, American Medical Association entre outras
instituições e associações e conclusões de muitos estudos. Todos os profissionais de saúde
têm a responsabilidade de prestar cuidados de e excelência, onde necessariamente, se inclui a
avaliação, prevenção e tratamento da dor. Esta como fenómeno universal requer dos
profissionais de saúde uma resposta igualmente universal, onde o tratamento insuficiente é um
resultado não aceitável.
3.
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OBJECTIVOS DO CURSO:
Aprofundar conhecimentos sobre a problemática da dor
Problematizar o conceito de dor
Relembrar o papel e as obrigações legais dos profissionais de saúde em relação à dor
Relembrar o objectivo e as metas previstas no Plano Nacional de Luta contra a Dor
Analisar modelos organizacionais para a abordagem à dor
Descrever a neurofisiologia da dor e as suas consequências negativas
Desmistificar mitos e crenças em relação aos cuidados com a dor
Descrever conceitos correntes em relação à dor e seu tratamento
Descrever as potenciais influencias na percepção e resposta à dor em cada grupo etário
Avaliar a intensidade da dor de acordo com o contexto clínico
Avaliar a utilização das medidas farmacológicas e não farmacológicas de acordo com o
contexto clínico
Elaborar uma história de dor
Avaliar intervenções especificas de enfermagem de acordo com as teorias,
desenvolvimento e investigação
4.
MÓDULOS E ORGANIZAÇÃO PROGRAMÁTICA (CARGA HORÁRIA POR TEMA):
I - A problemática da dor:
 A magnitude do problema
 Obstáculos ao tratamento
 Mitos e crenças
II - O plano Nacional de Luta Contra a Dor
 O diagnóstico da situação em Portugal
 Objectivo e metas
 Linhas orientadoras no desenvolvimento de unidades de dor
III - O conceito de dor e sua problemática
 A definição da IASP
 A dor como fenómeno multidimensional (fisiológico, sensorial, afectivo, cognitivo,
comportamental e sociocultural)
 Classificação da dor (temporal, topográfica, fisiopatológica)
 dor aguda versus dor crónica
 implicações no tratamento
IV - Desenvolvimento neurofisiológico
 transdução, transmissão, modulação e percepção
 vias nociceptivas, vias de controlo da nocicepção, sensibilização central
 génese da dor
 fisiopatologia da dor (repercussões da dor)
 Neurodesenvolvimento da percepção (criança, adulto e idoso)
V - Principais teorias
 Teoria da especificidade
 Teoria da interacção sensitiva
 Teoria wind-up
 Teoria porta
VI - Factores que influenciam a experiência de dor
 Modelo dos factores situacionais, comportamentais e emocionais
 Factores biológicos, cognitivos, psicológicos e socioculturais
VII - Avaliação da dor
 avaliar e medir
 história de dor
 indicadores de dor e sua especificidade
 O carácter bi-fásico da dor e suas principais manifestações comportamentais em cada
grupo etário
 Diferentes categorias de avaliação da dor
 Validade, fiabilidade, reprodutibilidade e utilidade clínica das escalas de avaliação de
dor específicas de cada grupo etário e contexto clínico.
 Implementação clínica da avaliação da dor
 vantagens da avaliação sistemática
 quem avaliar e com que periodicidade
 como avaliar e suas principais dificuldades
 métodos de registo
VIII - Meios de prevenção e tratamento da dor
 O Modelo de cuidados à pessoa com dor
 Estratégias farmacológicas
 Interdependência de funções (paciente, enfermeiro, médico e outros)
 Os analgésicos (não opióides, opióides, adjuvantes, anestésicos locais e outros
 Considerações gerais na prescrição (critérios de escolha, via e modos de
administração, dose e duração do tratamento).
 Correspondência entre intensidade de dor e intervenção farmacológica
 Indicações e principais efeitos secundários dos vários analgésicos
 Adição, dependência e tolerância na utilização de opióides
 Os placebos
 Estratégias não farmacológicas
 Interdependência de funções (paciente, enfermeiro, médico e outros)
 Factores que influenciam a eficácia
 Indicações, contra-indicações e técnica de utilização de métodos:
 Comportamentais (dessensibilização, reforço positivo e técnicas de
relaxamento)
 Cognitivos (informação preparatória, mudança de memória, declaração
positiva, mudança de memória, hipnose, modelos de gestão de
emoções)
 Cognitivo-comportamentais (distracção, modelagem, ensaio, imagem
guiada)
 Físicos (massagem, aplicação de calor e frio, posicionamentos, TENS)
 Suporte emocional (toque, técnicas de conforto)
 Ambientais (temperatura, luz, ruído, e outras)
 Outras: sacarose, leite materno, glicose.
IX - Papel do enfermeiro na prevenção e tratamento da dor
 Funções (diagnóstico, planeamento, execução e avaliação)
 Obrigações legais
X - Protocolos de dor
 Vantagens
 Modelos de concepção
 Tipos (avaliação, tratamentos, procedimentos, cuidados e outros)
 Análise de exemplos
5.
DATA DE REALIZAÇÃO DO CURSO
Data de início: 18 de Setembro de 2010
Data de fim: 05 de Novembro de 2010
18, 23, 24 de Setembro, 1, 2, 7, 8, 14, 15, 23, 30 de Outubro, 4 e 5 de Novembro de
2010
Quinta-feira – 16h30 às 20h30
Sexta-feira – 16h às 19h30
Sábado – 8h30 às 17h
6.
CARGA HORÁRIA DO CURSO
Nº de horas totais do Curso – 60 Horas
30H T e 30H P
60 Horas, 4/8Horas/dia, 14 dias, em 10 semanas a realizarem à sexta-feira e sábado.
7.
RECURSOS HUMANOS - POPULAÇÃO-ALVO – FORMANDOS:
O número de formandos será de 20.
Enfermeiros
Grau exigido – Bacharelato.
8.
RECURSOS HUMANOS – FORMADORES:
Professor Doutor Luís Manuel da Cunha Batalha – 46 Horas – 29H Teóricas e 17H Práticas Formador Interno
Professora Doutora Maria de Fátima Pereira Batista Dias – 14 Horas Práticas - Formador
Externo
9.
RECURSOS DIDÁTICOS NECESSÁRIOS/MEIOS E EQUIPAMENTOS:
Recursos: Escalas de avaliação de dor, computador, multimédia, vídeo, televisão, filmes,
quadro, bibliografia.
10.
METODOLOGIAS DE FORMAÇÃO/METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO:
* Expositiva;
* Análise reflexiva em grupo para análise documental e de filmes e resolução de fichas
formativas e problemas de situações simuladas;
* Treino individual de competências na elaboração da história de dor, avaliação da dor e
estratégias não farmacológicas.
Avaliação formativa e somativa através de questionário e apreciação escrita do formador.
11.
ORGANIZAÇÃO:
Professor Coordenador Luís Manuel Cunha Batalha
12.
BIBLIOGRAFIA/FONTES/MANUAIS:
1. Direcção-Geral da Saúde. A dor como 5º sinal vital. Registo sistemático da intensidade da
dor. Circular Normativa nº 9/DGCG de 14/06/2003.
2. Vega-Stromberg T, Holmes SB, Gorski LA, Johnson BP. Road to excellence in pain
management: research, outcomes and direction (ROAD). Journal of Nursing Care Quality.
2002; 17(1): 15-26.
3. Direcção-Geral da Saúde e Associação Portuguesa para o Estudo da Dor. Plano nacional de
luta contra a dor. Lisboa: DGS; 2001. 2/5
4. Agence Nationale d’Acreditation et d’Évaluation en Santé. Evaluation et stratégies de prise
en charge de la douleur aigue en ambulatoire chez lénfant de 1 mois à 15 ans. Paris: ANAES;
2000.
5. Academia Americana de Pediatria, Sociedade Americana da Dor. Avaliação e terapêutica da
dor em lactentes, crianças e adolescentes. Pediatrics (ed. Port.). 2001;9(10):463-467.
6. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Saúde 2004 – 2010. Vol II – Orientações
Estratégicas.
Mais
saúde
para
todos.
MS;
2004.
Disponível
em:
http://www.dgsaude.pt/upload/membro.id/ficheiros/006435.pdf. Acedido em: Maio de 2004.
7. Royal College of Nursing.The recognition and assessment of acute pain in children:
Technical
Report..
London:
RCN;
2001:
Disponível
em:
http://www.rcn.org.uk/publications/pdf/guidelines/cpg_contents.pdf. Acedido em: 30 de Março
de 2002.
8. US Department of Health and Human Services, US Public Health Service, National Institutes
of Health. Pain management practices. In: US Department of Health and Human Services, US
Public Health Service, National Institutes of Health, ed. 6 Symptom Management Acute Pain.
Bethesda: US Department of Health and Human
Services, US Public Health Service, National Institutes of Health; 1994. Publ. Nº 94-2421.
Disponível em: http://WWW.nih.gov/ninr/research/vol6/practices.pdf. Acedido em 18.2.2004.
9. Despacho Ministerial nº 10324/99. DR II Série. 122 (26-05-99) 7785.
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