Subir etapas em asma não controlada: mais medicações ou mais

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27/04/2016
CNAP. SBPT.
São Paulo 2016. Módulo Asma
Subir etapas em asma não controlada:
mais medicações ou mais conversas?
Luiz Fernando Ferreira Pereira
Chefe do Serviço de Pneumologia do H. Biocor
Coordenador do Estágio de Pneumologia para Clínicos.
Coeditor da Diretriz de Asma da SBPT 2012
Roteiro da aula
Subir etapas na asma não controlada
1) Aspectos básicos sobre gravidade e controle da asma
2) Quando e como mais conversas é o mais importante?
3) Quando e como mais medicamentos é o mais importante?
4) Conclusões
Aspectos básicos sobre a gravidade e o controle
I - A gravidade e controle da asma são diferentes,
dinâmicos e inter-relacionados!
Gravidade - Intensidade de tratamento para obter controle
• Características intrínsecas da doença no período estável
• Determinante do tratamento inicial e prognóstico
• Avaliação a longo prazo após estabilizar com a medicação
Controle - Meta do tratamento
• Extensão com que manifestações são reduzidas com tratamento
• Avaliações de curto prazo - em geral semanas ou meses
Dois grandes grupos de asmáticos
1. Fácil controle: leve/moderada; meta é o controle total.
2. Difícil controle: grave; meta é o melhor controle possível.
1
27/04/2016
Aspectos básicos sobre a gravidade e o controle
II- Existem várias formas de avaliar o controle da asma
• Prática – sintomas, uso medicamentos, crises, escores e FP
• Pesquisa – escores, QQV, FENO, eosinófilos escarro ...
III- A correlação entre os escores varia de leve a moderada
GINA
70
ACQ
ACT
ATAQ
RCP
67,7
2011
60
Vermeulen
F et al.
40
30
50,5
49,5
50
36,4
38,4
32,3
28,3
21,2 21,2
Respir Med
20
2013.
10
50,5
44,4
40,4
19,2
28 a 49%
19 a 68%
0
controlada
parcialmente controlada
não controlada
Aspectos básicos sobre o valor do controle da asma
IV- Médicos e pacientes subestimam a gravidade e
superestimam o controle da asma.
Humbert M. Allergy 2007.
Price D. J. Asthma Alergy 2015.
V- Asma controlada: melhor controle atual e riscos futuros.
– Os benefícios são alcançados na asma grave?
– No mundo real estamos atingindo o controle total?
BENEFÍCIOS DA ASMA CONTROLADA
Estudo REACT. Peter SP. JACI 2007
1o estudo sobre a prevalência do controle da asma em
amostra de asmáticos utilizando medicação etapa 3 ou 4
Diferenças significantes
no último ano
Plano de ação escrito
Consulta não agendada
Ida a PS
Internação
Abstenção no trabalho/escola
CT oral na manutenção
ACT ≥ 20 ACT < 20
N = 809 N = 1003
45%
55%
35%
35%
10%
3%
26%
8%
25%
50%
36%
15%
53%
17%
2
27/04/2016
Estudo GOAL. CONTROLE TOTAL DA ASMA.
É possível para a maioria dos pacientes!
Bateman ED. AJRCCM 2004 e ERJ 2007.
Medicação basal: E1 sem CT, E2 BEC ≤ 500 mcg, E3 BEC > 500-1000mcg.
Fase 1: dose crescente fluticasona até controle total ou 1000 mcg/d, 12-36s.
Fase 2: manutenção da dose por 16-44 s.
Fluticasona+Salmeterol maior porcentagem e rapidez para atingir
controle total ou bom controle do que fluticasona isolada.
Relação inversa entre a dose inicial de beclometasona e o controle total
Com ótima adesão
e técnica inalatória
totalmente controlado
80
bem controlado
63
70
60
50
40
30
20
10
0
71
68%
dose
máx
62
41
31
29
%
etapas - total
1 ano - total
E3 bec 500-1000
Grupo salmeterol+fluticasona
ASMA NO NOVO MILÊNIO
APÓS
• DEZENAS DE CONSENSOS
• NOVOS MEDICAMENTOS
• NOVOS DISPOSITIVOS
EXISTE CONTROLE NO MUNDO REAL?
CONTROLE DA ASMA.
Cazzoleti L. JACI 2007
7 países Europa. N= 1241. Critérios do GINA 2006.
520 usando corticoide no último ano
Controlado
15%
Não controlado
49%
Parcialmente
controlado
36%
Quantos
controle
total?
Segundo
estudos
AIR:
AIRLA
AIRE
AIRA
< 5%
Existe controle total da asma no mundo real? Em geral, NÃO!
3
27/04/2016
Controle da asma no Brasil.
Marchioro J et al. JBP 2014
Dados Brasil – Latin Asthma Insigth and Management – LA AIM.
4545 domicílios SP, RJ, Curitiba e Salvador. Entrevistados 400 com > 12 a.
90,7% PC ou NC: mais conversas ou mais medicamentos?
ASMA NÃO CONTROLADA
Quais são os principais motivos?
Braido F 2013
•
•
•
RELACIONADOS COM O PACIENTE
Adesão e técnica de uso do dispositivos
Fatores ambientais/uso de aas e β-bloqueadores
Características sociodemográficas e psicossociais
Conhecimento, percepção/,expectativas e perspectivas
com relação a doença ao seu tratamento
Comportamentos/hábitos
Comorbidades
Fenótipos da asma – aas, neutrofílica, eosinofílica tardia …
•
•
•
•
RELACIONADOS COM O MÉDICO
Desconhecimento sobre a doença e o seu manejo
Desconhecimento e/ou não adesão às diretrizes
Monitorização clínica inadequada – adesão/controle
Falta de tempo para as orientações
•
•
•
•
Tratamento da Asma por etapas. Gina 2015
Metas: 1) controle sintomas atuais 2) redução riscos futuros
Diagnóstico
Controle de sintomas e fatores de risco
(inclusive função pulmonar)
Técnica de uso do inalador e adesão ao
tratamento
Preferência do paciente
Fundamental
Sintomas
Exacerbações
Medicamentos antiasmáticos
Efeitos colaterais
Estratégias não farmacológicas
Satisfação do paciente
Tratamento de fatores de risco
modificáveis
Função pulmonar
ETAPA 5
ETAPA 4
ESCOLHA DO
TRATAMENTO
DE CONTROLE
PREFERIDO
ETAPA 1
ETAPA 2
Dose baixa de CI
Outras
opções de tratamento
de controle
Considerar
dose baixa
CI
LEMBRE-SE
DE...
GINA 2014, Quadro 3-5
Antileucotrienos (LTRA)
Dose baixa de teofilina*
Beta2 agonista de curta duração se necessário (SABA)
TRATAMENTO
DE ALÍVIO
ETAPA 3
Dose
média/alta
Dose baixa de
de CI/LABA
CI+LTRA*
Encaminhar
tratamento
adjuvante
p.ex.,
anti-IgE
Mais
medicamentos
Dose média/alta de CI Adic Tiotrópio
Dose alta CI Acrescentar
Dose baixa de
dose
CI+LTRA
+LTRA/teofilina
baixa CO
(ou + teofilina*)
SABA ou dose baixa
de CI/formoterol** se necessário
•
Fornecer instruções sobre autotratamento orientado (automonitoramento + plano de ação por escrito para
asma + avaliações periódicas)
•
Tratar os fatores de risco modificáveis e comorbidades, p. ex., tabagismo, obesidade, ansiedade
•
Orientar sobre terapias e estratégias não farmacológicas, p.ex., atividade física, perda de peso, evitar
exposição a agentes sensibilizantes, quando for o caso
•
Considerar passar para a etapa seguinte em caso de sintomas não controlados, exacerbações ou riscos,
mas primeiro verificar o diagnóstico, a técnica de uso do inalador e a adesão ao tratamento
•
Considerar voltar para a etapa anterior em caso de sintomas controlados durante 3 meses + risco baixo de
exacerbações. Não é aconselhável interromper o tratamento com CI.
Mais
conversas
© Iniciativa Global para Asma
4
27/04/2016
Avaliação do controle da asma – GINA 2015
Ideal: simples, reprodutível, fácil de aplicar e de avaliar
Avaliação das últimas
quatro semanas
Bem
Controlado
Manter ou
descer etapas
Parcialmente
controlado
Manter ou
subir etapas
Não
Controlado
Subir
etapas
Nenhum
1 ou 2
3 ou 4
Sint. diurnos > 2 v/sem
Qualquer sintoma noturno
Uso bd alívio > 2 v/sem
Qualquer lim. atividades
Avaliar periodicamente FP (3-6 m) e fatores de risco para crises
Atenção para fatores de risco de crises modificáveis (mesmo que
sintomas controlados): sintomas não controlados, uso excessivo bd alívio (>
200 j/m), falta de uso/uso incorreto ctina, Vef1 < 60%, problemas psicossociais, e.
ambientais, comorbidades, eosinofilia e gravidez.
Outros fatores crise: internação prévia UTI, ≥ 1 crise grave < 12 m.
COMPONENTES MANEJO DA ASMA - SBPT/2012
1. PARCERIA MÉDICO-PACIENTE-FAMILIARES
– Educação – ABCD da asma
– Adesão/técnica de uso dos dispositivos
– Plano de ação escrito e individualizado
Mais
conversas
2. CONTROLE DOS FATORES DE RISCO
3. AVALIAR, TRATAR, MONITORIZAR, MANTER
CONTROLE
– Tratamento por etapas
– Monitorar para manter o controle
– Reduzir/aumentar etapas de acordo com controle
4. PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS FUTUROS
– Prevenir instabilidade clínica-funcional; manter a asma controlada
por longos períodos de tempo
– Prevenir exacerbações
– Evitar a perda acelerada de função pulmonar
– Minimizar os efeitos adversos dos tratamentos
5. SITUAÇÕES ESPECIAIS
– Rinite/sinusite/polipose, DRGE, ocupacional, gestação, idosos, obesos,
SAOS, ABPA uso de medicamentos (aas, beta bloqueador)
SUBIR ETAPA NA ASMA
Boa relação médico/paciente
Parceira médico/paciente
Educação sobre a doença
Adesão
Técnica dispositivos
Identificação e controle de fatores
de risco - domicilio/trabalho
Comorbidades
Automonitoramento
Automanejo escrito
1) Ct inalatório dose baixa
2) Ctina dose baixa+LABA
3) Ctina dose média/alta+LABA
4) Ctina dose média/alta+LABA
mais,
• LAMA
• Ct oral
• Omalizumabe
• Montelucaste
• Macrolídeo
*papel Ctina extrafino
MAIS
CONVERSA?
MAIS
MEDICAMENTOS?
Atenção
para fenótipos
5
27/04/2016
CASO 1 – ADESÃO AO TRATAMENTO
VSS, F, 26 a
Asma desde a infância.
DRGE. Hipotiroidismo. HAS. Sinusite de repetição.
Várias internações (1 c/necessidade ventilação mecânica)
IVO leve c/resposta ao bd. PFE 200 a 300 (p 360)
Tratamento irregular há anos.
Internação out/2004 - 6o mês gravidez, sinusite e asma.
Fev/05 - prescrito ctina+laba com contador de doses.
Consulta abr/05 – sono interrompido, dispneia atividades
do lar, sibilos difusos, PFE 200 l/m.
Adesão ao tratamento – 28%
Adesão ao corticoide inalatório. Estudo CAMP.
Krishnan J et al. JACI 2012
Crianças 5-12 a. Budesonida ou placebo – turbuhaler
Adesão = uso de pelo menos 80% da dose prescrita
95%
91%
69%
52%
O paciente e seus familiares
superestimam a adesão.
Adesão reduz com
o passar do tempo.
(Calculada através
do número de
doses restantes
no turbuhaler)
A má adesão também pode ser alta nos pacientes com
asma de difícil controle. Gamble J et al. AJRCCM 2009
N =185
N = 185 asmáticos clínica de asma de difícil controle
9%
Uso < 25% doses
34%
usou ≤ 50%
doses
Uso 25-50% doses
25%
Uso 51-75% doses
19%
Aderentes
47%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Slide modificado de M. Pizichinni CNAP 2011
6
27/04/2016
Asma não controlada – 1º mais conversas?
SIM!
Boa adesão
Má adesão
e/ou má técnica
inalatória
50%
50%
Boa técnica
inalatória
50%
Adesão ao tratamento da asma
Conceitos básicos
• Adesão = aceitar, seguir e persistir com a orientação
• Adesão tratamento da asma varia de 30 a 70%
•
•
•
•
N 1064. 8% n/compraram 1ª caixa. Adesão média 30%.
N 5504. > 50% comprou 1ª caixa ctina e não comprou a 2ª
N 12636 com ida a PS. Apenas 25% retirou Ctina no ano anterior.
Subuso (< 60%), uso incorreto e superuso
Boulet LP et al. Clin Chest Med. 2012
Adesão reduz com o tempo e número de doses/dia.
Como avaliar a adesão - acurácia, aplicabilidade e custo
• Julgamento clínico e registro feito pelos pacientes
• Dispensação e dosadores eletrônicos (doser, chronolog)
• Pesagem do dispositivos e monitoramento bioquímico
Jentzsch NS, Camargos AMC. JBP 2008
Avaliação da adesão
Escalas de adesão terapêutica (MAT) e Morisky (MMAS-8).
Perguntas chaves:
1. Gosta e sabe usar o dispositivo inalatório?
2. Esqueceu de usar medicamentos nas últimas 2 semanas?
3. Já parou de usar ou reduziu a dose por se sentir melhor?
4. Quando viaja/sai de casa esquece de levar medicamentos?
5. Usou seus medicamentos para asma ontem?
6. Já se sentiu incomodado por seguir corretamente o tratamento?
7. Com que frequência tem dificuldades p/lembrar de usar medicamentos?
(nunca, quase nunca, às vezes, frequentemente, sempre)
Calcular:
• Duração real em relação a duração esperada do dispositivo.
• Porcentagem de doses não usadas em determinado período
em dispositivos com marcador de jatos restantes.
7
27/04/2016
Avaliação da adesão
Pereira LFF et al. Dispositivos pressurizados sem marcador de dose.
Não existe forma acurada para saber se esta vazio - como calcular adesão?
Risco de liberar dose inconsistente. Efeito “tail-off”.
27 a 108 jatos extras– 13,5 a 72%
120
108
100
80
74
62
64
64
60
47
49
52
49 50
42 42
40
66
59
38
37
41
48
45
43
41
37 37 37
34 34
43
37
32
27
20
0
Aerolin®100 mcg
200 jatos
Atrovent®20 mcg
200 jatos
Alvesco®160 mcg
60 jatos
Seretide®25/125 mcg
120 jatos
Clenil® 250 mcg
200 jatos
Fostair®6/100 mcg 120
jatos
Subir etapas na asma não controlada:
mais conversa reduz crises e melhora o controle?
Engelkes M et al. ERJ 2015
1ª revisão sistemática sobre adesão e crise grave. N = 23
Maior adesão reduz crises graves.
Necessário mais estudos, de boa qualidade, mundo real, medidas
padronizadas de adesão/crise e incluindo técnica uso
Jentzsch N, Camargos P ey al. Respir Med 2002
BH. 102 crianças. Adesão ao ctina avaliada eletronicamente com o doser.
70%
60%
50%
40%
Controle diretamente relacionado c/adesão
Controlado
60%
Não contolado
56%
43%
30%
p 0,04
50%
Com 12 m
40%
controlados
p 0,001
39%
31%
20%
10%
0%
Adesão 4 m
Adesão 8 m
Adesão 12 m
Fatores ligados a baixa adesão/Como melhorar a adesão?
Lareau S. Inter J COPD. 2010.
Pereira LFF. In Pereira CAC. Medicina Respiratóia. Atheneu 2014
Falta confiança no médico.
Múltiplos medicamentos/doses .
Déficit memória/cognição e modificações otinas.
Usa medicação somente quando não esta bem.
Receio de usar devido efeitos adversos.
Dúvidas sobre dose, eficácia e ef. adversos.
Crenças /experiências negativas c/tratamento.
Frustação c/melhora (expectativas exageradas)
Paciente
Idade avançada/comorbidades/depressão
Visão negativa da vida.
Inconvenientes sociais e falta de acesso a medicação.
Problemas pessoais, familiares, socioeconômicos
ou no trabalho.
Má
relação
do
médico
com o
paciente
Educação sobre a doença
Não monitorizar a adesão
Falha na comunicação com o paciente
Não valorizar expectativas, dúvidas e
preferências dos pacientes.
Orientações inadequada sobre a doença e
suas perspectivas
Médico
Orientação inadequada sobre a medicação
Falta de orientação do automanejo.
Orientação inadequada técnica uso dispositivos
Múltiplos medicamentos/doses
Medicamentos
Socio-econômico
e culturais
Dispositivo não amigável
Mais de um tipo de dispositivo
Sem marcador de jatos restantes
Múltiplas doses/dia
Efeitos adversos
8
27/04/2016
Dispositivos inalatórios – Avanços nos últimos 60 anos
1956
IPO
Anos 60
Spinhaler
Anos 70
Rotahaler
1956
HFA
Novos nebulizadores
1930
Abriu
usou e
fechou
Revisão sobre os erros de uso dos dispositivos
inalatórios: a técnica dos pacientes tem melhorado
com o tempo? Sanchis J, Gich I, Perdersen S. Chest 2016
• Foram avaliados 3695 estudos entre 1975 a 2014
• Selecionados 144 (apenas crianças- 22) - 54354 pacientes
• Nos últimos 20 anos não houve redução dos erros
% de erros
Coordenação insp.
Inspiração lenta
Pausa pós-insp.
Insp. profunda
IP - 23720
45%
44%
46%
-
IP/adisp - 10833
33%
39%
-
IPO - 21497
37%
22%
ERROS USO DISPOSITIVOS - MUNDO REAL
Asma e DPOC - 50 ± 20 anos.
Disparo/
Erros críticos
inspiração
No mínimo
um erro grave
aumentam
com a idade
N = 769
≥ 1 erro: 54%
728
55%
894
49%
552
76%
Preparo
dose
868
54%
Molimard M. J Aerosol 2003.
9
27/04/2016
Erros na técnica de uso são muito comuns!
Mas, a técnica de uso do dispositivo afeta
o controle da asma?
Sim! A educação, adesão, TÉCNICA, auto-manejo e custo
estão intimamente relacionados com o sucesso do tratamento.
N = 3955
MT 71%
MC 46%
Giraud V. Eur Respir J 2002.
Dispositivos inalatórios
Vamos respeitar a opinião dos pacientes!
Fácil de usar na crise
Fácil saber N doses restantes
Fácil de usar
Fácil de aprender a usar
83%
62%
61%
60%
Higiênico 58%
Confortável na boca 53%
Fácil de transportar 40%
Certeza que dose foi inalada 38%
Gosto agradável 35%
Recarregável 34%
Pequeno tamanho 20%
Serra-Batlles et al. 2002. J Aerossol Med. N 169
Diretriz SBPT: Asma 2012/DPOC 2015. Como selecionar e
melhorar a eficiência de uso dos dispositivos inalatórios
Questões para serem respondidas antes da seleção dos dispositivos







Quais os dispositivos disponíveis para os medicamento desejados?
Medicamentos podem ser usados com apenas um tipo de dispositivo?
Para determinado medicamento existem dispositivos com contador de doses?
O paciente tem preferência por algum dispositivo?
O paciente consegue reproduzir a técnica de uso correta do dispositivo?
Quais os dispositivos mais convenientes e portáteis para cada situação clínica?
Quais são os dispositivos mais fáceis para o médico orientar a técnica de uso?





Esclarecer dúvidas, em especial mitos infundados, sobre o uso dos dispositivos
Escolher dispositivo em conjunto com o paciente: equilibrar indicações/preferências/custos
Instruir a técnica de uso - sempre que possível sem limitar o tempo, usar folhetos/vídeos
Checar e reorientar a técnica de uso periodicamente
Rever periodicamente a eficiência do conjunto medicamento/dispositivo
Como melhorar a eficiência do uso dos dispositivos
O melhor dispositivo é aquele que o paciente usa com
técnica adequada, melhora o controle de sua asma e
pode ser comprado regularmente.
GINA
2014, Box 5-4
GINA
2014
© Global Initiative for Asthma
10
27/04/2016
Mais conversas!
Fatores ambientais - Identificar e controlar!
A medida isolada de
recobrir colchão e
travesseiros com tecido
impermeável aos ácaros
melhora o controle da
asma? Wooldcok A. NEJM 2003
Intervenção ambiental global
melhora o controle da asma.
Morgan WJ. NEJM 2004
Recobrir colchões/travesseiros, usar
filtros hepa e cessar exposição tabaco
Não!
Mesmo em
amostra de
asmáticos
sensíveis aos
ácaros
p < 0,001
Houve redução dos Ag domiciliares
Asma não controlada:
mais medicamentos ou mais conversas?
Perda de peso em asmáticos graves e obesos.
ESTUDO
CONCLUSÕES
Pakhale S et al.
Chest 2015
GC 12320 para 12818 Kg
GT 11615 para 9814 Kg, houve:
• Redução da HRB
• Aumento de Vef1 e CVF
• Melhora da QV e atividades físicas
• Melhora do ACQ
GA 16/GC 6
Duração 3 meses
Dias-Júnior S et al.
ERJ 2014
(Incor/FMUSP)
IMC GC 371 para 371 Kg/m2
IMC GT 402 para 352 Kg/m2,, após
redução média de 7,9 Kg, houve:
• Aumento da CVF
• Melhora da QV
GA 22/GC 11
Eosinófilos EI – 13% • Melhora do ACQ e ACT
• Sem alteração HRB e eosinófilos
Duração 6 meses
CICLO VICIOSO: MÁ CONTROLE DA ASMA E
DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS E PSICOSSOCIAIS
Técnica
uso dispositivos
Piora
da
adesão
Atenção
para diagnóstico
diferencial entre
asmaRéncia
e disfunção
das cordas vocais,
hiperventilação
alveolar e s. do
pânico
Distúrbios
psicossociais
Brinke A. AJRCCM 2001.
D. psiquiátricos
aumentam crises
(OR 12,4)
Piora
da
asma
ten Brinke A.
ERJ 2005
D. psicossociais
são fator
independente
de crises
em ADC
(OR10,8)
Mais conversa!
+ psicoterapia
+ psicoterápicos?
11
27/04/2016
Mastronarde JG e The Lung American Lung Association Asthma Clinical Research Centers
412 asmáticos mal controlados apesar de uso de ctina
Mínimos/nenhum sintomas DRGE (40% pHmetria alterada)
Esomeprazol 40 mg bid x placebo por 6 semanas
Não melhorou o controle ou reduziu crises
Não foram identificados subgrupos de respondedores
ASSOCIAÇÃO ASMA E RINITE ALÉRGICA
CARAS - Combined Allergic Rhinitis and asthma syndrome
• Asma e rinite alérgica são muito prevalentes
• 60-80% asmáticos tem rinite/20-40% riníticos tem asma
• Em comum: mastócitos, eosinófilos, céls ciliadas, Th2, IgE ..
• Estímulo antigênico nasal aumenta inflamação brônquial
• Estímulo antigênico brônquico aumenta inflamação nasal
• Rinite alérgica é fator de risco independente para asma
• Rinite alérgica piora o controle da asma
• Tratamento da rinite alérgica melhora controle da asma
– Mais conversas e frequentemente mais medicamentos?
Ibiapina CC. Tese Doutorado. UFMG. 2006
Asma e o tabagismo.
ACOS - Asthma-COPD overlap syndrome.
• Asma - prevelência de fumantes é similar a população geral
• Prevalência de ACOS - 10 a 20%
• O tabaco piora o controle da asma e a resposta ao ctina,
aumenta utilização serviços médicos e acelera declínio FP
• Tratamento do asmáticos fumante
– Mais conversas!
• Cessar tabagismo e exposição ao tabaco
– Mais medicamentos!
• Altas doses ctina, ct extrafino, Ctina+LABA ou ALEUC
1. Bakaros P. Curr Opin Pulm Med 2016. 2. GINA/GOLD 2015.
Jimenez-Ruiz C. Task Force ERS. 2015.
12
27/04/2016
Asma não controlada - manejo
GINA – Pocket guide 2016. ginasthma.com
Mais medicamentos?
Referir para especialista.
Sem controle após 3 m etapa 4
Considerar subir etapa: Ctina/LABA
+ tiotrópio, anti-IgE, aleuc, ct oral, anti-IL5
Confirmar diagnóstico
Remover fatores agravantes
Checar adesão e técnica uso dispositivos
Mais conversas?
MAIS MEDICAMENTOS - CTS INALATÓRIOS
Beclometasona, budesonida, fluticasona e ciclesonida
Farmacocinética/Farmacodinâmica
Deposição pulmonar
 Homogênea /periférica
Tipo de dispositivo
 Partícula fina/extrafina
 Grau de inflamação e
de obstrução das
vias aéreas
 Técnica de uso
 Afinidade
 Potência receptor
 Ativação (pró-droga)
 Biodisponibilidade
 Depuração
 Volume de distribuição
 Ligação proteínas
 Afinidade/conjugação lípides
 Meia-vida
 Tempo nos pulmões
Dose
Adesão
 Em geral baixa – varia de 30 a 70%
 Relatada < dispensação < doseador
Efeitos benéficos e adversos
Antes de mais medicamentos
testar corticoides extrafinos?
Resistência pequenas vias aéreas: sadios 10%/asma 50-90%
vand der Wiel E et al. JACI 2013.
Revisão sistemática
• Disfunção das pqvias associa-se com pior controle da asma,
maior número de crises, maior frequência de sintomas noturnos e
maior hiperesponssividade.
• Disfunção das pqvias pode estar presente na asma leve
• As pqvias respondem melhor aos cts extrafinos, o que resulta
em melhora do controle da asma
• Precisamos de testes mais simples para avaliar as pqvias na
prática clínica e o efeito dos cts extrafinos
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27/04/2016
Mais medicamentos? - Qual o papel dos LAMAs?
Revisões
Objetivo
Comparação
Conclusões
Kew K 2015
Cochrane
Ctina mais
LAMA ou
LABA
4 estudos
tio ou
salmeterol
Diferença pequena a favor de:
LAMA na FP e LABA na QV.
Sem diferença nas crises.
McKeage K
2015
Ctina+LABA
mais LAMA
2 estudos
tiotrópio
Melhorou FP, tempo 1ª crise
e crise grave
Kew K 2016
Cochrane
CTina+LABA
mais LAMA
4 estudos
tio ou placebo
Reduziu uso de ct oral, discreta
melhora FP e QV
Busse W
Cruz A
2016
Papel do LAMA 4 e: ctina+tio (r) Melhora QV e FP, reduz crises.
na asma
3 e: ctina/laba 1. Opção asma grave com
+tio (r)
crises antes de aumentar dose
ctina na E4 ou acrescentar
outras drogas na E5 GINA.
2. Opção para pacientes com
intolerância aos LABAs.
Papel de outros LAMAs?
Fenótipos da asma. Wenzel S. Nature Medicine. 2012
Mais medicamentos? ou Melhor escolha dos tratamentos?
TH2 - 50%
Não TH2 - 50%
Feno ≥ 30, EEI ≥ 2%, resposta ctina
Biomarcadores? Tardia. Má resposta ctina
AAS
Comorbidades
e fatores de
confusão que
podem alterar
fenótipos:
obesidade,
infecções,
tabagismo,
f. hormonais
e f. ambientais ..
Aleuc
Anti-IL5
Ref cts
exercício
Resposta
Macrolídeos?
Antibióticos?
Idade início
Fenótipo e endotipos (marcador molecular, via) resultam da interação
entre a genética e o ambiente.
Fenótipos e Endotipos da Síndrome da asma
Skloot G. Current Opinion Pulm Med 2016
Fenótipo 1
Endotipo 1
Clínica
Fisiologia
Patologia
Fenótipo 2
Endotipo 2
Endotipo 3
Fenótipos
Asma
não
controlada
Eosinofílica
Exacerbador
Obstrução fixa
Má resp. ctina
Tardia-obeso
Fenótipo 3
Endotipo 4
Endotipos/biomarcador
Terapia alvo
Sensível aas: eosinofilia,
leucotrienos urina
Inibidor 5-lipooxigenase
ABPA: IgE, eosinófilos, feno?
Anti-IgE, ct oral, itraconazol
Grave, tardia, hipereosinofílica:
eosinofilos sangue/tecidos
Ct oral, anti-IL5
Alérgica: tc+, IgE, eosinófilos,
feno, periostina
Anti-IgE, ct oral, anti-IL4/13
Não-eosinofílica (neutrofílica):
neutrófilos escarro
Macrolídeo, termoplastia?
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27/04/2016
Biomarcadores da asma - Eosinófilos no sangue
Discussões
• Ponto de corte: ≥ 200 a 400 céls/mm3 ou ≥ 2 a 4%
• Correlação FENO, IgE, periostina e eosinófilos no escarro
Eosinófilos sangue e controle da asma - Price D et al. 2015
Coorte UK, N = 130248. 16% eosinófilos > 400 céls/mm3
Mais crises(RR 1,42) e pior controle (OD 0,74)
Manejo asma eosinofílica tardia. Croot J et al. 2015.
Início adulto, ambos sexos
Pouca/nenhuma alergia, IgE normal-elevação moderada
Elevação eosinófilos - sangue, escarro, LBA e biópsia
Risco de exacerbações graves
Vef1 baixo, resposta parcial BDS, aprisionamento aéreo
Rinossinusite crônica com polipose - sensibilidade aas
Boa resposta ct sistêmico e anti-IL5 (mepolizumabe/benralizumabe)
Outros tratamentos: omalizumabe, anti-IL4 e 13.
ASMA – TRATAMENTO POR ETAPAS
PILARES DA EFICÁCIA, EFETIVIDADE E EFICÊNCIA
Adesão
Dispositivos
Mais conversas
Educação
Deposição
Automanejo
Técnica uso
Acesso
F. de riscos
Base:Ctina ou
Ctina+LABA
Mais medicamentos
Identificar
e controlar
agravantes e
comorbidades
Farmacocinética
Farmacodinâmica
Partículas extrafinas
Deposição …
Ct oral, anti-IgE,
tiotrópio, anti-IL5 …
Medicina 4 Ps: preventiva, preditiva, participativa, personalizada
Tratamento baseado: gravidade, fenótipos e monitorização.
Subir etapas em asma não controlada:
1o mais conversa e 2o mais medicamentos
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