IVA despede na restauração

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ID: 36964916
I
12-08-2011
Tiragem: 15000
Pág: 9
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 22,41 x 36,00 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
SÃO OS CÁLCULOS DA ASSOCIAÇÃO DA HOTELARIA, RESTAURAÇÃO E SIMILARES DE PORTUGAL
IVA despede na restauração
Proprietários de restaurantes preocupados com eventual aumento do IVA.
Um aumento
desta taxa para
os 23 por cento
vai agravar
ainda mais a
situação da
restauração,
segundo a associação que
estima ter de
fechar 54 mil
estabelecimentos
A restauração vai despedir 120 mil
trabalhadores, encerrar metade dos
seus estabelecimentos e reduzir as receitas em dois mil milhões de euros se
a taxa de IVA subir de 13 por cento para
23 por cento, segundo cálculos da AHRESP.
Uma nova subida da taxa intermédia
do IVA, para compensar a redução da
taxa Social Única (TSU), é o “pior cenário, impensável e catastrófico” para
este setor, alertou José Manuel Esteves, secretário-geral da AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e
Similares de Portugal.
JM
A AHRESP defende por isso que o Governo deve eliminar “qualquer possibilidade de
aumento” da taxa do IVA no setor, alertando que tal medida vai provocar “o colapso”
da economia nacional e destruir o setor do turismo, líder das exportações de Portugal.
“Neste momento, com os 13 por
cento do IVA atual, estamos a preparar-nos para despedir 32 mil trabalhadores até ao final de 2013. Só isto, já
implica uma série de catástrofes”,
acrescentou, defendendo que Portugal devia fazer como a Irlanda baixar a
taxa intermédia do IVA para a taxa reduzida.
Um aumento desta taxa para os 23
por cento vai agravar ainda mais a situação da restauração, segundo a associação que estima ter de fechar 54
mil estabelecimentos, dos 85 mil que o
setor tem, e mandar para os desem-
prego 120 mil postos de trabalho diretos, além da prevista quebra de receitas em quase dois mil milhões de euros.
“Mas o que é ainda mais grave, face
a uma subida do IVA, é que se está a
promover a evasão e fraude fiscal, e a
economia paralela”, disse à Lusa José
Manuel Esteves.
A AHRESP defende por isso que o
Governo deve eliminar “qualquer possibilidade de aumento” da taxa do IVA
no setor, alertando que tal medida vai
provocar “o colapso” da economia nacional e destruir o setor do turismo, líder das exportações de Portugal, e a
esperança para a recuperação da economia nacional.
Sobre a TSU, José Manuel Esteves
minimiza qualquer influência direta e
imediata desta medida na economia,
mas alerta que “a cura (descida da TSU)
não pode matar o doente”.
A AHRESP, que entregou ao Governo
este estudo sobre o impacto da subida
do IVA no setor da restauração, lembra
ainda que desde a entrada em vigor
do euro, em 2002, os preços de venda
na restauração “só” sofreram um aumento acumulado de 6,5 por cento
dos preços, por oposição à inflação e
salário que aumentaram respetivamente 26,7 por cento e 24,8 por cento.
“As nossas margens de lucro estão
esmagadas, e os preços de venda são
inferiores em 19 por cento à média europeia e 14 por cento à média espanhola”, acrescentou o secretário-geral
da AHRESP.
Confederação de Turismo preocupada com aumento
des”.
Na nota, a CTP refere ainda que
o turismo contribuiu em 2010 para
14 por cento do produto interno
bruto (PIB) nacional e que peso do
setor nas exportações de serviços
situa-se atualmente nos 43 por
cento, sendo “o quarto sector de
atividade que mais contribui para o
emprego nacional, tendo gerado
cerca de 841 milhares de postos de
trabalho, durante o ano de 2010”.
O relatório que servirá de base à
turismo é “um dos principais [seto- dente da CTP, afirma no comuni- decisão do Governo sobre a Taxa
res] com condições para contri- cado que “o turismo é um setor Social Única (TSU) aponta um cebuir, de forma inegável, para a tão que pode contribuir de forma mais nário de referência com uma desdesejada recuperação econó- rápida para a recuperação econó- cida de 3,7 por cento na contribuimica”.
mica do país”, pelo que “devem ser ção patronal e um aumento de 2,19
José Carlos Pinto Coelho, presi- consideradas as suas especificida- por cento do IVA. 1
JM
A Confederação do Turismo Português (CTP) considera que o corte
de 3,7 por cento neta taxa com um
aumento em dois pontos percentuais na taxa intermédia do IVA
“pode ter efeitos negativos na atividade turística”.
Num comunicado hoje emitido,
a CTP refere que os “efeitos negativos” desta medida que o Governo
está a analisar se farão sentir sobretudo no alojamento turístico,
restauração e golfe “não só pela
quebra no consumo, mas igualmente no desvio de turistas para
mercados mais atrativos”.
A Confederação entende que
isso “contraria as posições” que
tem defendido e defende que o
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