QUÉNIA: Um Mercado Atractivo Para o Investimento Português O Quénia é um dos países mais industrializados da África e um importante pólo económico do Leste africano. Apesar da crise mundial, que se fez sentir no país no ano passado, a sua economia revela um bom ritmo de crescimento. O sector de serviços, que representa 62 por cento do PIB, está em crescimento graças ao Turismo, sector fundamental para o crescimento económico queniano, seguido pela Agricultura (21,4 por cento) e pela Indústria (16,3 por cento). A maior unidade fabril do país é a refinaria de petróleo em Mombaça, o porto mais importante da África Oriental. A Economist Intelligence Unit (EIU), que fornece análises e previsões sobre mais de 200 países e é líder mundial em inteligência global de negócios, realça que a economia queniana crescerá 3,4 por cento, em 2010, e 5 por cento, em 2011. Os principais parceiros comerciais do Quénia são o Reino Unido, a Alemanha, os Emirados Árabes Unidos e o Japão. TICs e Agricultura São sectores económicos e áreas de potencial investimento, que podem revelar-se atractivos para as empresas portuguesas, a Agricultura (apoio técnico, recursos logísticos, formação de quadros especializados, produção agrícola-hortícula, agro-processamento e criação de gado) e as Tecnologias de Informação e Telecomunicações, com 19 milhões de utilizadores e sexto maior consumidor africano de serviços de Internet (apoio ao cliente e telemarketing, criação e desenvolvimento de software, investigação tecnológica e científica, infra-estruturas e equipamento informático, eventual participação em empresas de telecomunicações). Aposta no desenvolvimento energético No sector da Energia, são várias as oportunidades de negócio, seja na produção de energia eléctrica (fabrico, manutenção e reparação de transformadores, entre outros equipamentos), seja no petróleo, principal fonte de energia comercializada (exploração petrolífera e gás natural, construção de oleodutos, estradas e caminhos de ferro que escoem a produção). O desenvolvimento acelerado das energias alternativas neste país oferece igualmente oportunidades de investimento significativas, como seja na energia solar, com um mercado anual para a energia fotovoltaica em torno dos 500 kwp, com estimativas de crescimento de 15 por cento ao ano, competindo actualmente a geração solar térmica com a geração convencional de electricidade; a energia eólica, com facilidades por parte do governo para a geração acima dos 50MW, sendo que, hoje em dia, três parques eólicos produzem um total de 17, 4 MW; os biocombustíveis, com um mercado potencial na produção e processamento de biomassa; a energia hídrica, com um potencial de exploração até 6.000MW, embora o governo queniano esteja a incentivar a utilização de energias alternativas, dados os impactos sociais e ambientais das hídricas, que constituem mais de metade da energia total produzida. Com o apoio do Banco Mundial, espera o governo queniano alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milénio a que se propôs, em termos de acesso à rede eléctrica por parte de 1,5 milhão de pessoas e das empresas, e assim sustentar o crescimento económico. Com este objectivo, o Banco Mundial tem apoiado, desde a década de 80, através da Associação para o Desenvolvimento Internacional, IDA, o desenvolvimento geotérmico sustentável no país, mediante o financiamento das centrais geotérmicas, para ajudar a reduzir a dependência em relação a centrais hidroelétricas, vulneráveis às secas. Negócios na Construção e Turismo Os sectores da Construção e do Turismo oferecem igualmente oportunidades de negócio. No primeiro, destacam-se as parcerias com agentes do sector privado, requalificação urbana, construção de bairros sociais, edificação de armazéns e edifícios industriais, expansão da rede rodoviária, renovação das infraestruturas ferroviárias. No segundo, o do Turismo, que representa de forma directa 5 por cento do PIB e indirecta 11,6 por cento, é de realçar o vasto potencial de exploração para fins turísticos do território queniano, nomeadamente no eco-turismo, acessos às principais cidades e polos turísticos, transportes adequados ao sector, parques temáticos, espaços de diversão, turismo marítimo, actividades aquáticas, turismo cultural, teatros, casinos. Neste vasto âmbito de oportunidades de negócio, é de sublinhar a importância deste país como plataforma de acesso aos mercados da região, em particular por força da sua representação nas organizações regionais africanas.