Cenário Econômico No início de maio, embora alguns líderes do governo aventassem a possibilidade da votação da Reforma da Previdência ser iniciada ainda no final do mês, já era visível a dificuldade de obter os votos necessários (308) entre os deputados. Novas concessões que diluiriam adicionalmente o texto aprovado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados (CD) e, consequentemente, algum atraso em relação àquele calendário pareciam ser o preço inevitável a pagar para garantir o quórum requerido. Na noite de 17 de maio, porém, o cenário de avanço da Reforma da Previdência sofreu enorme abalo, com a divulgação de gravações envolvendo o presidente Temer que o colocaram em posição política bastante delicada. Com isso, todo o processo de coordenação e mobilização da chamada base aliada no Congresso foi perdido. Embora seja temerário afirmar que voltamos à estaca zero nessa seara, é bastante razoável concluir que o prejuízo em termos de conteúdo a ser eventualmente aprovado e ao calendário a ser observado é bastante significativo, na melhor das hipóteses. Diante do enorme desarranjo político perfeitamente visível entre as fileiras governistas, o cenário mais favorável agora para a Reforma da Previdência parece ser aquele em que novas e importantes diluições são feitas, preservando pouco da proposta original enviada ao final do ano passado ao Congresso, e sua aprovação ocorre na parte final deste ano. Já em um cenário menos favorável, a fragmentação do apoio do atual Congresso à agenda de reformas alcançaria um nível tal que inviabiliza a obtenção dos 308 votos na CD e os 49 no Senado, adiando qualquer progresso relevante para 2019 em diante. Diante de perspectivas pouco alvissareiras, é mais que razoável cogitar mudanças importantes no cenário econômico para os próximos meses e anos em relação ao esperado até recentemente. Uma das primeiras e mais importantes “vítimas” deverá ser a atividade econômica. A perspectiva de ajuste dos enormes desequilíbrios fiscais, notadamente do lado dos gastos previdenciários, reduzia não apenas a percepção de risco país e, consequentemente, a taxa de juros estrutural (de longo prazo), com implicações óbvias sobre a viabilidade/rentabilidade dos negócios, como também fazia crer que, num horizonte mais longo de tempo, fosse possível inclusive reduzir a enorme carga de impostos incidente sobre famílias e empresas. Assim, a combinação de juros mais baixos e carga tributária menor levava à perspectiva de um crescimento econômico mais robusto e sustentável, alimentando um círculo virtuoso. Sem o mesmo grau de confiança na agenda de reformas, é natural que decisões de consumo e investimento sejam mais uma vez adiadas, à espera de maior definição do cenário político e, consequentemente, econômico. Um menor crescimento econômico, por sua vez, obviamente cobrará seu preço sobre o emprego, a renda, o faturamento e os lucros e, consequentemente, sobre a arrecadação tributária. Ainda que a chamada PEC do Teto dos Gastos, recém aprovada, seja um fator limitante a uma deterioração mais acentuada das contas públicas, parece inevitável que o crescimento da dívida pública siga em trajetória preocupante ao longo dos próximos anos. À bem da verdade, mesmo com a aprovação neste ano de uma Reforma da Previdência mais profunda, a relação dívida pública/PIB ainda cresceria por mais dois ou três anos, ao menos. Ocorre que diante das novas perspectivas, esse ciclo de piora do endividamento público será mais prolongado e mais veloz do que se imaginava até há pouco. Há, porém, uma percepção dominante entre os agentes de mercado, de que não importa quem seja o presidente (agora, em seis meses ou a partir de 2019), as reformas estruturais serão aprovadas, podendo, no máximo, sofrer algum atraso. É por conta de tal avaliação, juntamente com um quadro internacional ainda bastante favorável, que combina elevada liquidez e melhora do crescimento global, que a dinâmica dos preços dos ativos financeiros locais mostrou-se até aqui bastante benigna, considerando-se a dimensão da crise política atual e seus possíveis efeitos sobre os indicadores econômicos nos próximos meses. Contas externas saudáveis, reservas internacionais elevadas, inflação em queda e equipe econômica competente são fatores inquestionavelmente positivos em meio à crise política, e que podem ajudar a mitigar suas repercussões econômicas. Daí a considerar que estamos imunes à instabilidade política, porém, vai uma enorme distância. Uma redução, mesmo que gradual, da enorme liquidez global hoje disponível, ou a renovação de temores quanto à economia chinesa, por exemplo, podem ser suficientes para uma substancial revisão do valor dos ativos brasileiros. É importante ter em mente que a aprovação da uma profunda e abrangente Reforma da Previdência não era suficiente para nos garantir dias melhores, mas certamente era condição mais que necessária para pleitearmos um cenário mais promissor. Seu adiamento, na melhor das hipóteses, só tornará o problema e o decorrente ajuste necessário, ainda maiores. seguinte, os preços dos principais ativos alcançaram seus limites de altas em suas respectivas bolsas de negociação e por pelo menos mais dois ou três dias, ocorreu violento processo de reprecificação desses ativos. Mercados Baseado apenas nas variações de preços entre o final de abril e o final de maio, um observador desatento do mercado financeiro local poderia afirmar que o comportamento do último mês foi absolutamente comum. Afinal, o juro nominal pré-fixado com vencimento em janeiro de 2019 mostrou virtual estabilidade, a taxa de câmbio BRL/USD registrou uma ligeira desvalorização de 1,4% e o Ibovespa mostrou queda de 4%, absolutamente normal diante do padrão de volatilidade do índice. Como quase todos sabem (a exceção talvez seja o nosso hipotético observador desatento), porém, maio de 2017 não foi um mês comum. Ele pode ser divido em 2 ou mesmo três partes muito diferentes entre si. Na primeira quinzena, vigorava um otimismo comedido de que a votação (e aprovação) da Reforma da Previdência era uma questão de poucas semanas. Na esteira dessa expectativa, havia a convicção de que em sua reunião do final do mês, o Copom aceleraria o ritmo de corte da Selic para 1,25 ponto percentual. Para completar, os primeiros sinais de recuperação da atividade econômica se consolidavam e descortinavam um cenário mais favorável para o resultado das empresas e, consequentemente, para os papéis listados na bolsa de valores. Todo esse ambiente foi subitamente revertido com a divulgação na noite do dia 17/maio de gravações envolvendo o presidente Temer e a percepção de que a agenda de reformas sofria então um duro golpe. No dia Sem fatos novos, porém, e com um significativo fluxo de ingresso de recursos externos, que entraram no país para se aproveitar desse novo e depreciado patamar de preços, os dias finais do mês retomaram um patamar não muito diferente daquele observado poucas semanas atrás, a ponto de iludir o nosso já mencionado desatento observador. Essa rápida e expressiva recuperação dos preços dos ativos domésticos, ainda que não integral, tem enorme relação com i) um ambiente externo de enorme liquidez (e consequentemente, de apetite por risco), ii) a perspectiva de que a equipe econômica, de enorme reputação, seguirá mantendo um conjunto adequado de políticas e, em menor escala, iii) a expectativa de que, mesmo com alguma diluição e com atraso em relação ao cronograma anterior, haverá avanço em relação às reformas Trabalhista e, sobretudo, da Previdência. O julgamento da chapa Dilma/Temer de 2014 pelo TSE, o risco de novas denúncias envolvendo o núcleo do poder federal, as ameaças de defecções na chamada base aliada são alguns dos fatores de risco que manterão os mercados locais sob enorme indefinição ao longo das próximas semanas. No exterior, a postura dos principais bancos centrais globais (Fed e BCE à frente) é que definirão se o atual apetite de risco será mantido ou não, ao menos no curto prazo. deverão afetar a retomada da atividade econômica e aumentar o risco da dívida do país, das empresas e bancos, como já vêm alertando as principais agências de risco. Para os ativos de maior risco, o cenário volta a ficar mais adverso e poderemos ver a deterioração dos spreads. Por outro lado, a busca pela segurança deverá trazer mais demanda para os ativos de baixo risco e manter os spreads em patamar baixo. Além disso, uma retomada mais lenta da atividade deverá reduzir ainda mais o apetite dos grandes bancos por novas captações. Estratégia Caixa Diante do atual balanço de riscos optamos por aumentar a posição de caixa preservando o resultado positivo conquistado em nossos produtos previdenciários. Juro Pré Em maio nossa carteira pré-fixada apresentou desempenho reduzido diante da performance limitada dos ativos de risco, sobretudo após a divulgação das gravações envolvendo o presidente Temer trazendo dúvidas com relação ao futuro da Reforma da Previdência, seja no que diz respeito ao seu conteúdo final, seja no tocante ao timing de sua aprovação. No último mês, adicionamos um novo emissor à carteira, um banco estrangeiro, numa operação de 2 anos. Também aumentamos marginalmente a exposição em um banco de montadora, através de CDB de 1 ano e em um banco de porte médio a grande, com prazo próximo a 2,5 anos. Também aproveitamos a grande demanda no secundário para vender Letras Financeiras com prazo curto e baixo prêmio e assim abrir espaço para novas alocações. No mercado primário de debêntures, participamos de apenas uma oferta e aumentamos marginalmente a exposição em um emissor do qual já tínhamos em carteira. A operação foi muito bem demandada e a taxa final ficou bem abaixo das últimas emissões. Nos próximos 2 meses, ainda temos debêntures e Letras Financeiras vencendo e continuaremos à procura de bons ativos para recomposição da carteira. Crédito em IPCA A inflação se mantém em trajetória de queda, o IPCA-15 de maio registrou variação de 0,24%, enquanto os IGP’s de maio mantiveram a deflação, sobretudo no segmento agrícola. Apesar da grande instabilidade política e dos impactos negativos nos mercados de juros e de renda variável, o mercado de crédito privado sofreu menos. A escassez de novas ofertas traz uma demanda cativa por bons ativos no mercado secundário. Por outro lado, empresas mais endividadas e com vencimentos de curto prazo tendem a sofrer diante das incertezas. A abertura do prêmio de risco contribui negativamente para performance da carteira no mês. Neste mês tivemos impactos majoritariamente negativos, principalmente no setor de energia elétrica. Crédito em CDI Renda Variável A instabilidade política abalou os mercados de juros e de renda variável, mas no mercado de crédito privado os spreads sofreram menor impacto. Continuamos vendo uma escassez de oferta de ativos de baixo risco de crédito, que tem reduzido ainda mais os prêmios dos ativos. A nossa carteira voltou a se beneficiar principalmente do fechamento de spreads das Letras Financeiras dos grandes bancos e dos bancos de montadora. O Ibovespa fechou o mês de maio com queda de 4,1%, destacando-se, dentre as principais bolsas mundiais, como a de pior desempenho no mês. Podemos dizer que a tal delação do fim do mundo não foi a da Odebrecht, como a imprensa costumava chamar o acordo da empreiteira, mas sim a dos irmãos Batista. Esta sim teve um potencial explosivo sobre as expectativas do país e da aprovação das reformas. Já o cenário externo foi marcado pela continuidade do movimento de alta da bolsa americana, apesar dos problemas políticos enfrentados pelo presidente Trump e pelos dados ligeiramente mais fracos de atividade econômica. Juro Real O ambiente atual deverá postergar a retomada do crédito na economia. No curto prazo já vemos consequências, com o adiamento de ofertas primárias, seja em oferta de ações, emissões de bonds ou emissões de debêntures. Todos estes fatores também Aliás, foi essa continuidade da força do mercado externo que, a nosso ver, permitiu que o mercado brasileiro reagisse de forma até que branda diante da gravidade da crise política instaurada a partir de um governo que está fraco para fazer avançar as reformas, porém que continua em pé, sobrevivendo aos trancos e barrancos. Porto Seguro Rubi Premium RF FIC Previdenciário, Porto Seguro Diamante RF FIC Previdenciário, Porto Seguro Diamante Plus RF FIC Previdenciário Perspectivas Embora a perspectiva de queda do juro real estrutural da economia transitoriamente esteja em descrença, ainda vislumbramos que o Copom levará o juro real em direção ao patamar inferior do considerado neutro, com isso, vislumbramos uma relevante queda das taxas de juros reais a frente. Embora reconhecemos a sutileza do tom ligeiramente duro do Copom, acreditamos que o ganho de credibilidade da autoridade monetária, e o grande hiato da economia permitirá que a taxa de juros por algum tempo fique no campo expansionista sem colocar em risco o atual processo de desinflação. Acreditamos que no médio prazo, a manutenção do discurso de rigor fiscal favorecerão a queda do prêmio de risco, e consequentemente favorecera a desinclinação da curva de juros nominais e reais. Estratégia de Investimento / Atribuição de Desempenho — Porto Seguro RF Inflação FIC FI Previdenciário Estratégia de Investimento / Atribuição de Desempenho — Porto Seguro Composto MM Previdenciário, Porto Seguro Classic MM Previdenciário, Porto Seguro Rubi Plus MM Previdenciário Já em bolsa, alteramos nosso portfólio de forma a refletir nossa posição mais conservadora a partir da delação dos irmãos Batista. Estratégia de Investimento / Atribuição de Desempenho — Porto Seguro Soberano Diamante Disclaimer: LEIA O PROSPECTO, O FORMULÁRIO DE INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES, LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS E O REGULAMENTO ANTES DE INVESTIR. Fundos de investimento não contam com a garantia do administrador do fundo, gestor, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda do Fundo Garantidor de Crédito –FGC. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada não é liquida de impostos. Os investidores devem estar preparados para aceitar os riscos inerentes aos diversos mercados em que os fundos atuam, ainda que o gestor da carteira mantenha sistema de gerenciamento de riscos, e consequentemente, possíveis variações no patrimônio investido, sendo que não há garantia de completa eliminação da possibilidade de perdas para o fundo e para o investidor. Os fundos são destinados a investidores qualificados nos termos da legislação em vigor. Para avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise de, no mínimo, 12 (doze) meses. Descrição do TIPO ANBIMA disponível no formulário de informações complementares. Documentos legais dos fundos como regulamento e demais, podem ser consultados no seguinte endereço eletrônico: www.portoseguroinvestimentos.com.br. Supervisão e Fiscalização: Comissão de Valores Mobiliários – CVM/ Serviço de Atendimento ao Cidadão em www.cvm.gov.br. Porto Seguro RF Rubi Premium FIC FI Previdenciário/ Porto Seguro RF Inflação Rubi Premium FIC FI Previdenciário/ Porto Seguro RF Inflação Diamante FIC FI Previdenciário/ Porto Seguro RF Diamante FIC FI Previdenciário/ Porto Seguro RF Diamante Plus FIC FI Previdenciário Este fundo de cotas aplica em fundos de investimento que utilizam estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. Tipo Anbima: Previdência Renda Fixa. Porto Seguro Multimercado Rubi Plus FIC FI Previdenciário Este fundo de cotas aplica em fundos de investimento que utilizam estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. O fundo pode aplicar em fundos de investimento que podem estar expostos à significativa concentração em ativos de poucos emissores, com os riscos daí decorrentes. Tipo Anbima: Previdência Balanceados – acima de 30. Porto Seguro RF Soberano Diamante FI Previdenciário Este fundo utiliza estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. Tipo Anbima: Previdência Renda Fixa. Porto Seguro Composto MM FIC FI Previdenciário Este fundo de cotas aplica em fundos de investimento que utilizam estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. O fundo pode aplicar em fundos de investimento que podem estar expostos à significativa concentração em ativos de poucos emissores, com os riscos daí decorrentes. Tipo Anbima: Previdência Multimercados. Porto Seguro Multimercado Classic FIC FI Previdenciário Este fundo de cotas aplica em fundos de investimento que utilizam estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. O fundo pode aplicar em fundos de investimento que podem estar expostos à significativa concentração em ativos de poucos emissores, com os riscos daí decorrentes. Tipo Anbima: Previdência Balanceados de 15-30. Porto Seguro Crédito Privado Rubi Premium FIC FI Previdenciário Porto Seguro Crédito Privado Diamante FIC FI Previdenciário Este Fundo utiliza estratégias que podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. O Fundo está sujeito a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido em caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ativos integrantes de sua carteira, inclusive por força de intervenção, liquidação, regime de administração temporária, falência, recuperação judicial ou extrajudicial dos emissores responsáveis pelos ativos do Fundo. Não há garantia de que este fundo terá o tratamento tributário para fundos de longo prazo. Tipo Anbima: Renda Fixa Indexados Índices.