GRAVITAÇÃO UNIVERSAL CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS FÍSICA – Prof Wildson W de Aragão S empre curioso, o homem observa desde os primórdios Afirma que todos os planetas descrevem órbitas os fenômenos que acontecem, tanto ao seu redor, elípticas em torno do Sol, que ocupa um dos focos da elipse. quanto longe, no espaço. Tais observações foram de Cada planeta possui uma própria órbita própria, logo, cada grande importância para sua evolução. um está a certa distancia diferente do Sol. Os conhecimentos sobre os corpos celestes nos permitem uma orientação espacial e também temporal, sendo aplicados para a criação de calendários. Devido às observações realizadas a respeito dos astros e seus movimentos, surgiram várias teorias, duas ganharam destaque: A Geocêntrica e a Heliocêntrica. Teoria Geocêntrica: Tal teoria trouxe a idéia de que a Terra ocupava o centro do Universo, e que todos os outros astros giravam em torno dela, e era defendida por Ptolomeu e Aristóteles. 2ª Lei de Kepler: Lei das Áreas Teoria Heliocêntrica: descreve áreas proporcionais ao tempo gasto para percorrê- O segmento imaginário que une o Sol ao Planeta Defendida por Nicolau Copérnico, Isaac Newton e las. Ou seja, o tempo em que o planeta percorre o trecho de Kepler, a Teoria Heliocêntrica afirmava que o Sol era o centro A até B é igual ao tempo que leva para percorrer de C até D, do Universo, e que todos os outros astros giravam ao redor logo, as áreas varridas X e Y são iguais. dele. Posteriormente, Galileu Galilei também apoiou essa idéia. Estudos atuais revelam que, tanto o Heliocentrismo quanto o Geocentrismo, são falhos. Porém, quando o limite dos estudos é o Sistema Solar, o Heliocentrismo se aplica perfeitamente. Utilizando as rotações do astrônomo dinamarquês Tycho Brahe e aperfeiçoando o modelo Heliocêntrico de Copérnico, Johannes Kepler criou leis que revolucionaram a concepção cosmológica da época. = Podemos deduzir então que a velocidade no trecho que une A a B é maior que no trecho que une C a D, pois no primeiro, o planeta sofre maior atração gravitacional do Sol que no segundo trecho, comprovando assim a Lei das Áreas. De A a B temos o Periélio e de C a D temos o Afélio. 3ª Lei de Kepler: Lei dos Períodos O Sistema Solar LEIS DE KEPLER 1ª Lei de Kepler: Lei das Órbitas Em seus estudos, Kepler concluiu ainda que o quadrado do período de translação do planeta proporcional ao cubo do raio médio de sua órbita. Ou seja: T² = r³. K, é onde K é uma constante de proporcionalidade que depende somente da massa do Sol. O raio médio da órbita pode ser determinado da seguinte forma: rmédio = (rafélio + rperiélio) / 2 A figura ilustra o efeito sofrido pelo espaço com a Os satélites, tanto os naturais, quanto os artificiais, também obedecem às Leis de Kepler. presença de corpos celestes com estrelas, planetas e buracos negros. O campo gravitacional que o corpo possui, deforma o espaço à sua volta. Podemos UA significa Unidade Astronômica, e vale 8 aproximadamente 1,49. 10 Km, correspondente a distância determinar a intensidade do campo gravitacional a partir da Lei da Gravitação Universal: FG = G. (M. m) / d² média entre a Terra e o Sol. F = P = m. g Logo, LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL Com base nas Leis de Kepler, que explicam muito bem g= como ocorre o movimento dos planetas em torno do Sol, Isaac Newton estudou as chamadas Forças de Interação Gravitacional que ocorre entre os corpos e criou a Lei da Gravitação Universal: “Matéria atrai matéria na razão direta do produto de suas massas e inversa do quadrado da distância que separa seus centros.” O campo gravitacional g é comumente denominado de Aceleração da Gravidade, d é a distância do ponto até a massa M do planeta em questão. Podemos concluir ainda, que se o ponto estiver na superfície, d será o raio do planeta. Mostramos a seguir, uma tabela com a gravidade de alguns corpos celestes. ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL Podemos determinar a equação da energia Potencial Gravitacional que um corpo possui em órbita, através do teorema da Conservação da Energia: EP = O sinal negativo se dá ao fato de que no infinito a Energia Potencial é zero. Logo, os demais pontos possuem Energia Potencial menor. FG = VELOCIDADE DE ESCAPE (Vesc) Conhecendo a energia potencial de um corpo em órbita Onde G é a Constante Gravitacional, que tem valor -11 aproximado a 6,67. 10 -2 N. m². Kg . e a energia cinética de lançamento dos corpos, Vale ressaltar que a atração gravitacional está sempre determinaremos a velocidade com que um corpo deve ser presente entre duas massas, porém só é apreciável quando lançado para que escape do campo gravitacional a que está tais massas são muito grandes. Tal força também obedece à submetido. Tal velocidade é denominada Velocidade de Lei da Ação e Reação. A Força Gravitacional é a responsável Escape, e é determinada da seguinte forma: pela configuração do espaço. Vesc = CAMPO GRAVITACIONAL (g) Corpos celestes de grande massa “deformam” o onde R é o raio do corpo celeste em questão. espaço ao seu redor. A essa deformação damos o nome de campo Gravitacional. CORPOS EM ÓRBITAS CIRCULARES Quando um satélite descreve uma órbita aproximadamente circular, a força gravitacional por ele sofrida faz o papel da força centrípeta. Igualando as duas equações, temos: Satélites Geoestacionário Geoestacionários são satélites que acompanham o V= movimento de rotação da Terra. Possuem as características a seguir: Mesma velocidade angular da Terra; período de 24h; Tal velocidade é a velocidade de órbita do satélite. Podemos determinar pela analogia com o movimento circular (ver “Dinâmica” – Coleção Textos de Física), a equação para o período T de translação: T = 2π orbitam sobre a linha do Equador. No interior desses satélites, os corpos flutuam não pela ausência de gravidade, mas sim pelo fato de a Força Gravitacional fazer o papel de Aceleração Centrípeta, necessária para permanência do satélite em órbita. QUESTÕES 1. ENEM 2009 2. ENEM 2009 3 - Um satélite artificial A se move em órbita circular em torno da distância do chute de máximo alcance conseguido por um bom Terra com um período de 25 dias. Um outro satélite B possui órbita jogador. Na Terra esta distância vale circular de raio 9 vezes maior do que A. Calcule o período do satélite B. LT 100 m. Suponha que o jogo seja realizado numa atmosfera semelhante à da Terra e que, como na Terra, possamos desprezar os efeitos do ar, e ainda, que a máxima velocidade que um bom jogador consegue imprimir à bola seja igual à na Terra. Suponha que RM 0,5 RT 4 - (PUCC-SP) Considere um planeta que tenha raio e massa duas vezes maiores que os da Terra. Sendo a aceleração da gravidade na superfície da Terra igual a 10m / s 2 , na superfície daquele planeta ela vale, em metros por segundo ao quadrado: MT e RT onde M M e RM centros separados por uma certa distância, maior que o seu diâmetro. Se a massa de um deles for reduzida à metade e a e são a massa e o raio de Marte e são a massa e raio da Terra. a) Determine a razão gM gT entre os valores da aceleração da gravidade em Marte e na Terra. b) Determine o valor aproximado 5 - (UFSM-RS) Dois corpos esféricos de mesma massa têm seus MM 0,1 MT LM , em metros, do comprimento do campo em Marte. c) Determine o valor aproximado do tempo tM , em segundos, distância entre seus centros, duplicada, o módulo da força de gasto pela bola, em um chute de máximo alcance, para atravessar o atração gravitacional que existe entre eles estará multiplicado campo em Marte (adote gT por: 6 - (Unicamp-SP) Um míssil é lançado horizontalmente em órbita circular rasante à superfície da Terra. Adote o raio da Terra R = 6 400 km e, para simplificar, tome 3 como valor aproximado de . a) Qual é a velocidade de lançamento? b) Qual é o período da órbita? 7 - (UFRJ) A tabela abaixo ilustra uma das leis do movimento dos planetas: a razão entre o cubo da distância D de um planeta ao Sol e o quadrado do seu período de revolução T em torno do Sol é constante. O período é medido em anos e a distância em unidades astronômicas (UA). A unidade astronômica é igual à distância média entre o Sol e a Terra. Suponha que o Sol esteja no centro comum das órbitas circulares dos planetas. 10m / s 2 ). 9 - (Inatel-MG) Um satélite permanece em órbita circular terrestre de raio R com velocidade tangencial v. Qual deverá ser a velocidade tangencial desse satélite para permanecer em órbita circular lunar de mesmo raio R? Considere a massa da Lua 81 vezes menor que a da Terra. 10 – A União Astronômica Internacional (UAI) deliberou em 2006 por rebaixar Plutão à categoria de planeta anão, ou planetoide, ao mesmo tempo em que promoveu Ceres e Xena, considerados até então asteróides, à mesma categoria de plutão, isto é, planetas anões. Com isso, o sistema solar conta agora,, de acordo com essa nova classificação, com oito planetas e três planetas anões. Para avaliar os efeitos da gravidade de plutão, considere as relações dadas a seguir, em valores aproximados: Massa da terra Raio da terra M T 500 vezes a massa de plutão M P RT 5 vezes o raio de Plutão RP . a) Determine o peso na superfície de Plutão, de uma massa que na superfície da terra pesa 40 N; Um astrônomo amador supõe ter descoberto um novo planeta no sistema solar e o batiza como planeta X. O período estimado do planeta X é de 125 anos. Calcule: a) a distância do planeta X ao Sol em UA. b) a razão entre a velocidade orbital do planeta X e a velocidade orbital da Terra. 8 - (Fuvest-SP) Estamos no ano de 2095 e a “interplanetariamente” famosa FIFA (Federação Interplanetária de Futebol Amador) está organizando o Campeonato Interplanetário de Futebol, a se realizar em Marte no ano 2100. Ficou estabelecido que o comprimento do campo deve corresponder à b) Estimar a altura máxima H, em metros, que uma bola lançada verticalmente com a velocidade V atingiria em plutão. Na terra, onde a aceleração da gravidade é 10m / s 2 , essa mesma bola, lançada também verticalmente com a mesma velocidade, atinge uma altura máxima de 1,5 m.