cérebro parasse de funcionar e não processasse mais informações. Não há dúvida sobre os malefícios do estresse quando esse ponto é atingido. Entretanto, se o nível de cortisol no organismo funciona como deve, o cérebro é capaz de processar as respostas ao estresse. No limite Se não há dúvida de que os mecanismos que causam o estresse existem para nos proteger e nos manter vivos, também não há dúvida de que esses mesmos mecanismos, quando desregulados, causam doenças comuns nos dias de hoje, como depressão, obesidade e diabetes. O problema está em como o corpo reage a situações estressantes - uma resposta exagerada pode nos levar à exaustão e exigir uma reposição das nossas energias. Viver em meio a situações estressantes nos põe sob um estado de alerta constante que leva o corpo ao desgaste e desencadeia doenças. Portanto, valem as dicas de sempre: ter um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada e a rotina da prática de exercícios físicos, dormir bem, não exagerar no consumo de álcool, não fumar, ter boas relações com as pessoas. Se o corpo funcionar bem, viveremos sob o bom estresse. Discutir os problemas também pode ajudar. Falar sobre o próprio estresse é um caminho, já que o desabafo pode ser o primeiro passo para aliviar as sensações estressantes. *Formado em química e biologia celular, o professor Bruce McEwen, 71 anos, nasceu no Colorado e tem interesse por ciências desde o ensino médio. Com 40 de carreira, casado pela segunda vez com quatro filhos e sete netos,McEwen mora em um apartamento em Manhattan e foge da cidade sempre que pode para uma casa em Nova Jersey. Apesar de definir-se como workaholic, não se considera estressado. 20 | BTJE Os motivos do estresse no mundo moderno A atual crise econômica pode ter piorado o nível do estresse dos investidores, economistas e empresários no mundo todo, mas não é um fator novo de estresse para as classes sociais mais baixas. A população menos favorecida sempre sofreu e continua sofrendo o mesmo impacto que antes com a falta de recursos. Ou seja, as questões financeiras continuam sendo o principal problema para o aumento do estresse na vida moderna. Mas há diferenças entre as sociedades. Num país desenvolvido, são as pessoas na base da pirâmide - em termos de renda e escolaridade - que tendem a ser mais afetadas por doenças relativas ao estresse. Elas vivem em más condições, inseguras e incertas sobre o futuro, enquanto as pessoas com maior renda e escolaridade têm mais condições de cuidar da saúde. Já em economias em desenvolvimento, como o Brasil, quem está mais exposto a doenças relativas ao estresse são as pessoas no topo da sociedade. A principal causa disso é a alimentação incorreta. Nesses países, os mais ricos abusam de alimentos industrializados. E o fato de viverem em uma estrutura social menos estável, em que ainda precisam fazer esforço para vencer desafios, aumenta ainda mais a chance dos malefícios do estresse. Nesse contexto, os empresários brasileiros devem se cuidar. Pesquisa da consultoria Grant Thornton International, publicada pela Folha de S. Paulo, revela que dois em cada dez empresários brasileiros detectaram um aumento no nível de estresse de 2010 para o ano passado. Os vilões são os conflitos internos e políticos na companhia, pressão por metas e o volume de informação. Programas dentro e fora de casa são o método mais citado pelos executivos brasileiros para aliviar a tensão. Mas sempre 2012