Untitled - Estado do Paraná

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Os Desafios da Inclusão Escolar nos cursos de formação
profissional em nível técnico
José Carlos Paterna Trinquinália ¹
Zuleika Piassa ²
Resumo
A educação especial assume, a cada ano, importância maior, dentro da perspectiva
de atender às crescentes exigências de uma sociedade em processo de renovação
e de busca incessante da democracia. Assim, a necessidade de indivíduoscidadãos, sabedores e conscientes de seus valores, direitos e deveres. Portanto a
inserção de todos num programa educacional flexível que possa abranger o mais
variado tipo de educando e oferecer o mesmo conteúdo curricular sem perda da
qualidade do ensino e da aprendizagem. O objetivo geral do trabalho é de discutir
bem como apresentar o relato da implantação de um projeto voltado para os alunos
da educação profissional cujo tema era inclusão e assim, sensibilizar os professores
dos cursos técnicos sobre o processo de inclusão escolar dos alunos com
necessidades especiais. A Educação Inclusiva dar-se-á através de mecanismos que
irá atender a diversidade, como, por exemplo, proposta curricular adaptadas, a partir
daquelas adotadas pela educação comum. O atendimento dos educandos
portadores de necessidades educativas especiais incluídos em classes comuns,
exige serviços de apoio integrado por docentes e técnicos qualificados e uma escola
aberta à diversidade. A partir da modelagem de aspectos básicos da dinâmica de
situações sociais, como as ações sociais que ocorrem, torna-se possível caracterizar
aspectos de atividades sociais de ordem mais alta, que ações sociais sozinhas não
são capazes de caracterizar. A caracterização envolve considerar as circunstâncias
das ações sociais que ocorrem, visando a obter uma interpretação mais significativa.
E a analise critica da experiência desenvolvida em função do projeto de
implementação realizado no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE –
voltado a inclusão na Educação Profissional de pessoas portadoras de
necessidades especiais de aprendizagem.
Palavras – Chaves: Inclusão Social, Democrático e Educação
INTRODUÇÃO
É difícil pensarmos que pessoas são excluídas do meio social em razão das
características físicas e mentais que possuem, como cor da pele, cor dos olhos,
altura, peso e formação física. Já nascemos com essas características e não
podemos, de certa forma, ser culpados por tê-las. A inclusão está ligada a todas as
pessoas que não têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade.
¹ - Professor Participante PDE 2012/2013
² - Orientadora Professora Orientadora Zuleika
Mas os excluídos socialmente são também os que não possuem condições
financeiras dentro dos padrões impostos pela sociedade, além dos idosos, os negros
e os portadores de deficiências físicas, como cadeirantes, deficientes visuais,
auditivos e mentais. Existem as leis específicas para cada área, como a das cotas
de vagas nas universidades, em relação aos negros, e as que tratam da inclusão de
pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
O mundo sempre esteve fechado para mudanças, em relação a essas
pessoas, porém, a partir de 1981, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou
um decreto tornando tal ano como o Ano Internacional das Pessoas Portadoras de
Deficiências (AIPPD), época em que passou-se a perceber que as pessoas
portadoras de alguma necessidade especial eram também merecedoras dos
mesmos direitos que os outros cidadãos.
A princípio, eles ganharam alguma liberdade através das rampas, que
permitiram maior acesso às escolas, igrejas, bares e restaurantes, teatros, cinemas,
meios de transporte, etc. Aos poucos, o mundo foi se remodelando para dar-lhes
maiores oportunidades.
Hoje é comum vermos anúncios em jornais, de empresas contratando essas
pessoas, sendo que de acordo com o número de funcionários da empresa, existe
uma cota, uma quantidade de contratação exigida por lei. Uma empresa com até
200 funcionários deve ter em seu quadro 2% de portadores de deficiência (ou
reabilitados pela Previdência Social); as empresas de 201 a 500 empregados, 3%;
as empresas com 501 a 1.000 empregados, 4%; e mais de 1.000 empregados, 5%
(IBGE, 2010)
Nossa cultura tem uma experiência ainda pequena em relação à inclusão
social, com pessoas que ainda criticam a igualdade de direitos e não querem
cooperar com aqueles que fogem dos padrões de normalidade estabelecido por um
grupo que é maioria. E diante dos olhos deles, também somos diferentes.
E é bom lembrar que as diferenças se fazem iguais quando essas pessoas
são colocadas em um grupo que as aceite, pois nos acrescentam valores morais e
de respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as
mesmas oportunidades diante da vida.
E o projeto ora narrado trata-se de um trabalho desenvolvido junto ao
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – da Secretaria de Estado de
Educação do Paraná. Este programa faz parte das políticas de formação continuada
do Estado do Paraná e se divide em duas fases: uma fase de estudos e a
implementação de um projeto na escola de origem do professor. Neste trabalho
relatamos a experiência na implementação do mesmo.
Os Desafios da Inclusão Escolar nos Cursos de Formação Profissional em
Nível Técnico
É a implementação de uma pedagogia que é capaz de educar com sucesso
todos os educandos, mesmo aqueles comprometidos, isto é, oferecer às pessoas
com necessidades especiais as mesmas condições e oportunidades sociais,
educacionais e profissionais acessíveis as outras pessoas, respeitando-se as
características específicas de cada um.
Logo a Educação Inclusiva dar-se-á através de mecanismos que irá atender
a diversidade, como, por exemplo, proposta curricular adaptadas, a partir daquelas
adotadas pela educação comum. O atendimento dos educandos portadores de
necessidades educativas especiais incluídos em classes comuns, exige serviços de
apoio integrado por docentes e técnicos qualificados e uma escola aberta à
diversidade.
Partindo do princípio de “igualdade de oportunidade” e “educação para
todos” é inegável que deve-se ampliar as oportunidades educacionais para uma
grande parcela da população em que está inserido o acesso e permanência à
escolarização aos alunos considerados portadores de necessidades especiais.
Mais do que levar conhecimentos aos educadores essas pesquisas buscam
desmistificar conceitos ultrapassados dados sobre os alunos com deficiência, como
observamos na citação a seguir:
O desconhecimento (a ignorância) pela falta de vivencia com essa
clientela ou por falta de preparo nos cursos de magistério e
licenciatura, aliada ao preconceito, transforma os portadores de
necessidades especiais em fantasmas assombrando o cotidiano dos
professores (Konkiewitz et al., 2007, p.113).
O modelo da inclusão escolar, que tem suas bases em sócioconstrutivistas,
defende em relação ao aluno com necessidades educativas especiais “o seu direito
e sua necessidade de participar, de ser considerado como membro legítimo e ativo
no interior da comunidade”. (JIMENEZ, 1997, p. 24).
Movimentos nacionais e internacionais têm buscado o consenso para a
formatação de uma política de integração e de educação inclusiva, sendo que o seu
ápice foi a Conferência Mundial de Educação Especial, que contou com a
participação de 88 países e 25 organizações internacionais, em assembléia geral, na
cidade de Salamanca, na Espanha, em junho de 1994.
Este evento teve como culminância a "Declaração de Salamanca", da qual
transcrevem-se, a seguir, pontos importantes, que devem servir de reflexão e
mudanças da realidade atual, tão discriminatória. "Acreditamos e Proclamamos que:
- toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
- toda criança possui características, interesses, habilidades e
necessidades de aprendizagem que são únicas;
- sistemas educacionais deveriam ser designados e programas
educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em
conta a vasta diversidade de tais características e necessidades;
- aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter
acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma
Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer tais
necessidades;
- escolas regulares, que possuam tal orientação inclusiva, constituem
os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias,
criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade
inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas
provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram
a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o
sistema educacional.
Este novo paradigma começa a ser disseminado principalmente a partir da
Assembléia Mundial, realizada em junho de 1994, na cidade de Salamanca,
Espanha, quando representantes de 92 países e de 25 organizações internacionais,
se reuniram para discutir o processo de inclusão escolar (SILVA et al, 2004).
O encontro em Salamanca reafirma o direito de todas as pessoas a
educação, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e
ainda reafirma o empenho da comunidade internacional em cumprir o estabelecido
na “Conferência Mundial de Educação para Todos”:
Muitos países já adotaram a abordagem inclusiva em suas escolas e
o Brasil já começou a buscar o seu caminho, mesmo
com pouca ajuda técnica ou financeira, porém com grande
determinação por parte de muitos diretores, professores e pais,
assim como do Governo Federal, de Secretarias Estaduais e
Municipais de Educação, além de muitas escolas particulare em
inúmeras regiões do País (Sassaki, 2005, p. 22).
Como toda ação social é árdua, esta também não será diferente, a
participação como um todo não poupando ninguém, envolvendo a sociedade, corpo
escolar, instituições governamentais ou não e muitos outros, será conduto do
processo inclusivo dos deficientes em caráter educacional e social em uma
sociedade mais igualitária. Através da educação inclusiva, busca-se alcançar a
inclusão social, acreditando que não seja algo alheio aos governos. Estes por sua
vez, devem dedicar recursos econômicos necessários para concretiza-la.
A educação especial assume, a cada ano, importância maior, dentro da
perspectiva de atender às crescentes exigências de uma sociedade em processo de
renovação e de busca incessante da democracia, que só será alcançada quando
todas as pessoas, indiscriminadamente, tiverem acesso a informação, ao
conhecimento e aos meios necessários para a formação de sua plena cidadania.
Já que a educação especial em seu primeiro momento caracterizava-se pela
segregação e exclusão, logo os portadores de necessidades especiais eram
simplesmente ignorados, evitados, abandonados ou encarcerados e muitas vezes
eliminados. Após a evolução histórica, a educação especial até 1990, passou a ser
vista de um outro modo após o evento que formalizou a “educação para todos” como
plataforma básica para o sistema educacional, segundo a proposta na Declaração
de Salamanca (UNESCO, 1994), que levanta aspectos do contexto brasileiro a
serem considerados na adoção e na implantação do processo de inclusão.
Assim, a necessidade de indivíduos- cidadãos, sabedores e conscientes de
seus valores, direitos e deveres. Portanto a inserção de todos num programa
educacional flexível que possa abranger o mais variado tipo de educando e oferecer
o mesmo conteúdo curricular sem perda da qualidade do ensino e da aprendizagem.
O desafio da educação especial brasileira é a implantação de uma educação
de qualidade e com a organização de escolas que atendam a todos os alunos sem
nenhum tipo de discriminação e que reconheçam as diferenças como fator de
enriquecimento no processo educacional. Por mais paradoxais e contraditórios que
possam parecer, esses aspectos vêm se refletindo conjuntamente nos sistemas
educacionais muito embora esses reflexos gerem conseqüências inevitáveis para a
educação especial já que a humanidade prima pela igualdade de valores dos seres
humanos e, pela garantia dos direitos entre eles.
Por outro lado, essa mesma humanidade exclui de um ritmo de produção
cada vez mais vital à crescente competitividade, pela dificuldade de exercer o pleno
dever de cidadão de uma humanidade trabalhadora, produtiva, participativa e
contribuinte.
Apesar de toda evolução nas discussões sobre educação especial, os
professores dos cursos de formação profissional, que muitas vezes não são
licenciados, ainda estão distantes da problemática, apesar de muitos desses
professores estarem lidando com alunos em processo de inclusão.
A inclusão não se refere somente ao espaço educativo, mas o verdadeiro
significado de ser incluído está na inclusão social, na participação no mercado de
trabalho competitivo, nas igrejas, nos programas televisionados, nos clubes, nas
boates, na sociedade como um todo, ou seja, em todos os espaços de interação
humana,
Segundo Sanchez (apud DYSON, 2005, p. 14):
Os alunos não podem considerar-se incluídos até que não adquiram
as atitudes necessárias para participar na sociedade e no emprego
e/ou até que as diferenças entre suas atitudes e as de seus iguais
sejam consideráveis (Dyson, 2005).
Ainda que a inclusão apresente suas próprias peculiaridades seus pontos
em comum se estabelecem no que se refere ao seu compromisso pela criação de
uma sociedade mais justa, desejando um sistema educativo mais justo, onde todos,
sem distinção, sejam capazes e recebam apoio integral no que se refere ser e fazer.
Portanto, a inclusão consiste em adequar os sistemas gerais da sociedade, de tal
modo, que sejam eliminados os fatores que excluíam certas pessoas do seu meio e
as mantinham afastadas.
As políticas públicas para educação e a cultura existente em torno da
diferença não permitiam que alunos com necessidades especiais chegassem ao
nível médio, a não se em escolas especiais. Agora eles estão chegando e muitos
professores ainda se dizem despreparados, apensar de mais de vinte anos de
discussão sobre o assunto. Assim, ainda há públicos de docentes que precisam se
sensibilizados para o assunto, como é o caso dos docentes da educação
profissional. É para eles que este projeto se dirige (MACIEL, 2000)
Nos últimos anos, ações isoladas de educadores e de pais têm promovido e
implementado a inclusão, nas escolas, de pessoas com algum tipo de deficiência ou
necessidade especial, visando resgatar o respeito humano e a dignidade, no sentido
de possibilitar o pleno desenvolvimento e o acesso a todos os recursos da
sociedade por parte desse segmento.
Para que haja a verdadeira integração professor-aluno, é necessário que o
professor da sala regular e os especialistas de educação das escolas tenham
conhecimento sobre o que é deficiência, quais são seus principais tipos, causas,
características e as necessidades educativas de cada deficiência. O professor
precisa, antes de tudo, ter ampla visão desta área, que deve ser proveniente de sua
formação acadêmica. Hoje, poucas escolas e universidades, que formam
professores, abordam adequadamente a questão da deficiência em seus currículos.
Urge mudar essa realidade. A atualização periódica também é indispensável,
devendo ocorrer por meio de cursos, seminários e formação em serviço (AKHRAS,
2009)
É importante que os professores tomem ciência do diagnóstico e do
prognóstico do aluno com necessidades educativas especiais, entrevistem pais ou
responsáveis para conhecer todo o histórico de vida desse aluno, a fim de traçar
estratégias conjuntas de estimulação família-escola, peçam orientações e procurem
profissionais (AKHRAS; REZENDE, 2010)
A integração professor-aluno só ocorre quando há uma visão despida de
preconceito, cabendo ao professor favorecer o contínuo desenvolvimento dos alunos
com necessidades educativas especiais. Não é tarefa fácil, mas é possível. Quando
ocorre, torna-se uma experiência inesquecível para ambos.
A interação aluno-aluno traz à tona as diferenças interpessoais, as
realidades e experiências distintas que os mesmos trazem do ambiente familiar, a
forma como eles lidam com o diferente, os preconceitos e a falta de paciência em
aceitar o outro como ele é. Todos os alunos das classes regulares devem receber
orientações sobre a questão da deficiência e as formas de convivência que
respeitem as diferenças, o que não é tarefa fácil, mas possível de ser realizada.
Levar os alunos de classes regulares a aceitarem e respeitarem os portadores de
deficiência é um ato de cidadania (nazareno et.al, 2006)
Cabe a todos profissionais de escolas especiais, de classes especiais, de
salas de apoio a portadores de necessidades especiais, aos teóricos da educação
inclusiva, aos profissionais das escolas regulares e às equipes multidisciplinares e
de saúde a função primordial da integração de ações, da otimização dos recursos e
dos atendimentos, da criação de canais de comunicação que considerem a questão
da inclusão social como prioritária e anterior à inclusão escolar.
O futuro é outra dimensão que também não pode ser esquecida, pois é
preciso estar preparado para a rápida evolução tecnológica destes novos tempos,
que influencia e modifica o processo educativo e a nossa relação com a construção
do conhecimento.
A prática da desmarginalização de portadores de deficiência deve ser parte
integrante de planos nacionais de educação, que objetivem atingir educação para
todos. A inclusão social traz no seu bojo a equiparação de oportunidades, a mútua
interação de pessoas com e sem deficiência e o pleno acesso aos recursos da
sociedade.
Cabe lembrar que uma sociedade inclusiva tem o compromisso com as
minorias e não apenas com as pessoas portadoras de deficiência. A inclusão social
é, na verdade, uma medida de ordem econômica, uma vez que o portador de
deficiência e outras minorias tornam-se cidadãos produtivos, participantes,
conscientes de seus direitos e deveres, diminuindo, assim, os custos sociais. Dessa
forma, lutar a favor da inclusão social deve ser responsabilidade de cada um e de
todos coletivamente.
A Implementação do Projeto do PDE – a inclusão de pessoas com
Necessidades de Aprendizagem
O projeto inicial tinha como publico alvo os professores do Ensino Médio
Profissional. No entanto, os docentes não apresentaram interesse, o que nos levou a
voltar a implementação para os alunos do Colégio Estadual de Jandaia do Sul,
situado no Município de Jandaia do Sul, Estado do Paraná
O trabalho foi desenvolvido com 22 alunos de uma turma do curso técnico
em Administração. Cabendo ressaltar que a escola possui quatro turmas neste
curso. Os temas abordados nas atividades foram: a surdez e a deficiência intelectual
(Síndrome de Down). O projeto se desenvolveu com as seguintes atividades.
1 - Palestra com a professora expecializada na Lingua Brasileira dos Sinais,
sendo que apresentou como objetivo principal todo o trabalho desenvolvido pelos
professores e as principais dificuldades destes alunos no aprendizado e na vida
social. Tem sido um desafio a inclusão dos indivíduos portadores de necessidades
educativas especiais no Brasil neste grupo enquadram-se os sujeitos surdos que
usa a capacidade de linguagem e a habilidade de adaptá-la. Discutir sobre a
educação dos surdos e como ela vem existindo aponta para a realidade das suas
necessidades que por muito tempo foi negligenciada.
Postos à margem das questões sociais, culturais, e educacionais os surdos
muitas vezes não são istos pela sociedade por suas potencialidades, mas pelas
limitações impostas por sua condição. São definidos como deficientes e, portanto
incapaz, isso acontece por causa de um atraso na aquisição da linguagem que os
surdos têm no seu desenvolvimento, já que, na maioria das vezes, o acesso a ela é
inexistente. O Brasil reconheceu a Língua Brasileira de Sinais/ Libras, por meio da
Lei nº 10.436/2002, como a Língua das comunidades surdas brasileiras, que no seu
artigo 4º, dispõe que o sistema educacional federal e sistemas educacionais
estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de
formação de Educação Especial, em seus níveis médio e superior, do ensino da
Língua Brasileira de Sinais / Libras, como parte integrante dos Parâmetros
Curriculares Nacionais.
Contudo, á medida que têm entrado em contato uns com os outros, tendo
nascido em famílias surdas ou sido agrupados em escolas especializadas e na
comunidade, o resultado tem sido o desenvolvimento de um sofisticado idioma feito
sob medida para os olhos uma língua de sinais. Para Quadros (2006, p. 35), a língua
de sinais "é uma língua espacial visual, pois utiliza a visão para captar as
mensagens e os movimentos, principalmente das mãos, para transmiti-la".
Distinguem-se das línguas orais pela utilização do canal comunicativo, enquanto as
línguas orais utilizam canal oral-auditivo, as línguas de sinais utilizam canal gestualvisual.
A discussão sobre o tema da Lei de Libras é de sumária importância para a
uniformatização de uma sociedade democrática de direito. Ao se realizar uma
analise precisa das atuações da lei de Libras, e sua vigência e aplicabilidade
observou-se que apesar dos impásseis com respeito as diferenças os desafios á
atuação educacional da Libras estão sendo superados e enfrentados de forma
eficaz. Quadros (2006, p. 57), salienta "(...) a identidade surda se constrói dentro de
uma cultura visual, essa diferença precisa ser entendida não como uma construção
isolada, mas como construção multicultural". Desta forma, entende-se que a
identidade dos surdos é o conjunto de traços que o distingue dos ouvintes,
representada por uma cultura específica, resultante das interações entre surdos.
2 – Foi realizado atividades lúdicas em sala de aula para que os alunos
vivenciassem a deficiência, sendo como exemplo do bingo de sinais com as letras e
números e o passeio a cegas pela estrutura da escola.
3 – Palestra com a profissional especializada na área da deficiência
intelectual, onde a mesma trabalhou dizendo que a deficiência intelectual ou atraso
mental é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta certas limitações no
seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de comunicação,
cuidado pessoal e de relacionamento social. Estas limitações provocam uma maior
lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas.
Os educandos com atraso cognitivo podem precisar de mais tempo para
aprender a falar, a caminhar e a aprender as competências necessárias para cuidar
de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia. É natural que enfrentem
dificuldades na escola. No entanto aprenderão, mas necessitarão de mais tempo. É
possível que algumas crianças não consigam aprender algumas coisas como
qualquer pessoa que também não consegue aprender tudo.
A deficiência intelectual não é uma doença. Não pode ser contraída a partir
do contágio com outras pessoas, nem o convívio com um deficiente intelectual
provoca qualquer prejuízo em pessoas que o não sejam. O atraso cognitivo não é
uma doença mental (sofrimento psíquico), como a depressão, esquizofrenia, por
exemplo. Não sendo uma doença, também não faz sentido procurar ou esperar uma
cura para a deficiência intelectual.
A grande maioria das crianças com deficiência intelectual consegue
aprender a fazer muitas coisas úteis para a sua família, escola, sociedade e todas
elas aprendem algo para sua utilidade e bem-estar da comunidade em que vivem.
Para isso precisam, em regra, de mais tempo e de apoios para lograrem sucesso.
Para diagnosticar a Deficiência Intelectual, os profissionais estudam as
capacidades mentais da pessoa e as suas competências adaptativas. Estes dois
aspectos fazem parte da definição de atraso cognitivo comum à maior parte dos
cientistas que se dedicam ao estudo da deficiência intelectual.
4 – Todas essas atividades geraram muitas discussões em sala de aula e
mobilizou os alunos no sentido de montarem uma CIPA na escola, CIPA é definida
como uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que visa à prevenção de
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, buscando conciliar o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde de todos os trabalhadores.
Sua atribuição consiste em identificar os riscos de execução da relação de
trabalho, elaborar o mapa de risco, contando para isso, com a participação do maior
número de trabalhadores, tendo a assessoria do SESMT para realizar suas
atribuições.
A CIPA tem como principal atividade à prevenção de acidentes e doenças
ocupacionais, auxiliando o SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho. A diferença básica entre esses dois órgãos
internos da empresa reside no fato de que o SESMT é composto exclusivamente por
profissionais especialistas em segurança e saúde no trabalho, enquanto a CIPA é
uma comissão partidária constituída por empregados normalmente leigos em
prevenção de acidentes.
O desenvolvimento das ações preventivas por parte da CIPA, consiste,
basicamente, em observar e relatar as condições de riscos nos ambientes de
trabalho; solicitar medidas para reduzir e eliminar os riscos existentes ou até mesmo
neutraliza-los; discutir os acidentes ocorridos, solicitando medidas que previnam
acidentes semelhantes e ainda, orientar aos demais trabalhadores quanto à
prevenção de futuros acidentes na SIPAT (Semana Interna de Prevenção de
Acidentes).
Os educandos foram divididos em equipes e foram analisar as condições
físicas da escola para receber pessoas deificientes. Essas analises foram
apresentadas para toda a escola, os alunos, professores, funcionários e os pais,
utilizando-se de recursos tecnológicos, como os slides, filmes e outros. Também
apresentaram a direção da escola um laudo apontando todas as necessidades.
CONCLUSÃO
A importância de discutir este tema se justifica pelo fato de que, para os
deficientes, ainda hoje a inclusão não é uma realidade em todas as escolas, sejam
elas públicas ou privadas. Este artigo utilizará como metodologia de trabalho a
pesquisa bibliográfica, fazendo uso de livros, artigos em revistas, documentos
oficiais e leis que tratam da inclusão no Brasil.
Fazendo um resgate da história da inclusão veremos que ela é bem recente
na sociedade. E, se no mundo, a inclusão é recente, no Brasil ela é mais ainda. O
que fez com que esta inclusão demorasse tanto tempo para ocorrer, foi o
preconceito. Entretanto, o preconceito para com os deficientes não surgiu em nossa
sociedade, ele é tão antigo como a própria existência humana. Existem registros
históricos que revelam como os deficientes eram tratados, alguns exemplos
parecem ser até mesmo inacreditáveis.
A atitude de quem não permite aos deficientes serem incluídos em salas
regulares é, de certa forma, semelhante à atitude que os antigos tinham. Embora
não eliminem literalmente tais crianças, as excluem do seu convívio e as condenam
a viverem segregadas por toda a vida.
alar de inclusão, em nossa sociedade, é um desafio. Porque simplesmente,
esta dita sociedade possui barreiras para separar as escolas regulares dos alunos
com necessidades especiais. A primeira, e mais difícil, é o preconceito. A segunda é
a estrutura física, que embora não seja tão difícil de ser superada, o poder público
não tem disponibilizado verbas suficientes para que estas barreiras sejam
superadas. Outra barreira é a falta de conhecimento a respeito dos direitos dos
deficientes por parte dos seus familiares. Como lutar por direitos se não se sabe
nem mesmo que eles existem.
Desta forma, é urgente o início de um trabalho de divulgação dos direitos
que os deficientes possuem, para assim eles possam, de fato, lutar por tais direitos.
Quanto às nossas escolas, de fato, elas não estão mesmo preparadas para
recebê-los. Entretanto, se for esperar que ela se prepare literalmente, esta inclusão
demorará ainda mais para ocorrer. Desta forma, é que preciso que as escolas dêem
o primeiro passo para o processo de inclusão, que é aceitar que ele se matricule.
Depois disso, a escola poderá lutar juntos aos CREDEs as condições básicas para o
atendimento dos mesmos, como é o caso de tradutores de LIBRAS e Braile, para
deficientes auditivos e visuais respectivamente, entre outros.
Entretanto, apesar de toda e qualquer dificuldade, nada deve impedir que a
inclusão aconteça. Mesmo porque, uma vez que a inclusão está prevista na nossa
Carta maior, a Constituição, isto faz da inclusão direito inalienável e como direito
subjetivo, que é, poderá se constituir um crime a escola que não receber o alunos
que tiver necessidades especiais.
REFERENCIAS
AKHRAS, F.N. A learning to learn approach to digital inclusion in social contexts.
In: INTERNATIONAL DEVELOPMENT INFORMATICS CONFERENCE (IDIA 2009), 3 RD, 2009.
AKHRAS, F.N. Foundations for a Science of Social Inclusion Systems. In:
INTERNATIONAL DEVELOPMENT INFORMATICS CONFERENCE (IDIA 2010), 4th, 2010.
BROWN, J.J. The ecological approach to visual perception. Boston, Hought Mifflin,
1979.
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